Usamos cookies em nosso site para lhe dar a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e repetindo visitas. Ao clicar em "Aceitar tudo", você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações de cookies" para fornecer um consentimento controlado.

Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados conforme necessário são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. T...

Sempre ativado

Os cookies necessários são absolutamente essenciais para que o site funcione corretamente. Esta categoria inclui apenas cookies que garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal.

Quaisquer cookies que podem não ser particularmente necessários para o funcionamento do site e são usados especificamente para coletar dados pessoais do usuário através de análises, anúncios, outros conteúdos incorporados são denominados como cookies não necessários. É obrigatório obter o consentimento do usuário antes de executar esses cookies em seu site.

Categories
Coluna do Astrônomo

Fotometria – medindo a luz das estrelas (parte 1)

Junto com a espectroscopia, a fotometria forma a base da astrofísica moderna. Fotometria astronômica é essencialmente medir a intensidade da luz que vem dos astros. As primeiras medidas de luminosidade usavam o conceito de magnitude visual. As estrelas mais brilhantes eram consideradas de primeira magnitude; as menos brilhantes, de segunda magnitude, e assim respectivamente: em uma escala inversa. Tudo isso a olho nu. Mesmo visualmente já se notava variações da intensidade luminosa de planetas e de algumas estrelas. Foi o caso da Estrela Algol, Beta de Perseu, chamada olho do demônio pela sua inexplicável variação de brilho.

Com a invenção da fotografia podemos tirar o fator subjetivo da determinação de magnitude estelar. Agora há um registro da observação. As primeiras placas astrofotográficas surgiram a partir de 1840. Eram de feitas de vidro coberto de emulsão fotográfica a base de nitrato de prata. Geralmente se usava imagens negativas direto pois, quanto menos processos de revelação, menos interferência e ruídos apareciam. Estrelas mais brilhantes produzem imagens mais negras e maiores diretamente proporcionais à intensidade luminosa. O principal problema do processo fotográfico é a questão do tempo de exposição (de algumas horas) que limita acompanhar eventos mais rápidos (de alguns segundos, por exemplo).

Típico campo estelar em negativo fotográfico. Note a diferença dos tamanhos dos pontos
pretos. Estrelas brilhantes produzem imagens maiores.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotometria_(astronomia)

Categories
Coluna do Astrônomo

O Corvo e a Taça

O Corvo e a Taça são duas constelações muito pequenas e também muito antigas, elas aparecem nas lendas gregas desde 500 a.C. (antes de Cristo) e no famoso livro Almagesto do século II. No céu, elas são vizinhas uma da outra e podemos encontrá-las entre as constelações da Virgem e da Hidra, bem acima de nossas cabeças ao olhar para as estrelas, no começo das noites de outono. Porém, apenas o Corvo é fácil de achar, pois tem algumas estrelas brilhantes. Já a Taça possui estrelas bem fraquinhas, de difícil localização, ainda mais nas cidades grandes, onde a poluição luminosa atrapalha muito a observação do céu.

Um grupo de quatro estrelas mais brilhantes dá a forma do Corvo: a mais brilhante se chama Gienah (que significa asa); Kraz (o som de um corvo); Algorab (o corvo); e Minkar (bico do corvo) completam o conjunto. A Algorab é uma estrela bem interessante de se olhar com um telescópio porque conseguimos ver que, na verdade, são duas estrelas, uma perto da outra. A olho nu só conseguimos ver as duas juntas.

A mais brilhante da constelação da Taça é menos brilhante que qualquer uma das quatro do Corvo, e ela se chama Labrum (que significa a borda da taça). Ainda temos a Alkes (taça de vinho) e Al Sharasif (as costelas, em referência à Hidra) que possuem nomes próprios.

Várias lendas foram contadas com o Corvo e a Taça. Algumas diziam que a Taça pertencia ao deus Baco. Mas uma das lendas mais conhecidas envolvia as duas constelações. Diziam os contadores de histórias que o Corvo era a ave sagrada de estimação do deus Apolo, possuía brilhantes penas brancas e podia conversar com os humanos. Um dia, Apolo pediu ao Corvo que fosse buscar água em uma fonte muito, muito distante e deu à ave sua Taça. Mas, chegando ao seu destino, encontrou uma figueira. A árvore estava recheada de figos e o Corvo pousou nela e aguardou alguns dias para que os frutos amadurecessem. Quando foi pegar a água com a Taça, o Corvo avistou uma cobra d’água (a Hidra) e pensou em usá-la como desculpa pelo seu atraso. Porém, ele se esqueceu que Apolo tinha o poder de ver a mentira e ficou muito furioso com a ave. Como castigo, Apolo escureceu suas penas e tirou seu poder de conversar com os humanos, transformando os três em constelações e ordenando que a Hidra nunca deixasse a ave chegar perto da Taça e bebesse a água, condenando o Corvo a ficar com sede para sempre.

Categories
Coluna do Astrônomo

Sistema estelar triplo com planetas

A cada dia a pesquisa astronômica nos presenteia com descobertas incríveis, que superam até mesmo os filmes de Hollywood. Para quem gosta e se lembra, Tatooine, o planeta natal do personagem Anakin Skywalker – da saga Star Wars, orbitava um sistema duplo de estrelas. Era um planeta rochoso, desértico e com vários perigos, mas não vamos nos estender sobre este assunto.

Pesquisadores do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) encontraram um sistema planetário incrivelmente interessante, principalmente pela dinâmica envolvida. Trata-se da descoberta de um planeta com 1,7 vezes o tamanho de Júpiter e a massa quase igual (0,902MJ), que gira ao redor de uma estrela um pouquinho mais quente que o Sol, com cerca de 6.206K. Isto não seria nenhuma novidade, já que um pouco mais de dois mil planetas já foram descobertos ao redor de outras estrelas. Porém, este planeta está orbitando uma estrela que se encontra em um sistema triplo de estrelas. Apenas três outros sistemas planetários foram associados a sistemas estelares triplos.

Denominado KELT-AB, o planeta citado orbita a estela KELT-A, dando uma volta a cada três dias! Ou seja, sua translação é de apenas três míseros dias! Uma pergunta que ainda não foi respondida é: como um planeta gasoso consegue suportar todas as forças que atuam sobre ele estando tão próximo e com uma velocidade tão grande?

E esta pergunta é apenas uma das curiosidades, pois o sistema estelar completa-se com a presença de outras duas estrelas ‒ KELT-B e KELT-C, que orbitam entre si a cada 30 anos e num período de 4.000 anos ao redor de KELT-A. Por ser um planeta gasoso, não apresenta superfície, mas se tivesse uma estação espacial ao redor deste planeta, um visitante veria uma das estrelas cerca de 40 vezes maior angularmente que vemos na Terra e as outras estrelas do tamanho da Lua cheia, ou seja do tamanho que vemos o Sol. Estes objetos encontram-se cerca de 680 anos-luz da Terra, sendo o sistema triplo com planetas mais próximo encontrado.

Como iniciei, desejo terminar com a mesma ideia: apesar de toda a nossa imaginação, o Universo é capaz de nos surpreender a cada dia. E, apesar disso e contando com isso, estaremos aqui no Planetário da Cidade do Rio de Janeiro para nos surpreender e ajudar a dirimir qualquer questão que possa surgir.

Categories
Coluna do Astrônomo

Somos restos de estrelas

Nós só estamos aqui porque antes de nosso Sol nascer, algumas estrelas explodiram nas redondezas e enriqueceram a nebulosa que nos deu origem com elementos pesados. Esse material é lançado ao espaço e pode encontrar um ambiente propício para dar origem à vida e permitir a sua evolução.

Hidrogênio e hélio são os elementos mais abundantes no Universo. Eles estão por toda a parte desde o Big Bang, quando o Universo começou a se expandir – e continua até hoje. Mas, e os outros elementos que encontramos por aí, nas estrelas, nos planetas e até mesmo em nós. De onde vieram?

Na tabela periódica são 103 elementos químicos conhecidos, muitos deles estão presentes em nossos corpos, pois precisamos deles para sobreviver. Muitas doenças estão relacionadas à falta ou à abundância de um determinado elemento químico. As células que formam nossos órgãos estão constantemente sendo substituídas. Somos feitos de uma mistura de elementos químicos, forjados num processo evolutivo de bilhões de anos, necessários aos nossos órgãos e que nos permitem viver.

Mas voltando ao nosso tema principal: De onde vêm esses elementos químicos? Da fusão nuclear no interior das estrelas. As estrelas são feitas, principalmente, de hidrogênio e hélio. É a partir do hidrogênio que elas começam a produzir energia (fusão nuclear) que as mantém em equilíbrio, num constante jogo de forças com a gravidade.

Com a fusão do hidrogênio é produzido o hélio. O processo de fusão nuclear segue adiante produzindo novos elementos. Neste momento, entram em cena, principalmente, o hélio, o carbono, o oxigênio, o silício, o nitrogênio, o enxofre e, por último, o ferro. Outros elementos químicos identificados na tabela periódica só são possíveis através da explosão de uma estrela. Muitas dessas estrelas, que nasceram com muita massa (várias vezes a massa do Sol), no fim de suas vidas explodem em supernovas e uma quantidade enorme de energia é gerada, permitindo a criação de novos elementos químicos. Sendo assim, são as pequenas partículas – poeira das estrelas – que, juntas, nos permitem pensar, escrever e compreender o Universo.

Categories
Coluna do Astrônomo

Estrelas e… mais estrelas

Por Fernando Vieira

O começo das noites de novembro não é dos mais favoráveis à observação, não há muitas estrelas brilhantes, nem grupos de fácil identificação. A constelação do Escorpião está próximo ao horizonte oeste, já Órion, Cão Maior e Touro estão ainda muito próximas ao horizonte leste.

Se você tiver a sorte de contemplar o céu desta época num local afastado dos centros urbanos, livre da poluição luminosa, talvez você consiga observar a Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea. Pertinho desta localiza-se o belo aglomerado NGC104, também conhecido por 47 Tucanae. Embora visível a olho nu, quando observado sob um céu bem escuro como uma mancha esbranquiçada, é com um telescópio que é revelada sua natureza: é constituído por milhares de estrelas. O  NGC104 pertence à classe dos aglomerados globulares. Dos cerca de 150 que existem em nossa galáxia ele é o segundo mais destacado, só sendo superado pelo Omega Centauri, visível não muito longe da constelação do Cruzeiro do Sul.

Veja no link abaixo a localização do NGC104.

https://www.fourmilab.ch/cgi-bin/Yourtel?lat=65.1095&ns=South&lon=338.575&fov=50.000&z=1


http://www.itexam-online.com/
http://www.passexamvce.com/
http://www.itcert-online.com/
210-060 pdf
220-901 passing score
aws-sysops questions & answers pdf
640-916 dumps pdf
70-483
400-101 latest dumps
642-997 book
352-001 exam
200-310 ccda
aws sysops certification sample questions
300-208 sisas vce
cism exam
70-534 pdf
aws-sysops dumps
70-533 book
adm-201 study guide
300-101 dumps


Categories
Coluna do Astrônomo

Uma paisagem de formação estelar – NGC 3603 e NGC 3576

Novamente o ESO publica uma imagem espetacular do espaço. Todas essas imagens geradas pelos equipamentos do observatório mostram que, apesar de estarmos na era dos telescópios espaciais, muita coisa boa em termos de técnicas para se obter imagens astronômicas pode continuar sendo feita aqui do chão.

Nessa imagem, publicada hoje, aparece uma região de HII, sendo a parte da esquerda onde localiza-se o aglomerado estelar aberto NGC 3603, distante cerca de 20 mil anos-luz de nós, e a parte da direita onde está a nebulosa NGC 3576, distante de nós cerca de 9 mil anos-luz. Apesar da imagem, aparentemente, mostrar algo como uma estrutura única, existem duas regiões bastante distantes entre si.

O NGC 3603 tem em seu centro um sistema estelar Wolf-Rayet, conhecido como HD 97950, e é nesse aglomerado que está a maior concentração de estrelas massivas conhecidas na Via Láctea. Esse aglomerado está numa região de formação estelar muito ativa.

No entorno de NGC 3576 podemos ver alguns filamentos que são gás e poeira ejetados pelo vento estelar de estrelas jovens na região central da nebulosa. Esses filamentos estendem-se a centenas de anos-luz de distância.

Tanto o aglomerado NGC 3603 e como NGC 3576 foram descobertos por John Herschel, em 1834, durante sua expedição de três anos para mapear o céu do hemisfério sul. Você pode imaginar a satisfação que teria esse astrônomo do século dezenove de ver sua descoberta fotografada dessa maneira?

Categories
Coluna do Astrônomo

Em posição! Um, dois, três, quatro….

 

Quantas estrelas uma pessoa conseguiria contar em um minuto? Com uma certa velocidade e dedicação, provavelmente, umas 120. Claro que depois de um certo tempo (bem curto, acredito!) qualquer “contador de estrelas” iria ficar irritado e parar. Então, como sabemos quantas estrelas existem?

Em uma galáxia podemos utilizar a força gravitacional que a sua massa exerce sobre as galáxias satélites ou próximas e estimar estatisticamente o  número de estrelas através de uma distribuição de massas observadas. Mas, e se quisermos contar individualmente? Será que é possível fazer isto?

A resposta é fácil, sim! É claro que ninguém ficará contando uma por uma as estrelas. Com a tecnologia atual é inimaginável alguém ficar do anoitecer até o amanhecer contando estrelas e marcando a sua posição como feito por Hiparcos, um grande astrônomo grego, cerca de 150 anos antes de Cristo.

Atualmente, com os computadores, telescópios, câmeras imageadoras, programas de identificação de objetos e satélites espaciais, nosso problemas ficaram menores. Podemos utilizar estes aparelhos para cumprir esta missão e não nos cansarmos. Eles fazem tudo automaticamente, claro que existe um certo custo nisto.

O mais moderno equipamento para o obtenção da posição dos astros tem o nome de Gaia. Este é um observatório espacial que foi lançado no dia 19 de dezembro de 2013 e encontra-se atualmente orbitando uma região denominada L2, ou ponto de Lagrange 2. O L2 fica a cerca de 1,5 milhões de quilômetros da Terra e sua importância vem do fato que a ação da força gravitacional da Terra e do Sol, neste ponto, se equilibram.

A partir deste ponto, cerca de um bilhão de estrelas serão observadas pelos equipamentos do satélite espacial Gaia e nos fornecerá informações de suas posições e movimentos próprios. Este número enorme de estrelas é menor que 1% da quantidade de estrelas da nossa Galáxia. O leitor poderá perguntar: Por que parar em apenas 1% da Via Láctea? A resposta é: existem limitações visuais. Assim como o nosso olho pode observar até 6.000 estrelas sem equipamentos, número aproximado de estrelas até a magnitude 6, o telescópio espacial poderá observar, confiavelmente, até a magnitude 14 (quanto maior a magnitude, menor o brilho), limitando o número até o apresentado acima.

Para fazer isto, o telescópio espacial Gaia irá fazer uma rotação em torno do seu próprio eixo em um período de seis horas e utilizará a câmera espacial atualmente em utilização. Como uma pequena comparação, uma câmera de celular possui algum em torno de oito milhões de pixels, já a Gaia tem uma câmera com quase um bilhão de pixels. Apenas como ilustração, os equipamentos são capazes de observar um fio de cabelo a uma distância de 2.000 quilômetros.

Além de medir as posições, Gaia irá nos fornecer dados como luminosidade, temperatura e composição química dos objetos. Estas informações nos permitirão construir um mapa tridimensional muito preciso, pois as posições das estrelas são medidas com uma acurácia incrível, e tentar esclarecer dúvidas sobre a composição e a história do desenvolvimento de nossa galáxia.

Como o Gaia já encontra-se em posição, esperamos para breve um número enorme de dados que chegarão e darão trabalho para astrônomos do mundo todo por muito tempo.

 

 

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Bebês astronômicos em NGC 3293

Belas imagens captadas recentemente pelo observatório de La Silla, pertencente ao Observatório Europeu do Sul, ESO (do inglês European Southern Observatory), localizado no Chile, mostram as estrelas do aglomerado aberto  NGC 3293 com uma definição nunca antes obtida. Esse aglomerado está na constelação de Carina a uma distância de 8.000 anos-luz da Terra.

As estrelas desse aglomerado começaram a se formar a cerca de dez milhões de anos atrás, a partir do gás e poeira cujo restante ainda se vê na foto. O NGC 3293 é formado por um conjunto de mais de 50 estrelas e foi descoberto com um pequeno telescópio pelo astrônomo francês  Abbé Nicolas Louis de La Caille entre 1751 e 1752 na África do Sul.

Estrelas de um aglomerado nascem de uma mesma nuvem de gás e poeira, ou seja, têm todas a mesma composição química inicial. Por isso, aglomerados como esse são excelentes laboratórios para estudarmos a evolução estelar. É possível ver como estrelas de diferentes massas, mas mesma composição química inicial, evoluíram com o passar do tempo.

Para você ter uma ideia de como esse aglomerado, com menos de dez milhões de anos é um bebê, compare esse tempo com a idade do sol: 4,6 bilhões de anos.

Aglomerados abertos não possuem muitas estrelas e sua gravidade não é suficiente para manter todo o conjunto coeso na medida em que este interage com outros aglomerados e nebulosas. Por isso, aglomerados abertos como o NGC 3293 duram apenas algumas centenas de milhões de anos, enquanto os aglomerados globulares, com muito mais estrelas, duram milhares de milhões de anos.

Bom, de qualquer forma, ainda temos um bom tempo para observarmos o NGC 3293. Ele é fácil de ser visto no céu sem telescópio, e abaixo está uma carta celeste da região de Carina, ou Quilha, com a localização do aglomerado indicada. Não precisa se apressar.

 

Categories
Coluna do Astrônomo

No céu, com estrelas e diamantes

 

Todos os elementos químicos são produzidos no interior das estrelas. Os mais pesados provêm de estrelas mais antigas, que se tornaram supernovas. Estes elementos contaminam o espaço interestelar e acabam por entrar na confecção de outras estrelas mais jovens. Entre os elementos encontrados em estrelas de segunda ou terceira geração está o carbono. Este elemento vital para a nossa forma de vida tem algumas características interessantes. Dependendo de como os átomos se arranjam, podemos ter uma substância macia como o grafite ou duríssima como o diamante.

 

Em 1960, previu-se teoricamente que existissem estrelas com núcleos cristalizados de carbono. Em 1992, o astrônomo brasileiro Kepler de Oliveira (do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS) calculou a densidade e a composição química da estrela anã branca, denominada BPM37093, a partir de sua variação luminosa. Na época chegou-se à conclusão de que ela era feita de um cristal de carbono contaminado de oxigênio. Quimicamente falando, isso é um diamante. Um diamante muito grande mesmo.

 

Em 2004, astrônomos do Centro de Astrofísica do Harvard-Smithsonian e um brasileiro, Antonio Kanaan, confirmaram ainda mais os cálculos de Kepler usando técnicas de astrossismologia. Estes estudos confirmaram o seu diâmetro em 1,5 quilômetro. Esta estrela fica a 50 anos-luz da Terra e se encontra na constelação de Centauro. Nesta época, sugeriu-se chamar a estrela de Lucy como referência à canção dos Beatles: Lucy in the sky with diamonds.

 

Recentemente, uma equipe da Universidade de Winconsin-Milwaukee publicou um artigo no Astrophysical Journal sobre outra estrela-diamante a 900 anos-luz na constelação de Aquário. Quem diria? O céu está cheio de diamantes!

 

Links de interesse:

http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/um-diamante-com-quilate-do-sol-1-12982147

http://en.wikipedia.org/wiki/BPM_37093

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u28888.shtml

http://www.tecmundo.com.br/astronomia/15461-diamante-maior-que-a-terra-e-descoberto-no-espaco.htm

http://en.wikipedia.org/wiki/Lucy_in_the_Sky_with_Diamonds

 

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Um Aglomerado no Rastro da Quilha

 

O European Southern Observatory (ESO) divulgou uma nova e bela imagem do aglomerado estelar [http://astronomia.blog.br/aglomerados-estelares/] NGC 3590. Está localizado a cerca de 7.500 anos-luz [http://astronomia.blog.br/ano-luz/] na constelação de Carina, ou Quilha, e sua idade é de aproximadamente 35 milhões de anos.

As estrelas de um aglomerado formam-se aproximadamente ao mesmo tempo e a partir do mesmo material, por isso, estudar os aglomerados é fundamental para construir e testar teorias de evolução estelar. A diferença inicial mais marcante entre as estrelas que nasceram juntas num mesmo aglomerado é sua massa inicial. Eles são laboratórios onde podemos ver como estrelas de massas diferentes, e mesma química inicial, evoluem com o passar do tempo.

 

Essa imagem do NGC 3590 nos mostra regiões escuras de poeira que bloqueiam a luz das estrelas que estão atrás, e regiões brilhantes que aparecem em tons avermelhados e alaranjados que estão refletindo a luz de estrelas próximas.

 

Os aglomerados abertos possuem estrelas jovens… sim, 35 milhões de anos é uma idade jovem em termos astronômicos. E as estrelas jovens formam-se no disco da Via Láctea, mais precisamente em seus braços espirais.

 

O vídeo abaixo faz uma rápida viagem pela região do céu onde foram obtidas as imagens que geraram esse belo resultado do NGC 3590, mostrando sua localização no disco galáctico.

https://www.youtube.com/watch?v=t1H27062tmk