Na semana conversamos sobre a presença de água magmática em rochas lunares. Agora a bola da vez é Saturno. A NASA divulgou esta semana que a sonda Cassini, que orbita o belo planeta dos anéis há nove anos, detectou pela primeira vez gelo de água na atmosfera do planeta.
Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar (menor apenas que Júpiter), sendo muito propriamente conhecido como gigante gasoso. Apesar de certamente ter um pequeno núcleo sólido, sua parte externa não contém material rochoso ou sequer sólido, sendo, essencialmente, uma atmosfera gasosa. A imagem tradicional que fazemos da atmosfera de Saturno consiste em camadas com nuvens de água em sua parte mais baixa, na região intermediária nuvens de hidrossulfeto de amônia e, no topo, nuvens de amônia pura.
Acontece que a Cassini observou uma supertempestade, com cerca de 15.000km de largura e ventos de até 450km/h, que atinge Saturno desde 2010. A tempestade é tão potente que ela se estende violentamente para o interior de sua atmosfera, descendo cerca de 160km, chegando a bombar (ou se preferir, dragar) gelo do interior do planeta. Isso demonstra que por trás da beleza do planeta podemos encontrar uma atmosfera tão ou mais explosiva do que a de Júpiter.
Segundo os cientistas que comandam o projeto, a tempestade age como se fosse um vulcão, ao trazer material de suas profundezas, tornando-o visível no topo da atmosfera. Nessa região, o gelo de água trazido do interior, quando observado no infravermelho, se apresenta com coloração distinta do resto da atmosfera.