O Planetário pausará as suas atividades no dia 16 de Dezembro para manutenção de equipamentos e retornará a partir do dia 03 de Janeiro de 2023.
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No próximo dia 2 de dezembro, o Brasil celebra o Dia Nacional da Astronomia, uma data que nos convida a contemplar o firmamento estrelado e relembrar a rica história que conecta nossa nação ao céu. Não bastasse termos a bandeira mais astronômica de todas ainda tivemos um governante amante da observação celeste. O imperador brasileiro Dom Pedro II nasceu nesta data no ano de 1825. Ele é considerado patrono da astronomia brasileira. Esta é uma justa homenagem pela sua participação na promoção e desenvolvimento da ciências dos astros.
Legado Histórico da Astronômia Brasileira
Durante o século XIX, o imperador Dom Pedro II desempenhou um papel crucial no fomento da ciência e cultura no Brasil. Sua paixão pela astronomia era evidente, e ele se envolveu ativamente em iniciativas que promoveram o estudo dos astros em solo brasileiro.
Dom Pedro I criou um observatório astronômico na cidade do Rio de Janeiro em 1827. Mais tarde com a proclamação da república veio a se chamar Observatório Nacional (1909). Este centro de pesquisa abrigou instrumentos de ponta e atraiu cientistas para colaborar com suas pesquisas desde sua fundação.
O Impacto Duradouro de Dom Pedro II
Dom Pedro II financiou expedições científicas e aquisição de equipamentos astronômicos. O imperador também incentivou a formação de astrônomos brasileiros, através de bolsas de estudo.
“Nasci para consagrar-me às letras e às ciências, e, a ocupar posição política, preferiria a de presidente da República ou ministro à de imperador.”
Ao comemorarmos o Dia Nacional da Astronomia, é crucial reconhecer a herança deixada por Dom Pedro II. O Brasil tem hoje instituições de pesquisa ativas participando em diversos projetos internacionais.
Neste 2 de dezembro, convidamos todos a olhar para o céu e se maravilhar com a vastidão do universo e refletir sobre a importância da astronomia em nossa sociedade. A atuação visionária de um imperador brasileiro permitiu a gerações de cientistas percorrer os caminhos do estudo dos astros. Assim como as estrelas, o conhecimento ilumina o caminho para um futuro menos sombrio.
“Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro.”
D. Pedro II
Quer saber mais? Leia o Zine PlanetaRio – número 10 – 2021
Na tarde de sábado de 14 de outubro de 2023 o céu apresenta um pequeno espetáculo para milhões de pessoas. A sombra da Lua se projeta sobre a superfície da Terra. Essa sombra avança cortando as Américas de noroeste a sudeste. Este eclipse não é um eclipse total. No momento do máximo, a Lua estará um pouco mais distante de nós e, por isso, não ocultará totalmente o disco solar. Assim, em alguns lugares, a luz do Sol forma um anel ao redor da silhueta da Lua.
De onde dará pra ver o eclipse?
Em diferentes cidades, porções diversas do disco solar são ocultadas durante o eclipse. No Brasil, as ocultações variarão de 9%, em Chuí (Rio Grande do Sul), a 88%, em Araruna (Paraíba). Além disso, as etapas do fenômeno acontecerão em horários diferentes de acordo com a localização geográfica. A porção estreita de terra onde há a máxima ocultação, chamada de faixa de anularidade, atravessará o Amazonas, o Pará, o Maranhão, o Piauí, o Ceará, a Paraíba, Pernambuco e o Rio Grande do Norte.
Estado
Capital
Ocultação Máxima
Início
Máximo
Fim
Tipo de Eclipse
Rio Grande do Norte
Natal
88.52%
15:29:29
16:45:43
16:47:32
Anular
Paraíba
João Pessoa
88.50%
15:31:03
16:46:43
16:48:15
Anular
Amazonas
Manaus
88.32%
13:40:34
15:19:28
16:43:39
Parcial
Piauí
Teresina
87.38%
15:18:49
16:41:26
17:43:33
Parcial
Pernambuco
Recife
87.19%
15:31:57
16:47:18
17:13:40
Parcial
Ceará
Fortaleza
83.65%
15:23:34
16:42:44
17:25:36
Parcial
Alagoas
Maceió
82.50%
15:32:41
16:48:01
17:17:59
Parcial
Tocantins
Palmas
82.31%
15:16:24
16:41:35
17:54:22
Parcial
Maranhão
São Luís
79.50%
15:13:35
16:37:52
17:47:58
Parcial
Sergipe
Aracaju
78.66%
15:32:38
16:48:20
17:24:08
Parcial
Rondônia
Porto Velho
78.61%
13:43:34
15:21:29
16:45:57
Parcial
Pará
Belém
76.76%
15:04:28
16:32:46
17:47:26
Parcial
Amapá
Macapá
73.02%
14:56:58
16:27:52
17:44:36
Parcial
Roraima
Boa Vista
71.99%
13:28:05
15:08:25
16:34:16
Parcial
Bahia
Salvador
71.93%
15:33:02
16:48:56
17:31:02
Parcial
Acre
Rio Branco
70.22%
12:38:33
14:16:53
15:42:54
Parcial
Distrito Federal
Brasília
63.10%
15:25:04
15:25:04
17:54:59
Parcial
Mato Grosso
Cuiabá
61.62%
14:12:52
15:38:41
16:52:54
Parcial
Goiás
Goiânia
59.90%
15:25:16
16:45:12
17:54:38
Parcial
Minas Gerais
Belo Horizonte
48.95%
15:37:13
16:49:33
17:53:16
Parcial
Espírito Santo
Vitória
47.18%
15:41:32
16:50:58
17:43:07
Parcial
Mato Grosso do Sul
Campo Grande
45.84%
14:25:11
15:43:05
16:51:33
Parcial
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
38.81%
15:43:10
16:50:34
17:50:39
Parcial
São Paulo
São Paulo
37.09%
15:40:50
16:49:16
17:50:14
Parcial
Paraná
Curitiba
31.05%
15:42:01
16:48:19
17:47:47
Parcial
Santa Catarina
Florianópolis
24.63%
15:47:35
16:48:58
17:44:34
Parcial
Rio Grande do Sul
Porto Alegre
17.60%
15:51:31
16:47:50
17:39:25
Parcial
Tabela com porcentagem ocultada e os horários do eclipse para todas as capitais do Brasil (Fonte: https://www.timeanddate.com/).
No Rio de Janeiro, o ápice do eclipse ocorrerá às 16h51min, quando cerca de 39% do disco solar estará encoberto. Nesse momento o Sol estará não muito acima do horizonte na direção oeste. Para observar o evento procure um local com o horizonte desimpedido na direção do por do Sol. Um lugar alto é desejável. Praias voltadas para o poente têm grandes chances de ver a maior parte do evento.
Como observar de forma segura?
Observar o Sol, mesmo à vista desarmada, pode ser muito perigoso para os nossos olhos. O oftalmologista canadense CHOU (1991) afirma que menos de 30 segundos de observação direta do Sol pode ser o suficiente para haver danos permanentes na retina, inclusive casos de cegueira total. Como esses danos são indolores, facilmente podemos estar sendo prejudicados sem percebermos. O uso de dispositivos ópticos, como telescópios ou binóculos, pode causar danos visuais quase instantâneos devido à intensa concentração de raios solares que afetam a retina.
A forma mais segura de observar o Sol é por meio da projeção da sua imagem em uma superfície branca e fosca que esteja na sombra. Esse método é confortável, elimina riscos de lesões oculares e é adequado para grupos, incluindo crianças. A maneira mais simples precisa apenas de um papelão grande (do tamanho de uma embalagem de pizza grande seria o ideal), um pedaço pequeno de papel alumínio, uma agulha e uma folha de papel branco. Faça uma abertura no papelão, prenda o pedaço de alumínio com fita adesiva, faça um furo pequeno no centro com agulha. Segure o papelão de modo que a luz passe pelo furo e se projete no chão no centro da sombra. Para melhorar o contraste pode colocar ali uma folha de papel branco.
Você pode fazer o mesmo dentro de uma caixa de papelão. Este tipo de dispositivo chamamos de Câmara Escura ou PinHole.
Não use radiografias, óculos escuros, vidro esfumaçado, espelhos, filmes fotográficos velados ou qualquer filtro improvisado.
Os únicos filtros testados e recomendados cumprem normas internacionais. São todos importados e apresentam uma aspecto metalizado. Só use se tiver alguma referência confiável de procedência. Algumas marcas famosas são Baader e SolarScreen.
O Filtro de Soldador nº 14 é um opção barata e segura mas não tão fácil de encontrar. Geralmente, nas lojas de ferragem mais simples você só encontra números menores que não são seguros. O filtro nº 14 apresenta uma cor negra quando manuseado e verde ao ver através dele. Se vir algo além do Sol ou uma lâmpada muito brilhante não use para ver o Sol (deve estar com defeito). Estes produtos devem vir estampados no número no vidro ou na embalagem e precisa obedecer critérios do INMETRO.
O uso de telescópios exige ainda mais cuidado. Alguns trazem filtros escuros para adaptar na ocular: não são seguros, costumam rachar com o calor. A maneira mais segura é projetar a imagem sobre uma folha branca de papel dentro de uma caixa de papelão.
Procure sempre orientação de quem entende: busque informação em planetários, observatórios e museus de ciências.
Próximos eclipses anulares
Eclipses solares acontecem anualmente, mas sua área de visibilidade é restrita.
Próximos eclipses solares anulares visíveis no país serão:
2 de outubro de 2024, ocorrerá um eclipse solar anular parcialmente visível no Brasil nas regiões do sudeste (uns 9% no Rio de Janeiro) e sul (uns 31% no Rio Grande do Sul).
6 de fevereiro de 2027: a faixa de anularidade passa no mar perto da costa do estado Rio de Janeiro e só toca o território brasileiro no extremo sul do Rio Grande do Sul.
26 de janeiro de 2028: anular no norte do país: Amazonas, Pará e Amapá e parcial no restante do país.
12 de setembro de 2034 (anular no Rio Grande do Sul e parcial nos restante do país).
27 de fevereiro de 2082 (Anular no norte, parcial no resto do país) .
Talvez você já tenha reparado um astro bem brilhante aparecendo ao Leste no início das noites. Mostra um brilho bem mais intenso que todas as estrelas naquela região. trata-se do planeta Júpiter, um dos objetos mais interessantes de se observar com um telescópio.
A carta Celeste mostra o céu do Rio de Janeiro para essa quarta, 12 de junho de 2019, às 19h no horário local.
Júpiter está na constelação do Ofiúco, ou Serpentário. Com um telescópio de médio porte é possível observar seus quatro maiores satélites: Io, Calisto, Ganimedes e Europa, conhecidos como satélites galileanos.
Essa é uma observação que possui um especial interesse histórico, pois foi observando esses satélites que Galileu viu, pela primeira vez, objetos girando não em torno da Terra, mas em torno de outro planeta. Isso foi um capítulo importante em nossa saga para obter o conhecimento sobre a Terra não ser o centro do Universo.
Nessa semana, teremos a Lua bastante brilhante e próxima a Júpiter no céu, o que atrapalha um pouco sua observação. Céu enluarado é bom para ser visto sem instrumentos, pois a própria Lua não fica bem no telescópio quando está muito iluminada.
Algumas pessoas também conseguem ver em Júpiter nuances que indicam as faixas coloridas de sua atmosfera. Note que ao telescópio, observando-se diretamente com os olhos, sem tirar uma fotografia, nenhum objeto aparece muito colorido. Mas ainda assim é possível ver as faixas coloridas e até a grande mancha vermelha se estiver voltada para a Terra no momento da observação.
Essa semana teremos duas coisas bastante interessantes no céu: o pico de atividade de uma chuva de meteoros e a Lua no quarto-crescente. Sim, são duas coisas bastante interessantes, mas são ainda mais interessantes quando não estão juntas no mesmo céu.
As chuvas de meteoros são muito comuns, e o que mais se destaca em Alpha Scorpiideas é sua fácil localização no céu logo no início da noite. Chuvas de meteoros acontecem quando a Terra cruza o rastro de poeira deixado por um cometa ou um asteroide. A grande maioria das chuvas é associada a algum cometa, mas há aquelas associadas a asteroides também.
O quarto crescente é a melhor fase para se observar a Lua ao telescópio, por ela estar alta no céu logo no início da noite e também pelo efeito causado pelas sombras das montanhas e crateras, que nos permite uma melhor percepção da superfície lunar. Essa percepção é bastante prejudicada na Lua Cheia, quando a luminosidade do Sol incide perpendicularmente sobre a superfície lunar e não temos sombras. Certamente a Lua estará em nossa próxima observação do céu aqui do Planetário.
A carta celeste abaixo é para o céu do Rio de Janeiro dessa próxima semana, no início da noite.
As chuvas de meteoros são caracterizadas pela posição de seu radiante, um ponto no céu de onde parecem sair os meteoros. A constelação onde está o radiante dá nome à chuva, de modo que Alpha Scorpiideas acontece na constelação do Escorpião. Procure essa constelação um pouco acima de onde você viu o Sol nascendo.
Note na carta celeste, que a Lua, já brilhante, saindo do quarto crescente e indo para a fase cheia, estará muito próximo, o que prejudicará a observação de Alpha Scorpiideas. O pico dessa chuva ocorre hoje, dia 13 de maio, mas será possível observar meteoros dela até por volta do dia 20 de maio. A taxa de meteoros esperada é de 5 por hora, num céu ideal, longe da poluição luminosa e sem Lua.
Apesar das condições não serem as ideais, temos a vantagem, do Escorpião estar no céu no início da noite, e de ser uma constelação especialmente fácil de se identificar. Portanto, fica a sugestão de tentar observar ao menos alguns meteoros nas próximas noites!
Ah, e não se esqueça de fazer um pedido para cada um que conseguir ver.
Nas proximidades do Cruzeiro do Sul, onde está a Caixinha de Jóias, sobre a qual conversamos semana passada, encontramos um sistema estelar muito interessante, que também faz parte da lista de objetos para os quais os observadores do céu gostam de apontar seus telescópios.
Normalmente não apontamos um telescópio para uma estrela por um motivo simples: estrelas estão tão tão distantes (pedindo licença ao Shrek), que mesmo no maior telescópio do mundo ela continua sendo observada como um pontinho. O telescópio pode te mostrar uma quantidade maior de estrelas do que a quantidade que você enxerga sem ele, mas nenhum telescópio pode te mostrar uma estrela maior do que você vê diretamente.
Entretanto, Alpha Centauri é uma exceção por se tratar de um sistema estelar que pode ser resolvido com o telescópio, ou seja, enquanto sem instrumento vemos apenas uma estrela, com um telescópio conseguimos ver duas, bem próximas uma da outra. As duas estrelas são chamadas Aplha Centauri A, também conhecida como Rigel Kentaurus ou Rigel Kent e Alpha Centauri B, também conhecida como Toliman.
A Carta Celeste dessa semana mostra os nomes de algumas estrelas notáveis. Procure por Rigel Kentaurus à esquerda do Cruzeiro do Sul, na região sul do céu (próximo á letra “S”).
As estrelas do sistema Aplha Centauri são as mais próximas de nós depois do Sol. Estão a cerca de 4.4 anos-luz de distância.
Rigel Kentaurus e sua companheira Alpha Centauri B orbitam ao redor do seu centro de massa em cerca de 80 anos. Mas essas são as duas estrelas mais brilhantes do sistema… só que, na verdade, há ainda uma terceira estrela aí!
Curiosamente, essa terceira estrela, a Alpha Centauri C, também conhecida como Próxima Centauri, é a estrela mais próxima de nós e a única que não conseguimos ver nem com um telescópio de uso amador. Trata-se de uma anã vermelha, pequena e pouco brilhante.
O fato de Próxima Centauri ser de fato a estrela mais próxima de nós depois do Sol e ser tão difícil de ser observada nos lembra que apenas olhando para o brilho das estrelas não podemos dizer absolutamente nada sobre suas distâncias. Uma estrela mais brilhante que outra não está necessariamente mais próxima, assim como uma menos brilhante não está necessariamente mais distante.
O céu que os rodeia está cheio de objetos interessantes e mistérios a serem desvendados. Nos últimos dias, por exemplo, tivemos a primeira foto do horizonte de eventos de um buraco negro, algo desejado pelos astrônomos há décadas!
Além dos mistérios aguardando o espírito humano os alcançarem, o espaço nos mostra cenas de beleza estonteante e guarda lendas criadas por nossos antepassados. Nessas noites, acontece no céu um belíssimo espetáculo teatral onde duas constelações são atores da representação de uma das mais belas lendas, que nos fala sobre uma mensagem que Zeus, o deus dos deuses na mitologia grega, queria que a humanidade recebesse e se recordasse constantemente. Essa mensagem fala sobre arrogância.
Órion era um gigante e um exímio caçador, muito corajoso e habilidoso. Mas também era pouco humilde e gostava de se gabar demais de suas proezas. Um dia, ele disse que era o maior dos caçadores e que não havia nenhum animal capaz de escapar à sua caçada. Dizendo isso, enfureceu Artemis, deusa da caça. Apesar de ser a deusa da caça, Artemis era protetora dos animais, e não gostou nada do que disse o gigante Órion. Assim, enviou um escorpião para duelar com o caçador. Na briga, Órion foi picado pelo escorpião e morreu.
Para que os homens se lembrassem do caçador que foi morto por um escorpião em consequência de sua arrogância, Zeus os transportou para o céu de modo que a cena da perseguição se eternizasse sobre nossas cabeças.
Repare na Carta Celeste acima. No horizonte oeste (à direita marcado pela letra W) vemos o Órion se pondo. Do outro lado do céu, no ponto oposto, ao leste (à esquerda, onde está a letra E), vemos o Escorpião surgindo. (O Escorpião é a constelação que abriga o aglomerado estelar M4, em evidência na Carta Celeste.)
O movimento que vemos as estrelas fazendo ao longo de uma noite é o mesmo movimento que percebemos no Sol durante o dia. Chamamos esse movimento de movimento diurno, e ele é uma consequência do movimento de rotação da Terra. Nosso planeta gira e vemos tudo o que está fora dele se movendo no sentido oposto.
Graças ao movimento diurno, a constelação do Órion e a constelação do Escorpião nunca são vistas por inteiro juntas no céu. Apenas quando uma se põe a outra aparece.
Essa é apenas uma das várias versões que existem na mitologia para a morte de Órion e sua relação com Artemis, ou Diana, na mitologia romana.
E Zeus, além de nos deixar esse eterno lembrete numa encenação celestial, também nos deixou uma boa dica para quem busca conhecer o mapa das estrelas: se você estiver vendo o Órion no céu, não estará vendo o Escorpião; e se estiver vendo o Escorpião, pode ter certeza que não estará vendo o Órion.
Esse é o primeiro texto da coluna Segunda do Céu, que faz parte dessa nova fase do website do Planetário do Rio. Aqui, todas as segunda-feiras, conversaremos sobre coisas relacionadas ao céu e à sua observação. Falaremos sobre identificação do céu, astronomia fundamental, astronomia de posição, equipamentos de observação, técnicas observacionais e quaisquer outros assuntos que possam nos aproximar dessa deliciosa atividade de observação do céu.
Se você nunca teve o hábito de olhar para o céu, e está começando suas leituras por aqui, a primeira coisa que quero é: sinta o frio na barriga! Sinta o arrepio que olhar para o céu nos proporciona! E mantenha isso, nunca deixe de se admirar com o céu. Se a observação do céu já uma rotina para você, suponho que você conheça esse encanto produzido pelo céu, e quero que o cultive cada vez mais. Espero que esses textos possam estimular e dar aos leitores algumas informações sobre o céu que observamos. Espero também que esses textos sirvam de reforço ao permanente convite para você vir observar o céu com os telescópios do Planetário às quartas ou aos sábados.
Nessa semana de estréia, temos um céu cuja grande atração para observação será a Lua, que passa pelo quarto crescente dia 12 de abril, sexta-feira. A Lua próximo do Quarto Crescente aparece numa região alta do céu ainda no início da noite e está iluminada de forma a proporcionar a melhor observação ao telescópio.
Em geral, a Lua cheia é a mais bonita para contemplação, sem telescópios ou binóculos. Mas quando a Lua está próxima a um dos quartos, crescente ou minguante, temos apenas uma parte iluminada e outra parte sem receber luz do Sol. Nessa situação, o contraste entre a parte iluminada e a parte não iluminada nos permite ver com mais clareza num telescópio os detalhes de sua superfície. Na Lua Cheia sua superfície está tão iluminada que fica difícil perceber detalhes da superfície.
A Lua nessa semana em que entra no Quarto Crescente estará passando pela constelação do Touro. A Carta Celeste abaixo mostra o céu do Rio de Janeiro dia 10 às 18h30.
Um pouco mais baixo que da Lua, mais próximo ao horizonte, ainda podemos ver Marte no céu, já se tornando um planeta difícil de se observar. Objetos mais altos no céu são melhores de se observar por estarem numa posição com menos influência da poluição luminosa e com menos obstáculos, como prédios e montanhas.
Nas próximas semanas vamos ter a chance de falar sobre outros aspectos desse céu e, ao longo do ano, vamos acompanhando as mudanças celestes que ocorrem.
O segundo maior planeta do Sistema Solar é Saturno, um gigante gasoso. Sua densidade é menor que a da água, mas o que realmente o distingue dos demais é seu vasto sistema de anéis. Os anéis de Saturno são compostos por uma miríade de partículas de gelo e rocha que circundam seu equador em diversos anéis concêntricos. Existem, além de anéis, 62 satélites conhecidos até o momento. Entre estas luas saturnianas encontramos Titã, uma vez e meia maior que a nossa Lua. Várias sondas espaciais já visitaram Saturno e a maior parte das imagens deslumbrantes deste astro vieram destes encontros.
Saturno é considerado o planeta mais bonito visto ao telescópio. Depois da Lua Crescente, é o que há de melhor para começar a observar o céu ao telescópio. Nos dias de Lua Cheia, esta atrapalha um pouco. Se você nunca observou o céu ao telescópio, uma noite ideal é aquela que tenha uma lua crescente e Saturno no céu. As próximas noites de observação aqui no Planetário com estas duas joias no céu são: 18/07, 18/08 e 15/09. No próximo dia 27, uma quarta-feira, Saturno estará em oposição, a melhor época para observar planetas externos à órbita terrestre. Se não conseguir observar no dia não tem problema. Nos próximos dias ainda vai dar para ver bem. Saturno estará praticamente tão brilhante no próximo mês como no dia da oposição. É só torcer para o tempo ajudar e não nublar.
Como falei acima, quando ocorre a oposição é a melhor época para ver um planeta externo à órbita da Terra (Marte, Saturno e Júpiter, só pra citar os mais brilhantes). Nesta época a distância do planeta à Terra é menor e, por consequência, o brilho e o tamanho da sua imagem são maiores. Além disso, o planeta fica mais tempo acima do horizonte: praticamente a noite toda. É o início do período bom para observar estes planetas na nossa atividade de observação do céu (às quartas 18h30min e sábados às 19h). Veja em http://www.planetariodorio.com.br/observacao-do-ceu/. Em julho será a vez de Marte, no dia 27. Por enquanto ele aparece como um astro brilhante e dourado durante as madrugadas mais limpas. Vamos aguardar.
No próximo dia 8 de maio, o planeta Júpiter estará em oposição, melhor época para observá-lo. Ele já está bem visível no céu e permanecerá assim por um bom tempo mas, no período da oposição, ele fica mais tempo no céu noturno.
A cada 13 meses Terra e Júpiter têm um “encontro” especial. Quando isso ocorre, o gigante gasoso apresenta as melhores condições de observação, ficando bem brilhante e podendo ser visto ao longo de toda a noite. Chamamos esse encontro de oposição, porque Júpiter estará oposto ao Sol no céu. Mas como ocorre a oposição de Júpiter, e porque o planeta fica mais brilhante?
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, contendo uma gigantesca atmosfera gasosa que atua como um espelho refletindo a luz do Sol. Isso já garante que o belo planeta tenha um brilho considerável e constante. Não por acaso, este planeta recebeu na mitologia greco-romana o nome do Deus dos deuses.
As oposições planetárias só ocorrem com os planetas superiores (aqueles mais afastados do Sol do que a Terra, como é o caso de Júpiter). Na imagem abaixo, ilustramos as posições principais que um planeta superior pode ocupar para uma determinada posição da Terra. Como pode ser facilmente percebido, na época das oposições o planeta fica mais próximo da Terra e, além disso, visto da Terra, se encontra oposto ao Sol, garantindo a máxima condição de iluminamento pelo astro-rei.
Este ano a oposição de Júpiter ocorrerá no dia 7 de abril às 18h (horário de Brasília), quando o planeta estará a 666,5 milhões de quilômetros da Terra.
E então, quer tentar identificar o planeta no céu? Uma vez que o planeta estará bem brilhante, será uma tarefa bem simples. A carta celeste abaixo ajuda a identificar o planeta por entre as constelações. Ela foi confeccionada para as 21h45min da noite da oposição (7 de abril de 2017), para a cidade do Rio de Janeiro. Ela poderá ser usada durante todo o mês de abril.
Se você mora em outra cidade, pode obter uma carta adequada AQUI (lembre-se de definir sua cidade antes de gerar a carta). Não custa lembrar que o ideal é olhar para para o céu num lugar com pouca luz urbana, e que tenha o horizonte livre de prédios e montanhas.
Você está convidado a vir ao Planetário nas noites de quarta-feira, e observar o planeta ao lado da equipe de astrônomos da casa. A atividade de observação do céu começa às 18h30min e a entrada é franca. Lembre-se que se o céu estiver nublado ou chuvoso a observação será cancelada.
Não é necessário correr. Como o planeta se move lentamente no céu, as boas condições de visibilidade não estarão restritas à data da oposição. Ele permanecerá disponível no céu, e praticamente com mesmo brilho, nos dois próximos meses.
Será também uma excelente oportunidade para os astrônomos amadores que têm como hobby a fotografia dos fenômenos celestes. Que tal pegar a sua câmera e tentar umas fotos bacanas como a abaixo?
Outra dica: alguns dias depois da oposição de Júpiter, teremos outro “encontro”: o de Júpiter com a Lua Cheia. Na noite de 10 de abril, os dois astros surgirão juntinhos no horizonte leste, e assim permanecerão a noite toda, montando um belo cenário para fotos, ou apenas para curtir com os amigos.