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Coluna do Astrônomo

Terra Magnética

 

Quem não brincou algum dia com um ímã? Encontramos esse produto em situações corriqueiras, as mais variadas – a mais comum, hoje em dia, o ímã de geladeira. Nosso planeta se comporta como um gigantesco ímã, e graças a isso, alguns dos mais belos fenômenos da natureza (auroras) acontecem, e principalmente, o nosso planeta é protegido de parte da radiação solar. Mas tem coisas que não entendemos ainda: por que os polos magnéticos, e os campos magnéticos variam?

 

Nosso planeta é rico em metais, e no centro da Terra, devido à sua alta temperatura, o metal encontra-se no estado líquido. É justamente o movimento desse fluido metálico, que gera o campo magnético da Terra. O campo magnético terrestre influencia de vários modos o nosso planeta. Um deles é o surgimento das belas auroras. O campo magnético influencia também nos sistemas de navegação em nosso planeta. Mais importante que isso, ele nos fornece uma poderosa blindagem contra a radiação solar, impedindo que partículas perigosas nos atinjam. Protege também a nossa atmosfera: sem o campo magnético, o vento solar poderia ter expulso a nossa atmosfera, à semelhança do que provavelmente ocorreu com o planeta Marte.

 

O estudo de nosso campo magnético é, portanto, fundamental, sob vários aspectos. A Agência Espacial Europeia é responsável pelo projeto “swarm”, que consiste na colocação, em orbita da Terra, de satélites que estudarão o campo magnético de nosso planeta (ver matéria). Três deles serão lançados na semana que vem, e esperamos para breve, respostas para as perguntas do primeiro parágrafo.

 

 

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Saturno ainda mais belo

 

Saturno, sem dúvida, é o mais belo dos planetas, com o seu fabuloso sistema de anéis que têm intrigado os astrônomos desde o século XVII, com o surgimento da luneta astronômica. Não é o único planeta com anéis (Júpiter, Urano e Netuno também têm), mas com certeza, seus anéis são os mais espetaculares, estendendo-se por mais de 280.000 km (incríveis três quartos da distância Terra-Lua) e com uma espessura de cerca de 1 km.

 

 

Nos anéis existem bilhões de objetos, com tamanhos variando desde minúsculos grãos de gelo até gigantescas estruturas do tamanho de montanhas. Acredita-se que os anéis sejam destroços de cometas, asteroides ou luas, que foram despedaçados ao se aproximarem do intenso campo gravitacional do gigante gasoso. A missão Cassini, da NASA, foi enviada ao planeta, visando entender melhor como os anéis se formaram e como eles mantêm suas orbitas.

 

 

A missão Cassini permite, também, enxergar os anéis de uma perspectiva totalmente inusitada. Os planetas giram ao redor do Sol aproximadamente no mesmo plano, e os anéis não estão muito afastados deste plano. Como consequência, não é possível, a partir da Terra, enxergar os anéis de “topo”. A primeira imagem abaixo ilustra as possíveis visões dos anéis que podemos ver da Terra. Felizmente a órbita da sonda Cassini permite visualizar os anéis de Saturno de “topo”, oferecendo belas imagens, como a segunda imagem abaixo. Na imagem da Cassini, fica clara a separação do planeta em relação aos anéis, oferecendo uma perspectiva ainda mais bela do planeta.

 

 

Gostou? Você pode acompanhar mais novidades da missão Cassini no link http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/main/index.html#.UmAfidKsiSo.

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Previsão para os próximos dias: chuva de diamantes

 

Prepare o guarda-chuva, as previsões para os próximos dias não são boas. Parece que teremos chuva na cidade do Rio de Janeiro até o próximo domingo. Felizmente, a previsão da chuva de diamantes não é para o nosso planeta, mas para Júpiter e Saturno.

 

Pelo menos é o que defenderam os pesquisadores Mona Delitsky e Kelvin Baines, durante a reunião da Sociedade Astronômica Americana para as Ciências Planetárias, que aconteceu na semana passada. A ideia é que os violentos relâmpagos nesses planetas “quebram” as moléculas de metano (que estão presentes em grandes quantidades nesses planetas), liberando átomos de carbono. Os átomos de carbono por sua vez, dão origem a uma poeira de carbono que, ficando mais pesada, se desloca para o interior de cada planeta. O interior dos planetas gasosos é bem denso, e com pressões e temperaturas elevadíssimas, comprimindo a poeira de carbono, transformando-o em grafite e, em seguida, em diamantes sólidos. A temperatura no interior deles pode chegar a alguns milhares de graus, e o que antes era diamante sólido, transforma-se em gotas de diamante derretido.

 

A conclusão da existência de diamantes em Júpiter e Saturno não é compartilhada com toda a comunidade científica. Alguns pesquisadores dizem que as condições atmosféricas nos planetas gasosos não são totalmente conhecidas, não sendo possível concluir que exista diamante nesses planetas.

 

 

Seja porque não existam diamantes nesses planetas, seja porque não estamos ainda em condições de explorar essa verdadeira mina de “gotas de diamante”, os mercados financeiros na Terra podem ficar tranquilos nas próximas décadas e, talvez, centenas de anos.

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Temporada de auroras

 

No último domingo, ocorreu uma ejeção de massa coronal a partir de nossa estrela, o Sol. Apesar do nome um pouco assustador, o fenômeno não causará grandes problemas na Terra, mas com certeza causará belas auroras.

 

Dia após dia, o Sol aparenta uma tranquilidade, que não corresponde à realidade. Às vezes, acontecem enormes explosões em sua superfície, motivadas, principalmente, por variações locais em seu campo magnético. Eventualmente, a intensidade da explosão é tal, que uma grande quantidade de matéria do Sol é despejada para o espaço – fenômeno chamado de Ejeção de Massa Coronal (EMC). A matéria ejetada, que contém elétrons e núcleos de diversos átomos, pode atingir velocidades altíssimas (até 1.000km/s), que podem alcançar a Terra em menos de 2 dias. As consequências no nosso planeta podem ser desagradáveis como por exemplo “apagões”, interferência nas linhas de transmissão de dados, dentre outras. Até mesmo astronautas que porventura estejam no espaço, trabalhando na Estação Espacial Internacional, tomam atitudes preventivas, visando se proteger de uma exposição a essa radiação.

 

Mas nem só más notícias chegam do Sol. Essas mesmas partículas despejadas no espaço, podem provocar belos fenômenos em nosso planeta: as auroras. Parte das partículas ejetadas pelo Sol colide com as partículas localizadas na atmosfera da Terra, e desse choque resulta uma bela aurora. Esse fenômeno ocorre nas regiões próximas aos polos da Terra, na vizinhança dos polos magnéticos. Se ocorrer no hemisfério norte, chama-se aurora boreal, e, se ocorrer no hemisfério sul, aurora austral. Diversos moradores dessas regiões obtiveram belas fotos de auroras. Vale a pena conferir no site http://spaceweather.com/gallery/index.php?title=aurora&title2=lights.

 

 
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Encontro no espaço

 

Na madrugada que passou a Estação Espacial Internacional (ISS) recebeu novos tripulantes. A expedição de número 37 rumo à Estação, teve como tripulação os russos Oleg Kotov (comandante) e Sergey Ryazanskiy, e o norte-americano Mike Hopkins.

 

Seis horas após o lançamento no foguete Soyuz, na base de Baikonur, no Cazaquistão, eles chegaram à Estação. À bordo da nave Soyuz TMA-10M, eles acoplaram no módulo de pesquisa Poisk, por volta de uma hora da manhã, horário de Brasília. No momento da chegada eles estavam navegando numa altitude de 420km sobre o sul do Oceano Pacífico, ao largo da costa do Peru.

 

O encontro no espaço da Soyuz com a Estação Espacial de 100 bilhões de dólares foi registrado. Acompanhe no link: https://www.youtube.com/watch?v=GN5LQh3q08s

 
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E a Lua ficou mais nova

 

Esta semana foram divulgados resultados de estudos em rochas lunares que indicaram que a Lua pode ser mais nova do que se imaginava. Em vez de ter sido formada há 4,5 bilhões de anos, seu “nascimento” teria se dado 100 milhões de anos mais tarde.

 

A teoria mais aceita para a origem da Lua é de que ela surgiu do choque de um corpo gigante com o planeta Terra ainda em formação. O impacto teria arrancado um pedaço do planeta, que na ocasião era ainda um aglomerado de material derretido, e formou o satélite natural. Assim como a Terra, a Lua também foi esfriando com o tempo. O magma se solidificou em diferentes compostos minerais, e os mais leves formaram a crosta da Lua (de onde foi retirada a amostra analisada).

 

A nova idade da Lua é baseada em análise de rocha lunar trazida para o nosso planeta pela missão Apollo, em 1972. Você pode se perguntar o motivo de termos chegado a essa conclusão somente agora, se as rochas estão na Terra desde 1972. Acontece que a amostra trazida da Lua pôde ser analisada por uma técnica que somente agora está disponível.

 
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Gelo em Saturno

 

Na semana conversamos sobre a presença de água magmática em rochas lunares. Agora a bola da vez é Saturno. A NASA divulgou esta semana que a sonda Cassini, que orbita o belo planeta dos anéis há nove anos, detectou pela primeira vez gelo de água na atmosfera do planeta.

 

Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar (menor apenas que Júpiter), sendo muito propriamente conhecido como gigante gasoso. Apesar de certamente ter um pequeno núcleo sólido, sua parte externa não contém material rochoso ou sequer sólido, sendo, essencialmente, uma atmosfera gasosa. A imagem tradicional que fazemos da atmosfera de Saturno consiste em camadas com nuvens de água em sua parte mais baixa, na região intermediária nuvens de hidrossulfeto de amônia e, no topo, nuvens de amônia pura.

 

Acontece que a Cassini observou uma supertempestade, com cerca de 15.000km de largura e ventos de até 450km/h, que atinge Saturno desde 2010. A tempestade é tão potente que ela se estende violentamente para o interior de sua atmosfera, descendo cerca de 160km, chegando a bombar (ou se preferir, dragar) gelo do interior do planeta. Isso demonstra que por trás da beleza do planeta podemos encontrar uma atmosfera tão ou mais explosiva do que a de Júpiter.

 

Segundo os cientistas que comandam o projeto, a tempestade age como se fosse um vulcão, ao trazer material de suas profundezas, tornando-o visível no topo da atmosfera. Nessa região, o gelo de água trazido do interior, quando observado no infravermelho, se apresenta com coloração distinta do resto da atmosfera.

 
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Nova, mas velha

 

Na semana passada, Koichi Itagaki, um astrônomo japonês, comunicou a descoberta de que uma estrela nova surgira nos céus. O registro foi feito na AAVSO – American Association of Variable Stars Observers (Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis). Curiosamente, de nova essa estrela não tem nada.

As estrelas novas são sistemas binários, constituídos de estrelas bem evoluídas, algumas podendo ser até ser mais velhas que o nosso Sol. Pois bem, nesses sistemas uma das estrelas “doa” parte de si para a companheira. Isso mesmo. Ocorre a transferência de matéria de uma estrela para a outra.  Dependendo da distância entre as estrelas, a matéria não chega diretamente na estrela receptora, mas se deposita num disco ao redor desta. Enquanto esse disco aguentar, ou seja, conseguir se manter minimamente estável, poderá receber mais doação sem muitos sobressaltos. Por essa razão esse disco é chamado disco de acréscimo. Num dado momento, essa estabilidade cessa, e parte do disco desaba sobre a estrela. Com a resultante compressão de matéria, as densidades e temperaturas alcançam níveis onde reações termonucleares tornam-se inevitáveis: ocorre uma violenta explosão, e a estrela fica muito mais brilhante.

No século XVI, o astrônomo Tycho Brahe registrou um evento similar na constelação de Cassiopeia, numa região onde antes não havia estrela. Por essa razão, chamou-a de estrela nova. Hoje sabemos que o evento registrado por Tycho foi muito mais violento: era uma supernova. Até meados da década de 30 do século passado, empregava-se nova para ambos os casos. Hoje, nova refere-se exclusivamente aos sistemas binários, onde a explosão resulta da instabilidade do disco de acréscimo.

Diversos aspectos do fenômeno das novas são dignos de estudo, tais como: a) a intensidade da explosão, que fornece uma indicação da quantidade de matéria transferida pela estrela doadora e, em ultima análise, uma melhor compressão dos fatores motivadores para a estrela resolver “doar” matéria; e b) existe uma correlação entre o brilho da explosão da nova e a maneira como este brilho lentamente diminui com o tempo, permitindo-se inferir a sua distância, bem como da galáxia onde eventualmente a nova esteja.

 

 

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No rastro da ISS

 

Em nossa correria diária, muitas vezes, temos que resolver tantas coisas que, às vezes, gostaríamos que o dia tivesse mais de 24h. Filas em bancos, levar filhos para a escola, trabalho, trânsito, etc… Complicado, não é? Agora, imagine ter que trabalhar no espaço, com as dificuldades impostas pela sensação de ausência de gravidade? Pois é, tirando a vista lá do alto, que deve ser uma coisa de “outro mundo”, a vida pode ser mais complicada que aqui embaixo.

 

Os astronautas da Estação Espacial Internacional (International Space Station – ISS) são os “ratos de laboratório” da vez. Dormir é bem complicado para eles, uma vez que podem ver o Sol nascer até 16 vezes num intervalo de 24 horas! Além disso, o sistema de manutenção da vida no interior da estação (ventiladores, filtros de ar e vários outros equipamentos), é cheio de ruídos, sendo necessário o uso de tampão de ouvidos para dormir. Comer também é igualmente complicado. A refeição no espaço tem que ser embalada com cuidado, para que restos da refeição não flutuem perigosamente, vindo a se alojar nos respiradouros, ou até mesmo, causar sufocamento ou engasgo no pobre do astronauta. Líquidos são igualmente perigosos, pois podem futurar e, eventualmente, causar problemas elétricos. Viver no espaço decididamente não é fácil! E olha que não chegamos ao banheiro…

 

Apesar desses desconfortos, nosso destino é o espaço. Aliás, nosso presente já é o espaço. Em nossa correria diária, poucas vezes olhamos para o céu para contemplar as estrelas. Muitos se surpreendem ao saber que, no meio daqueles pontinhos brilhantes, frequentemente, estão satélites, telescópios espaciais (como o Hubble) e a própria ISS. Sim, é possível observar a ISS sem a necessidade de telescópios.

 

A NASA – Agência Espacial Norte-Americana – envia aos cadastrados, por e-mail, um alerta da passagem da Estação Espacial, informando dia, hora e local para observá-la no céu. No cadastro você precisa informar a cidade e, naturalmente, o e-mail. O link do cadastro é: http://spotthestation.nasa.gov/. Aproveite a oportunidade para conhecer melhor as constelações. Pode ser bem divertido.

 

 

 

 

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Buraco no Sol

 

Recentemente o satélite SOHO, colocado no espaço para monitorar o Sol, registrou um buraco coronal em nossa estrela.

 

Não se trata de um buraco real, onde, numa caminhada hipotética no Sol, cairíamos como se fosse uma armadilha. Os buracos coronais são regiões da atmosfera solar (coroa solar), onde a temperatura é menor do que a média. Por essa razão, quando observadas em raios-X, essas regiões aparecem escuras, como se fosse um buraco. Nelas, uma das propriedades mais marcantes do campo magnético solar desaparece: suas linhas de campo se dispersam para o espaço, ao invés de formarem estruturas em forma de arco, que se mantêm presas ao Sol. Essas linhas de campo “dispersas” são verdadeiros portais por onde as partículas solares (núcleos de átomos e elétrons) podem escapar velozmente para o espaço, gerando a chamada tempestade solar, que pode produzir muitos problemas na Terra (falhas em sistemas de comunicação e geração de energia e, eventualmente, risco para os astronautas no espaço).

 

Tempestades solares podem acontecer com ou sem os buracos coronais. A diferença é que os buracos podem durar meses, e, como dissemos antes, as partículas ejetadas atingem velocidades altíssimas.

 

Não sabemos ainda a origem dos buracos coronais, mas sabemos que são bem comuns, e estão relacionados com o ciclo solar. A cada 11 anos, em média, o Sol atinge um máximo de sua atividade, e após, quando sua atividade lentamente diminui, surgem os buracos coronais.