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Coluna do Astrônomo

Astronomia pelo Brasil

Tendo escrito sobre a minha já não tão recente visita ao Egito (para a conferência da International Planetarium Society) e da minha atual aventura em solo ianque (para a conferência da Great Lakes Planetarium Association), percebo que cometi duas injustiças que devem ser retificadas…

Em agosto estive em Rio Claro, interior de São Paulo, participando, como palestrante convidado, da Semana de Astronomia da UNESP. A UNESP não possui curso de Astronomia, nem tampouco um planetário. Mas tem um grupo abnegado de astrônomos amadores (Los Sombreros), formado por muitos de seus alunos, que é bastante atuante e empreendedor. E com persistência e amor pela ciência, esses meninos (já adultos, eu sei, mas meninos para mim, que já há muito deixei para trás meus tempos de faculdade) conseguiram montar uma bela e variada programação. Agradeço o convite e a bela recepção que tive por lá.

Um brinde aos Sombreros! E quem os conhece bem, e em particular o “título” nada honorífico que eles se autoimpuseram, sabe que eles apreciam um brinde. E, claro, o que vem logo depois disso.

Em outra viagem recente, fui ao Ceará. Como diretor da Associação Brasileira de Planetários e membro do comitê organizador do Ano Internacional da Astronomia no Brasil, eu havia sido convidado para a inauguração dos novos equipamentos do Planetário de Fortaleza. Não pude ir, pois estava no Egito. Mas fiquei frustrado pela oportunidade perdida.

Dermeval Carneiro, diretor do Planetário de lá e uma lenda viva da divulgação científica no Nordeste, conseguiu viabilizar minha ida em setembro passado. Em troca, dei duas palestras (“História do Calendário”, na cúpula reinaugurada, e “Teoria da Relatividade”, no auditório do Espaço Cultural Dragão do Mar).

Além disso, fui premiado com um bônus. Dermeval viabilizou minha ida a Sobral, onde conheci o Museu do Eclipse e o lendário sítio onde uma expedição inglesa, ao observar o eclipse solar de 1919, comprovou as previsões de Albert Einstein, corroborando sua Teoria da Relatividade Geral. Realizei um sonho antigo com essa visita a Sobral…

E é isso. Acho que esse ano não viajo mais…

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Coluna do Astrônomo

Medo de escrever

Sempre quis ser escritor. Desde que me entendo por gente, sempre quis ser escritor. Já quis ser bombeiro, astronauta, policial, farmacêutico, espião, ator. Mas havia sempre um “e” em minhas afirmações. Era bombeiro e escritor; astronauta e escritor; etc. etc. etc.

Tornei-me astrônomo. E escritor. Hoje vejo que esta inusitada escolha profissional (astrônomo?!? Quantos astrônomos você conhece?) foi a grande facilitadora do meu sonho. Em uma sincronicidade feliz, formei-me no mesmo ano em que o Planetário expandia sua estrutura e lançava um edital público para um concurso com fins de contratar astrônomos. Sem nunca ter sequer sonhado em trabalhar no Planetário, fiz a prova e passei (passei no susto e na sorte, mas passei…).

Fui contratado antes de o prédio novo e sua cúpula ficarem prontos. Eu e todos os demais concursados. Precisávamos passar por um treinamento antes da inauguração. E durante o treinamento, o que fazer além dele? A equipe existente tocava muito bem o dia a dia da instituição. E eu, um novato até entre os novatos (saudades do tempo em que eu era o mais jovem da equipe… estou ficando velho…), estava aparentemente sem função clara.

Eis que cai em meu colo uma oportunidade e tanto, ao menos para mim. Havia a “Curiosidade do Mês”, um texto de divulgação em Astronomia publicado mensalmente no folder da Fundação Planetário. Os astrônomos se revezavam para escrevê-la. E em dezembro de 1997, menos de dois meses após minha contratação, fui informado de que eu seria responsável pela “Curiosidade do Mês” de fevereiro.

Lembro-me dela até hoje. Falava sobre o Carnaval e sobre o enredo de uma escola de samba, que fazia alusão ao Big Bang. Minha felicidade em fazer aquilo deve ter sido muito transparente, pois em seguida escrevi a de março, a de abril, a de maio… De maneira natural, o rodízio entre os astrônomos acabara e a “Curiosidade” tornou-se minha responsabilidade. Responsabilidade esta que mantive até novembro de 2005, o que me concede o recorde de maior número de “Curiosidades do Mês” escritas por um astrônomo da Fundação Planetário.

Mas esse texto não é sobre mim (apesar de parecer o contrário…). A tarefa que me foi passada em dezembro de 1997, colocou-me em contato com uma pessoa que veio a se tornar uma das minhas melhores amigas e, certamente, minha maior colaboradora profissional. Angela Almeida, assessora do Diretor de Astronomia, formada em Letras, revisora de todos os textos que produzíamos. (A ironia de seu nome proparoxítono ser grafado sem acento nunca nos escapou…)

Tudo o que eu escrevi para o Planetário, desde então, passou pelo crivo da Angela. Se tenho fama de escrever bem, o mérito é dela. E, aparentemente, esta fama existe! Para minha grande felicidade, as pessoas têm gostado do que eu tenho escrito nesses últimos 13 anos. As curiosidades abriram as portas para o meu primeiro livro, publicado pela Fundação Planetário; e este primeiro livro me abriu as portas de uma editora comercial, que já publicou outros três livros de minha autoria. Hoje sou um autor publicado. É um sonho realizado. E uma parte disso eu devo à Angela.

Depois de anos e anos de trabalho, Angela se aposenta mês que vem. Mas já está de férias por agora, de modo que não posso mais contar com ela no meu cotidiano. Minha revisora me abandonou (a amiga vai ficar para sempre!).

Aos leitores de meus livros, fiquem tranquilos. Eles continuarão sendo revisados, por conta da minha editora. Mas meus textos do Planetário… ainda não achamos uma solução para a ausência da Angela. Aos meus leitores destas paragens, caveat lector. Os erros serão inevitáveis. Fiquei muito mal acostumado com a mão segura da Angela…

Acho até que estou com medo de escrever…

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Coluna do Astrônomo

Pontos Cardeais

Da série “Tolerância Zero”…

Leio, em uma grande revista semanal, que o serviço do GoogleMaps que disponibiliza fotos das ruas de algumas cidades já está funcionando no Brasil. Na reportagem, é explicado como funciona a captura das imagens. Ali é dito que um carro possui nove câmeras; uma está voltada para o alto e as outras oito, uma para cada ponto cardeal.

Oito pontos cardeais? Como assim?

Há apenas quatro pontos cardeais! Norte, sul, leste e oeste. Entre o norte e o leste, temos o nordeste. Mas o nordeste não é um ponto cardeal. É um ponto colateral. Assim como são pontos colaterais o sudeste, o sudoeste e o noroeste.

Será que era isso que a reportagem queria dizer? Que as oito câmeras apontam para os pontos cardeais e colaterais? Ou será que cada ponto cardeal tem duas câmeras apontadas para si, permitindo a captura de imagens estereoscópicas para a visualização tridimensional? Não sei…

Em tempo: cardeal vem de “coração”, em reconhecimento à importância desses pontos que, no melhor clima “tolerância zero”, não são pontos coisa nenhuma, e sim direções! Mas isso já é outro papo…

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Coluna do Astrônomo

As oposições de Marte

Em um blog anterior, no mês de agosto, falamos que as oposições sucessivas de Marte acontecem com um intervalo de cerca de dois anos e dois meses, e este fato está relacionado com os períodos de revolução da Terra e de Marte em torno do Sol.
Vamos, agora, detalhar um pouco esse fenômeno.
Para evitar complicações matemáticas desnecessárias, consideramos que as órbitas de Marte e da Terra em torno do Sol são circulares (na verdade, elas são elipses de pequena excentricidade).
Você já deve ouvido falar que “o período é o tempo gasto para dar uma volta”. Essa definição de período tem lá suas falhas, mas serve para o que queremos mostrar.
Chamaremos de período sideral da Terra, o tempo que ela leva para dar uma volta completa em torno do Sol. De maneira semelhante, período sideral de Marte é o tempo que aquele planeta leva para completar seu percurso em volta do Sol.
Consideremos, agora, a situação na qual Marte está em oposição (posição 1 na figura).

Como a Terra se move mais rapidamente do que Marte, ela se adianta; quando a Terra completar uma volta, Marte estará mais à frente, mas ainda não deu uma volta. A Terra continua seu movimento e só voltará a alinhar-se com Marte, na oposição, após completar duas voltas e mais um pequeno ângulo (posição 2 na figura). Esta é a origem dos dois anos e dois meses aproximados citados acima.
O tempo gasto para ocorrerem duas oposições sucessivas de Marte é chamado período sinódico de Marte.
A questão, então, é a seguinte: qual a relação entre esses três períodos? A solução é simples, e vamos deixar que você faça a demonstração: o inverso do período sinódico de Marte (1/Psinódico Marte) é igual ao inverso do período sideral da Terra (1/Psideral Terra), menos o inverso do período sideral de Marte (1/Psideral Marte).

1/Psinódico Marte =  1/Psideral Terra –  1/Psideral Marte

Experimente comprovar essa relação usando os seguintes valores aproximados:
Período sinódico de Marte = 779,91 dias terrestres
Período sideral da Terra = 365,25 dias
Período sideral de Marte = 686,98 dias terrestres
 

Gilson Gomes Vieira

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Coluna do Astrônomo Dicas Humor

SOL A PINO?

Domingo passado, vendo um famoso programa de televisão noturno, minha atenção se prende em uma reportagem sobre o clima seco que se abateu sobre o Brasil. Especialistas discorrem sobre as consequências que a baixa umidade traz para o nosso organismo, gráficos mostram há quanto tempo não chove em determinadas regiões…

E eis que a bela repórter aparece, caminhando por uma rua movimentada de Brasília, e diz: “Uma e meia da tarde, sol a pino…” Pronto! Parei de escutar! Este erro foi a primeira vez que ouvi! Já estou acostumado a ouvir a expressão “sol a pino” atrelada ao meio-dia. Mas nunca antes de uma hora qualquer (uma e meia da tarde?!?).

sol a pino

De qualquer maneira, a expressão está errada em ambos os casos. Sol a pino é uma expressão popular que descreve uma situação astronômica bastante peculiar: o Sol no zênite. Zênite?!? Sim, o zênite. Esta palavra esquisita vem do árabe e descreve o ponto mais alto do céu, exatamente em cima das nossas cabeças. É o popular “a pino”. Ou seja, o Sol só está a pino quando ocupa este ponto específico do céu: o zênite.

E o Sol só fica a pino nas zonas tropicais (como é o caso de Brasília), em dois dias do ano. Um jeito bom de se perceber se o Sol está realmente a pino é olhar para a sombra das coisas. No fenômeno do Sol a pino, simplesmente não há sombras! (Quer dizer, as sombras estarão exatamente embaixo dos objetos que as produzem…).

No dia a dia, há uma tendência em se propagar um erro e as pessoas costumam usar a expressão “sol a pino” como sinônimo de “sol alto no céu” ou, pior (como a reportagem citada), “hora de muito calor”. Não é.

Sol a pino é um termo muito específico e deve ser usado com correção.

Leia também:

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ENAST, um sonho que se tornou real

“Eu tenho um sonho” – Assim começou um discurso famoso do Reverendo Martin Luther King (1929-68), prêmio Nobel da Paz e líder do movimento de igualdade racial nos EUA. Foi da mesma maneira que iniciei um e-mail numa lista de discussão de Astronomia (Urânia Brasil – http://br.groups.yahoo.com/group/urania_br/) há mais de 14 anos. Comentava, na época, a vontade que tinha de ver os astrônomos (amadores e profissionais) encontrando-se periodicamente para trocar experiências. A mensagem teve uma repercussão muito maior do que eu esperava. Os colegas do Clube de Astronomia de Campos compraram a ideia com paixão e tornaram aquele desejo compartilhado num evento pioneiro em novembro de 1998: o 1o Encontro Nacional de Astronomia. Centenas de amantes da Astronomia têm se reunido ano após ano desde então, preferencialmente, nos feriados de novembro em diversos lugares do Brasil. A característica principal do evento é a acessibilidade facilitada para todos através da inscrição gratuita e facilidades de hospedagem. Outra característica do evento é a convivência entre entusiastas, curiosos, veteranos, neófitos, amadores e profissionais.
O número de participantes aumenta a cada ano. O evento inclui exposição de instrumentos fabricados pelos próprios donos, astrofotografias, mesas-redondas, observação do céu, palestras, sorteios de brindes, cursos e assim por diante.
Dê uma olhada nas fotos dos ENASTs passados em http://observatoriophoenix.astrodatabase.net/m_fotos/enast.htm .

Veja, a seguir, quando e onde foram realizados:

·    1o ENAST– novembro de 1998 – Campos dos Goytacazes, RJ;
·    2o ENAST – novembro de 1999 – Belo Horizonte/Ouro Preto, MG;
·    3o ENAST – novembro de 2000 – Vitória, ES (Acho que foi a primeira a ter uma camiseta com  logotipo);
·    4o ENAST – novembro de 2001 – Salvador, BA (A primeira fora da Região Sudeste);
·    5o ENAST – novembro de 2002 – Ouro Preto, MG;
·    6o ENAST – junho de 2003 – Campos dos Goytacazes, RJ (A primeira vez que não foi em novembro, pois os feriados naquele ano não ajudavam; aproveitamos o Corpus Christi);
·    7o ENAST– novembro de 2004 – Brotas, SP;
·    8o ENAST – novembro de 2005 – Curitiba, PR (A primeira da Região Sul);
·    9o ENAST – novembro de 2006 – Brasília, DF (A primeira da Região Centro-oeste);
·    10o ENAST – novembro de 2007 – Rio de Janeiro, RJ (Na Fundação Planetário, pela primeira vez, votamos o próximo evento com dois anos de antecedência e, pela primeira vez, o evento foi transmitido ao vivo pela internet). Ver foto abaixo.

FOTO OFICIAL

·    11o ENAST – novembro de 2008 – Maceió, AL (Foi onde se começou a premiar várias categorias de pessoas e instituições importantes para a Astronomia brasileira);

·    12o ENAST – novembro de 2009 – Londrina, PR (Visite meu blog pessoal e veja as fotos do evento (http://ceurbano.blogspot.com/2009/10/diario-de-um-enastiano-em-londrina.html).

Neste ano, o 13o ENAST será em novembro (12 a 15), na cidade do Recife, PE. O 14o, em novembro de 2011, já tem sede escolhida: São Paulo, SP. O 15o, em 2012, já está sendo encaminhado. Em Recife, durante o encontro, será votada a sede. As candidaturas já estão sendo inscritas até 16 de outubro no site http://www.enast.org.br/. Participe, você não imagina como é bom.

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Coluna do Astrônomo

A Sociedade Astronômica Brasileira (SAB)

No período de 7 a 12 de setembro deste ano, astrônomos de todo o Brasil estarão reunidos em Passa Quatro, MG, para a XXXV Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira. Este encontro é uma oportunidade única para a comunidade de astrônomos brasileiros, onde podemos divulgar e discutir os trabalhos que estamos desenvolvendo diante de astrônomos de diversas áreas, bem como assistir a conferências de especialistas convidados do Brasil e do exterior.

A SAB é uma sociedade científica sem fins lucrativos, fundada em 1974 pela comunidade de astrônomos brasileiros, e desde então tem promovido reuniões anuais para discussão de trabalhos científicos, além da promoção de simpósios, reuniões de trabalho e discussão de temas importantes para o futuro da Astronomia no Brasil. Atualmente, a SAB conta com aproximadamente 400 sócios, sendo cerca de 200 com título de doutor ou em vias de obter a titulação.

A SAB tem os seguintes objetivos:
·    Congregar os astrônomos do Brasil;
·    Zelar pela liberdade de ensino e pesquisa;
·    Zelar pelos interesses e direitos dos astrônomos;
·    Zelar pelo prestígio da ciência do País;
·    Estimular as pesquisas e o ensino de Astronomia no País;
·    Manter contato com institutos e sociedades correlatas no País e no exterior;
·    Promover reuniões científicas, congressos especializados, cursos e conferências;
·    Editar um boletim informativo sobre as atividades da SAB e assuntos gerais relacionados com a Astronomia.

Todos os anos, alguns dos astrônomos do Planetário vão à Reunião da SAB para apresentar trabalhos, trocar experiências e participar das discussões e decisões sobre as pesquisas em Astronomia no Brasil e no mundo.

A SAB possui uma Comissão de Ensino e Divulgação que discute assuntos de interesse para nós, particularmente, astrônomos do Planetário. Nas reuniões desta Comissão, são definidas estratégias para aprimorarmos a difusão e o ensino não formal da Astronomia no Brasil, e, por conseguinte, nosso trabalho no Planetário.