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Eclipse Solar de 14 de dezembro de 2020

O que é um eclipse solar?

A condições de ocorrência do eclipse solar: lua nova no mesmo plano que contem o Sol e a Terra. Nas regiões de penumbra só podemos ver uma parte do Sol ocultada pela Lua.

Na próxima segunda (14/12), a Lua vai cruzar a eclíptica (plano da órbita da Terra ao redor do Sol) e será Lua nova (a Lua vai estar na direção do Sol). Por isso a sombra da Lua vai percorrer uma estreita faixa da superfície da Terra. Isto é um eclipse solar.

Região onde a sombra (mais escuro: onde ocorre o eclipse solar total) e a penumbra (mais claro: onde acontece o eclipse parcial) da Lua vão percorrer a superfície da Terra.
https://www.timeanddate.com/eclipse/map/2020-december-14 .
A totalidade será numa estreita faixa que vai do Chile à Argentina. Quase toda América do Sul vai estar na penumbra. No Brasil somente o Norte e metade da região Nordeste não verão o eclipse parcial. No gráfico vemos a porcentagem de máxima ocultação do disco solar.

Aqui no Brasil: Onde vai ser visto e quando?

Para cada região a duração e a parcela do disco solar ocultado são diferentes. Os estados da Região Norte e boa parte do Nordeste não verão este eclipse. Alagoas e Sergipe vão ter menos de 5% de superfície ocultada (uma pequenina mordida num dos cantos do disco solar). Bahia, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso vão ver algo em torno de 8%. A região Sudeste e Mato Grosso do Sul verão algo entre 24% e 31%. Os estados da região Sul verão mais de 37% do disco solar ocultado. No extremo sul do Rio Grande do Sul a ocultação será maior que 50%.

Na cidade do Rio de Janeiro o evento começa as 12h57min. Teremos 31% do disco solar ocultado no momento do máximo, em torno das 14h14min, quando o Sol atinge uma altura de uns 56 graus. Às 15h23min já estará encerrado para os cariocas. Claro que dependemos do tempo abrir. As previsões meteorológicas não são as melhores.

Momento do início do eclipse (horário local) e ocultação máxima para diversas capitais no Brasil.

Como observar com segurança?

Óculos escuros e chapas de radiografia não são recomendados.

Observar o Sol, mesmo eclipsado, é muito perigoso. A melhor maneira (mais segura e mais prática) é por projeção. Você pode usar um espelho, uma lente ou uma câmara escura, chamada de pin hole. Use estes recursos para projetar a imagem numa tela improvisada (uma folha de papel branco por exemplo).

Projetando dentro de uma caixa você pode ver a evolução do fenômeno em segurança. Quanto maior a caixa maior o tamanho da imagem. Quanto maior o tamanho do orifício mais luz entra, entretanto piora a imagem. Sugestão: comece com um furo de agulha e não passe muito da espessura de um prego.
Diagrama simplificado para projetar a imagem do Sol. Note o detalhe de que a imagem tem que ser formar no centro da sombra. Mova o anteparo olhando para essa sombra, de costas para o Sol,
Você pode usar um lado de um binóculo simples (que não use prismas) ou uma luneta. Um para-sol também é preciso para fazer sombra na folha.


Para observação existem dois tipos de filtros importados seguros: 1) folhas metalizadas do tipo mylar intituladas solar screen; 2) filmes de um polímero sintético chamada de baader. Se não dispõe destes produtos ou tem dúvidas quanto procedência NÃO IMPROVISE. Existe uma opção mais acessível e razoavelmente confiável: o filtro de soldador número 14 (não use números menores). Você obtém facilmente nas lojas de ferragens em retângulos ou círculos.

Filtros de soldador número 14 (ou maior) e películas aluminizadas especiais (Mylar, SolarScreen ou Baader) pode ser usados como filtros eficientes. Não use filtros feitos para rosquear na ocular (podem rachar) . Se não tem um filtro confiável use seu telescópio para projetar a imagem. NUNCA OLHE PARA O SOL COM INSTRUMENTO ÓPTICO sem um filtro aluminizado.
Exemplos da imagem do disco solar parcialmente ocultado com filtros de soldador (abaixo à esquerda) e mylar (abaixo à direita) em outro eclipse solar parcial.
(Eclipse solar parcial 11/09/07 visto no Planetário do Rio.)

Quando e onde vai ter eclipse de novo?

Todo ano tem eclipse solar. Raro é a sombra passa perto de onde você mora.

Referências:

https://www.timeanddate.com/eclipse/map/2020-december-14
https://eclipse.gsfc.nasa.gov/SEgoogle/SEgoogle2001/SE2020Dec14Tgoogle.html
https://www.deviante.com.br/noticias/ciencia/eclipse-solar-de-carnaval-e-como-observa-lo/
https://www.vercalendario.info/pt/lua/brasil-14-dezembro-2020.html
https://www.businessinsider.com/every-total-solar-eclipse-until-2040-video-2017-8
http://oal.ul.pt/observar-o-sol-em-seguranca/
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000017087.pdf
https://www.businessinsider.com/every-total-solar-eclipse-until-2040-video-2017-8
http://oal.ul.pt/observar-o-sol-em-seguranca/
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000017087.pdf
https://www.vercalendario.info/pt/lua/brasil-14-dezembro-2020.html
https://www.businessinsider.com/every-total-solar-eclipse-until-2040-video-2017-8
http://oal.ul.pt/observar-o-sol-em-seguranca/
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000017087.pdf

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Coluna do Astrônomo

O Sistema Alpha Centauri

Nas proximidades do Cruzeiro do Sul, onde está a Caixinha de Jóias, sobre a qual conversamos semana passada, encontramos um sistema estelar muito interessante, que também faz parte da lista de objetos para os quais os observadores do céu gostam de apontar seus telescópios.

Normalmente não apontamos um telescópio para uma estrela por um motivo simples: estrelas estão tão tão distantes (pedindo licença ao Shrek), que mesmo no maior telescópio do mundo ela continua sendo observada como um pontinho. O telescópio pode te mostrar uma quantidade maior de estrelas do que a quantidade que você enxerga sem ele, mas nenhum telescópio pode te mostrar uma estrela maior do que você vê diretamente.

Entretanto, Alpha Centauri é uma exceção por se tratar de um sistema estelar que pode ser resolvido com o telescópio, ou seja, enquanto sem instrumento vemos apenas uma estrela, com um telescópio conseguimos ver duas, bem próximas uma da outra. As duas estrelas são chamadas Aplha Centauri A, também conhecida como Rigel Kentaurus ou Rigel Kent e Alpha Centauri B, também conhecida como Toliman.

A Carta Celeste dessa semana mostra os nomes de algumas estrelas notáveis. Procure por Rigel Kentaurus à esquerda do Cruzeiro do Sul, na região sul do céu (próximo á letra “S”).

Carta Celeste com o céu do Rio de Janeiro, dia 15 de maio de 2019 às 19h (horário local)

As estrelas do sistema Aplha Centauri são as mais próximas de nós depois do Sol. Estão a cerca de 4.4 anos-luz de distância.

Rigel Kentaurus e sua companheira Alpha Centauri B orbitam ao redor do seu centro de massa em cerca de 80 anos. Mas essas são as duas estrelas mais brilhantes do sistema… só que, na verdade, há ainda uma terceira estrela aí!

Curiosamente, essa terceira estrela, a Alpha Centauri C, também conhecida como Próxima Centauri, é a estrela mais próxima de nós e a única que não conseguimos ver nem com um telescópio de uso amador. Trata-se de uma anã vermelha, pequena e pouco brilhante.

Rigel Kentaurus, ou Alpha Centauri A é a estrela mais brilhante à esquerda. Toliman ou Alpha Centauri B está à direita e Próxima Centauri, a mais próxima de nós, está na região destacada pelo círculo vermelho (Wikimedia Commons)

O fato de Próxima Centauri ser de fato a estrela mais próxima de nós depois do Sol e ser tão difícil de ser observada nos lembra que apenas olhando para o brilho das estrelas não podemos dizer absolutamente nada sobre suas distâncias. Uma estrela mais brilhante que outra não está necessariamente mais próxima, assim como uma menos brilhante não está necessariamente mais distante.

Bons Céus!

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Coluna do Astrônomo Curiosidades

O Caçador e o Escorpião: A Eterna Batalha de Gigantes no Céu

O céu que os rodeia está cheio de objetos interessantes e mistérios a serem desvendados. Nos últimos dias, por exemplo, tivemos a primeira foto do horizonte de eventos de um buraco negro, algo desejado pelos astrônomos há décadas!

Além dos mistérios aguardando o espírito humano os alcançarem, o espaço nos mostra cenas de beleza estonteante e guarda lendas criadas por nossos antepassados. Nessas noites, acontece no céu um belíssimo espetáculo teatral onde duas constelações são atores da representação de uma das mais belas lendas, que nos fala sobre uma mensagem que Zeus, o deus dos deuses na mitologia grega, queria que a humanidade recebesse e se recordasse constantemente. Essa mensagem fala sobre arrogância.

Órion era um gigante e um exímio caçador, muito corajoso e habilidoso. Mas também era pouco humilde e gostava de se gabar demais de suas proezas. Um dia, ele disse que era o maior dos caçadores e que não havia nenhum animal capaz de escapar à sua caçada. Dizendo isso, enfureceu Artemis, deusa da caça. Apesar de ser a deusa da caça, Artemis era protetora dos animais, e não gostou nada do que disse o gigante Órion. Assim, enviou um escorpião para duelar com o caçador. Na briga, Órion foi picado pelo escorpião e morreu.

Carta Celeste do céu do Planetário do Rio, 17 de abril de 2019 às 20h30min (horário local). Clique na Carta para ver maior

Para que os homens se lembrassem do caçador que foi morto por um escorpião em consequência de sua arrogância, Zeus os transportou para o céu de modo que a cena da perseguição se eternizasse sobre nossas cabeças.

Repare na Carta Celeste acima. No horizonte oeste (à direita marcado pela letra W) vemos o Órion se pondo. Do outro lado do céu, no ponto oposto, ao leste (à esquerda, onde está a letra E), vemos o Escorpião surgindo. (O Escorpião é a constelação que abriga o aglomerado estelar M4, em evidência na Carta Celeste.)

O movimento que vemos as estrelas fazendo ao longo de uma noite é o mesmo movimento que percebemos no Sol durante o dia. Chamamos esse movimento de movimento diurno, e ele é uma consequência do movimento de rotação da Terra. Nosso planeta gira e vemos tudo o que está fora dele se movendo no sentido oposto.

Graças ao movimento diurno, a constelação do Órion e a constelação do Escorpião nunca são vistas por inteiro juntas no céu. Apenas quando uma se põe a outra aparece.

Essa é apenas uma das várias versões que existem na mitologia para a morte de Órion e sua relação com Artemis, ou Diana, na mitologia romana.

E Zeus, além de nos deixar esse eterno lembrete numa encenação celestial, também nos deixou uma boa dica para quem busca conhecer o mapa das estrelas: se você estiver vendo o Órion no céu, não estará vendo o Escorpião; e se estiver vendo o Escorpião, pode ter certeza que não estará vendo o Órion.

Leia também:

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Hubble observa o quasar mais brilhante já observado no Universo primordial

Quasares são núcleos ativos de galáxias, extremamente brilhantes, que contêm um buraco negro supermassivo circundado por um disco de material que, ao cair no buraco negro, libera muita energia. Ela é observada em todos os comprimentos de onda: visível, infravermelho, raios X, etc.
 

Esse objeto começou a brilhar quando o Universo tinha apenas a idade de cerca de um bilhão de anos (atualmente, o Universo tem cerca de 14 bilhões de anos), e brilha o equivalente a cerca de 600 trilhões de sóis.

Apesar disso, o objeto só foi observado por um efeito que compreendemos através da teoria da relatividade, de Einstein. A gravidade de uma galáxia pouco brilhante localizada exatamente entre o quasar e a Terra distorce o espaço ao seu redor, gerando o que chamamos de lente gravitacional. Esse efeito produz uma distorção no caminho percorrido pela luz que chega a nós vinda do quasar, fazendo com que ele seja observado 50 vezes mais brilhante do que seria sem a lente gravitacional.

Objetos como esse podem ajudar a compreender as etapas iniciais pelas quais passou o Universo em seu início. O time de astrônomos trabalha agora em determinar a composição química e temperatura de um objeto dessa fase inicial do Universo. E o grupo espera também observar esse quasar com o Telescópio Espacial James Webb, com lançamento previsto para março de 2021. Com esse telescópio no espaço e outros em terra, o grupo pretende observar detalhes das vizinhanças do buraco negro central, sua influência no gás ao redor e na formação estelar da galáxia que o abriga.

 
Leia Mais:

(em inglês) https://www.spacetelescope.org/news/heic1902/?lang

Concepção artística de um quasar distante (NASA)

 

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Oposição de Marte

Muitas pessoas têm notado um astro surgindo na direção do nascente durante a madrugada. A cada dia o astro nasce mais cedo. O seu aspecto brilhante e alaranjado chama muito a atenção. Trata-se do planeta Marte que se aproxima da sua melhor época de observação: a oposição em 27 de Julho. A partir da primeira semana de agosto Marte terá um bom destaque logo do início da noite.

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Eclipse no carnaval: 26/02/2017

eclipse

No próximo domingo (26/02/2017) tem eclipse solar anular visível como parcial em mais da metade do país. No Rio será pela manhã, mas será que alguém vai querer ver eclipse em pleno carnaval? 

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Como encontrar os planetas no céu

O céu do começo das próximas noites terá vários planetas visíveis a olho nu. Ao longo dos próximos dias, poderemos ver cinco planetas ao entardecer, mas dois deles serão bem difíceis de observar.

Começando pelos mais fáceis: Júpiter, o mais brilhante de todos, será visível no começo da noite, a oeste, na constelação do Leão. O maior planeta do Sistema Solar, será visível até às 21h30min. Marte, o planeta vermelho, surge bem alto no céu no começo da noite, na constelação de Libra, podendo ser observado até às 2h da madrugada. Ele está bem brilhante, embora não tanto quanto Júpiter.

Bem perto de Marte, encontramos o planeta Saturno, na constelação do Serpentário. O planeta dos anéis poderá ser observado até às 3h da madrugada. Marte, Saturno e Antares, uma estrela avermelhada e a mais brilhante da constelação do Escorpião, formarão um triângulo no céu nas próximas noites.

Agora os planetas mais complicados para observar: Mercúrio e Vênus. Ao longo de julho eles aparecerão no céu do entardecer por alguns minutos, na direção oeste, logo após o pôr do Sol, com o céu ainda não totalmente escuro. Estes dois planetas serão um desafio para os aficionados.

A disposição que os planetas terão no céu leva as pessoas a dizerem que os mesmos estarão alinhados. Do nosso referencial, na Terra, os planetas sempre parecerão estar alinhados no céu, uma vez que todos giram ao redor do Sol em planos orbitais relativamente próximos. O que muda, de tempos em tempos, é a separação destes no céu (que também é influenciada pelo nosso referencial). No caso presente, os cinco planetas estão bem espalhados no céu, indo de oeste até leste. Boas observações!

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Coluna do Astrônomo

Como encontrar os planetas no céu

O céu do começo das próximas noites terá vários planetas visíveis a olho nu. Ao longo dos próximos dias, poderemos ver cinco planetas ao entardecer, mas dois deles serão bem difíceis de observar.

Começando pelos mais fáceis: Júpiter, o mais brilhante de todos, será visível no começo da noite, a oeste, na constelação do Leão. O maior planeta do Sistema Solar, será visível até às 21h30min. Marte, o planeta vermelho, surge bem alto no céu no começo da noite, na constelação de Libra, podendo ser observado até às 2h da madrugada. Ele está bem brilhante, embora não tanto quanto Júpiter.

Bem perto de Marte, encontramos o planeta Saturno, na constelação do Serpentário. O planeta dos anéis poderá ser observado até às 3h da madrugada. Marte, Saturno e Antares, uma estrela avermelhada e a mais brilhante da constelação do Escorpião, formarão um triângulo no céu nas próximas noites.

Agora os planetas mais complicados para observar: Mercúrio e Vênus. Ao longo de julho eles aparecerão no céu do entardecer por alguns minutos, na direção oeste, logo após o pôr do Sol, com o céu ainda não totalmente escuro. Estes dois planetas serão um desafio para os aficionados.

A disposição que os planetas terão no céu leva as pessoas a dizerem que os mesmos estarão alinhados. Do nosso referencial, na Terra, os planetas sempre parecerão estar alinhados no céu, uma vez que todos giram ao redor do Sol em planos orbitais relativamente próximos. O que muda, de tempos em tempos, é a separação destes no céu (que também é influenciada pelo nosso referencial). No caso presente, os cinco planetas estão bem espalhados no céu, indo de oeste até leste. Boas observações!

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Observando o cometa Jacques

 

A observação de cometas é uma das mais prazerosas ações dos astrônomos amadores. No imaginário popular, a simples menção a cometas leva o leitor a acreditar que verá um grande objeto difuso deslocando-se no céu com uma grande cauda. A realidade é um pouco diferente. Apesar de existirem vários relatos de cometas brilhantes, observar um com brilho significativo não é rotineiro.

Na antiguidade, a observação de um cometa era vista como um presságio, positivo e, algumas vezes, negativo. Por exemplo, na conquista normanda da Inglaterra, antes da batalha de Hastings, em 1066, o Rei Harold foi informado do avistamento do cometa Halley e, no dia 14 de outubro perde o combate para o duque normando Guilherme. Este evento foi retratado na tapeçaria Bayeux.

 

Parte da tapeçaria Bayeux onde o cometa é representado.

Nos últimos anos, a descoberta de novos cometas é comumente feita utilizando-se os telescópios robotizados do projeto LINEAR, uma parceria entre a NASA (Agência Espacial Norte-Americana), a Força Aérea Americana e o Laboratório Lincoln do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), mas não se resume a apenas astrônomos profissionais. Diversos grupos de astrônomos amadores de diferentes partes do mundo dedicam grandes esforços para encontrar NEOs (objetos com órbitas próximas da Terra), principalmente asteroides e eventualmente cometas.

O grupo brasileiro SONEAR (Observatório austral para pesquisa de objetos próximos da Terra, em inglês) do astrônomo amador Cristovão Jacques, em colaboração com João Ribeiro de Barros e Eduardo Pimentel, faz parte da rede de observatórios que se dedicam à busca de asteroides e cometas. No início do ano de 2014, após a comparação de imagens feitas do mesmo campo estelar em diferentes datas, foi encontrado o cometa, inicialmente denominado S002692 e posteriormente C/2014 E2 Jacques, seguindo a tradição de denominar o cometa com o nome de seu descobridor.

Durante o mês de setembro, o cometa Jacques poderá ser observado nas constelações do Cisne, Raposa e Águia (vide ilustração abaixo). Utilizando um telescópio de pequeno porte ou um bom binóculo será possível notar a sua presença. Para se ter uma ideia da necessidade de instrumentos, estima-se que no dia 14/09 terá uma magnitude aparente de 9, muito acima do limite da visão humana desarmada.

Como passa próximo de estrelas brilhantes, sua posição no céu não será muito difícil de localizar se o observador tiver o horizonte Norte e Nordeste livre no início da noite.

 

Boa sorte aos observadores!!

 

Posição do cometa Jacques durante o mês de setembro de 2014 (crédito: Alexandre Amorim)

 

Imagem do cometa Jacques obtida por Paulo Cacella em 23/07/2014