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Superluas de 2022: Morango? Cervo? Carambola?

Teremos duas  superluas em breve, dia 14 de junho e 13 de julho! 

Vale a pena ver? Sim! 

Será bonito? Sim! 

Exatamente como toda Lua Cheia.

Temos uma superlua quando a Lua Cheia ou a Lua Nova coincide com o perigeu, o ponto na órbita em que a Lua está mais próxima da Terra. A superlua nova não chama a atenção porque nesta fase a face oculta de nosso satélite está sendo iluminada enquanto a face voltada para a Terra não recebe luz do Sol. Logo, exatamente na lua nova, não vemos a Lua no céu. Por outro lado, na Lua Cheia, a face lunar voltada para a Terra está totalmente iluminada. Assim, normalmente, quando se fala em superlua está sendo feita referência a uma superlua cheia, raramente se utiliza a expressão para uma superlua nova.

Tudo o que está mais próximo parece maior e mais brilhante, certo? Isso acontece também com a Lua durante uma superlua cheia. Mas essa diferença não pode ser percebida diretamente com os olhos. É preciso fazer uma comparação do tamanho e brilho da Lua durante e fora de uma superlua com fotografias para notarmos a diferença. Veja essa imagem comparando o tamanho de uma Lua Cheia tradicional com o tamanho de uma superlua:

Comparação entre o tamanho aparente da Lua cheia comum e o tamanho da Super Lua de março de 2011. Perceptível com uma máquina fotográfica, mas imperceptível à vista desarmada (foto de Marcoaliaslama)

Perceba que essa diferença de tamanho é imperceptível aos nossos olhos, e a diferença de brilho também é.

Portanto, em vez de esperar uma Lua Cheia muito diferente das outras e certamente se frustrar, sempre observe as superluas pelo que elas trazem no invisível: a informação sobre sua distância. Apesar de você não conseguir de fato perceber a diferença, você sabe que ela está mais próxima do que o normal! E esse conhecimento vem de um longo desenvolvimento que partiu de antes dos babilônios, passou por diversas culturas, avanços tecnológicos e chegou até você.

E lembre-se que a natureza nos oferece mais espetáculos do que normalmente percebemos. Celebrar as superluas é ótimo, mas celebremos também as outras Lua Cheias! E celebremos também os Quartos Crescentes e Minguantes, quando nossa Lua fica linda para ser observada com um telescópio. E por que não celebrar a tímida Lua Nova que marca o início de um novo ciclo de fases?

Durante a superlua de 13 de julho, nosso satélite estará cerca de 240 km ainda mais próximo que em 14 de junho. Faça uma experiência de observar essas duas superluas e compare com a outra lua cheia que acontece em agosto. Se puder tirar uma foto, envie para o Planetário!

Lua de Morango e de Cervo

Especificamente as próximas superluas de 14 de junho e 13 de julho estão sendo chamadas respectivamente de superlua de morango e superlua de cervos. Esses apelidos são dados a algumas Luas Cheias, não necessariamente superluas, e tem origem em uma tradição norte-americana.

Nos Estados Unidos, desde 1792 é publicado um almanaque que hoje chama-se The Old Farmers Almanac (O Velho Almanaque do Fazendeiro, em tradução livre. Evidentemente, no início chamava-se apenas O Almanaque do Fazendeiro). Esta publicação trazia previsão do tempo, receitas, dicas para plantação e efemérides astronômicas, entre outras coisas. Este almanaque foi responsável por popularizar ainda mais nomes folclóricos para alguns momentos astronômicos.

Capa da edição de 2023 de O Velho Almanaque do fazendeiro (https://store.almanac.com/)

A Lua Cheia do mês de Junho, normalmente a última da primavera ou a primeira do verão no hemisfério norte da Terra, é chamada de Lua de Morango porque marca a época da colheita do morango. As frutas estão lindas esperando para serem colhidas. Não tem nada a ver com a Lua propriamente dita. Nem com a cor da Lua, nem com o sabor dela (?)

De forma semelhante, a Lua Cheia de Julho é chamada de lua de cervo ou de bode porque os animais estão com seus chifres totalmente renovados em um processo natural que ocorre com o passar dos anos.

Por acaso essas duas luas cheias serão superluas em 2022. Mas note que o apelido “morango” ou “cervo” refere-se à Lua Cheia desses meses, não ao fato de serem superluas.


Há ainda outros nomes folclóricos popularizados pelo Old Farmer’s Almanac para essas luas cheias. A de junho, por exemplo, além de Lua de Morango pode se chamar Lua de Florescer ou Lua do Milho Verde. A Lua Cheia de julho pode também ser chamada de Lua da Muda de Penas e Lua de Salmão, sempre com um correspondente a algo que observamos na fauna e na flora devido às mudanças climáticas das estações.

Esses nomes todos só fazem sentido para a cultura do hemisfério norte, não há um correspondente aqui para nós no hemisfério sul. Em junho e julho temos carambola no Brasil, portanto, se quiser um apelido saboroso, lua de carambola seria mais adequado. Ou de banana, que temos quase o ano todo.

Por que a Lua Fica Maior no Horizonte?

Já que estamos falando sobre superlua, e sobre distância da Lua, é interessante falar sobre a famosa questão do tamanho da Lua quando está próximo ao horizonte. De fato ela parece maior, mas apenas parece. E ela não está mais perto, na verdade, quando você vê a Lua no horizonte ela está mais distante de você que quando a vê sobre sua cabeça, alta no céu.

Lua aparentemente maior, porque no mesmo campo de visão aparece uma antena,  o topo de um edifício, árvores e uma pipa ( “Alinhados”, foto de Juranir Badaró enviada ao Projeto Olhe Para o Céu, da Fundação Planetário, em 2020)

A sensação de parecer maior quando a vemos no horizonte tem várias explicações, uma delas envolvendo os efeitos chamados micropsia e macropsia que estão associados ao ângulo que um objeto ocupa em nosso campo de visão. Mas uma outra explicação mais simples para entendermos é pensar que quando vemos a Lua perto do horizonte, normalmente há outros elementos no mesmo campo, como prédios, árvores ou montanhas. Nesse contexto, ela vai parecer maior porque há objetos de comparação, diferente de quando a vemos isolada no céu sem algum objeto na mesma direção.

A mesma coisa acontece quando vemos um quarto vazio, sem móveis. Ele parece pequeno… mas quando o mobiliamos, decoramos e colocamos objetos dentro dele, automaticamente ele parece maior. Mas só parece! O tamanho do quarto permaneceu o mesmo.

Anotem na agenda:

  • Terça, 14 de Junho
  • Quarta, 13 de Julho

Texto Astrônomo Leandro L S Guedes

Leia mais sobre o assunto nos artigos abaixo:

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Coluna do Astrônomo Entretenimento infantil

Qual o Sabor da Lua? (Infantil)

O que acontece quando os animais da floresta resolvem saber o sabor da Lua? (Contação de história com Simone Cavaliere)

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A Descoberta de Urano e Porque Você Deve Arrumar Sua Mesa.


Urano, o primeiro planeta do Sistema Solar identificado após a invenção do Telescópio.

Eu vou te contar porque não disse que Urano foi descoberto depois da invenção do telescópio, mas identificado…

O crédito da descoberta do planeta Urano é dado a William Herschel, um astrônomo nascido na Alemanha e naturalizado britânico, que viveu entre os séculos XVIII e XIX, mas existem ao menos três fortes indícios de observações de Urano feitas bem antes de Herschel.

A primeira observação de Urano parece ter sido feita na Grécia antiga, pelo astrônomo Hipparcus, que pode ter observado o planeta no ano 128 a.C. e o registrou como uma estrela em seu catálogo. O catálogo de estrelas de Hipparcus foi utilizado por Ptolomeu no livro Almagesto, onde ele explica seu modelo geocêntrico de Universo, no qual a Terra está numa posição central e os planetas giram ao redor dela. Note que Hipparcus não tinha telescópio, que só aparece no século XVII. Urano tem um brilho que está no limite do alcance do olho humano, então, um bom olho, num excelente céu pode identificá-lo sem nenhum equipamento

Após Hipparcus, o planeta foi observado em 1690 por outro Astrônomo, cerca de 80 anos depois da invenção do telescópio. Esse astrônomo foi  John Flamsteed, que o identificou como uma estrela na constelação do Touro.

E mais tarde, a partir de 1750, o astrônomo Pierre Charles Le Monnier, também observou Urano e o identificou como estrela. O caso de Le Monnier é interessante porque ele foi um astrônomo bastante produtivo, e foi muito importante em defender na França o método inglês, de John Flamsteed (aquele que também observou Urano e pensou que era estrela), de determinar a ascensão reta de um astro. Mas há relatos sobre um modus operandi de Le Monnier que pode tê-lo atrapalhado de ter, de fato, descoberto um novo planeta e daqui a pouco falamos sobre isso. Sabemos que Le Monnier observou Urano em um dos pontos estacionários da órbita, o que certamente também o atrapalhou de observar um movimento do Planeta

Chegamos finalmente a William Herschel. Na noite de 13 de março de 1781, Herschel observou Urano usando um de seus telescópio no jardim de sua casa na cidade de Bath, Inglaterra. A casa de Herschell hoje é o Herschel Museum of Astronomy, ou Museu Herschel de Astronomia. Mas, assim como seus antecessores, Herschel também não o identificou como planeta e, inicialmente, achou que se tratasse de um cometa ou um objeto nebuloso

Objeto nebuloso era como os astrônomos chamavam nebulosas, galáxias e aglomerados estelares antes de nós sabermos o que são nebulosas, galáxias e aglomerados estelares, porque esses objetos aparecem como manchinhas no céu, ou, literalmente, como objetos nebulosos

Quatro dias depois, em 17 de Março daquele ano, Herschel notou um deslocamento no objeto e concluiu que se tratava de um cometa, porque cometas, assim como os planetas, se deslocam de forma perceptível no céu, enquanto os objetos nebulosos são considerados fixos, assim como as estrelas.

Quando Herschel anunciou sua descoberta à Royal Society, uma das maiores sociedades científicas da História, ele explicou ainda mais porque se tratava de um cometa e curiosamente ele utilizou a observação de planetas como exemplo. Ele disse que quando aumentava o aumento de seu telescópio, o tamanho do objeto também aumentava, assim como acontece com os planetas, e não acontece com as estrelas que sempre aparecem como pontos, não importa o aumento que você use no seu telescópio. Isso acontece porque as estrelas estão numa escala de distância muito maior que a dos objetos do Sistema Solar

Então, o novo “cometa” descoberto passou a ser observado por outros astrônomos e aí coisas estranhas começaram a aparecer. O astrônomo real  Nevil Maskelyne, que alguns anos antes esteve envolvido com uma experiência para medir a massa da Terra, disse num comunicado:

“Não sei como chamá-lo. É tão provável que seja um planeta normal se movendo numa órbita quase circular ao redor do Sol como um cometa se movendo numa elipse extremamente excêntrica. Ainda não vi nenhuma coma ou cauda nele.

Cauda e coma são estruturas que os cometas exibem quando se aproximam do Sol. Ainda assim, Herschel continuava convencido de que seu objeto se tratava de um cometa.

O astrônomo Filandês Anders Johan Lexell, trabalhando na Rússia, foi o primeiro a descrever a órbita do novo objeto, que era mesmo quase circular, o que é característica de planetas e não de cometas, que possuem órbitas mais excêntricas, ou mais alongadas, como Maskelyne tinha dito.

O astrônomo alemão Johann Elert Bode, que é muito conhecido pela lei de Titius-Bode, uma lei empírica que determina o raio médio das órbitas planetárias do Sistema Solar, disse que a descoberta de Herschel se trata de “um objeto semelhante a um planeta circulando além da órbita de Saturno”, surgindo aí a primeira referência à posição correta da órbita do astro.

Após essas observações, e certamente muitas outras que não foram registradas, o objeto foi reconhecido como planeta, e cada vez mais deixava de ser uma exclusividade de Herschel. Em 1783, dois anos depois de ter apontado seu telescópio para esse novo objeto no jardim de sua casa, Herschel disse à Royal Society:

“Pela observação dos mais proeminentes astrônomos na Europa parece que o novo objeto, o qual tive a honra de mostrar para eles em 1781, é um planeta do nosso Sistema Solar”.

Outro momento interessante com relação à descoberta de Urano foi seu nome, que só passou a ser aceito como conhecemos hoje quase 70 anos após as observações de Herschel. Maskelyne era um grande nacionalista, gostava de valorizar as coisas inglesas, algo que se vê com muita ênfase em seu envolvimento com o experimento para medir a massa da Terra, disse à Herschel:

“Faça ao mundo astronômico o favor de dar um nome ao seu planeta, que é totalmente seu, e do qual somos muito gratos à você pela descoberta.”

Em resposta à Mskelyne, Herschel nomeou “seu” planeta de Georgium Sidus, Latim para ‘estrela de George’ ou ‘planeta de George’, homenageando o rei George III. Ele explicou a escolha do nome da seguinte maneira:

“Nas fabulosas eras dos tempos antigos, os nomes de Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno foram dadas aos planetas, por serem os nomes de seus principais heróis e divindades. Na mais filosófica era atual, dificilmente seria permitido recorrer ao mesmo método e usar Juno, Pallas, Apollo ou Minerva, como um nome para o nosso novo corpo celeste. A primeira consideração de qualquer evento em particular, ou incidente notável, parece ser sua cronologia: se em alguma época futura for perguntado, quando este último planeta encontrado foi descoberto? Seria uma resposta muito satisfatória dizer: ‘No reinado do rei George, o terceiro’.

Evidentemente esse nome não fez o menor sucesso fora da Grã-Bretanha e houve outras propostas. Até chamar o planeta de Herschel foi proposto, por um astrônomo Francês, mas o nome que se estabeleceu na História foi proposto por Johann Elert Bode, aquele mesmo que também estudou a órbita do planeta e conhecido pela lei de Titius-Bode.

Bode (se pronuncia “bôda”) propôs em 1782 Uranus, do Latim, o que traduzimos em português como Urano, deus grego que personifica o céu. Justificou sua sugestão dizendo que Urano era pai de Saturno, que por sua vez era pai de Júpiter. Então teríamos na sequência Júpiter, Saturno e Urano, uma sequência de pais e filhos.

Em 1789, o químico alemão Martin Heinrich Klaproth, colega de Bode na Academia Real de Ciência da Suécia, descobriu um novo elemento químico e o batizou de Urânio (92U), para dar suporte ao nome do novo planeta proposto por Bode

Urano passou a ser cada vez mais utilizado ao redor do mundo até que se tornou de fato oficial em 1850 quando a publicação inglesa Almanaque Náutico de sua Majestade ou Her Majesty’s Nautical Almanac Office (HMNAO) parou de usar Georgium Sidus e passou a usar Urano como nome do novo planeta.

Então, deixo aqui algumas reflexões filosóficas e históricas para você.

Em primeiro lugar note que, mesmo sendo visível sem telescópio e observado desde antes de Cristo, Urano passou despercebido como planeta por séculos de astronomia. Os astrônomos, antes do telescópio, só diferenciavam planeta de estrela por seu movimento, e aparentemente, ninguém percebeu o movimento de Urano. Algo que estava tão ao alcance de vários astrônomos por séculos, acabou escapando.

Outra questão é sobre Pierre Charles Le Monnier que, em meados do século XVIII, já tinha bons telescópios, era um astrônomo talentoso, observou Urano, e apesar de ter observado num momento em que o planeta estava com pouco deslocamento, provavelmente, ele deixou de entrar para a história como o descobridor por causa de um modus operandi em sua forma de trabalhar. Há relatos de que Le Monnier era um cara fácil de se irritar e meio bagunçado com suas anotações. A condição observacional de Urano e a bagunça de suas anotações podem tê-lo impedido de descobrir um planeta. Isso pode servir de estímulo para você arrumar a sua mesa!

E para terminarmos, note que a descoberta de Urano foi um processo que começou com a observação de William Herschel, levando em conta que as observações anteriores não tiveram desdobramentos que aproximassem o objeto de ser reconhecido como planeta. Não foi o trabalho de uma única pessoa, houve trabalho de muita gente, até que tivéssemos finalmente a descoberta de que havia mais um planeta no Sistema Solar. E esse processo envolveu não só questões científicas, como a determinação da órbita do objeto, como também muita questão política que fez com que demorasse 70 anos para que um nome fosse finalmente estabelecido

Isso é muito característico da ciência moderna, e quando eu falo ciência moderna me refiro do século XVIII para cá, pelo menos. Para fazermos real justiça histórica, e entendermos o que de fato aconteceu, é preciso compreender que modernamente, normalmente, não há heróis solitários mas trabalho em grupo.

Bons céus e até a próxima!

Leia Mais:

Royal Society
https://royalsociety.org/
Herschel Museum of Astronomy
https://herschelmuseum.org.uk/

Sobre Le Monnier

https://books.google.com.br/books?id=wXRKAAAAYAAJ&pg=PA182&dq=le+monnier+IRRITABLE&hl=en&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=le%20monnier%20IRRITABLE&f=false

https://www.theodora.com/encyclopedia/l/pierre_charles_lemonnier.html

https://books.google.com.br/books?redir_esc=y&id=lAQ5AAAAMAAJ&dq=ADVANCED+PHYSIOGRAPHY&focus=searchwithinvolume&q=By+not+arranging+them+decently+and+in+order+Le+Monnier+lost+out+on+immortality

Her Majesty’s Nautical Almanac Office:

http://astro.ukho.gov.uk/

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Conte Com os Maias – Atendimento SME

Aqui estará a Live da quarta-feira, dia 29, com a astrônoma Flávia Pedroza sobre o texto Conte com os Maias, disponibilizado pelo aplicativo SME Carioca. Você pode encontrar o texto abaixo nessa página.

Participe da live enviando suas perguntas no chat!

Conte com os Maias

Errata:
1) Onde se lê “(3x10x10)+(6×10)+(5×1)=111”, leia-se “(3x10x10)+(6×10)+(5×1)=365”;
2) Onde se lê “Um dos calendários que os ss de 20 dias…”, leia-se “Um dos calendários que os maias utilizavam tinha 18 meses de 20 dias…”.

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Infantil – Oficina de Foguete

Esse vídeo fala sobre como podemos, nesse momento que precisamos estar em casa e sem muitos recursos, aprender a fazer um foguetinho de material reciclado para brincar. Aproveitem para passar o tempo usando sua criatividade! (Com Simone Cavaliere)

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Comparação dos Planetas do Sistema do Sistema Solar

Nesse vídeo vamos conversar sobre uma escala de tamanho dos planetas do nosso Sistema Solar. Você sabe qual o tamanho da Lua em comparação com a Terra? Sabe quantas Terras caberiam dentro do Sol? Um dos pontos fundamentais da Astronomia é a noção de escala, que nos permite conhecer tamanhos, distâncias e volumes sem decorar números. Esperamos que depois desse vídeo os alunos tenham uma compreensão melhor das dimensões relativas entres os tamanhos planetas do Sistema Solar, a Lua e o Sol. Também e feita uma comparação entre o tamanho do Sol e algumas estrelas fáceis de se observar no céu noturno.

Assista às lives que oferecemos para tirar dúvidas online dos alunos da Rede Pública Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro.


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Entrada Franca ao Museu do Universo nesse sábado 4 de Janeiro

Tradicionalmente, aproveitamos os dias das celebrações de final de ano pra realizar as manutenções que fazem com que o Planetário esteja sempre pronto para propiciar ao público a melhor experiência de imersão em Ciência.

Devido a um atraso na manutenção do ar-condicionado, estaremos funcionando esse sábado sem climatização, o que inviabiliza a exibição de sessão de cúpula.

Assim, decidimos funcionar num esquema diferente: abriremos o Museu do Universo com entrada gratuita. Não haverá exibição de sessão de cúpula, e está mantida a observação do céu *.

Dica para a tarde de sábado: venha passear gratuitamente no Museu do Universo, curta nossos jardins, faça um lanche em um dos restaurantes localizados no Planetário, Tio Ruy ou Artesan, e às 19h suba para a Praça dos Telescópio, para observar o céu e conversar com os Astrônomos que acompanharão a atividade.



*Lembramos que a atividade de observação do céu depende das condições meteorológicas. Com chuva ou céu nublado a atividade fica cancelada.

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João Gilberto

Não há forma melhor de homenagear um músico que com sua música. Não há forma melhor do Planetário do Rio homenagear alguém que com Astronomia e ciências afins.

Na música “Astronauta”, João Gilberto cantou:

Ela agora
Mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja
Pode ser um astronauta

Pode estar num asteroide
Pode ser a estrela D’alva
Que daqui se olha
Pode estar morando em Marte

Não, João certamente não está morando em Marte. João segue no pensamento e no coração de todos os cariocas, assim como no céu dessa cidade, sob o qual ele foi fundamental na criação do estilo musical mais brasileiro de todos.

Na música “Eclipse”, João canta, em espanhol

Eclipse de luna en el cielo
Ausencia de luz en el mar
Muy solo con mi desconsuelo
Mirando la noche me puse a llorar

Eclipse de amor en tus labios
Que ya no me quieren besar
Quisiera olvidar sus agravios
Y luego soñar

É, João, você deixou os cariocas sozinhos. Muitos olharemos o céu dessa sua cidade, ouvindo sua música e querendo esquecer que você se foi.


Repouse em Paz João Gilberto. Obrigado por fazer de um dos maiores patrimônios brasileiros, a MPB, algo tão único.

O cantor João Gilberto abre os braços durante o show de inauguração da casa de espetáculos Tom Brasil em São Paulo (SP)
(Foto: João Wainer/Folhapress, Fonte: Amazonas1)
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O Deus dos Deuses Chegando

Talvez você já tenha reparado um astro bem brilhante aparecendo ao Leste no início das noites. Mostra um brilho bem mais intenso que todas as estrelas naquela região. trata-se do planeta Júpiter, um dos objetos mais interessantes de se observar com um telescópio.

A carta Celeste mostra o céu do Rio de Janeiro para essa quarta, 12 de junho de 2019, às 19h no horário local.

Carta Celeste do Rio de Janeiro, 12 de Junho de 2019, às 19h, hora local.

Júpiter está na constelação do Ofiúco, ou Serpentário. Com um telescópio de médio porte é possível observar seus quatro maiores satélites: Io, Calisto, Ganimedes e Europa, conhecidos como satélites galileanos.

Essa é uma observação que possui um especial interesse histórico, pois foi observando esses satélites que Galileu viu, pela primeira vez, objetos girando não em torno da Terra, mas em torno de outro planeta. Isso foi um capítulo importante em nossa saga para obter o conhecimento sobre a Terra não ser o centro do Universo.

Nessa semana, teremos a Lua bastante brilhante e próxima a Júpiter no céu, o que atrapalha um pouco sua observação. Céu enluarado é bom para ser visto sem instrumentos, pois a própria Lua não fica bem no telescópio quando está muito iluminada.

Algumas pessoas também conseguem ver em Júpiter nuances que indicam as faixas coloridas de sua atmosfera. Note que ao telescópio, observando-se diretamente com os olhos, sem tirar uma fotografia, nenhum objeto aparece muito colorido. Mas ainda assim é possível ver as faixas coloridas e até a grande mancha vermelha se estiver voltada para a Terra no momento da observação.

Bons Céus!

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Omega Centauri

Estamos numa época do ano em que a região das constelações do Cruzeiro do Sul e do Centauro chamam especial atenção. Nos últimos posts da sessão temos falado bastante dessa região, que é bastante fácil de ser reconhecida no céu logo no início da noite. Procure descobrir onde está o Sul (se o Sol se pôs à sua direita, o Sul estará à sua frente) e procure no céu a inconfundível cruz do Cruzeiro do Sul.

No que diz respeito a aglomerados estelares, essa região é muito interessante porque possui dois fáceis de serem observados, e cada um de um tipo diferente. Um deles é a Caixinha de Jóias, no Cruzeiro do Sul, sobre o qual já falamos um pouco nesse post recentemente. O outro fica na constelação que cobre o Cruzeiro, o Centauro, uma figura mitológica meio homem, meio cavalo.

Veja na carta abaixo, com o céu do Rio no dia 29 de maio de 2019 às 19h, a localização do aglomerado Omega Centauri.

Céu do Rio, 29 de maio de 2019, destacando a posição de Omega Centauri.

Aglomerados estelares são de dois tipos: abertos ou globulares; esses últimos também chamados fechados.

Aglomerados abertos, como a Caixinha de Jóias, são formados por estrelas novas, e localizam-se no plano da Galáxia. Aglomerados globulares, como Omega Centauri, são formados por estrelas mais antigas, e distribuem-se ao redor da Galáxia, numa região conhecida como halo. As estrelas da Caixinha têm aproximadamente 16 milhões de anos de idade, enquanto as de Omega Centauri aproximadamente 11,5 bilhões de anos.

Aglomerados globulares são mais populosos que os abertos. Enquanto Omega Centauri possui cerca de 10 milhões de estrelas, a Caixinha de Jóias possui pouco mais de 100 estrelas.

Uma frase muito comum em Astronomia é “os objetos estão próximos no céu”, ou “os objetos estão afastados no céu”. Isso se refere ao que chamamos distância aparente, aquela que leva em conta apenas a posição dos objetos no céu, e não a sua distância real. Podemos dizer que Omega Centauri e Caixinha de Jóias estão próximos no céu, mas suas distâncias a nós são: cerca de 15,8 anos-luz para Omega Centauri e cerca de 6,4 anos-luz para a Caixinha de Jóias.

A Caixinha de Jóias é mais brilhante que Omega Centauri e tem marcado sua presença nas observações do céu aqui no Planetário que acontecem às quartas e aos sábados.

Bons Céus!