Usamos cookies em nosso site para lhe dar a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e repetindo visitas. Ao clicar em "Aceitar tudo", você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações de cookies" para fornecer um consentimento controlado.

Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados conforme necessário são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. T...

Sempre ativado

Os cookies necessários são absolutamente essenciais para que o site funcione corretamente. Esta categoria inclui apenas cookies que garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal.

Quaisquer cookies que podem não ser particularmente necessários para o funcionamento do site e são usados especificamente para coletar dados pessoais do usuário através de análises, anúncios, outros conteúdos incorporados são denominados como cookies não necessários. É obrigatório obter o consentimento do usuário antes de executar esses cookies em seu site.

Categories
Coluna do Astrônomo

Viva a Astronomia do Brasil

2 de Dezembro: Dia da Astronomia Brasileira

No próximo dia 2 de dezembro, o Brasil celebra o Dia Nacional da Astronomia, uma data que nos convida a contemplar o firmamento estrelado e relembrar a rica história que conecta nossa nação ao céu. Não bastasse termos a bandeira mais astronômica de todas ainda tivemos um governante amante da observação celeste. O imperador brasileiro Dom Pedro II nasceu nesta data no ano de 1825. Ele é considerado patrono da astronomia brasileira. Esta é uma justa homenagem pela sua participação na promoção e desenvolvimento da ciências dos astros.

Legado Histórico da Astronômia Brasileira

Durante o século XIX, o imperador Dom Pedro II desempenhou um papel crucial no fomento da ciência e cultura no Brasil. Sua paixão pela astronomia era evidente, e ele se envolveu ativamente em iniciativas que promoveram o estudo dos astros em solo brasileiro.

Dom Pedro I criou um observatório astronômico na cidade do Rio de Janeiro em 1827. Mais tarde com a proclamação da república veio a se chamar Observatório Nacional (1909). Este centro de pesquisa abrigou instrumentos de ponta e atraiu cientistas para colaborar com suas pesquisas desde sua fundação.

Esquerda: sede do observatório no Morro do Castelo. Direita: vista do Observarório Nacional já em São Cristovão.

O Impacto Duradouro de Dom Pedro II

Dom Pedro II financiou expedições científicas e aquisição de equipamentos astronômicos. O imperador também incentivou a formação de astrônomos brasileiros, através de bolsas de estudo.

“Nasci para consagrar-me às letras e às ciências, e, a ocupar posição política, preferiria a de presidente da República ou ministro à de imperador.”

Pedro II do Brasil (1825-1891)

Fonte: https://citacoes.in/citacoes/120329-pedro-ii-do-brasil-nasci-para-consagrar-me-as-letras-e-as-ciencias-e/

Observatório Pedro II montado na Ilha de São Thomas, Ilhas Virgens, para registro do trânsito de Vênus em 1882. Fonte: Museu Histórico Nacional

Celebrando o Presente e Olhando para o Futuro

Ao comemorarmos o Dia Nacional da Astronomia, é crucial reconhecer a herança deixada por Dom Pedro II. O Brasil tem hoje instituições de pesquisa ativas participando em diversos projetos internacionais.

Neste 2 de dezembro, convidamos todos a olhar para o céu e se maravilhar com a vastidão do universo e refletir sobre a importância da astronomia em nossa sociedade. A atuação visionária de um imperador brasileiro permitiu a gerações de cientistas percorrer os caminhos do estudo dos astros. Assim como as estrelas, o conhecimento ilumina o caminho para um futuro menos sombrio.

“Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro.”

D. Pedro II

Quer saber mais? Leia o Zine PlanetaRio – número 10 – 2021

Categories
Coluna do Astrônomo

Dia de Carl Sagan

Todo divulgador de astronomia tem na figura de Carl Sagan uma fonte de inspiração. Em uma época em que a Ciência andava um tanto afastada do público, Sagan foi um grande ativista da popularização do conhecimento científico.

Carl Edward Sagan nasceu em uma família judia na cidade de Nova Iorque (EUA) no dia 9 de novembro de 1934. Formou-se em física e doutorou-se em astrofísica. Foi um pioneiro em dois ramos em ascenção em sua época: Ciência Planetária e Astrobiologia. Foi também um fecundo escritor com mais de 20 livros e 600 artigos científicos.

Todas as ciências…

“A ciência é muito mais que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar.”

A obra de Sagan abrange uma ampla gama de disciplinas científicas e atividades, tornando-o um dos cientistas mais conhecidos e respeitados do século XX. Carl Sagan era conhecido por sua versatilidade em diferentes campos da ciência, incluindo astronomia, astrobiologia e astrofísica. Sua curiosidade intelectual o levou a explorar uma variedade de tópicos científicos.

Defensor do ceticismo científico e do método científico, Sagan promoveu a ideia de que as alegações científicas devem ser baseadas em evidências sólidas e submetidas a testes rigorosos.

“Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias.”

Vida em toda parte…

Sagan desempenhou um papel fundamental no projeto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que busca sinais de vida extraterrestre através de radiotelescópios. Ele também ajudou a criar mensagens que foram enviadas a bordo de sondas espaciais, como as Pioneer e Voyager, com informações sobre a Terra e a humanidade, na esperança de que possíveis civilizações extraterrestres pudessem interceptá-las. Em seu livro de ficção científica (que depois virou filme) CONTATO (1985) ele trabalhou de forma brilhante as implicações culturais de um contato extraterrestre.

“Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.”

Carl Sagan foi um dos primeiros cientistas a estudar, na década de 60, o efeito estufa em escala planetária, observando a atmosfera de Vênus. Ainda hoje é claro a enorme contribuição de suas pesquisas para uma melhor compreensão dos processos climáticos planetários, inclusive no nosso planeta.

Carl Sagan fundou a Sociedade Planetária, uma organização não governamental dedicada à promoção da exploração espacial e da compreensão científica do nosso lugar no cosmos.

“A imaginação muitas vezes nos leva a mundos que nunca sequer existiram. Mas sem ela não vamos a lugar algum.”

Conhecimento por todo lado…

Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica, como “Cosmos” e “O Mundo Assombrado pelos Demônios”, que alcançaram um público amplo e ajudaram a popularizar a ciência. Além disso, a série de televisão “Cosmos: Uma Viagem Pessoal”, que ele apresentou e coescreveu, teve um impacto significativo na divulgação científica.

“Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.”

Sagan recebeu inúmeros prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio Pulitzer de Não Ficção Geral por seu livro “The Dragons of Eden”. Sua habilidade de comunicar ideias científicas de maneira acessível ao público em geral o tornou um dos divulgadores científicos mais influentes da história. Muitos colegas cientistas (acadêmicos e divulgadores) foram diretamente motivados por sua obra. Além de um instigador do conhecimento Sagan foi um ativista pelo desenvolvimento científico e tecnológico pacífico e ambientalmente sustentável.

“Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.”

Adeus professor…

Sagan faleceu na cidade de Seattle (EUA) em 20 de dezembro de 1996, mas seu legado continua vivo através de suas contribuições para a ciência e sua ativa inspiração popular pela exploração do universo e pela compreensão do método científico.

“Em algum lugar, algo incrível está esperando para ser descoberto.”

Categories
Coluna do Astrônomo Conteúdo científico Curiosidades

Matéria Escura – o que é?

Dando continuidade à série de artigo sobre matéria escura, neste segundo, falarei sobre sua composição e a importância na formação de estruturas.

A primeira pergunta que podemos fazer é: A matéria escura existe? E uma vez que exista, do que é composta?

O modelo MOND (discutiremos em um post posterior) prevê uma modificação das leis da mecânica newtoniana para objetos em grande escala e a grandes distâncias.

O problema é que isso viola os princípios de Homogeneidade e de Isotropia do Universo, que dizem: se o Universo for visto em uma grande escala, as propriedades do Universo são as mesmas para todos os observadores. Isto se chama princípio cosmológico. Simplificando ainda mais, podemos dizer que a parte observável é representativa do todo e as leis que valem aqui, valem para todo o Universo.

Assim, mantendo o princípio cosmológico, precisamos encontrar algum “material”, “entidade” ou “ser”, como queiram chamar, para explicar a existência de uma gravidade superior àquela encontrada apenas observando a matéria bariônica (que simplificaremos com sendo aquela que absorve e emite algum tipo de radiação).

Existem dois tipos, a chamada matéria escura quente e a matéria escura fria.

A matéria escura quente é aquela composta por partículas, como os neutrinos, que viajam à velocidade ultrarrelativística, ou seja, próxima à velocidade da luz e possuem uma massa pequena. Existem equipamentos, como o Observatório de Neutrinos Super-Kamiokande, em Gifu, no Japão, que procuram estas partículas.

Figura 1 – Interior do Observatório de Neutrinos Super-Kamiokande, em Gifu, Japão. Um tanque de água pura, localizado a uma profundidade de 1km e repleta de sensores. Podemos ver alguns técnicos dentro de um bote fazendo a manutenção.

Já a matéria escura fria, mais massiva, possui uma velocidade relativamente menor em comparação à quente. Pode ser encontrada na forma de Objetos Massivos do Halo (MACHOs, em inglês), como os buracos negros; Associações Robustas de Objetos Bariônicos Massivos (RAMBOs, em inglês), como aglomerados de anãs marrons; e/ou uma classe de partículas pesadas denominadas WIMPS, ou Partículas Massivas de Fraca Interação, (é, eu sei que os astrônomos adoram estes acrônimos!), além dos áxions, uma partícula elementar ainda hipotética.

Figura 2 – Simulações computacionais servem para comparar os modelos cosmológicos com os diferentes tipos de matéria escura. Temos, da esquerda para a direita, resultados de simulações com matéria escura quente, morna e fria, respectivamente.

A importância em sabermos qual o tipo de matéria escura existente está no fato em que esta fornece a explicação de como se deu a formação de estruturas do Universo.

Se a matéria escura for quente, sua interação e velocidade impediriam a formação de estruturas em escalas menores que superaglomerados. Posteriormente estes superaglomerados se fragmentariam em aglomerados e finalmente em galáxias individuais.

O modelo mais aceito para a formação de estruturas de galáxias é exatamente o contrário. Chamado de Modelo Hierárquico. Protogaláxias em regiões centrais de halos de matéria escura fria colidem para formar estruturas cada vez maiores. De protogaláxias para galáxias, depois formariam aglomerados e superaglomerados.

Além da matéria escura quente e fria, alguns trabalhos recentes especulam a existência de um terceiro tipo, a matéria escura morna. Composta de partículas de massa intermediária, ainda não descobertas, parecem adequar-se a algumas estruturas observadas.

Diversos autores produzem modelos computacionais de formação de estruturas em que porcentagens diferentes de matéria escura são adicionadas para conseguir explicar o Universo observável.

Sei que acrescentei muito mais dúvidas que explicação, mas espero que tenham gostado desta discussão sobre a composição da matéria escura. Na próxima semana falaremos um pouco mais sobre esta “entidade”.

Categories
Coluna do Astrônomo

Eclipse Lunar Total 21/01/2019

O eclipse de 27 de julho do ano passado aconteceu ao nascer da Lua para o Rio de Janeiro. Naquela ocasião a Lua nasceu já eclipsada. A névoa fez que a Lua só fosse visível bem depois de se elevar no horizonte na direção do mar. O próximo eclipse vai acontecer de madrugada mas, apesar de horário mais difícil, a posição da Lua no céu vai ser mais favorável para nós cariocas. A sombra da Terra vai começar a tocar o disco lunar em torno das 1h34min da madrugada, com a Lua bem alta no céu e vai até pouco antes do pôr da Lua, no Oeste. A princípio não é necessário nenhum equipamento óptico para contemplar o fenômeno. Basta ter um horizonte oeste mais livre para acompanhar o eclipse até o seu final. Um binóculo 7×50 ou um luneta de 70 mm são ideais para quem quer cronometrar o avanço da sombra sobre o disco lunar, registrando o momento em as crateras são obscurecidas.

Sequência de fotos do eclipse de 27 de julho de 2108 tiradas pelo autor no Forte Copacabana com uma câmera digital sem tripé. A diferença de cores é devido às adversas condições atmosféricas e ajustes da câmera.

Evento horário no Rio de Janeiro (hora de verão)
Início do Eclipse Parcial 21 de Jan, 1h33min54s
Início da Totalidade 21 de Jan, 2h41min17s
Momento máximo do eclipse 21 de Jan, 3h12min14s
Fim da Totalidade  21 de Jan, 3h43min15s
Fim do Eclipse Parcial 21 de Jan, 4h50min39s

A mecânica dos eclipses lunares já é bem conhecida a bastante tempo. A cada Lua Cheia há chance de ter um eclipse lunar. Só não ocorre sempre porque a órbita da Lua é inclinada em relação ao plano que contém a Terra e o Sol, a chamada eclíptica. Ora a Lua Cheia passa mais ao Sul, ora mais ao Norte deste plano. Quando a Lua cruza a eclíptica ao mesmo tempo que se alinha com a Terra e o Sol (nesta ordem) acontece o eclipse lunar.

A região avermelhada mostra onde o eclipse lunar de 21 de janeiro de 2019 será totalmente visível: Todas as Américas, Groenlândia, regiões árticas (extremo norte da Rússia, Islândia e Escandinávia) Portugal, noroeste da Espanha, noroeste da França e as Ilhas Britânicas. O local onde a Lua estará à pino no meio do eclipse fica no Caribe, entre Cuba e o Haiti. O eclipse será visto em todo o Brasil. (Fonte: https://www.timeanddate.com/eclipse/map/2019-january-21)

No momento em que a Lua entra totalmente dentro da sombra da Terra era de se esperar que a Lua ficasse tão escura que desapareceria do céu. Mas isso não acontece. O aspecto avermelhado da Lua em alguns eclipses gerou inclusive o termo popular Lua de Sangue, que não é algo de origem astronômica, mas beira o misticismo. O que acontece é que a luz que passa pelas bordas da Terra é desviada para dentro da sombra de forma distinta para cada cor. O vermelho típico do entardecer tem origem neste espalhamento seletivo da luz pela atmosfera terrestre. Isto não é muito previsível: vai depender da quantidade de partículas na atmosfera em todo um hemisfério terrestre. Erupções vulcânicas, grandes tempestades de areia, poeira industrial e até atividade solar podem influenciar neste efeito. Por isso existe uma escala desenvolvida pelo astrônomo francês André Luís Danjon (1890-1949) que indica o quão luminoso é o eclipse. SUGESTÃO: Tente classificar este eclipse visualmente usando as dicas dadas no infográfico a abaixo (baseado no site TimeAndDAte).

Outro termo popular que ganhou algum destaque recentemente foi SUPERLUA. A Lua não tem uma órbita perfeitamente circular ao redor da Terra. Quando a Lua Cheia cai próxima ao perigeu (lugar da órbita onde a distância é menor) o disco lunar pode parecer 14% maior do que no seu ponto mais afastado, o Apogeu. Neste eclipse a Lua passa pelo perigeu umas 15 horas após o momento exato da Lua Cheia. Veja abaixo a comparação do tamanho aparente da Lua e a distância correspondente para o perigeu e apogeu.

Na madrugada de segunda (dia 21) estaremos observando o eclipse aqui do Planetário. Esperemos que o tempo ajude.

O próximo eclipse lunar total visível inteiramente no Rio de Janeiro será em 15 de maio de 2022.

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Eclipse Solar na América

Na próxima segunda-feira, 21/08/2017, a sombra da Lua vai percorrer o território dos Estados Unidos da América diagonalmente, do noroeste (no estado do Oregon) até o sudeste (no estado da Carolina do Sul). Numa estreita faixa de uns 100km, o Sol será ocultado totalmente pela Lua durante alguns minutos.

Categories
Coluna do Astrônomo

A gravidade e o nosso corpo

Quero falar sobre a gravidade ou a ausência dela, melhor dizendo. Sem a gravidade estaríamos em uma situação grave. Vamos aos fatos: Nosso corpo foi moldado para suportar a gravidade na superfície da Terra e a gravidade não para de agir em nosso corpo. Quando ficamos mais velhos, ela é implacável e vamos diminuindo de tamanho, temos dificuldades em andar ou correr e tudo despenca, literalmente.

 É fundamental nos exercitarmos durante toda a vida (pelo menos deveríamos) para podermos ter uma vida saudável e fortalecer nossos ossos e nossa musculatura, em uma guerra constante contra a gravidade. Mas o que acontece se formos para o espaço em uma situação que simula a falta da gravidade como ocorre em uma estação espacial? Quais as mudanças que nossos órgãos sofreriam?

Na semana passada foi noticiado que o astronauta Scott Kelly, depois de permanecer 340 dias no espaço a bordo da Estação Espacial Internacional, cresceu 5cm. Neste ambiente a que ficou submetido, sua coluna vertebral esticou, mas ao voltar para a Terra a gravidade fez com que ele retornasse ao seu tamanho original depois de algum tempo. Muitos estudos foram feitos e ainda continuam com este astronauta, com o objetivo de descobrirmos como seria uma viagem a outros planetas, como Marte, por exemplo.

microgravidade-650x986

E o que mais pode acontecer com uma  que permanece longo tempo em um ambiente que simula a ausência da gravidade? Várias coisas. A perda de massa muscular é um dos efeitos sentidos, já que sem a necessidade de fazer muito esforço – para se locomover ou fazer qualquer atividade – os músculos não são exigidos e atrofiam. Isso pode ser minimizado com a prática de exercícios físicos, de forma intensa e constante, mas mesmo assim podemos perder até 32% da força dos músculos das pernas. Ficamos, assim, sem uma base de sustentação não temos condições de nos mantermos em pé, por exemplo.

Nosso coração também sofre. Ele diminui de tamanho e a pressão arterial é reduzida. Isso implica em menos sangue circulando pelo nosso corpo e isso diminui a nossa capacidade de nos exercitarmos. Como comparação, uma semana em um ambiente de simulação de ausência de gravidade equivale a seis semanas deitado aqui na Terra. Você já deve ter passado por algo assim, quando ficou doente por algum motivo. Ficar muito tempo deitado nos enfraquece.

Outros efeitos também já foram registrados em astronautas que permaneceram no espaço por longos períodos, tais como: a menor produção de glóbulos vermelhos (anemia espacial), o enfraquecimento do sistema imunológico, a perda de orientação, distúrbios no sono, congestão nasal, flatulência excessiva, enchimento da face, além de uma exposição maior à radiação solar (pois estão sem a proteção da atmosfera).

Por tudo isso estamos vendo que nosso corpo se adaptou da melhor maneira possível ao ambiente e à gravidade da Terra. Viver em outros lugares do espaço exigirá um esforço sobre-humano para nos adaptarmos. Mais difícil ainda será viajar para ambientes diferentes da Terra e depois retornar ao nosso lar. Possivelmente teremos que criar uma gravidade artificial igual ou parecida com a da Terra para que a ela não seja um entrave para a nossa sobrevivência na conquista de novos mundos.

P.S.: Se você quiser saber mais sobre a sensação de ausência de gravidade sentida pelos astronautas a bordo da ISS, veja no seguinte endereço: 

http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/arch2006-04-02_2006-04-08.html

E o que mais pode acontecer com uma  que permanece longo tempo em um ambiente que simula a ausência da gravidade? Várias coisas. A perda de massa muscular é um dos efeitos sentidos, já que sem a necessidade de fazer muito esforço – para se locomover ou fazer qualquer atividade – os músculos não são exigidos e atrofiam. Isso pode ser minimizado com a prática de exercícios físicos, de forma intensa e constante, mas mesmo assim podemos perder até 32% da força dos músculos das pernas. Ficamos, assim, sem uma base de sustentação não temos condições de nos mantermos em pé, por exemplo.
Nosso coração também sofre. Ele diminui de tamanho e a pressão arterial é reduzida. Isso implica em menos sangue circulando pelo nosso corpo e isso diminui a nossa capacidade de nos exercitarmos. Como comparação, uma semana em um ambiente de simulação de ausência de gravidade equivale a seis semanas deitado aqui na Terra. Você já deve ter passado por algo assim, quando ficou doente por algum motivo. Ficar muito tempo deitado nos enfraquece.

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Júpiter em oposição

 

Por Paulo Cesar R. Pereira, astrônomo

 

 

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, e também, o segundo planeta mais brilhante, depois de Vênus. A observação por meio de um pequeno telescópio permite a observação da sua atmosfera, totalmente coberta por nuvens que envolvem o planeta, inclusive a grande “mancha vermelha”. 

 

Com pequenos instrumentos é também possível observar seus quatro maiores satélites (Io, Europa, Ganimedes e Calisto), e refazer as famosas observações realizadas por Galileu Galilei em 1609.

 

Ao longo dos meses de março e abril, teremos condições bem favoráveis para a observação desse belo planeta. Isso por conta do fenômeno chamado “oposição de Júpiter”, que atingirá o seu ápice no dia 8 de março próximo.

 

Durante a “oposição de Júpiter”, que ocorre a cada 13 meses aproximadamente, Júpiter fica oposto ao Sol em relação à Terra. Como resultado, Júpiter fica bem mais brilhante e o seu tamanho aparente aumenta como resultado da aproximação (Júpiter estará a 663 milhões de quilômetros da Terra). Além disso, o fenômeno faz com que o planeta gigante seja visível ao longo da noite inteira.

 

foto tamanho site 1

 

O planeta poderá ser observado mesmo sem o uso de instrumentos, bastando olhar na direção do leste (nascente), a partir das 19h15min. A carta celeste abaixo apresenta a localização de Júpiter no dia 8 de março às 21h. Aproveite a ocasião para identificar algumas constelações. Boa observação!

 

Por Paulo Cesar R. Pereira, astrônomo

Categories
Coluna do Astrônomo

Turismo Espacial: Destinos Futuros

O Laboratório de Propulsão a Jato (Jet Propulsion Laboratory – JPL) teve sua origem em um grupo de estudantes do Caltech na década de 30 do século passado. A partir de 1958 o JPL se tornou membro da NASA. Este instituto é responsável pela maior parte dos foguetes e sondas espaciais que os americanos já lançaram. Entre as lendárias missões do JPL, temos as Mariners, as Vikings e as Voyagers. Certamente é a instituição que mais revolucionou o nosso conhecimento do Sistema Solar. Se existe algum lugar onde o futuro é feito hoje, esse é o JPL.

Outra característica de vanguarda do JPL é a preocupação de divulgação popular da exploração do espaço. Lembro que quando ainda era estudante, escrevi para o JPL, em um inglês simplório. Minha carta pedia informações sobre o espaço, mas confesso que não tinha esperança de receber resposta alguma. Alguns dias depois, começaram a chegar vários envelopes pardos cheios de folhetos coloridos e imagens, muitas imagens. Numa época em que não havia internet, aquele material era um prazer sem limites para os olhos.

Agora o JPL continua inovando na divulgação científica. Recentemente eles publicaram uma série de belíssimos e instigantes cartazes antecipando o turismo do futuro: o espaço. 

Os destinos sugeridos no Sistema Solar incluem as mais diversas e emocionantes aventuras. Imagine um passeio de balão na alta atmosfera de Júpiter. Já pensou em assistir o trânsito de Mercúrio a bordo de uma base flutuante acima das corrosivas nuvens de Vênus? Até viagens submarinas aos gelados oceanos de Europa (satélite de Júpiter) foram representadas como um pacote turístico emocionante. Os roteiros turísticos não ficam só nas cercanias do Sol: estrelas distantes com exoplanetas descobertos recentemente também são destinos representados de forma colorida e criativa.

Não sabemos quanto tempo vai demorar para que este tipo de turismo “de ficção científica” vire turismo de fato. O certo é que o JPL foi mais uma vez pioneiro ilustrando o futuro.

PS: Os pôsteres são disponíveis para baixar e imprimir. Vale a pena: verdadeiras joias de colecionador totalmente gratuitas.

 

Veja todos os cartazes em :

http://www.jpl.nasa.gov/visions-of-the-future/

http://planetquest.jpl.nasa.gov/exoplanettravelbureau

 

Conheça mais sobre o JPL em:

http://www.jpl.nasa.gov/about/history.php

http://www.jpl.nasa.gov/news/fact_sheets/jpl.pdf

 

 

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Um Detalhe da História

Para aqueles que já fizeram uma viagem de turismo pelo nosso Brasil, principalmente pelas regiões Nordeste e Sudeste, tiveram a oportunidade de visitar monumentos, vilas, e museus históricos, com elementos da Astronomia daquela época. Um dos objetos que encontramos em muitos lugares é a esfera armilar. Eu, pessoalmente, encontrei no Ceará, Bahia e Minas Gerais.

A esfera armilar é uma representação da esfera celeste, onde colocamos a Terra em seu centro. É constituída por 10 círculos ou armilas:

– um meridiano;
– o horizonte;
– os dois coluros;
– o equador celeste;
– a eclíptica com o zodíaco;
– os dois trópicos;
– os dois círculos polares.

 

Esta esfera era utilizada não só para o estudo da Astronomia em si, mas também para a navegação e, até hoje, a navegação possui uma ligação muito estreita com esta ciência. As bandeiras portuguesas possuíam a esfera armilar em suas estampas, sendo que sua primeira ocorrência foi na bandeira pessoal de D. Manoel I (fig abaixo).

É interessante notar que, nesses momentos históricos, as ciências, e em particular a Astronomia, sempre se fizeram presentes, de um modo ou de outro. Basta que nós saibamos ver o que deve ser visto.

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Publicações sobre ensino e divulgação de Astronomia

O profissional da educação deve não somente estar atualizado sobre as grandes descobertas da Astronomia, mas também estar atento ao processo educativo em si. Uma importante referência para o educador é a Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia. Trata-se de uma revista on-line, onde profissionais que lidam no dia a dia com o ensino e a difusão da Astronomia, postam artigos dentro desta temática. O endereço é:

http://www.relea.ufscar.br/