Adeus Armstrong, você foi o primeiro!
Neste sábado, saindo de uma peça de teatro num shopping carioca parei um minuto enquanto minha esposa fazia compras. Peguei meu smartphone para conferir o Facebook apenas por curiosidade e lá estava a notícia: morre aos 82 anos, Neil Armstrong, o primeiro ser humano a visitar outro astro. O comandante da missão Apollo 11, deu os primeiros passos na superfície da Lua há uns 43 anos. Na época eu era um garoto e assisti ao vivo através da televisão, a nossa primeira, uma ABC Canarinho que usava válvulas. Apesar de ser bem novo não esqueço aquele momento. Era noite, o resto da família não se interessou e foi dormir. Eu ali no escuro e, sozinho, invejei aquele tal Armstrong, queria estar lá. Nunca imaginaria que anos mais tarde saberia de sua morte através de uma pequena tela digital, herança da tecnologia que surgiu com a corrida espacial.
Desde 1972, ninguém mais voltou à Lua. Neil Armstrong foi o primeiro de um seleto “clube” composto de doze astronautas do programa Apollo que andaram na superfície lunar. Uma cratera lunar e um asteroide levam o seu nome. Estas homenagens espaciais vão ficar como memoriais bem mais apropriados do que as diversas medalhas que ganhou. Sua figura simpática e reservada tinha algo de nobre. Neil Armstrong destacou-se como um herói moderno que se achava pequeno, lamentava o uso político do espaço e que evitou a glória e a celebridade.
É difícil falar como fazem falta figuras assim. Deixo uma frase que demostra certa decepção com o encaminhamento do projeto espacial. Da mesma maneira que Armstrong, eu esperava mais da exploração espacial.
“Eu realmente esperava que, ao fim deste século, nós teríamos alcançado substancialmente mais do que de fato alcançamos.”
Neil Alden Armstrong (1930-2012)