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Coluna do Astrônomo

Como encontrar os planetas no céu

O céu do começo das próximas noites terá vários planetas visíveis a olho nu. Ao longo dos próximos dias, poderemos ver cinco planetas ao entardecer, mas dois deles serão bem difíceis de observar.

Começando pelos mais fáceis: Júpiter, o mais brilhante de todos, será visível no começo da noite, a oeste, na constelação do Leão. O maior planeta do Sistema Solar, será visível até às 21h30min. Marte, o planeta vermelho, surge bem alto no céu no começo da noite, na constelação de Libra, podendo ser observado até às 2h da madrugada. Ele está bem brilhante, embora não tanto quanto Júpiter.

Bem perto de Marte, encontramos o planeta Saturno, na constelação do Serpentário. O planeta dos anéis poderá ser observado até às 3h da madrugada. Marte, Saturno e Antares, uma estrela avermelhada e a mais brilhante da constelação do Escorpião, formarão um triângulo no céu nas próximas noites.

Agora os planetas mais complicados para observar: Mercúrio e Vênus. Ao longo de julho eles aparecerão no céu do entardecer por alguns minutos, na direção oeste, logo após o pôr do Sol, com o céu ainda não totalmente escuro. Estes dois planetas serão um desafio para os aficionados.

A disposição que os planetas terão no céu leva as pessoas a dizerem que os mesmos estarão alinhados. Do nosso referencial, na Terra, os planetas sempre parecerão estar alinhados no céu, uma vez que todos giram ao redor do Sol em planos orbitais relativamente próximos. O que muda, de tempos em tempos, é a separação destes no céu (que também é influenciada pelo nosso referencial). No caso presente, os cinco planetas estão bem espalhados no céu, indo de oeste até leste. Boas observações!

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Júpiter em oposição

 

Por Paulo Cesar R. Pereira, astrônomo

 

 

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, e também, o segundo planeta mais brilhante, depois de Vênus. A observação por meio de um pequeno telescópio permite a observação da sua atmosfera, totalmente coberta por nuvens que envolvem o planeta, inclusive a grande “mancha vermelha”. 

 

Com pequenos instrumentos é também possível observar seus quatro maiores satélites (Io, Europa, Ganimedes e Calisto), e refazer as famosas observações realizadas por Galileu Galilei em 1609.

 

Ao longo dos meses de março e abril, teremos condições bem favoráveis para a observação desse belo planeta. Isso por conta do fenômeno chamado “oposição de Júpiter”, que atingirá o seu ápice no dia 8 de março próximo.

 

Durante a “oposição de Júpiter”, que ocorre a cada 13 meses aproximadamente, Júpiter fica oposto ao Sol em relação à Terra. Como resultado, Júpiter fica bem mais brilhante e o seu tamanho aparente aumenta como resultado da aproximação (Júpiter estará a 663 milhões de quilômetros da Terra). Além disso, o fenômeno faz com que o planeta gigante seja visível ao longo da noite inteira.

 

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O planeta poderá ser observado mesmo sem o uso de instrumentos, bastando olhar na direção do leste (nascente), a partir das 19h15min. A carta celeste abaixo apresenta a localização de Júpiter no dia 8 de março às 21h. Aproveite a ocasião para identificar algumas constelações. Boa observação!

 

Por Paulo Cesar R. Pereira, astrônomo

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A chuva de meteoros de novembro

Muitos de nós já presenciamos um rápido risco brilhante no céu noturno. Pedidos foram feitos, alguns atendidos, outros não. Nós o conhecemos popularmente como “estrela cadente” ou, de forma correta, como meteoro.

Os meteoros são pequenos visitantes do espaço, resquícios da formação do Sistema Solar, que normalmente têm uma breve duração ao entrar em nossa atmosfera. A cada dia, cerca de 100 toneladas de rocha espacial atravessam a atmosfera de nosso planeta, e a maior parte é destruída neste processo. Em algumas ocasiões o fenômeno fica mais intenso durante alguns dias; são as chuvas de meteoros.

Todos os anos, a cada mês de novembro, a natureza nos presenteia com a bela chuva de meteoros, a Leonídeas. Os belos rastros luminosos parecerão vir da constelação do Leão, daí o nome desta chuva. Esta chuva ocorre quando a Terra atravessa a órbita do cometa Tempel-Tuttle, que como todos os cometas, deixa um rastro de detritos (gelo e pequenos pedaços de rocha) por onde passa. Quando todo esse material entra na atmosfera da Terra, ele se vaporiza pelo atrito, formando a chuva de meteoros. 

O auge da próxima chuva de meteoros deverá acontecer na madrugada de 17 para 18 de novembro, e, por sorte, sua visibilidade não será prejudicada pela Lua, que estará na fase crescente e, portanto, visível apenas no começo da noite. Apesar de menos intenso, o fenômeno pode ser observado um dia antes e depois do auge. Um detalhe importante: esta chuva será visível nos dois hemisférios de nosso planeta.

 

Quando observar?

Procure pelos meteoros entre a meia-noite e às 5 horas da manhã, este será o melhor momento para observá-los. Esta chuva é relativamente modesta, com cerca de 10 meteoros por hora. Por uma feliz coincidência, o planeta Júpiter estará por perto, na mesma constelação.

 

Como observar?

-Se for possível, vá para algum lugar aberto, afastado do centro da cidade. É bom evitar a luz artificial da cidade, que atrapalha bastante;

-Nenhum equipamento especial será necessário, apenas seus olhos;

-Use uma cadeira confortável. Ver meteoros costuma exigir paciência, e você precisa estar confortável;

-Identifique a constelação do Leão. Mas atenção, algumas pessoas erroneamente pensam que basta olhar para a constelação para ver a chuva. Com frequência os meteoros tornam-se visíveis em posições bem afastadas da constelação de origem. Eles aparecerão em todas as partes do céu;

-Aproveite e observe Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Ele estará na constelação do Leão, compondo o belo cenário da noite. O planeta nascerá às 2h34min.

 

Aspecto do céu às 3h40min do dia 18/11/2015

Aspecto do céu às 3h40min do dia 18/11/2015

 

O fenômeno luminoso associado ao meteoro é o fim da linha para estas pequenas pedras vindas do espaço. Mas é uma boa oportunidade para os cientistas que estudam a natureza dos cometas. O fenômeno nos recorda, também, que vivemos numa enorme “nave” que está viajando através do Sistema Solar e que, portanto, interage com o ambiente ao redor. Como moradores desta nave, temos a oportunidade de vivenciar esta experiência. 

Divirta-se!

 

 

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Tempestade solar à vista?

Quando olhamos para o céu estrelado, numa bela noite sem nuvens, o Universo nos passa uma sensação de eternidade, ou melhor dizendo, constância. É uma avaliação comum, apesar de equivocada. As estrelas passam por processos explosivos, que liberam altas quantidades de energia para o espaço. Com o nosso Sol não é diferente.

No último dia 17 de outubro, os telescópios que estudam a nossa estrela mais próxima detectaram na borda solar o que sabemos agora tratar-se de uma gigantesca mancha solar, do tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Sim, o Sol pode apresentar manchas em sua superfície, e normalmente tais machas são sintomas de processos explosivos que estão acontecendo ou irão acontecer.

A temperatura da superfície do Sol é de cerca de 6.000ºC, enquanto que numa mancha a temperatura é menor. Por essa razão, as manchas são escuras. Muitas vezes, nas proximidades de uma mancha solar, intensos campos magnéticos impulsionam explosões que liberam enormes quantidades de energia e cargas elétricas.

Viajando a impressionantes 500km/s, as cargas despejadas no espaço chegam na Terra, podendo produzir as belas auroras ou interferência nas redes de energia ou transmissão de dados. O acompanhamento da evolução das manchas é importante, entre outras coisas, para prever os efeitos na Terra. Acompanhemos as cenas dos próximos capítulos.

Confira abaixo em anexo uma sequência de imagens mostrando o caminho que a mancha está fazendo na superfície solar.

Os aficionados pelo Sol podem buscar informações sobre o astro nos sites: www.spaceweather.com ou http://sohowww.nascom.nasa.gov/sunspots/.

 

 

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Tecnologia impulsiona conhecimento, que impulsiona a tecnologia

As primeiras pessoas a andar em Marte já estão caminhando por aí. Quem sabe o filho do seu vizinho, ou a sua filha, ou quem sabe, um neto seu? É o que a NASA diz. Passados 45 anos desde a conquista da Lua, que mudou o curso da humanidade, a tecnologia espacial de hoje permite especular sobre mais este passo em nossa escalada espacial.

Apesar de parecer distante, de certa maneira, a viagem a Marte já começou, com pesquisa na Terra, e bem além, a bordo de um laboratório orbital na Estação Espacial Internacional. Lá, 500km acima de nossas cabeças, astronautas de diversas nacionalidades realizam experimentos impossíveis de serem realizados na Terra, e nos ensinam como os humanos podem viver e trabalhar por longos períodos de tempo no espaço.

Mas é necessário pensar também no transporte seguro dos astronautas em jornadas tão longas. Engenheiros da NASA estão envolvidos no projeto de construção da Órion, uma espaçonave capaz de realizar viagens para bem longe de nosso planeta, além até mesmo de Marte.

Logicamente não faremos tais viagens antes de testar as novas naves em circunstâncias mais seguras. Asteroides próximos da Terra oferecem uma oportunidade única para testar as novas tecnologias e recursos das futuras missões humanas a Marte. Por volta de 2019, a NASA enviará uma missão robótica para um asteroide próximo da Terra, com uma missão já bastante audaciosa. A espaçonave tentará capturar um asteroide pequeno ou, se não for possível, retirar um pedaço do mesmo, com o objetivo de redirecionar o asteroide para uma orbita estável ao redor da Lua. Em meados dos anos 2020, os astronautas a bordo da nave espacial Orion irão explorar o asteroide e retornar à Terra com amostras dele.

Já imaginou o conhecimento que obteremos de uma amostra intacta de asteroide estudada em laboratório na Terra? Só para situar o impacto deste estudo, lembro que os asteroides são encarados como peças chaves na discussão sobre a origem do Sistema Solar. Tal empreitada, se bem sucedida, irá avançar a técnica de envio seguro de astronautas para distâncias bem maiores, incluindo Marte. O envio de seres humanos para o espaço ao redor da Lua também promoverá avanço nas técnicas para operações espaciais em torno de Marte e suas luas. O espaço em torno da Lua é diferente da órbita baixa da Terra, mas muito parecido com o que a nave espacial Orion irá experimentar na viagem para Marte. Um exemplo importantíssimo é o da radiação solar, muito intensa tanto na Lua como em Marte.

 

É esperar para ver.

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Outro Meteoro

 

O céu da Rússia tem estado bem movimentado nos últimos meses. Na semana passada, mais um meteoro foi capturado por câmera de vídeo, numa cidade chamada Murmansky, no noroeste do país.

 

Em fevereiro do ano passado, um objeto com cerca de 20m de extensão explodiu sobre a cidade de Chelyabinsky, liberando cerca de 500 kilotons no evento e ferindo 1.500 pessoas, a maioria vítima dos estilhaços de janelas atingidas pela onda de choque. Naquela ocasião, o brilho do meteoro foi cerca de 30 vezes superior ao do Sol.

 

Vale a pena rever a passagem desse meteoro. Confira o vídeo.

 

Por mais violento que tenha sido o evento de fevereiro de 2013, nem chegou perto do evento de Tunguska, em 1908, também em solo russo. Centenas de milhas de floresta siberiana foram abaixo após uma explosão que liberou entre 10.000 e 50.000 kilotons de energia (para se ter uma ideia, a bomba atômica jogada sobre Hiroshima em 1945, liberou cerca de 15 kilotons na explosão). Acredita-se que tenha sido provocado por um imenso meteoroide ou cometa.

 

Desta vez, o fenômeno astronômico foi bem menos explosivo. A ocorrência do meteoro foi registrada na noite do dia 18 de abril por um motorista que mantém uma câmera fixa ao carro. Veja o vídeo.

 

 

 

 

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Surfando em Titã?

 

Semana passada cientistas da NASA divulgaram um resultado interessante de sua pesquisa sobre Titã, uma das luas de Saturno: a provável descoberta de ondas em seus mares. Se confirmada, será a primeira descoberta de ondas de mar fora da Terra.

 

Ao longo de suas várias órbitas nas proximidades de Titã, a sonda Cassini descobriu pequenos lagos e enormes mares compostos de metano, etano e outros hidrocarbonetos. Provavelmente ocorre evaporação dessa enorme massa líquida, e eventualmente a chuva, gerando um sistema meteorológico típico que inclui o surgimento de vento. No entanto, a sonda nunca tinha registrado vento ondulando a superfície dos mares de Titã. Os mares sempre pareceram lisos como o vidro, provavelmente porque os hidrocarbonetos líquidos são mais viscosos do que a água e, portanto, mais difíceis de mover, ou porque os ventos em Titã simplesmente não são fortes o suficiente para gerar ondulações nos mares.

 

A sonda Cassini, da NASA, avistou vários reflexos incomuns da luz solar na superfície de Punga Mare, um dos mares de hidrocarbonetos de Titã, entre 2012 e 2013. Segundo Jason Barnes, da Universidade de Idaho, os reflexos parecem vir de pequenas ondulações, com cerca de dois centímetros de altura, que estão se propagando ao longo do oceano.

 

A notícia da presença de ondas é fundamental. Não porque tenhamos encontrado um local “radical” para surfar, mas porque o estudo de como as ondas se propagam poderá ajudar a entender as condições físicas nos lagos e mares de Titã. A NASA planeja enviar uma sonda para estudar a superfície líquida de Titã, e certamente é bom saber se ela irá se espatifar, ou apenas produzir respingos durante o pouso.

 
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Planeta sem futuro

 

Para quem não está acostumado com a nomenclatura em Astronomia, Kepler 78b pode parecer um nome estranho para um planeta. Foi descoberto pelo satélite astronômico Kepler, razão do nome do planeta. Entretanto, algumas de suas características são bem mais estranhas, tornando-o um alvo atraente de estudo.

 

Kepler 78b está localizado na constelação do Cisne e dista 400 anos-luz. Seu tamanho, apenas um pouco maior que o da Terra, faz com que seja o planeta extrassolar, descoberto de forma direta (por reflexão da luz da estrela central), mais parecido com o nosso planeta.

 

Sua órbita é bem mais extraordinária: ele está 40 vezes mais próximo da estrela central do que Mercúrio está do Sol, por exemplo. Note-se que Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. O raio orbital de Kepler 78b é apenas três vezes o raio da estrela central. Estando tão próximo da fonte de calor, a temperatura pode passar dos 3000°C, tornando-o inabitável (até a rocha fica líquida nessa temperatura).

 

O curioso é que, segundo os modelos de formação de planetas, Kepler 78b não poderia ser formado numa órbita tão pequena. É atualmente um enigma para os especialistas, que acreditam que o planeta será dragado gravitacionalmente pela estrela central em até 3 bilhões de anos.

 

A pequena órbita de Kepler 78b produz outra curiosidade: o planeta dá uma volta ao redor da estrela central em apenas 8 horas e meia. Ou seja, em um dia na Terra, se passam dois “réveillons” no planeta. Motivos para comemorar, nesse caso, não existem, pois cada ano que passa, para o planeta, o aproxima da destruição inevitável.

 
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Doce Veneno

 

Beta Pictoris é uma estrela bem próxima da Terra (apenas 63 anos-luz de distância) que tem sido estudada com muito interesse nos últimos 20 anos. O motivo é que ao seu redor existe uma densa nuvem de gás, poeira e rochas de todos os tamanhos, contendo (até agora) um planeta em formação.

 

Na semana passada, o astrônomo da NASA, Aki Roberge, anunciou novidades sobre essa estrela. A equipe de pesquisadores da qual ele faz parte, após realizar observações com o conjunto de antenas do Atacama, verificou que pode haver mais um planeta. A informação veio na forma de monóxido de carbono.

 

Apesar de tóxico para nós, o monóxido de carbono é um dos muitos gases encontrados em cometas e outros corpos gelados. Num ambiente típico ao redor de uma estrela jovem, como é o caso de Beta Pictoris, cometas frequentemente se chocam, gerando fragmentos, grãos de gelo e gases. As novas observações mostraram que Beta Pictoris contém monóxido de carbono numa quantidade equivalente a 1/6 da massa total dos oceanos na Terra. Esse gigantesco reservatório venenoso dista 13 bilhões de quilômetros de Beta Pictoris (três vezes a distância de Netuno ao Sol).

 

A enorme quantidade de monóxido de carbono observada sugere algo interessante. A própria radiação da estrela (na verdade, a parte ultravioleta dela) quebra as moléculas de monóxido de carbono de forma que, muito provavelmente, alguma coisa deve estar repondo o material. Segundo os cálculos, um cometa deveria ser destruído a cada cinco minutos!

 

Uma hipótese, segundo os cientistas, é que existam duas enormes aglomerações de gás e um enorme planeta, com massa similar a de Saturno, que atrairia para si uma espécie de ”chuva de cometas”. Apesar de parecer fantasioso, ou tirado de algum filme de ficção científica, algo similar acontece bem perto, em nosso Sistema Solar. Milhares de asteroides passam ao redor de Júpiter continuamente, devido à sua intensa gravidade (de fato, Júpiter é o maior e mais massivo planeta do Sistema Solar). É possível, portanto, que algo parecido esteja acontecendo com um planeta ainda desconhecido em Beta Pictoris, atraindo para si os cometas. Por outro lado, se ao invés de duas, existir uma única aglomeração de gás, o cenário sugere que uma colisão entre dois planetas gelados, do tamanho de Marte, tenha produzido o “enxame” de cometas.

 

O cenário proposto pelos astrônomos do projeto está ilustrado no vídeo abaixo:

 

http://www.youtube.com/watch?v=Xi_Pv2S8GgY

 

 

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Lua empoeirada

 

peoQuando Neil Armstrong deu os primeiros passos na Lua, em 1969, ele fazia ideia do incômodo que a poeira da Lua poderia produzir. A poeira áspera agarrou-se a tudo o que tocava, fazendo com que os instrumentos científicos sofressem superaquecimento.

 

Anos depois, na missão Apollo 17, o astronauta Harrison Schmitt, após retornar de uma longa caminhada na Lua, perto do Mar da Serenidade, sentiu forte odor desagradável ao retornar para o orbitador. A poeira lunar começou a circular pelo ambiente. Mais tarde, Schmitt sentiu-se congestionado e teve febre.

 

Para o patologista da NASA, Russell Kerschmann o verdadeiro problema é absorção da poeira pelo pulmão. De certa forma, ela se assemelha ao pó de sílica na Terra, que causa a silicose, uma doença grave. A silicose costuma atingir os trabalhadores da mineração, onde a presença de pó fino causa problemas ao pulmão. Isso não significa que vai necessariamente acontecer com os astronautas, mas é um problema que precisa ser considerado.

 

O problema da poeira na Lua foi considerado importante para a NASA, tanto que na missão Apollo 12, os astronautas colocaram na Lua um detector de poeira lunar, que fez a primeira medição dessa poeira ao longo de seis anos. A ideia era simples: três painéis solares do dispositivo, à medida que eram cobertos por poeira, geravam variação de corrente, que era registrada.

 

Curiosamente, os dados retornados para a Terra foram perdidos, e somente agora, quarenta anos depois, recuperados. Os registros analisados mostram que seria muito mais fácil faxinar uma casa na Lua do que na Terra: são necessários mil anos para que uma poeira de 1mm de espessura se forme.

 

Parece pouco, mas pode ser problemático, por exemplo, para painéis solares em futuras missões ao nosso satélite. Além disso, devemos lembrar que um planeta bem empoeirado será certamente alvo de missões tripuladas num futuro próximo. Marte, o planeta vermelho é coberto de poeira, e quanto mais soubermos sobre as propriedades e os efeitos da poeira nesses locais, mais segurança teremos nas futuras missões espaciais. Dentro desse espírito, a NASA enviou para a Lua, a sonda Ladde, que vai estudar a atmosfera de poeira de nosso satélite. Será que estamos chegando a conclusão que o aspirador de pó será um item imprescindível para o futuro da conquista espacial?