O Planetário pausará as suas atividades no dia 16 de Dezembro para manutenção de equipamentos e retornará a partir do dia 03 de Janeiro de 2023.
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Aqui estará a Live da quarta-feira, dia 29, com a astrônoma Flávia Pedroza sobre o texto Conte com os Maias, disponibilizado pelo aplicativo SME Carioca. Você pode encontrar o texto abaixo nessa página.
Participe da live enviando suas perguntas no chat!
Conte com os Maias
Errata: 1) Onde se lê “(3x10x10)+(6×10)+(5×1)=111”, leia-se “(3x10x10)+(6×10)+(5×1)=365”; 2) Onde se lê “Um dos calendários que os ss de 20 dias…”, leia-se “Um dos calendários que os maias utilizavam tinha 18 meses de 20 dias…”.
Esse vídeo fala sobre como podemos, nesse momento que precisamos estar em casa e sem muitos recursos, aprender a fazer um foguetinho de material reciclado para brincar. Aproveitem para passar o tempo usando sua criatividade! (Com Simone Cavaliere)
Escolher os cinco melhores filmes espaciais de todos os tempos é uma tarefa muito difícil. Pra “roubar” um pouco e facilitar a tarefa vou dividir em categorias. A primeira categoria será a de filmes de não ficção: histórias que realmente aconteceram dramatizadas pelo cinema. Não resisti a inserir mais dois extras no final. Só menciono filmes que já assisti. Você, leitor, pode colocar nos comentários aqueles que julgar que esqueci.
Aí estão eles em ordem de lançamento, não classificados por preferência, nem por mérito.
Os Eleitos (The Right Stuff, 1983)
Direção: Philip Kaufman – Roteiro: Philip Kaufman. Baseado no livro The Right Stuff de Tom Wolfe. Elenco: Sam Shepard, Scott Glenn (Sucker Punch, 2011) , Ed Harris (The Truman Show, 1998), Dennis Quaid (The Day After Tomorrow, 2004).
O filme foi indicado a vários Oscars, entre eles: melhor filme, ator coadjuvante, direção de arte e fotografia. Ganhou quatro Oscars: montagem, trilha sonora original, som e efeitos sonoros.
Os Eleitos narra, paralelamente, os dois projetos norte-americanos no início da década de 60 para levar um astronauta ao espaço. Um dos projetos era dos chamados aviões foguete que, décadas mais tarde, daria origem aos Space Shuttles. O filme começa com a barreira do som sendo vencida pelo avião X1 pilotado pelo capitão Chuck Yeager. O projeto que realmente atingiu o propósito foi o Mercury. Este projeto enfrentou a pressão de tirar os EUA da segunda posição na Corrida Espacial. Os soviéticos já tinham posto Gagarin em órbita e a Nasa ainda amargava suas derrotas. Sete astronautas foram selecionados e intensamente treinados para embarcar numa cápsula pequena na ponta de foguetes, antes desenvolvidos para serem misseis intercontinentais. Esta saga merece ser acompanhada. A narrativa é um produto de seu tempo e lugar. Se comparado a produções mais modernas pode trair um certo ufanismo nacional sem endeusar muito os astronautas. Mas as diversas anedotas e casos pitorescos realmente aconteceram. O espírito de competição com os soviéticos fica bem evidente. O clima de guerra fria preenche bem os diálogos.
Apollo 13 (1995)
Direção: Ron Howard. Produção: Brian Grazer. Roteiro: William Broyles Jr.e Al Reinert – Basedo no livro Lost Moon de Jim Lovell e Jeffrey Kluger. Elenco: Tom Hanks (Forrest Gump, 1994), Kevin Bacon (O Homem Sem Sombra, 2000), Bill Paxton (U-571 A Batalha do Atlântico, 2000), Gary Sinise (Forrest Gump, 1994), Ed Harris, Kathleen Quinlan.
Este filme ganhou dois Oscars (melhor edição e melhor som) e foi indicado para outros sete Oscars: melhor filme, melhor ator coadjuvante (Ed Harris), melhor atriz coadjuvante (Kathleen Quinlan, no papel da esposa de Jim Lovell), melhor roteiro adaptado, melhor trilha sonora, melhor direção de arte e melhores efeitos. Apollo 13 ganhou sete outros prêmios em vários festivais.
Agora o programa espacial é outro: Apollo. Depois da descida da Apollo 11 na Lua, em julho de 1969, e da Apollo 12, em novembro do mesmo ano, o interesse da opinião pública americana sobre viagens espaciais parecia ter diminuido
A tripulação da Apollo 13 era assim composta: o comandante James A. Lovell Jr. (interpretado por Tom Hanks), o piloto do módulo de comando John L. Swigert Jr. (Kevin Bacon) e o piloto do módulo lunar Fred W. Haise Jr (Bill Paxton).
A nave Apollo foi lançada em direção a Lua pelo gigantesco foguete Saturno V. Depois que o último estágio do foguete se destaca a nave fica composta de três partes: módulo de serviço (cilíndrico e não-tripulado), módulo de comandoOdyssey (cônico, lugar para três astronautas durante os oito dias de missão) e o módulo lunarAquarius (com formato de aranha e espaço para dois astronautas por dois dias). Houve uma explosão. A explosão levou parte do módulo de serviço deixando o Odissey sem energia e atmosfera. Os três astronautas passaram para o Aquarius feito para abrigar duas pessoas por dois dias. Não faltou oxigênio, o problema foram nos filtros de gás carbônico: não estavam dando conta do recado. A solução exigiu bastante criatividade. Veja o filme, você vai amar.
O Céu de Outubro (October Sky, 1999)
Direção: Joe Johnston Produção: Charles Gordon e Larry Franco Roteiro: Lewis Colick – Baseado no livro Rocket Boys de Homer Hickam Elenco: Jake Gyllenhaal (Donnie Darko, 2001), Chris Cooper (A Identidade Bourne, 2002), Laura Dern (Jurassic Park, 1993)
Filme para ser visto mais de uma vez. Neste período de quarentena então, vai te fazer muito bem pela mensagem de superação que ele carrega. October Sky é uma autobiografia de Homer Hickam, um engenheiro aeroespacial que trabalhou na Nasa. O filme se concentra na sua infância nos fins da década de 50 na pequena cidade mineira de Coalwood (área rural dos EUA). A primeira cena do filme é a passagem do Sputnik (outubro de 1957) e o alvoroço que isso causou na sociedade norte-americana no início da Guerra Fria. Aquele momento foi marcante para a educação científica norte-americana. Em Coalwood, naquela época, um jovem ao terminar seus estudos secundários tinha três destinos prováveis: trabalhar nas minas de carvão, servir as forças armadas ou ser um bom esportista para ganhar uma bolsa em uma universidade, nesta ordem. Homer ousa pensar em lançar foguetes.
O filme não chegou a ser indicado para o Oscar; ganhou três prêmios em festivais e deixou um legado de inspiração. Seu tema musical principal é sensacional. A fotografia é linda. As atuações comovem e a exatidão história e científica são convincentes. Esse é para ver com a família: pelo menos com a garotada a partir dos 10 anos.
Estrelas Além do Tempos – (Hide Figures, 2016)
Direção: Theodore Melfi. Produção: Donna Gigliotti, Peter Chernin, Jenno Topping, Pharrell Williams e Theodore Melfi Roteiro: Allison Schroeder e Theodore Melfi. Baseado no livro homônimo de Margot Lee Shetterly. Elenco: Taraji P. Henson (The Curious Case of Benjamin Button, 2008), Octavia Spencer (Histórias Cruzadas, 2011), Janelle Monáe, Kevin Costner (O Mensageiro, 1997), Kirsten Dunst (Spider-Man, 2002) e Jim Parsons (Big Bang Theory, 2007).
Não vou esconder minha paixão por este filme. Já escrevi um artigo sobre ele no calor da entrega do Oscar de 2017. O filme também fala do Programa Mercury, descrito em Os Eleitos, mas o enfoque é totalmente diferente. Enquanto se travava uma guerra fria no espaço em terras norte-americanas ainda havia direitos civis a serem conquistados. A política Jim Crow de segregação racial e a cultura machista faziam a sociedade americana se arrastar do ponto de vista social. O filme trata tanto do progresso tecnológico como a necessidade de avanço social. A obra conta essa história ao destacar três personagens notáveis: Katherine Johnson (Taraji P. Henson) , Mary Jackson (Janelle Monáe) e Dorothy Vaughan (Octavia Spencer). Essas mulheres negras foram responsáveis por calcular a órbita e os detalhes da cápsula espacial. Aquela era uma época onde muitos cálculo ainda eram feitos à mão (com ajuda de calculadoras elétricas) e os primeiros computadores ainda eram máquinas difíceis de se lidar. Se você estudou ciências exatas reconheceu as menções bem colocadas de métodos numéricos de computação (Método de Gauss, por exemplo). Se for do meu tempo, então, vai se lembrar emocionado quando a linguagem Fortran for mencionada. Até uns 15 anos atrás esta linguagem ainda era usada para programas de controle de satélites onde eu trabalhava.
Em 2017 este filme foi indicado para três categorias do Oscar: melhor filme, melhor atriz coadjuvante (a sensacional Octavia Spencer) e melhor roteiro adaptado. Não levou nenhum deste prêmios, mas já tinha conquistado oito premiações em grandes festivais de cinema.
Mercury 13 (2018)
Direção: David Sington e Heather Walsh Produção: David Sington, Heather Walsh, Trevor Birney, Brendan Byrne e Geraldine Creed
Mais um filme sobre mulheres e espaço. Trata-se de um documentário sobre um programa privado (não era da Nasa) desenvolvido em 1960 para treinar mulheres norte-americanas para serem astronautas. O termo Mercury 13 foi criado em 1995 em referência aos Mercury Seven: o time de sete astronautas representados no filme Os Eleitos. Elas nunca foram ao espaço. Das 13 originais oito ainda estão vivas enquanto escrevo estas linhas.
A primeira astronauta foi a soviética Valentina Tereshkova em 1963. A primeira astronauta norte-americana, Sally Kristen Ride, só foi ao espaço vinte anos depois do programa Mercury. Até hoje nenhuma mulher foi a Lua, mas já há um programa norte-americano em andamento com este propósito: Ártemis.
Mais dois filmes… de brinde.
Claro que existem muitos outros filmes de não ficção excelentes sobre a exploração do espaço. Uma dica muito boa do meu colega Leandro foi Gagarin. Pervyy v kosmose(2013)que pode ser visto no canal do Planetário no YouTube. O primeiro ser humano no espaço foi o soviético Yuri Gagarin a bordo da nave Vostok.
Outro filme que não pode ficar de fora de qualquer lista espacial é o O Primeiro Homem (2018). É a biografia do astronauta Neil Armstrong, o primeiro homem na Lua. Assisti duas vezes mas achei meio depressivo e claustrofóbico demais pra a atual conjuntura de afastamento social. Por este motivo incluí O Céu de Outubro por trazer uma mensagem mais otimista. O filme é bem realista nos detalhes técnicos: especial destaque para a cena sobre a missão Gemini 8, comandada por Armstrong, que quase acaba em desastre.
Dando continuidade à série de
artigo sobre matéria escura, neste segundo, falarei sobre sua composição e a
importância na formação de estruturas.
A primeira pergunta que podemos fazer é: A matéria escura existe? E uma vez que exista, do que é composta?
O modelo MOND (discutiremos em um post posterior) prevê uma modificação das leis da mecânica newtoniana para objetos em grande escala e a grandes distâncias.
O problema é que isso viola os princípios de Homogeneidade e de Isotropia do Universo, que dizem: se o Universo for visto em uma grande escala, as propriedades do Universo são as mesmas para todos os observadores. Isto se chama princípio cosmológico. Simplificando ainda mais, podemos dizer que a parte observável é representativa do todo e as leis que valem aqui, valem para todo o Universo.
Assim, mantendo o princípio cosmológico, precisamos encontrar algum “material”, “entidade” ou “ser”, como queiram chamar, para explicar a existência de uma gravidade superior àquela encontrada apenas observando a matéria bariônica (que simplificaremos com sendo aquela que absorve e emite algum tipo de radiação).
Existem dois tipos, a chamada matéria escura quente e a matéria
escura fria.
A matéria escura quente é aquela composta por partículas, como os neutrinos, que viajam à velocidade ultrarrelativística, ou seja, próxima à velocidade da luz e possuem uma massa pequena. Existem equipamentos, como o Observatório de Neutrinos Super-Kamiokande, em Gifu, no Japão, que procuram estas partículas.
Já a matéria escura fria, mais massiva, possui uma velocidade relativamente menor em comparação à quente. Pode ser encontrada na forma de Objetos Massivos do Halo (MACHOs, em inglês), como os buracos negros; Associações Robustas de Objetos Bariônicos Massivos (RAMBOs, em inglês), como aglomerados de anãs marrons; e/ou uma classe de partículas pesadas denominadas WIMPS, ou Partículas Massivas de Fraca Interação, (é, eu sei que os astrônomos adoram estes acrônimos!), além dos áxions, uma partícula elementar ainda hipotética.
A importância em sabermos qual o tipo de matéria escura existente está no fato em que esta fornece a explicação de como se deu a formação de estruturas do Universo.
Se a matéria escura for quente, sua interação e velocidade
impediriam a formação de estruturas em escalas menores que superaglomerados.
Posteriormente estes superaglomerados se fragmentariam em aglomerados e finalmente
em galáxias individuais.
O modelo mais aceito para a formação de estruturas de
galáxias é exatamente o contrário. Chamado de Modelo Hierárquico. Protogaláxias
em regiões centrais de halos de matéria escura fria colidem para formar
estruturas cada vez maiores. De protogaláxias para galáxias, depois formariam aglomerados
e superaglomerados.
Além da matéria escura quente e fria, alguns trabalhos recentes especulam a existência de um terceiro tipo, a matéria escura morna. Composta de partículas de massa intermediária, ainda não descobertas, parecem adequar-se a algumas estruturas observadas.
Diversos autores produzem modelos computacionais de formação
de estruturas em que porcentagens diferentes de matéria escura são adicionadas
para conseguir explicar o Universo observável.
Sei que acrescentei muito mais dúvidas que explicação, mas espero que tenham gostado desta discussão sobre a composição da matéria escura. Na próxima semana falaremos um pouco mais sobre esta “entidade”.
Nesse vídeo vamos conversar sobre uma escala de tamanho dos planetas do nosso Sistema Solar. Você sabe qual o tamanho da Lua em comparação com a Terra? Sabe quantas Terras caberiam dentro do Sol? Um dos pontos fundamentais da Astronomia é a noção de escala, que nos permite conhecer tamanhos, distâncias e volumes sem decorar números. Esperamos que depois desse vídeo os alunos tenham uma compreensão melhor das dimensões relativas entres os tamanhos planetas do Sistema Solar, a Lua e o Sol. Também e feita uma comparação entre o tamanho do Sol e algumas estrelas fáceis de se observar no céu noturno.
Assista às lives que oferecemos para tirar dúvidas online dos alunos da Rede Pública Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro.
Nesta época do ano podemos ver, logo no início da noite, um aglomerado de estrelas conhecido como Plêiades. Este grupo de estrelas nasceu de uma mesma nuvem de gás e poeira, chamada nebulosa, aproximadamente há 100 milhões de anos. A olho nu, nas cidades, onde tem muita iluminação, vemos com certa dificuldade algumas poucas estrelas. Elas estão perto da estrela Aldebaran, o olho da constelação do Touro. Aldebaran é uma estrela avermelhada e a mais brilhante do Touro, facilmente observada.
Mas
voltando às Plêiades, sete estrelas se destacam. São elas: Merope,
Maia, Alcione, Asterope, Electra, Taigete e Celeno. Elas receberam o
nome das sete filhas de Atlas e Pleione, segundo a mitologia grega.
Com um binóculo, ou um pequeno telescópio, este grupo é muito
bonito de se ver.
Mas o que Vênus tem a ver com elas? A princípio, nada, a não ser que ele está bem próximo das Plêiades. Vênus vai cada dia se aproximando deste grupo até, finalmente, ficar na frente dele, no dia 3 de abril de 2020, e depois vai se afastando. Como o planeta é muito brilhante, ele ofuscará o aglomerado. Como será no início da noite, vale a pena tentar observar essa aproximação. Mas, claro, tomando todas as medidas de segurança neste tempo de COVID-19. Portanto, não se exponha!
Com a carta celeste a seguir, para o dia 3/4/2020, na cidade do Rio de Janeiro, você poderá encontrar Vênus, Aldebaran (a estrela laranja grande à esquerda de Vênus, na cabeça do Touro, lembrando a letra V) e as Plêiades (o grupo azul junto com Vênus). Você terá que ter o horizonte voltado para lado do pôr do sol. O horário da carta é 22h UTC, que no horário de Brasília corresponde a 19h. Se você se encontra em outra cidade, vá no nosso sitee acesse a carta celeste para a sua localização.
Hoje, dia 26 de março de 2020, diversas cidades e estados estão em quarentena devido ao surto do COVID-19. Um vírus que teve origem na China, mas se espalhou por todo o globo terrestre (sim, a Terra é redonda!). Escolas, centros comerciais e equipamentos culturais (como museus, teatros, cinemas, etc.) fecharam temporariamente suas portas para tentar minimizar a propagação do vírus.
A Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro está fazendo a sua parte!! Estamos fechados para a visitação presencial, mas toda a equipe continua trabalhando, principalmente em regime conhecido como home office, ou seja, em casa, para a segurança de nossos funcionários e mantendo a excelência de nossos serviços.
Com este intuito, a fim de manter a divulgação da Astronomia e do conhecimento científico de uma forma geral, farei uma série de pequenos artigos sobre o tema: “A Matéria Escura”. Este assunto gera enorme interesse em todas pessoas que gostam desta ciência. Assim, dividirei em pequenos tópicos que apresentarei semanalmente, para que nossos leitores possam ler, aprender um pouco mais e interagir através de perguntas enviadas para as nossas mídias sociais (Facebook, Twitter, Instagram, etc.)
Introdução
Para falar de matéria escura, primeiramente
pedirei para o leitor fazer um pequeno exercício de imaginação.
Vocês gostam de filmes de terror? Lembram-se daqueles em que portas abrem e fecham sozinhas? Correntes são arrastadas e passos são ouvidos no sótão e no porão? Já adivinharam sobre o que estou falando? Claro que estou descrevendo efeitos observados de um personagem comum da imaginação popular: o fantasma! A menos que carregue um lençol branco, só poderemos constatar a presença desta entidade quando os efeitos acima descritos são percebidos.
Não querendo ofender nenhuma crença ou
religião, para a Ciência, isto é apenas fruto de nossa imaginação e pode ser
explicado de diversas formas, mas esta não é a intenção deste artigo.
Agora imagine uma “entidade” cuja presença é
detectada pela forma como esta interage gravitacionalmente com os corpos em seu
entorno, influenciando a movimentação e a forma da curva de rotação de
galáxias, a velocidade de estrelas dentro de aglomerados estelares, a colisão
de galáxias e até possibilitando observar objetos tão distantes que nem os
melhores telescópios atuais possuem resolução espacial suficiente para
enxergar!
Para esta “entidade” damos o nome de matéria
escura!! Uma matéria que não pode ser verificada por nenhum detector de emissão
eletromagnética, em nenhum comprimento de onda, nem no raio gama, no
ultravioleta, no visível, no infravermelho, no micro-ondas, no raio X, etc.,
mas seus efeitos gravitacionais em materiais visíveis, chamados de matéria
bariônica, são observados de maneira direta e contundente.
A matéria bariônica, para simplificar a compreensão do leitor, é aquela que podemos observar através de algum tipo de interação eletromagnética, que emite “luz” em algum tipo de comprimento de onda listado acima. Apesar de ser a matéria que observamos diariamente e através dela termos a noção da pequenez de nossa existência, observando as estrelas, os planetas e as galáxias, a matéria bariônica é apenas 5% da densidade de energia do Universo. O restante, aproximadamente 22%, é de matéria escura e 73% está na forma de energia escura (falaremos sobre isso em outros artigos).
Os primeiros observadores da matéria escura
Para iniciar esta série de textos, falarei
sobre as observações e os trabalhos que foram feitos para a descoberta e a
comprovação da matéria escura.
Fritz Zwick e o aglomerado de Coma
O primeiro cientista a propor a existência da
matéria escura foi Fritz Zwick, um astrônomo suíço que, usando um teorema
físico chamado Virial, observou o movimento das galáxias no aglomerado de Coma,
em 1933. Zwick observou uma anomalia ao estimar a massa gravitacional do
aglomerado, utilizando a velocidade rotacional das galáxias, em comparação à
massa obtida através da observação direta da luminosidade emitida pelas
estrelas, nebulosas e o envoltório de gás.
Zwick estimou que existiria uma quantidade
400 vezes maior de massa que não emitia radiação eletromagnética, matéria
escura, em relação à matéria bariônica. Hoje sabemos que 90% da massa do
aglomerado é composta de matéria escura.
Vera Rubin e as curvas de rotação das galáxias
“Como é possível você viver no planeta Terra
e não querer estudar o Universo”. Esta frase icônica da astrônoma
norte-americana Vera Rubin exprime muito desta mulher pioneira em uma área
dominada por homens nos anos de 1970.
No final dos anos de 1960 e início dos anos
de 1970, Vera Rubin estudou a velocidade de rotação de galáxias próximas, de
uma forma bem precisa e sistemática. Ao publicar seu trabalho, mostrou que
existia uma discrepância entre o valor calculado, através da Lei de Kepler, e o
valor observado. Ela encontrou uma constância na velocidade de rotação para as
regiões mais afastadas do centro das galáxias.
Para tentarmos explicar esta constância,
podemos tentar contornar utilizando uma teoria alternativa, chamada MOND ou
Dinâmica Newtoniana Modificada, que não tem muita aceitação no meio acadêmico.
Poderemos falar sobre ela em um outro momento, ou propor a existência da
matéria escura. Esta última é muito mais aceita, não apenas pela simplicidade, mas
também por ter mais evidências de sua existência.
O aglomerado da bala
Este objeto é o resultado de uma colisão de
dois aglomerados de galáxias e nos mostra de forma clara como a matéria escura influencia
no resultado de um encontro entre cada um dos componentes destes aglomerados.
A imagem mostra uma composição feita com observações
do telescópio espacial em raio X, o Chandra, e do telescópio espacial, no
comprimento de onda visível, o Hubble.
A observação em raio X nos mostra os
componentes de gás intergaláctico que colidiram, aquecendo-se, e estão
representados na imagem pela cor rosa. Observe que o gás está na região mais
central, pois, por ser mais disperso e interagir de forma mais eficiente,
“ficou para trás”.
A região azulada representa a distribuição de
matéria escura na qual as galáxias estão imersas. Como as galáxias não se
colidem individualmente, porque suas dimensões são bem menores em relação à
separação entre elas, atravessaram a área central da colisão, acompanhando a
matéria escura e separando-se do envoltório intergaláctico de gás.
Lentes gravitacionais
A distorção do espaço-tempo permite que
façamos inúmeros trabalhos. Um deles é observar objetos que estão atrás de
outros mais próximos (um exemplo foi a observação de uma estrela que se
encontrava angularmente atrás do Sol durante o eclipse de 1919 em Sobral, no
Ceará, e na Ilha do Príncipe, na costa da África, servindo para comprovar a
Teoria da Relatividade Geral).
Uma outra utilização é determinar a massa que
está causando esta deformação, uma vez que algumas destas são provocadas por
matéria que não emite nenhum tipo de radiação, ou seja, pela matéria escura, que
pode estar em uma galáxia supermassiva ou em um aglomerado de galáxia.
Veja abaixo a imagem de lentes gravitacionais
e a explicação gráfica do caminho percorrido pela luz. Existem diversos objetos
que comprovam, tanto a existência das lentes gravitacionais, quanto da matéria
escura que as provocam.
Estamos terminando este primeiro texto sobre
a matéria escura. Colocarei semanalmente esta série de textos tentando
elucidar, e até mesmo criar mais dúvidas, para os nossos leitores.
Continuem a nos seguir pelas diversas mídias sociais.
Teremos novidades todos os dias.
No dia 24, terça-feira, o planeta Vênus estava em sua elongação máxima. O que isso significa? Como Vênus está em uma órbita interior à órbita terrestre ele sempre está muito próximo ao Sol: ou à tarde ou pela manhã. Dia 28 Vênus fica bem do lado do crescente lunar. É fácil identificar Vênus no céu: é o astro mais brilhante do céu depois do Sol e da Lua.
O planeta é acompanhado pela humanidade desde que alguém começou a notar a diferença do movimento de cinco dos astros mais brilhantes do céu. As estrelas pareciam estar fixas, umas em relação às outras, permitindo formar desenhos imaginários: as constelações. Já os planetas se moviam de forma complicada através da faixa do zodíaco. Pela proximidade de Vênus com o Sol muitos povos pensaram ser dois planetas diferentes: um vespertino e outro matutino. Os gregos chamavam de Fosforus e Hesperus; os romanos de Lúcifer e Vésper; já os egípcios chamavam de Tioumoutiri e Ouaiti . Os maias acompanharam e registraram os movimentos venusianos e os usaram em seus calendários.
Com a invenção do telescópio, Vênus se mostrou ainda mais misterioso. Galileu identificou suas fases em 1610. Em 1761, durante um trânsito (quando o planeta cruza o disco solar visto da Terra), Mikhail Lomonosov descobriu evidências da existência de atmosfera.
Mais de 40 sondas foram enviadas a este planeta desde a década de 1960. Algumas sobrevoaram, outras colidiram, outras lançaram sondas atmosféricas e poucas pousaram em sua superfície. Algumas falharam, mas as que nos enviaram dados nos ajudaram muito a compreender mais sobre este misterioso vizinho. A sonda Magellan, por exemplo, mapeou a sua superfície usando radar pois as nuvens de Vênus encobrem tudo.
Vênus tem quase a mesma massa e o mesmo tamanho da Terra, o que faz com que sua gravidade seja praticamente a igual a nosso planeta. Por outro lado, a pressão da atmosfera marciana é enorme, capaz de nos esmagar se estivéssemos em sua superfície. Isso acontece devido à composição química da atmosfera venusiana. O principal componente é o dióxido de carbono (CO2); quase 97% da atmosfera. Isto torna a atmosfera mais densa e mais opaca à radiação infravermelha. A luz solar penetra nas camadas gasosas, aquece a superfície, se torna infravermelha (forma de propagar calor por radiação) e esta radiação fica presa no planeta através do que se usou chamar de efeito estufa. Em decorrência disso, Vênus é o planeta mais quente do Sistema Solar, mesmo estando mais longe do Sol que Mercúrio (que não tem atmosfera).
Mas a atmosfera venusiana não é só densa e quente. Ela gira muito mais rápido que o planeta em seu movimento de rotação. Vênus, este estranho, gira ao contrário dos demais planetas e faz isso muito lentamente: mais de 200 dias terrestre pra dar uma volta. Mas a atmosfera gira no sentido oposto, em torno de quatro dias terrestres. Isto gera ventos que podem atingir 300km/h ou mais, compatíveis com os furacões da Terra. Este fenômeno, chamado de super-rotação, tem intrigado pesquisadores que hoje geram modelos de computador para simular o que está acontecendo no planeta. Este modelos levam em consideração não só a densidade e a temperatura dos gases, mas sua viscosidade e o transporte de calor nas diversas latitudes venusianas.
Tradicionalmente, aproveitamos os dias das celebrações de final de ano pra realizar as manutenções que fazem com que o Planetário esteja sempre pronto para propiciar ao público a melhor experiência de imersão em Ciência.
Devido a um atraso na manutenção do ar-condicionado, estaremos funcionando esse sábado sem climatização, o que inviabiliza a exibição de sessão de cúpula.
Dica para a tarde de sábado: venha passear gratuitamente no Museu do Universo, curta nossos jardins, faça um lanche em um dos restaurantes localizados no Planetário, Tio Ruy ou Artesan, e às 19h suba para a Praça dos Telescópio, para observar o céu e conversar com os Astrônomos que acompanharão a atividade.
*Lembramos que a atividade de observação do céu depende das condições meteorológicas. Com chuva ou céu nublado a atividade fica cancelada.
E vamos terminar, também, a coleção das constelações zodiacais.
Este grupo apresenta a única constelação zodiacal que não é um animal: a Balança. Ela não tem muitas estrelas brilhantes e quatro delas têm nomes bem estranhos!
Zubenelgenubi, Zubenelschamali, Zubenelhakrabi e Zubenelhakribi são os nomes delas. Elas fazem referência às garras do Escorpião que está ali perto. Bem antigamente essa constelação fazia parte do Escorpião, e por isso os nomes das estrelas.
Um Feliz Natal e um Novo Ano repleto de brincadeiras! Esperamos vocês aqui no Planetário nas férias!