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Um Anel de Luz
Na tarde de sábado de 14 de outubro de 2023 o céu apresenta um pequeno espetáculo para milhões de pessoas. A sombra da Lua se projeta sobre a superfície da Terra. Essa sombra avança cortando as Américas de noroeste a sudeste. Este eclipse não é um eclipse total. No momento do máximo, a Lua estará um pouco mais distante de nós e, por isso, não ocultará totalmente o disco solar. Assim, em alguns lugares, a luz do Sol forma um anel ao redor da silhueta da Lua.
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De onde dará pra ver o eclipse?
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Em diferentes cidades, porções diversas do disco solar são ocultadas durante o eclipse. No Brasil, as ocultações variarão de 9%, em Chuí (Rio Grande do Sul), a 88%, em Araruna (Paraíba). Além disso, as etapas do fenômeno acontecerão em horários diferentes de acordo com a localização geográfica. A porção estreita de terra onde há a máxima ocultação, chamada de faixa de anularidade, atravessará o Amazonas, o Pará, o Maranhão, o Piauí, o Ceará, a Paraíba, Pernambuco e o Rio Grande do Norte.
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Estado | Capital | Ocultação Máxima | Início | Máximo | Fim | Tipo de Eclipse |
Rio Grande do Norte | Natal | 88.52% | 15:29:29 | 16:45:43 | 16:47:32 | Anular |
Paraíba | João Pessoa | 88.50% | 15:31:03 | 16:46:43 | 16:48:15 | Anular |
Amazonas | Manaus | 88.32% | 13:40:34 | 15:19:28 | 16:43:39 | Parcial |
Piauí | Teresina | 87.38% | 15:18:49 | 16:41:26 | 17:43:33 | Parcial |
Pernambuco | Recife | 87.19% | 15:31:57 | 16:47:18 | 17:13:40 | Parcial |
Ceará | Fortaleza | 83.65% | 15:23:34 | 16:42:44 | 17:25:36 | Parcial |
Alagoas | Maceió | 82.50% | 15:32:41 | 16:48:01 | 17:17:59 | Parcial |
Tocantins | Palmas | 82.31% | 15:16:24 | 16:41:35 | 17:54:22 | Parcial |
Maranhão | São Luís | 79.50% | 15:13:35 | 16:37:52 | 17:47:58 | Parcial |
Sergipe | Aracaju | 78.66% | 15:32:38 | 16:48:20 | 17:24:08 | Parcial |
Rondônia | Porto Velho | 78.61% | 13:43:34 | 15:21:29 | 16:45:57 | Parcial |
Pará | Belém | 76.76% | 15:04:28 | 16:32:46 | 17:47:26 | Parcial |
Amapá | Macapá | 73.02% | 14:56:58 | 16:27:52 | 17:44:36 | Parcial |
Roraima | Boa Vista | 71.99% | 13:28:05 | 15:08:25 | 16:34:16 | Parcial |
Bahia | Salvador | 71.93% | 15:33:02 | 16:48:56 | 17:31:02 | Parcial |
Acre | Rio Branco | 70.22% | 12:38:33 | 14:16:53 | 15:42:54 | Parcial |
Distrito Federal | Brasília | 63.10% | 15:25:04 | 15:25:04 | 17:54:59 | Parcial |
Mato Grosso | Cuiabá | 61.62% | 14:12:52 | 15:38:41 | 16:52:54 | Parcial |
Goiás | Goiânia | 59.90% | 15:25:16 | 16:45:12 | 17:54:38 | Parcial |
Minas Gerais | Belo Horizonte | 48.95% | 15:37:13 | 16:49:33 | 17:53:16 | Parcial |
Espírito Santo | Vitória | 47.18% | 15:41:32 | 16:50:58 | 17:43:07 | Parcial |
Mato Grosso do Sul | Campo Grande | 45.84% | 14:25:11 | 15:43:05 | 16:51:33 | Parcial |
Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | 38.81% | 15:43:10 | 16:50:34 | 17:50:39 | Parcial |
São Paulo | São Paulo | 37.09% | 15:40:50 | 16:49:16 | 17:50:14 | Parcial |
Paraná | Curitiba | 31.05% | 15:42:01 | 16:48:19 | 17:47:47 | Parcial |
Santa Catarina | Florianópolis | 24.63% | 15:47:35 | 16:48:58 | 17:44:34 | Parcial |
Rio Grande do Sul | Porto Alegre | 17.60% | 15:51:31 | 16:47:50 | 17:39:25 | Parcial |
No Rio de Janeiro, o ápice do eclipse ocorrerá às 16h51min, quando cerca de 39% do disco solar estará encoberto. Nesse momento o Sol estará não muito acima do horizonte na direção oeste. Para observar o evento procure um local com o horizonte desimpedido na direção do por do Sol. Um lugar alto é desejável. Praias voltadas para o poente têm grandes chances de ver a maior parte do evento.
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Como observar de forma segura?
Observar o Sol, mesmo à vista desarmada, pode ser muito perigoso para os nossos olhos. O oftalmologista canadense CHOU (1991) afirma que menos de 30 segundos de observação direta do Sol pode ser o suficiente para haver danos permanentes na retina, inclusive casos de cegueira total. Como esses danos são indolores, facilmente podemos estar sendo prejudicados sem percebermos. O uso de dispositivos ópticos, como telescópios ou binóculos, pode causar danos visuais quase instantâneos devido à intensa concentração de raios solares que afetam a retina.
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A forma mais segura de observar o Sol é por meio da projeção da sua imagem em uma superfície branca e fosca que esteja na sombra. Esse método é confortável, elimina riscos de lesões oculares e é adequado para grupos, incluindo crianças. A maneira mais simples precisa apenas de um papelão grande (do tamanho de uma embalagem de pizza grande seria o ideal), um pedaço pequeno de papel alumínio, uma agulha e uma folha de papel branco. Faça uma abertura no papelão, prenda o pedaço de alumínio com fita adesiva, faça um furo pequeno no centro com agulha. Segure o papelão de modo que a luz passe pelo furo e se projete no chão no centro da sombra. Para melhorar o contraste pode colocar ali uma folha de papel branco.
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Você pode fazer o mesmo dentro de uma caixa de papelão. Este tipo de dispositivo chamamos de Câmara Escura ou PinHole.
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Não use radiografias, óculos escuros, vidro esfumaçado, espelhos, filmes fotográficos velados ou qualquer filtro improvisado.
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Os únicos filtros testados e recomendados cumprem normas internacionais. São todos importados e apresentam uma aspecto metalizado. Só use se tiver alguma referência confiável de procedência. Algumas marcas famosas são Baader e SolarScreen.
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O Filtro de Soldador nº 14 é um opção barata e segura mas não tão fácil de encontrar. Geralmente, nas lojas de ferragem mais simples você só encontra números menores que não são seguros. O filtro nº 14 apresenta uma cor negra quando manuseado e verde ao ver através dele. Se vir algo além do Sol ou uma lâmpada muito brilhante não use para ver o Sol (deve estar com defeito). Estes produtos devem vir estampados no número no vidro ou na embalagem e precisa obedecer critérios do INMETRO.
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O uso de telescópios exige ainda mais cuidado. Alguns trazem filtros escuros para adaptar na ocular: não são seguros, costumam rachar com o calor. A maneira mais segura é projetar a imagem sobre uma folha branca de papel dentro de uma caixa de papelão.
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Procure sempre orientação de quem entende: busque informação em planetários, observatórios e museus de ciências.
Próximos eclipses anulares
Eclipses solares acontecem anualmente, mas sua área de visibilidade é restrita.
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Próximos eclipses solares anulares visíveis no país serão:
- 2 de outubro de 2024, ocorrerá um eclipse solar anular parcialmente visível no Brasil nas regiões do sudeste (uns 9% no Rio de Janeiro) e sul (uns 31% no Rio Grande do Sul).
- 6 de fevereiro de 2027: a faixa de anularidade passa no mar perto da costa do estado Rio de Janeiro e só toca o território brasileiro no extremo sul do Rio Grande do Sul.
- 26 de janeiro de 2028: anular no norte do país: Amazonas, Pará e Amapá e parcial no restante do país.
- 12 de setembro de 2034 (anular no Rio Grande do Sul e parcial nos restante do país).
- 27 de fevereiro de 2082 (Anular no norte, parcial no resto do país) .
Referências:
https://eclipse.aas.org/eye-safety
https://eclipse.gsfc.nasa.gov/
https://www.timeanddate.com/eclipse/