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Coluna do Astrônomo

Apollo 18, missão lunar decepcionante

Semana passada fui ao cinema com a intenção de assistir e comentar o filme Apollo 18. Procurei não me influenciar com as críticas lidas no jornal. O primeiro momento de terror foi antes do filme começar. Notei que seria o único na sala de projeção. Já estou acostumado a ser minoria. Histórias de explorações espaciais nem sempre atraem o grande público, mas daí a ser o único espectador naquela escura sala foi um mau prenúncio. O filme tinha muito para dar certo: ambiente claustrofóbico, o modismo da teoria da conspiração e uma cenografia razoável. Além disso, o assunto “viagens à Lua” esteve em alta de um ano para cá. Foi essa a isca que me atraiu para essa arapuca cinematográfica além da esperança de um bom thriller de suspense espacial.

Se você pretende ver o filme é melhor parar por aqui, pois ao comentar vou revelar o enredo.

Módulo lunar soviético: projeto abandonadoEu definiria Apollo 18 como uma mistura mal sucedida de Apollo 13, Bruxa de Blair e Alien, O Oitavo Passageiro. Do primeiro filme, Apollo 13, vem a referência aos perigos de uma viagem a Lua. Apollo 18 tem uma cenografia mais realista: os veículos são mais apertados. A reprodução de um módulo lunar soviético (que nunca foi a Lua de verdade) é bem fidedigna. De Alien, o filme tira o monstro parasita estomacal. Da Bruxa de Blair vem o estilo “falso documentário com cenas mal filmadas”.

A trama gira em torno de uma suposta missão tripulada à Lua feita pelo Departamento de Defesa Americano após a última missão Apollo 17. O objetivo era uma cratera próxima ao polo sul lunar, cujo interior o Sol nunca ilumina. Este tipo de local atrai o interesse dos estudos lunares de hoje, pois é possível que exista gelo de água. Mas, infelizmente, o filme não explora este aspecto. Mal os astronautas pousam, começam a enfrentar inexplicáveis interferências de rádio. Depois, encontram os restos de uma expedição lunar soviética. A todo  momento há indicação de que não estão sozinhos. Eu me preparo para um alienígena mortal aparecer a qualquer momento. Que decepção! Os monstros são pedras! Pedregulhos lunares assassinos que querem parasitar astronautas terráqueos, ninguém merece! No final, para acabar com toda possibilidade de ser realista, o astronauta americano sobrevivente consegue decolar da superfície lunar usando o módulo soviético. Assim do nada, sem saber ler russo, às pressas, o sujeito decola um veículo que ele não conhecia. Mas não vai muito longe, os pedregulhos não deixam.

Sobre os pedregulhos assassinos, eu não pude deixar de analisar a incoerência. De que se alimentavam? De astronautas incautos não pode ser, pois é muito tempo de jejum entre uma refeição e outra. Podemos pensar que são alguma espécie baseada em silício. Se fosse assim, tal forma de vida teria que se alimentar do que mais tem na Lua: minerais. Assim seria mais natural que os pequenos seres minerais se interessassem mais pela nave do que pelos azarados organismos baseados em carbono que a tripulavam.

Entre as muitas questões mal resolvidas destaco esta: Como eles interferiam no rádio? Mas pra quem vive no vácuo e aguenta variações térmicas de centenas de graus isso é moleza. Fiquei feliz quando o filme acabou, aquela sala escura e vazia não era lá muito agradável para imaginações mais ativas.

Referências interessantes na Web

Módulo Lunar Soviético: http://www.astronautix.com/craft/lk.htm
Alien – O Oitavo Passageiro: http://www.youtube.com/watch?v=rCQj5xEc3Fg
Apollo 13: http://www.youtube.com/watch?v=nEl0NsYn1fU
Bruxa de Blair: http://www.youtube.com/watch?v=D51QgOHrCj0

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Apollo 18, uma missão lunar apavorante

Alguns visitantes do Planetário duvidam que o Homem já foi à Lua. Geralmente perguntam por que os norte-americanos não voltaram ao nosso satélite e por que os soviéticos nunca lá estiveram.

Poucos conhecem a verdadeira história da maior aventura da Humanidade: a corrida lunar. Esta corrida aconteceu dentro do contexto da guerra fria. O primeiro ser humano a pisar na Lua foi o norte-americano Neil Armstrong em julho de 1969. A maioria nem sabe que desde aquela data foram seis missões à superfície lunar, num total de 12 astronautas. A última vez que um ser humano pisou em nosso satélite foi em 1972 com a Apollo 17.

Isto mesmo! O filme intitulado Apollo 18 não é um documentário e muito menos uma dramatização de uma missão real, a exemplo de Apollo 13, com o ator Tom Hanks. Seguindo o modelo de filmes como Bruxa de Blair e Cloverfield, as cenas deste filme parecem filmadas por uma câmera comum nas mãos de um amador, sem cuidados cinematográficos como enquadramento ou edição. Este estilo tem como objetivo dar a sensação de que foi filmado por testemunhas oculares, reais.

Pelo trailer, Apollo 18 promete seguir a fórmula do gênero: muitos sustos e imagens vertiginosas. Parece ser mais terror ambientado no espaço do que ficção científica propriamente dita. Mesmo assim, a expectativa é de uma boa história carregada de uma boa dose de teoria da conspiração. Agora é conferir. Em breve comentaremos aqui no Blog Mundo da Lua. Bom filme! E para os estômagos mais sensíveis: evite refeições pesadas antes da sessão.

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Vídeo mostra a evolução dos protótipos das roupas espaciais

Antes de ir para Lua, o Homem teve que inventar roupas que pudessem aguentar as temperaturas extremas do espaço. Tendo isso como inspiração, o talk-show de rádio americano Science Friday produziu um vídeo com trechos dos testes de mobilidade realizados pela NASA em vários protótipos dos trajes espaciais. O vídeo mostra a evolução das roupas dos astronautas, começando com as construídas de metal.

A parte mais engraçada é quando um astronauta dança com uma das roupas para mostrar o quão confortável ela seria. Em outras roupas menos maleáveis, alguns testes consistiam em tarefas simples como levantar de uma cadeira ou até jogar baseball.

Assista aqui o vídeo

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ENAST, um sonho que se tornou real

“Eu tenho um sonho” – Assim começou um discurso famoso do Reverendo Martin Luther King (1929-68), prêmio Nobel da Paz e líder do movimento de igualdade racial nos EUA. Foi da mesma maneira que iniciei um e-mail numa lista de discussão de Astronomia (Urânia Brasil – http://br.groups.yahoo.com/group/urania_br/) há mais de 14 anos. Comentava, na época, a vontade que tinha de ver os astrônomos (amadores e profissionais) encontrando-se periodicamente para trocar experiências. A mensagem teve uma repercussão muito maior do que eu esperava. Os colegas do Clube de Astronomia de Campos compraram a ideia com paixão e tornaram aquele desejo compartilhado num evento pioneiro em novembro de 1998: o 1o Encontro Nacional de Astronomia. Centenas de amantes da Astronomia têm se reunido ano após ano desde então, preferencialmente, nos feriados de novembro em diversos lugares do Brasil. A característica principal do evento é a acessibilidade facilitada para todos através da inscrição gratuita e facilidades de hospedagem. Outra característica do evento é a convivência entre entusiastas, curiosos, veteranos, neófitos, amadores e profissionais.
O número de participantes aumenta a cada ano. O evento inclui exposição de instrumentos fabricados pelos próprios donos, astrofotografias, mesas-redondas, observação do céu, palestras, sorteios de brindes, cursos e assim por diante.
Dê uma olhada nas fotos dos ENASTs passados em http://observatoriophoenix.astrodatabase.net/m_fotos/enast.htm .

Veja, a seguir, quando e onde foram realizados:

·    1o ENAST– novembro de 1998 – Campos dos Goytacazes, RJ;
·    2o ENAST – novembro de 1999 – Belo Horizonte/Ouro Preto, MG;
·    3o ENAST – novembro de 2000 – Vitória, ES (Acho que foi a primeira a ter uma camiseta com  logotipo);
·    4o ENAST – novembro de 2001 – Salvador, BA (A primeira fora da Região Sudeste);
·    5o ENAST – novembro de 2002 – Ouro Preto, MG;
·    6o ENAST – junho de 2003 – Campos dos Goytacazes, RJ (A primeira vez que não foi em novembro, pois os feriados naquele ano não ajudavam; aproveitamos o Corpus Christi);
·    7o ENAST– novembro de 2004 – Brotas, SP;
·    8o ENAST – novembro de 2005 – Curitiba, PR (A primeira da Região Sul);
·    9o ENAST – novembro de 2006 – Brasília, DF (A primeira da Região Centro-oeste);
·    10o ENAST – novembro de 2007 – Rio de Janeiro, RJ (Na Fundação Planetário, pela primeira vez, votamos o próximo evento com dois anos de antecedência e, pela primeira vez, o evento foi transmitido ao vivo pela internet). Ver foto abaixo.

FOTO OFICIAL

·    11o ENAST – novembro de 2008 – Maceió, AL (Foi onde se começou a premiar várias categorias de pessoas e instituições importantes para a Astronomia brasileira);

·    12o ENAST – novembro de 2009 – Londrina, PR (Visite meu blog pessoal e veja as fotos do evento (http://ceurbano.blogspot.com/2009/10/diario-de-um-enastiano-em-londrina.html).

Neste ano, o 13o ENAST será em novembro (12 a 15), na cidade do Recife, PE. O 14o, em novembro de 2011, já tem sede escolhida: São Paulo, SP. O 15o, em 2012, já está sendo encaminhado. Em Recife, durante o encontro, será votada a sede. As candidaturas já estão sendo inscritas até 16 de outubro no site http://www.enast.org.br/. Participe, você não imagina como é bom.

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Flama Celeste, a espada mágica

Em uma época e lugar remotos, uma bola de fogo risca o céu e choca-se contra o solo. As pessoas vêem o clarão e ouvem um ruído assustador. Os moradores da aldeia, temerosos, vão ao campo. Lá uma enorme cratera fumegante guarda em seu interior uma “rocha” brilhante e duríssima.

O mais sábio da tribo pega a “pedra do céu” e forja uma espada melhor do que as demais. Ninrode, o mais bravo da aldeia, recebe a espada e a apelida de “Flama Celeste”. Ao lutar pela primeira vez com esta arma brilhante, acontece um milagre. Logo no primeiro encontro de espadas, Ninrode despedaça a arma de cobre do inimigo que foge aos gritos.

Parece fantasia ou ficção? Eu acabei de criar o enredo, entretanto, muitas histórias reais podem ter acontecido mais ou menos desta maneira.

Foi muito difícil para os primeiros naturalistas aceitar que podem cair rochas do céu. Hoje sabemos que o espaço interplanetário extraterrestre é povoado de corpos rochosos de tamanhos variados em órbitas erráticas que os levam mais cedo ou mais tarde às proximidades de um planeta como o nosso. Quando estes corpos se aproximam, a gravidade terrestre os traz para dentro da atmosfera em alta velocidade. O atrito com o ar nestas condições é tão alto que volatiliza este corpo fazendo-o brilhar num rastro que as pessoas chamam de estrela cadente, e que é batizado de meteoro pela ciência. Se o corpo for pequeno, consome-se todo na atmosfera. Por outro lado, se for grande e resistente o suficiente, pode atingir a superfície da Terra, e aí recebe o nome de meteorito.

Os meteoritos mais interessantes e os mais fáceis de se identificar são compostos principalmente de metais, como o ferro e o níquel. São denominados sideritos, que significam, literalmente, “pedras do céu”. É daí que surge a semelhança entre as palavras sideral e siderurgia. De fato, os primeiros trabalhos em ferro podem ter vindo de sideritos. O metal destes visitantes celestes era de qualidade muito superior aos minérios de ferro disponíveis. Muitos sideritos devem ter servido para confeccionar espadas com nomes sugestivos como a nossa imaginária “Flama Celeste”.

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Cometa McNaught (C/2006 P1)

O cometa descoberto em agosto de 2006 pelo astrônomo australiano Robert H. McNaught fez um grande espetáculo no hemisfério norte, e agora começa a se mostrar para nós aqui do hemisfério sul.  Prever o brilho de um cometa ainda é temerário, e este surpreendeu com seu aumento de brilho logo que se aproximou do Sol, quando foi possível vê-lo em plena luz do dia.

A melhor maneira de ver o McNaught nos próximos dias (até 18/01 aproximadamente) será próximo ao poente (19h47min, horário de verão), logo assim que o Sol se põe, como um ponto luminoso seguido de uma cauda em “V”, com comprimento equivalente a duas Luas cheias. À medida que os dias passam, ele se afasta do Sol e seu brilho diminui, pondo-se lentamente mais tarde a cada dia.  Este astro se mostrará à noite em pouco mais de uma semana, porém estará cada vez menos brilhante deixando de ser visível a olho nu antes de terminar a primeira semana de fevereiro (se seu brilho continuar a se comportar como o previsto).

O observador deve ficar atento, pois o comportamento deste cometa faz com que de uma noite para outra possa haver uma variação de brilho considerável.  Provavelmente, as melhores noites de observação serão poucas; toda oportunidade será preciosa.  No final da próxima semana, será necessário um binóculo ou pequeno telescópio, além de uma carta celeste, para distinguir o McNaught entre as estrelas.