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Coluna do Astrônomo

Alpha-Scorpiideas e Lua Crescente

Essa semana teremos duas coisas bastante interessantes no céu: o pico de atividade de uma chuva de meteoros e a Lua no quarto-crescente. Sim, são duas coisas bastante interessantes, mas são ainda mais interessantes quando não estão juntas no mesmo céu.

As chuvas de meteoros são muito comuns, e o que mais se destaca em Alpha Scorpiideas é sua fácil localização no céu logo no início da noite. Chuvas de meteoros acontecem quando a Terra cruza o rastro de poeira deixado por um cometa ou um asteroide. A grande maioria das chuvas é associada a algum cometa, mas há aquelas associadas a asteroides também.

O quarto crescente é a melhor fase para se observar a Lua ao telescópio, por ela estar alta no céu logo no início da noite e também pelo efeito causado pelas sombras das montanhas e crateras, que nos permite uma melhor percepção da superfície lunar. Essa percepção é bastante prejudicada na Lua Cheia, quando a luminosidade do Sol incide perpendicularmente sobre a superfície lunar e não temos sombras. Certamente a Lua estará em nossa próxima observação do céu aqui do Planetário.

A carta celeste abaixo é para o céu do Rio de Janeiro dessa próxima semana, no início da noite.

As chuvas de meteoros são caracterizadas pela posição de seu radiante, um ponto no céu de onde parecem sair os meteoros. A constelação onde está o radiante dá nome à chuva, de modo que Alpha Scorpiideas acontece na constelação do Escorpião. Procure essa constelação um pouco acima de onde você viu o Sol nascendo.

Note na carta celeste, que a Lua, já brilhante, saindo do quarto crescente e indo para a fase cheia, estará muito próximo, o que prejudicará a observação de Alpha Scorpiideas. O pico dessa chuva ocorre hoje, dia 13 de maio, mas será possível observar meteoros dela até por volta do dia 20 de maio. A taxa de meteoros esperada é de 5 por hora, num céu ideal, longe da poluição luminosa e sem Lua.

Apesar das condições não serem as ideais, temos a vantagem, do Escorpião estar no céu no início da noite, e de ser uma constelação especialmente fácil de se identificar. Portanto, fica a sugestão de tentar observar ao menos alguns meteoros nas próximas noites!

Ah, e não se esqueça de fazer um pedido para cada um que conseguir ver.

Bons céus!

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Coluna do Astrônomo

O Sistema Alpha Centauri

Nas proximidades do Cruzeiro do Sul, onde está a Caixinha de Jóias, sobre a qual conversamos semana passada, encontramos um sistema estelar muito interessante, que também faz parte da lista de objetos para os quais os observadores do céu gostam de apontar seus telescópios.

Normalmente não apontamos um telescópio para uma estrela por um motivo simples: estrelas estão tão tão distantes (pedindo licença ao Shrek), que mesmo no maior telescópio do mundo ela continua sendo observada como um pontinho. O telescópio pode te mostrar uma quantidade maior de estrelas do que a quantidade que você enxerga sem ele, mas nenhum telescópio pode te mostrar uma estrela maior do que você vê diretamente.

Entretanto, Alpha Centauri é uma exceção por se tratar de um sistema estelar que pode ser resolvido com o telescópio, ou seja, enquanto sem instrumento vemos apenas uma estrela, com um telescópio conseguimos ver duas, bem próximas uma da outra. As duas estrelas são chamadas Aplha Centauri A, também conhecida como Rigel Kentaurus ou Rigel Kent e Alpha Centauri B, também conhecida como Toliman.

A Carta Celeste dessa semana mostra os nomes de algumas estrelas notáveis. Procure por Rigel Kentaurus à esquerda do Cruzeiro do Sul, na região sul do céu (próximo á letra “S”).

Carta Celeste com o céu do Rio de Janeiro, dia 15 de maio de 2019 às 19h (horário local)

As estrelas do sistema Aplha Centauri são as mais próximas de nós depois do Sol. Estão a cerca de 4.4 anos-luz de distância.

Rigel Kentaurus e sua companheira Alpha Centauri B orbitam ao redor do seu centro de massa em cerca de 80 anos. Mas essas são as duas estrelas mais brilhantes do sistema… só que, na verdade, há ainda uma terceira estrela aí!

Curiosamente, essa terceira estrela, a Alpha Centauri C, também conhecida como Próxima Centauri, é a estrela mais próxima de nós e a única que não conseguimos ver nem com um telescópio de uso amador. Trata-se de uma anã vermelha, pequena e pouco brilhante.

Rigel Kentaurus, ou Alpha Centauri A é a estrela mais brilhante à esquerda. Toliman ou Alpha Centauri B está à direita e Próxima Centauri, a mais próxima de nós, está na região destacada pelo círculo vermelho (Wikimedia Commons)

O fato de Próxima Centauri ser de fato a estrela mais próxima de nós depois do Sol e ser tão difícil de ser observada nos lembra que apenas olhando para o brilho das estrelas não podemos dizer absolutamente nada sobre suas distâncias. Uma estrela mais brilhante que outra não está necessariamente mais próxima, assim como uma menos brilhante não está necessariamente mais distante.

Bons Céus!

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Coluna do Astrônomo Curiosidades

O Caçador e o Escorpião: A Eterna Batalha de Gigantes no Céu

O céu que os rodeia está cheio de objetos interessantes e mistérios a serem desvendados. Nos últimos dias, por exemplo, tivemos a primeira foto do horizonte de eventos de um buraco negro, algo desejado pelos astrônomos há décadas!

Além dos mistérios aguardando o espírito humano os alcançarem, o espaço nos mostra cenas de beleza estonteante e guarda lendas criadas por nossos antepassados. Nessas noites, acontece no céu um belíssimo espetáculo teatral onde duas constelações são atores da representação de uma das mais belas lendas, que nos fala sobre uma mensagem que Zeus, o deus dos deuses na mitologia grega, queria que a humanidade recebesse e se recordasse constantemente. Essa mensagem fala sobre arrogância.

Órion era um gigante e um exímio caçador, muito corajoso e habilidoso. Mas também era pouco humilde e gostava de se gabar demais de suas proezas. Um dia, ele disse que era o maior dos caçadores e que não havia nenhum animal capaz de escapar à sua caçada. Dizendo isso, enfureceu Artemis, deusa da caça. Apesar de ser a deusa da caça, Artemis era protetora dos animais, e não gostou nada do que disse o gigante Órion. Assim, enviou um escorpião para duelar com o caçador. Na briga, Órion foi picado pelo escorpião e morreu.

Carta Celeste do céu do Planetário do Rio, 17 de abril de 2019 às 20h30min (horário local). Clique na Carta para ver maior

Para que os homens se lembrassem do caçador que foi morto por um escorpião em consequência de sua arrogância, Zeus os transportou para o céu de modo que a cena da perseguição se eternizasse sobre nossas cabeças.

Repare na Carta Celeste acima. No horizonte oeste (à direita marcado pela letra W) vemos o Órion se pondo. Do outro lado do céu, no ponto oposto, ao leste (à esquerda, onde está a letra E), vemos o Escorpião surgindo. (O Escorpião é a constelação que abriga o aglomerado estelar M4, em evidência na Carta Celeste.)

O movimento que vemos as estrelas fazendo ao longo de uma noite é o mesmo movimento que percebemos no Sol durante o dia. Chamamos esse movimento de movimento diurno, e ele é uma consequência do movimento de rotação da Terra. Nosso planeta gira e vemos tudo o que está fora dele se movendo no sentido oposto.

Graças ao movimento diurno, a constelação do Órion e a constelação do Escorpião nunca são vistas por inteiro juntas no céu. Apenas quando uma se põe a outra aparece.

Essa é apenas uma das várias versões que existem na mitologia para a morte de Órion e sua relação com Artemis, ou Diana, na mitologia romana.

E Zeus, além de nos deixar esse eterno lembrete numa encenação celestial, também nos deixou uma boa dica para quem busca conhecer o mapa das estrelas: se você estiver vendo o Órion no céu, não estará vendo o Escorpião; e se estiver vendo o Escorpião, pode ter certeza que não estará vendo o Órion.

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Lua No Quarto

Seja bem vindo!

Esse é o primeiro texto da coluna Segunda do Céu, que faz parte dessa nova fase do website do Planetário do Rio. Aqui, todas as segunda-feiras, conversaremos sobre coisas relacionadas ao céu e à sua observação. Falaremos sobre identificação do céu, astronomia fundamental, astronomia de posição, equipamentos de observação, técnicas observacionais e quaisquer outros assuntos que possam nos aproximar dessa deliciosa atividade de observação do céu.

Se você nunca teve o hábito de olhar para o céu, e está começando suas leituras por aqui, a primeira coisa que quero é: sinta o frio na barriga! Sinta o arrepio que olhar para o céu nos proporciona! E mantenha isso, nunca deixe de se admirar com o céu. Se a observação do céu já uma rotina para você, suponho que você conheça esse encanto produzido pelo céu, e quero que o cultive cada vez mais. Espero que esses textos possam estimular e dar aos leitores algumas informações sobre o céu que observamos. Espero também que esses textos sirvam de reforço ao permanente convite para você vir observar o céu com os telescópios do Planetário às quartas ou aos sábados.

Nessa semana de estréia, temos um céu cuja grande atração para observação será a Lua, que passa pelo quarto crescente dia 12 de abril, sexta-feira. A Lua próximo do Quarto Crescente aparece numa região alta do céu ainda no início da noite e está iluminada de forma a proporcionar a melhor observação ao telescópio.

Em geral, a Lua cheia é a mais bonita para contemplação, sem telescópios ou binóculos. Mas quando a Lua está próxima a um dos quartos, crescente ou minguante, temos apenas uma parte iluminada e outra parte sem receber luz do Sol. Nessa situação, o contraste entre a parte iluminada e a parte não iluminada nos permite ver com mais clareza num telescópio os detalhes de sua superfície. Na Lua Cheia sua superfície está tão iluminada que fica difícil perceber detalhes da superfície.

A Lua nessa semana em que entra no Quarto Crescente estará passando pela constelação do Touro. A Carta Celeste abaixo mostra o céu do Rio de Janeiro dia 10 às 18h30.

Rio de Janeiro, 10 de abril de 2019, 18h30 (hora local)

Um pouco mais baixo que da Lua, mais próximo ao horizonte, ainda podemos ver Marte no céu, já se tornando um planeta difícil de se observar. Objetos mais altos no céu são melhores de se observar por estarem numa posição com menos influência da poluição luminosa e com menos obstáculos, como prédios e montanhas.

Nas próximas semanas vamos ter a chance de falar sobre outros aspectos desse céu e, ao longo do ano, vamos acompanhando as mudanças celestes que ocorrem.

Bons Céus!