O dia 8 de março é dedicado à mulher. Entre os vários estereótipos sexistas que existiram por muito tempo foi a imagem de que ciência é coisa para homens, principalmente as chamadas ciências exatas. Com a Astronomia e demais ciências espaciais não foi diferente. A conquista espacial ficou, por muito tempo, associada a homens, sobretudo os astronautas. Faz algum tempo escrevi um post neste blog sobre mulheres astronautas e no meu blog pessoal também. Desde o voo de Valentina Thereshkova, a bordo da Vostok 5 em 1963, muitas mulheres tripularam naves espaciais. As mulheres têm participado da Astronomia desde muito tempo, não só tripulando naves, mas calculando o céu.
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O Laboratório de Propulsão a Jato (Jet Propulsion Laboratory – JPL) teve sua origem em um grupo de estudantes do Caltech na década de 30 do século passado. A partir de 1958 o JPL se tornou membro da NASA. Este instituto é responsável pela maior parte dos foguetes e sondas espaciais que os americanos já lançaram. Entre as lendárias missões do JPL, temos as Mariners, as Vikings e as Voyagers. Certamente é a instituição que mais revolucionou o nosso conhecimento do Sistema Solar. Se existe algum lugar onde o futuro é feito hoje, esse é o JPL.
Outra característica de vanguarda do JPL é a preocupação de divulgação popular da exploração do espaço. Lembro que quando ainda era estudante, escrevi para o JPL, em um inglês simplório. Minha carta pedia informações sobre o espaço, mas confesso que não tinha esperança de receber resposta alguma. Alguns dias depois, começaram a chegar vários envelopes pardos cheios de folhetos coloridos e imagens, muitas imagens. Numa época em que não havia internet, aquele material era um prazer sem limites para os olhos.
Agora o JPL continua inovando na divulgação científica. Recentemente eles publicaram uma série de belíssimos e instigantes cartazes antecipando o turismo do futuro: o espaço.
Os destinos sugeridos no Sistema Solar incluem as mais diversas e emocionantes aventuras. Imagine um passeio de balão na alta atmosfera de Júpiter. Já pensou em assistir o trânsito de Mercúrio a bordo de uma base flutuante acima das corrosivas nuvens de Vênus? Até viagens submarinas aos gelados oceanos de Europa (satélite de Júpiter) foram representadas como um pacote turístico emocionante. Os roteiros turísticos não ficam só nas cercanias do Sol: estrelas distantes com exoplanetas descobertos recentemente também são destinos representados de forma colorida e criativa.
Não sabemos quanto tempo vai demorar para que este tipo de turismo “de ficção científica” vire turismo de fato. O certo é que o JPL foi mais uma vez pioneiro ilustrando o futuro.
PS: Os pôsteres são disponíveis para baixar e imprimir. Vale a pena: verdadeiras joias de colecionador totalmente gratuitas.
Veja todos os cartazes em :
http://www.jpl.nasa.gov/visions-of-the-future/
http://planetquest.jpl.nasa.gov/exoplanettravelbureau
Conheça mais sobre o JPL em:
http://www.jpl.nasa.gov/about/history.php
http://www.jpl.nasa.gov/news/fact_sheets/jpl.pdf
Grande descoberta em Marte
Desde o fim de semana passado, quando a Agência Espacial Norte Americana (NASA) anunciou que faria um comunicado sobre uma grande descoberta em Marte, várias pessoas especulavam o que seria. Surgiram as mais diferentes teorias: a descoberta de vida extraterrestre, uma base alienígena, egípcios marcianos (para compensar os incas venusianos) e a presença de água líquida na superfície.
Ontem, 28 de setembro de 2015, por volta de 12h30min, no horário de Brasília, terminou este mistério. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia, sob a coordenação de Lujendra Ojha, utilizando equipamentos a bordo do MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), confirmaram a presença de indícios de água extremamente salgada descendo pela encosta de uma cratera do planeta vermelho.
Conhecidas como linhas de encostas recorrentes, estas marcas de pouco menos de cinco metros de largura sempre intrigaram os pesquisadores que estudam Marte. De acordo com o pesquisador, os sais são formados na presença de água que pode ser encontrado na superfície e um pouco abaixo desta, fazendo com que as linhas sejam observadas durante as estações mais quentes do planeta e desapareçam durante os períodos mais frios.
Isto era esperado, uma vez que a presença de sais faz com que a temperatura de congelamento da água seja menor do que a da água pura, possibilitando encontrar-se no estado líquido. O leitor desavisado poderia pensar que estes sais seriam como a de nossas casas (cloreto de sódio), porém são os sais, cloreto de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato de sódio.
Os pesquisadores ainda não sabem qual a origem desta água. Uma hipótese bem aceita seria a de derretimento de gelo superficial e de pouco abaixo da superfície. Provavelmente, o planeta vermelho, muito tempo atrás, teria uma atmosfera muito diferente da atual e possuía uma quantidade enorme de água na superfície, mas alguma coisa aconteceu (muitos acreditam em uma colisão com algum objeto) e perdeu parte significativa de sua atmosfera e, com isso, a pressão atmosférica na superfície tornou-se muito baixa, fazendo com que temperatura de ebulição (evaporação da água) fosse tão baixa que a água superficial evaporasse.
A vida como conhecemos necessita de água para sobreviver e a presença desta pode sugerir a existência de algum tipo de micoorganismo vivo. Nos dias atuais, a busca de vida em qualquer local, seja nos planetas e luas do Sistema Solar ou em planetas extrassolares, passa inicialmente pela busca de sinais de água e, com esta descoberta, a procura será mais intensa em Marte.
Semana passada escrevi um texto sobre o iminente lançamento de uma nave chinesa para a Lua que decretaria a volta de uma corrida ao satélite. Bem, ela finalmente decolou no dia 1 de dezembro e deverá aterrissar por lá no dia 14 deste mesmo mês.
E não é que horas antes do lançamento os norte-americanos anunciaram que pretendem voltar ao satélite até 2028?! Até então eles haviam desistido das missões à Lua, o que eu duvidava muito. Mas em pronunciamento, a NASA anunciou um projeto que finalizará com o homem pousando no lado oculto da superfície lunar em 2028. Ano que vem já começariam os testes com um voo da nave projetada para a missão, a Orion. Até 2017 ela irá até a Lua sem tripulação. Em 2021, voltará com passageiros, mas ainda sem pousar. Voltar a pisar mesmo, só no final da próxima década.
O principal motivo para pousar no lado oculto da Lua é testar a hipótese do que se chama de Bombardeio Pesado Tardio, quando a Terra e a Lua foram bombardeados por asteroides e cometas, há 4 bilhões de anos (na verdade, todos os planetas rochosos foram atingidos). Como se sabe, o outro lado da Lua é cravejado por crateras e nunca está virado aqui para a Terra.
O único problema do projeto é que não há orçamento para tal! Eles têm tudo planejado, mas não têm dinheiro para executá-lo. Então para que o anúncio? Parece mais uma daqueles pronunciamentos da NASA que pressiona o governo e o congresso dos EUA a liberar mais verba. Não deixa de ser uma boa estratégia, usar a corrida espacial para conseguir dinheiro, ainda mais agora que um “jipezinho made in China” está chegando por lá!
Lua empoeirada
peoQuando Neil Armstrong deu os primeiros passos na Lua, em 1969, ele fazia ideia do incômodo que a poeira da Lua poderia produzir. A poeira áspera agarrou-se a tudo o que tocava, fazendo com que os instrumentos científicos sofressem superaquecimento.
Anos depois, na missão Apollo 17, o astronauta Harrison Schmitt, após retornar de uma longa caminhada na Lua, perto do Mar da Serenidade, sentiu forte odor desagradável ao retornar para o orbitador. A poeira lunar começou a circular pelo ambiente. Mais tarde, Schmitt sentiu-se congestionado e teve febre.
Para o patologista da NASA, Russell Kerschmann o verdadeiro problema é absorção da poeira pelo pulmão. De certa forma, ela se assemelha ao pó de sílica na Terra, que causa a silicose, uma doença grave. A silicose costuma atingir os trabalhadores da mineração, onde a presença de pó fino causa problemas ao pulmão. Isso não significa que vai necessariamente acontecer com os astronautas, mas é um problema que precisa ser considerado.
O problema da poeira na Lua foi considerado importante para a NASA, tanto que na missão Apollo 12, os astronautas colocaram na Lua um detector de poeira lunar, que fez a primeira medição dessa poeira ao longo de seis anos. A ideia era simples: três painéis solares do dispositivo, à medida que eram cobertos por poeira, geravam variação de corrente, que era registrada.
Curiosamente, os dados retornados para a Terra foram perdidos, e somente agora, quarenta anos depois, recuperados. Os registros analisados mostram que seria muito mais fácil faxinar uma casa na Lua do que na Terra: são necessários mil anos para que uma poeira de 1mm de espessura se forme.
Parece pouco, mas pode ser problemático, por exemplo, para painéis solares em futuras missões ao nosso satélite. Além disso, devemos lembrar que um planeta bem empoeirado será certamente alvo de missões tripuladas num futuro próximo. Marte, o planeta vermelho é coberto de poeira, e quanto mais soubermos sobre as propriedades e os efeitos da poeira nesses locais, mais segurança teremos nas futuras missões espaciais. Dentro desse espírito, a NASA enviou para a Lua, a sonda Ladde, que vai estudar a atmosfera de poeira de nosso satélite. Será que estamos chegando a conclusão que o aspirador de pó será um item imprescindível para o futuro da conquista espacial?
Marte há 4 bilhões de anos
Há muito tempo o homem procura mundos onde a vida possa existir e evoluir. Hoje temos diversos telescópios com o intuito de descobrir um planeta extrassolar semelhante à Terra. Muitos planetas já foram descobertos, mas estamos distantes ainda de conhecer a verdadeira realidade destes novos mundos.
Aqui perto, no Sistema Solar mesmo, temos um alvo bastante interessante que sempre instigou a comunidade científica: Marte. Este planeta é o que mais se aproxima de um mundo propício à vida. No momento não conseguimos encontrá-la e esforços estão sendo feitos para este fim.
Muitas sondas já o visitaram e, no momento alguns robôs estão vasculhando o seu solo, procurando por vestígios de água e seres vivos. Não encontramos água na superfície marciana, mas são fortes as indicações da existência de rios e lagos no passado. Só encontramos gelo e uma pequena quantidade de atmosfera. O que aconteceu com essa água e a atmosfera de Marte? Ainda não sabemos.
Hoje a NASA lançou uma sonda, a MAVEN, que levará 10 meses para chegar em Marte, no dia 22 de setembro de 2014. Ela ficará orbitando o planeta vermelho a uma distância de 6.400km, por um ano, com a finalidade de buscar uma resposta sobre a atmosfera marciana que se perdeu, com o passar dos milhões e milhões de anos. É bem provável que Marte tivesse uma atmosfera mais espessa do que a que possui hoje. Mas, em algum momento, ela se dissipou. O vento solar pode ter sido uma das razões.
A sonda investigará a atmosfera superior do planeta, a ionosfera e a interação do vento solar com a atmosfera de Marte. Assim será possível dimensionar a perda de elementos voláteis, como o CO2 e a água, ao longo do tempo, influenciando na habitabilidade do planeta.
Se quiser saber mais, inclusive com um vídeo simulando a exploração pela sonda MAVEN, veja em:
http://www.nasa.gov/mission_pages/maven/overview/index.html
No rastro da ISS
Em nossa correria diária, muitas vezes, temos que resolver tantas coisas que, às vezes, gostaríamos que o dia tivesse mais de 24h. Filas em bancos, levar filhos para a escola, trabalho, trânsito, etc… Complicado, não é? Agora, imagine ter que trabalhar no espaço, com as dificuldades impostas pela sensação de ausência de gravidade? Pois é, tirando a vista lá do alto, que deve ser uma coisa de “outro mundo”, a vida pode ser mais complicada que aqui embaixo.
Os astronautas da Estação Espacial Internacional (International Space Station – ISS) são os “ratos de laboratório” da vez. Dormir é bem complicado para eles, uma vez que podem ver o Sol nascer até 16 vezes num intervalo de 24 horas! Além disso, o sistema de manutenção da vida no interior da estação (ventiladores, filtros de ar e vários outros equipamentos), é cheio de ruídos, sendo necessário o uso de tampão de ouvidos para dormir. Comer também é igualmente complicado. A refeição no espaço tem que ser embalada com cuidado, para que restos da refeição não flutuem perigosamente, vindo a se alojar nos respiradouros, ou até mesmo, causar sufocamento ou engasgo no pobre do astronauta. Líquidos são igualmente perigosos, pois podem futurar e, eventualmente, causar problemas elétricos. Viver no espaço decididamente não é fácil! E olha que não chegamos ao banheiro…
Apesar desses desconfortos, nosso destino é o espaço. Aliás, nosso presente já é o espaço. Em nossa correria diária, poucas vezes olhamos para o céu para contemplar as estrelas. Muitos se surpreendem ao saber que, no meio daqueles pontinhos brilhantes, frequentemente, estão satélites, telescópios espaciais (como o Hubble) e a própria ISS. Sim, é possível observar a ISS sem a necessidade de telescópios.
A NASA – Agência Espacial Norte-Americana – envia aos cadastrados, por e-mail, um alerta da passagem da Estação Espacial, informando dia, hora e local para observá-la no céu. No cadastro você precisa informar a cidade e, naturalmente, o e-mail. O link do cadastro é: http://spotthestation.nasa.gov/. Aproveite a oportunidade para conhecer melhor as constelações. Pode ser bem divertido.

As músicas que podem ser escolhidas para a missão STS-133:
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Título |
Artista |
Missão |
Data da Missão (Início) |
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Beautiful Day |
U2 |
07/04/2006 |
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Big Boy Toys |
Aaron Tippin |
06/08/2007 |
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Blue Sky |
Big Head Todd |
03/11/2008 |
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Bright Side of the Road |
Van Morrison |
03/15/2009 |
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Countdown |
Rush |
03/01/2002 |
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Drops of Jupiter |
Train |
06/05/2002 |
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Enter Sandman |
Metallica |
03/11/2008 |
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Fly Away |
Lenny Kravitz |
05/31/2008 |
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Fly Me to the Moon |
Frank Sinatra |
11/16/2009 |
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Free Fallin |
Tom Petty |
05/19/2000 |
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Get Ready |
The Temptations |
12/04/1998 |
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Good Day Sunshine |
The Beatles |
08/28/2009 |
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Here Comes the Sun |
The Beatles |
12/09/2006 |
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Higher Ground |
Stevie Wonder |
11/16/2009 |
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Homeward Bound |
Simon & Garfunkel |
08/08/2007 |
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I Got You (I Feel Good) |
James Brown |
12/04/1998 |
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Imagine |
John Lennon |
01/16/2003 |
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Kryptonite |
3 Doors Down |
05/11/2009 |
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Learn to Fly |
Foo Fighters |
08/08/2007 |
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Learning to Fly |
Tom Petty |
07/15/2009 |
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Magic Carpet Ride |
Steppenwolf |
12/19/1999 |
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Moon River |
Audrey Hepburn |
09/09/2006 |
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Mr. Blue Sky |
Electric Light Orchestra |
08/08/2007 |
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On the Road Again |
Willie Nelson |
04/05/2010 |
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Over the Rainbow |
Israel Kamakawiwo’ole |
02/07/2008 |
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Rendezvous |
Bruce Springsteen |
12/19/1999 |
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Rocket Man |
Elton John |
10/23/2007 |
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Roll With It |
Steve Winwood |
11/23/2002 |
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She Blinded Me With Science |
Thomas Dolby |
03/08/2001 |
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Should I Stay or Should I Go? |
The Clash |
02/07/2001 |
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So Far Away |
Dire Straits |
08/07/1997 |
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Star Trek Theme Song |
Alexander Courage |
05/11/2009 |
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Start Me Up |
Rolling Stones |
05/14/2010 |
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The Distance |
Cake |
02/08/2010 |
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Theme from the Star Wars Trilogy |
John Williams |
10/23/2007 |
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These are the Days |
10,000 Maniacs |
10/07/2002 |
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Time for Me to Fly |
REO Speedwagon |
02/11/2000 |
Próxima parada: Marte!
Em 2011, a NASA enviará para o planeta Marte mais uma sonda. Dentro dela, um robô terá a missão de estudar se o planeta vermelho já teve ou tem condições para a existência de alguma forma de vida. Mas não fique achando que estamos falando de homenzinhos verdes, como nos filmes de ficção científica. O robô vai procurar por formas de vida bem pequenas, como os micróbios ou bactérias.
Você pode participar dessa missão! Entrando no site da NASA, você pode incluir o seu nome no microship que estará dentro do robô.
Para isso, você tem que ir para o seguinte endereço:
http://marsparticipate.jpl.nasa.gov/msl/participate/sendyourname/
A seguir, preencha com o seu nome (first name) e sobrenome (last name), o país de origem (select your country) e o CEP (enter your zipcode).
Será possível gerar um certificado que você poderá imprimir.
Então, vamos embarcar nessa?