Usamos cookies em nosso site para lhe dar a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e repetindo visitas. Ao clicar em "Aceitar tudo", você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações de cookies" para fornecer um consentimento controlado.

Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados conforme necessário são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. T...

Sempre ativado

Os cookies necessários são absolutamente essenciais para que o site funcione corretamente. Esta categoria inclui apenas cookies que garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal.

Quaisquer cookies que podem não ser particularmente necessários para o funcionamento do site e são usados especificamente para coletar dados pessoais do usuário através de análises, anúncios, outros conteúdos incorporados são denominados como cookies não necessários. É obrigatório obter o consentimento do usuário antes de executar esses cookies em seu site.

Categories
Coluna do Astrônomo

Um cometa passando de raspão por Marte

 

Em 3 de janeiro de 2013, o astrônomo Robert H. McNaught descobriu um cometa. O astro recebeu o nome de Siding Spring C/2013 A1, em homenagem ao observatório de onde foram feitas as observações. A princípio se pensava que ele poderia colidir com Marte, mas cálculos mais precisos indicam que sua órbita vai levá-lo a 132 mil quilômetros de distância da superfície do planeta. Isso é muito pouco para os padrões planetários, pouco mais que um terço da distância Terra-Lua. É previsto que a aproximação máxima ocorra em 19 de outubro de 2014.

Em 1994, o cometa Shoemaker-Levy 9 colidiu com o planeta Júpiter e vários telescópios no solo e em órbita da Terra puderam acompanhar o fenômeno, mas não havia nenhuma nave ao redor do planeta para documentar o fato. A sonda Galileu ainda estava a caminho de Júpiter. Hoje existem seis sondas em Marte para acompanhar este “raspão planetário”: dois rovers na superfície marciana (Curiosity e Opportunity) e quatro sondas em órbita. Das sondas orbitais três são da NASA (Mayen, Mars Odissey e Mars Reconnaissance Orbiter) e uma Indiana (Mangalyaan).

Diferente de outros cometas, já observados por sondas, este cometa vem de longe, de uma região denominada nuvem de Oort. É bem provável que o Siding Spring não volte mais a passar próximo de nós. Por isso esta é uma oportunidade muito interessante.

Em tempo, para ver este cometa você vai precisar de um telescópio potente e muita sorte. Ele não brilha muito e estará tão perto de Marte que a luz do planeta deve ofuscar sua imagem. É mais interessante acompanhar as imagens das agências espaciais.

 

Link de interesse:

http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/10/09/um-cometa-a-caminho-de-marte/

http://mars.nasa.gov/comets/sidingspring/

http://www.ustream.tv/NASAJPL

 
Categories
Coluna do Astrônomo

Mares Lunares, ainda há o que conhecer

Você já olhou para a Lua numa noite de Lua cheia e notou manchas escuras em meio à superfície branca? Já se perguntou o que originou estas características singulares?

Os antigos pensavam que eram áreas cobertas de água e denominaram as tais manchas de mares. Hoje, sabemos que não há água suficiente na superfície da Lua para encher nem um lago. Pode ser que haja algum gelo em crateras próximas aos polos e alguma água misturada às rochas, mas, definitivamente, não há água em estado líquido na Lua. As áreas escuras são regiões mais planas compostas de basalto, um tipo de rocha mais recente que a parte branca que é mais montanhosa. Sempre se associou estas regiões escuras a impactos de asteroides e atividade vulcânica no passado lunar. A maior parte destes mares tem formas arredondadas ou ovais que indicam impactos.

Entretanto, um desses “mares” lunares parece ter outra origem: o Mar das Tormentas. Recentemente, uma equipe formada por vários cientistas planetários, de diversas universidades americanas, chegaram a interessantes conclusões sobre este tema. Eles publicaram na revista Nature o resultado de um estudo a partir de dados de duas sondas da Nasa. As sondas gêmeas fazem parte da missão denominada Grail. Ao mapear detalhadamente os contornos do Mar das Tormentas, identificaram vários alinhamentos retos o que afasta a origem de impacto. O contorno poligonal reforça a possibilidade de algum tipo de vulcanismo interno semelhante às placas tectônicas.

 

 

 

Categories
Coluna do Astrônomo

Como ver a Estação Espacial no céu?

Qualquer objeto em órbita pode ser visto da superfície da Terra desde que tenha proporções razoáveis, não esteja muito longe e seja iluminado pela luz solar. Se soubermos a hora certa e o lugar apropriado para onde olhar, podemos ver vários satélites artificiais passando no céu após o pôr do Sol (até às 20h30 min) e antes do nascer do Sol (a partir das 03h30 min). Os maiores objetos em órbita sempre foram as estações espaciais.

Foi durante a corrida espacial que as primeiras estações espaciais foram postas em órbita. Elas chamavam-se Salyut e foram lançadas pela antiga União Soviética. Foram sete delas entre 1971 e 1982. Logo depois, vieram a Skylab (EUA, 1973), a MIR (URSS, 1986), a ISS (Internacional, 1998) e a Tiangong (China, 2011). ISS é a sigla em inglês para Estação Espacial Internacional, um projeto herdeiro da tecnologia desenvolvida para a estação MIR com a colaboração da NASA e ESA. A ISS é o maior objeto em órbita atualmente e, por conseguinte, tornou-se o objeto artificial mais facilmente visível no céu.

Dependendo da órbita, em certos períodos, a ISS pode ser vista noites seguidas em uma dada cidade. Para o Rio de Janeiro, teremos um período de observação diária a partir do dia 24 de setembro até primeiro de outubro. Cada dia a ISS passará num horário um pouco diferente no período entre 18h20min e 20h. A melhor data, quando a ISS estará mais brilhante, será no dia 26/09 entre 18h22min e 20h01min. Para saber as condições em outras cidades é preciso ver sites de previsões (ver links no final do artigo). O mapa abaixo mostra as regiões “sobrevoadas” pela estação. A ISS é visível em todo o Brasil.

 

 
Links de interesse:
Categories
Coluna do Astrônomo

Água Extrassolar

Há mais ou menos sete anos-luz daqui da Terra, existe um objeto curioso que ainda não tem um nome propriamente dito. Este corpo celeste é denominado WISE 0855–0714. Não é exatamente um planeta, pois não gira ao redor de estrela. Não é uma estrela no sentido mais estrito da palavra, pois não produz luz através de fusão nuclear em seu interior. É como se fosse uma estrela que falhou: uma estrela que, em seu processo de formação, não alcançou massa suficiente para fundir hidrogênio em hélio de forma contínua. Chamamos este tipo de objeto de anã marrom. Este tipo de objeto poderia ser classificado, pela sua massa, abaixo das pequenas estrelas e o acima dos grandes planetas gasosos. Estes corpos emitem pouco na faixa da luz visível e mais no infravermelho.

Recentemente, a busca de água fora do Sistema Solar teve um avanço considerável. Um grupo de astrônomos do Instituto Carnegie, em Washington (EUA), usando um telescópio do observatório de Las Campanas, no Chile, conseguiu identificar, com muita dificuldade, indicações da existência de nuvens de cristais de gelo nesta anã marrom. Estas nuvens também são encontradas em planetas gigantes gasosos como Júpiter e Saturno. Usando as mesmas técnicas em um telescópio infravermelho mais potente poderiam identificar água em planetas rochosos do tipo da Terra. Se as previsões de lançamento do Telescópio Espacial James Webb estiverem certas, em 2018, provavelmente, teremos novidades sobre o assunto.

 

Link de interesse:

http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/09/15/nuvens-de-agua-fora-do-sistema-solar/

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2014-127

Categories
Coluna do Astrônomo

Foguete a etanol é lançado de Alcântara

Os primeiros foguetes foram inventados na China, em torno do ano 1200. Eram tubos cheios de pólvora usados primeiro como fogos de artifício e depois com finalidades militares. Quando a pólvora começava a queimar expelia gases em alta velocidade. Estes gases saíam pela abertura do tubo e impulsionava o foguete na outra direção. Artefatos como estes são chamados de foguetes de combustível sólido. Uma vez dada a partida, o foguete consome o combustível até acabar. Alguns de grande porte, mais modernos, usavam este sistema. Exemplos disso são os mísseis balísticos intercontinentais Minuteman e os foguetes auxiliares laterais do Ônibus Espacial.

Em 1926, o americano Robert Goddard desenvolveu o primeiro foguete a combustível líquido, que misturava gasolina e oxigênio líquido. Um foguete deste tipo pode ser bem controlado mesmo após a ignição.

O programa espacial brasileiro desenvolve foguetes de pequeno porte, desde 1965. Os primeiros foguetes brasileiros se chamavam Sonda e eram todos de combustível sólido. O Veiculo Lançador de Satélites (VLS) é um foguete de três estágios, todos de combustível sólido. Após três acidentes, desde 1997, o VLS passa por uma reavaliação que inclui usar estágios de combustível líquido.

No dia 1º de setembro, foi lançado, com sucesso, da Base de Alcântara, uma versão diferente do foguete chamado VS-30 (em operação, desde 1987). Nesta nova versão, o combustível sólido foi substituído por oxigênio líquido e etanol. O etanol nada mais é que o álcool que pode ser comprado em qualquer mercado ou farmácia. Este é um combustível renovável, extraído da cana-de-açúcar e de baixa toxidade. O Brasil é o maior produtor de etanol do mundo. Este é mais um passo para produzir um foguete nacional eficiente para finalidades espaciais.

 

Ver links de interesse:

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/09/cientistas-brasileiros-lancam-primeiro-foguete-nacional-movido-etanol.html

http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/19799/ESPA%C3%87O—Brasil-lan%C3%A7a-com-sucesso-primeiro-foguete-nacional-com-combust%C3%ADvel-l%C3%ADquido

 

Categories
Coluna do Astrônomo

SLS: o foguete mais potente do mundo

Até hoje nenhum foguete mais potente que o Saturno V foi lançado. O Saturno V tinha 111 metros de altura, 3000 toneladas e uma capacidade de levar 118 toneladas de equipamento para orbitas baixas (Low Earth Orbit = LEO). Este colosso foi o responsável pelo envio dos astronautas do programa Apollo à Lua.

Depois do programa Apollo, o sistema mais potente e versátil para colocar satélites em órbita foi o Space Shuttle. Essa nave era capaz de colocar 24 toneladas em órbita baixa. Mesmo com toda esta potência, um Space Shuttle não pode alcançar à Lua.

O novo sistema de foguete desenvolvido pela NASA é chamado Space Launch System (SLS). Este sistema aproveita muitas das tecnologias desenvolvidas para o Space Shuttle. O SLS promete por 130 toneladas em LEO, ou seja, 12 toneladas a mais que o Saturno V. O plano é que este foguete leve naves tripuladas à Lua e à Marte, a partir de 2018.

Ver links:

Categories
Coluna do Astrônomo

Reprodução humana em Marte

 

Se um dia vamos colonizar outros planetas como Marte, teremos que resolver algumas questões simples. Estas questões do dia a dia aqui na Terra não são problema. Por exemplo: a reprodução humana.

Uma viagem a Marte é longa e oferece vários riscos à saúde humana. Dois problemas evidentes são: a ausência de peso por um longo período e a radiação espacial. Parte da radiação pode ser detida por blindagens. A gravidade artificial, produzida por força centrífuga, resultante de compartimentos rotativos, reduz o risco de atrofia muscular.

Mas, ao chegar a Marte,as coisas não melhoram tanto assim. O planeta tem uma gravidade quase que um terço da nossa. Isso torna necessário um cuidado especial contra atrofia e descalcificação. A atmosfera marciana é muito mais rarefeita que a terrestre e isso implica em mais radiação eletromagnética atravessando-a. O campo magnético marciano também não protege a superfície de outro tipo de radiação nociva: partículas subatômicas carregadas.

Tudo isso já é difícil para um organismo adulto enfrentar e imagine este ambiente hostil em relação às células reprodutivas e aos embriões em desenvolvimento. À medida que estas células se multiplicam, ficam mais expostas à radiação. Ao expor material genético do núcleo celular, a possibilidade de mutações aumenta consideravelmente. Por outro lado, a gravidade baixa pode prejudicar a formação muscular de fetos.

Para proteger as futuras gerações marcianas alguns cuidados deverão ser seguidos. Os pais precisarão fazer exames genéticos após longas viagens espaciais. Os abrigos marcianos deverão ser subterrâneos para evitar chuvas de partículas solares. Para contrabalançar a baixa gravidade, suplementos alimentares e exercícios periódicos serão precisos.

Categories
Coluna do Astrônomo

Um recorde de distância em Marte

Uma maratona é uma corrida de 42,2km. Vários países africanos são detentores de recordes sucessivos com tempos em torno de 2h4min. Em 28 de julho, um recorde de distância foi batido: 40,25km. Isso é menos que uma maratona, e o tempo gasto para percorrer este percurso foi de mais de 10 anos. Mas o recordista enfrentou um ambiente onde nenhum corredor teria vantagens: a superfície de Marte. Nosso campeão foi o rover Opportunity.

As sondas espaciais são robôs programados e guiados à distância. Geralmente, uma sonda espacial fica girando ao redor do astro alvo. Chamamos este veículo de orbiter. Se a sonda pousa na superfície chamamos de lander. Se o lander é capaz de se deslocar sobre a superfície chamamos de rover. Um rover é um veículo controlado à distância. Até hoje, sete rovers se moveram em um solo extraterrestre. Três destes foram enviados à Lua e os demais para Marte.

O primeiro rover bem sucedido foi o Lunokhod 1, enviado à Lua em 1969 pela URSS. Lunokhod significa “aquele que anda na Lua” em russo. Ficou meses em atividade na superfície lunar. Em 1971 e 1972, os soviéticos tentaram enviar um rover à superfície marciana mas sem sucesso. Em 1973 o Lunokhod 2 pouso e explorou o ambiente lunar. Até pouco tempo, o Lunokhod 2 foi campeão em distância percorrida por um rover: 39km.

Entre 1996 e 1997,o rover Sojourner, da NASA, percorreu cerca de 100 metros nas areias marcianas. Desde então, os norte-americanos começaram a explorar Marte com rovers cada vez maiores e mais avançados. Em junho de 2003, dois rovers gêmeos foram enviados a Marte: Spirit e Opportunity. O Spirit ficou atolado na areia, teve problemas sérios para percorrer uns 7,7km e parou de funcionar em 2010. Seu “irmão”, o nosso recordista Opportunity, ainda está em funcionamento. Em 2011, um rover ainda maior e mais avançado pousou em Marte: o Curiosity.  Já percorreu 8,6km e se tiver sorte pode bater o recorde do Opportunity dentro de alguns anos.

Ano passado, os chineses fizeram o rover Yutu passear pela Lua, mas não foi muito longe.

Alguns consideram os jipes lunares usados pelos astronautas das missões Apollo (1971-1972) também como rovers. Neste caso, são rovers controlados manualmente, diretamente por astronautas. Não são robôs. Os jipes lunares percorreram distâncias entre 27km e 35km, aproximadamente.

 

 

Link interessante: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/07/robo-da-nasa-bate-recorde-extraterrestre-de-distancia.html

 

 

Categories
Coluna do Astrônomo

E se a Lua não existisse mais?

k2_items_src_055b63b22b9b2ae0e7eb6d53719261cc

A Máquina do Tempo (2002), Oblivion (2013) e Espaço: 1999 (1975) são três filmes de ficção científica que têm algo em comum: nas histórias, a Lua é destruída ou tirada de órbita. O que mudaria se isso acontecesse de fato? E se a Lua nunca tivesse existido? Como seriam as coisas por aqui?

O diâmetro da Terra é pouco mais que quatro vezes o diâmetro da Lua. Confrontada com um mapa terrestre, a silhueta da Lua cobre facilmente a Austrália ou a Europa. Considerando os demais planetas do Sistema Solar, que possuem satélites, a Lua é muito grande comparada com o planeta que orbita. Já foi sugerido que o conjunto Terra-Lua seria um planeta duplo, tanto pela relação de tamanhos quanto à distância entre os astros.

Esta particularidade do sistema Terra-Lua faz com que a força gravitacional entre os astros seja tremenda. A influência mais notável pode ser facilmente visualizada pelas marés. A massa lunar também influencia o eixo de rotação da Terra. Sem a Lua as marés seriam irregulares e as estações do ano variariam abruptamente. Isso tudo causaria grandes problemas para os habitantes da Terra.

Outra função que Lua exerce naturalmente é servir de escudo para nós. Muitos pequenos corpos celestes colidem com nosso satélite em vez de nos atingirem. Sem a Lua qualquer corpo que passasse suficientemente perto seguiria direto para o nosso planeta.

 Daí concluímos que, se a Lua não existisse para regular ciclos de marés e estações climáticas, talvez a vida como conhecemos nem teria se desenvolvido na Terra. Se nosso satélite de repente sumisse, haveria terremotos, ameaças de meteoritos, tsunamis e perturbações climáticas enormes. Uma coisa é certa: os observadores de estrelas gostariam de não ter aquelas noites de Lua cheia no céu ofuscando objetos menos brilhantes, como nebulosas e galáxias. Por outro lado os românticos teriam menos uma beleza no céu para cantar:

“Poetas, Poetas, seresteiros, namorados, correi

É chegada a hora de escrever e cantar

Talvez as derradeiras noites de luar” (Lunik 9 por Gilberto Gil, 1967) 

Links de interesse:

 http://www.adorocinema.com/filmes/filme-27405/

http://www.gilbertogil.com.br/sec_disco_info.php?id=3&letra

http://universogenial.wordpress.com/2014/06/27/assim-seria-a-terra-sem-a-lua/

Categories
Coluna do Astrônomo

No céu, com estrelas e diamantes

 

Todos os elementos químicos são produzidos no interior das estrelas. Os mais pesados provêm de estrelas mais antigas, que se tornaram supernovas. Estes elementos contaminam o espaço interestelar e acabam por entrar na confecção de outras estrelas mais jovens. Entre os elementos encontrados em estrelas de segunda ou terceira geração está o carbono. Este elemento vital para a nossa forma de vida tem algumas características interessantes. Dependendo de como os átomos se arranjam, podemos ter uma substância macia como o grafite ou duríssima como o diamante.

 

Em 1960, previu-se teoricamente que existissem estrelas com núcleos cristalizados de carbono. Em 1992, o astrônomo brasileiro Kepler de Oliveira (do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS) calculou a densidade e a composição química da estrela anã branca, denominada BPM37093, a partir de sua variação luminosa. Na época chegou-se à conclusão de que ela era feita de um cristal de carbono contaminado de oxigênio. Quimicamente falando, isso é um diamante. Um diamante muito grande mesmo.

 

Em 2004, astrônomos do Centro de Astrofísica do Harvard-Smithsonian e um brasileiro, Antonio Kanaan, confirmaram ainda mais os cálculos de Kepler usando técnicas de astrossismologia. Estes estudos confirmaram o seu diâmetro em 1,5 quilômetro. Esta estrela fica a 50 anos-luz da Terra e se encontra na constelação de Centauro. Nesta época, sugeriu-se chamar a estrela de Lucy como referência à canção dos Beatles: Lucy in the sky with diamonds.

 

Recentemente, uma equipe da Universidade de Winconsin-Milwaukee publicou um artigo no Astrophysical Journal sobre outra estrela-diamante a 900 anos-luz na constelação de Aquário. Quem diria? O céu está cheio de diamantes!

 

Links de interesse:

http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/um-diamante-com-quilate-do-sol-1-12982147

http://en.wikipedia.org/wiki/BPM_37093

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u28888.shtml

http://www.tecmundo.com.br/astronomia/15461-diamante-maior-que-a-terra-e-descoberto-no-espaco.htm

http://en.wikipedia.org/wiki/Lucy_in_the_Sky_with_Diamonds