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Coluna do Astrônomo

Asteroide Magneto

 

Nos quadrinhos dos X-Men, o famoso vilão mutante Magneto tem o poder de controlar os campos magnéticos e os metais. Num dado momento da saga, Magneto cria um asteroide artificial metálico em órbita da Terra. Tal fortaleza era chamada ora de Asteroide M, ora de Utopia. Por ser metálico, o Asteroide M potencializava os poderes magnéticos do vilão e servia de base para sua Irmandade dos Mutantes, rivais dos X-Men.

 

Quando Stan Lee e Jack Kirby criaram a história do Magneto, na década de 60, quem diria que encontraríamos no espaço um asteroide real semelhante ao da ficção?

 

O astro se chama Psique 16 e foi descoberto em 1852. Da década de 1980 para cá, se descobriu que 90% do asteroide é composto de ferro e níquel. É bem provável que este corpo tenha sido o núcleo de um asteroide maior semelhante a Vesta. É possível que Psique perdeu suas camadas mais externas devido a impactos no passado. O campo magnético de Psique é bem intenso, o que pode tornar sua exploração desafiadora. Imagine uma sonda metálica se aproximando deste gigantesco imã: dificuldade de navegação seria um problema certo. Será preciso fazer uma nave de plástico? Minerar um corpo como este teria valor comercial? O que vamos aprender sobre o interior dos asteroides?

 

Uma coisa é certa: se o Wolverine existisse (com seu esqueleto metálico) ele também estaria enrascado na superfície de Psique!

 

Links interessantes:

 

http://www.megacurioso.com.br/exploracao-espacial/40464-asteroide-de-metal-considerado-como-um-imenso-ima-esta-circulando-o-sol.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/16_Ps%C3%ADque

http://en.wikipedia.org/wiki/Asteroid_M

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Coluna do Astrônomo

Uma conversa robótica no espaço

 

Muitos devem ter assistido o clássico filme de Stanley Kubrick: “2001, Uma Odisséia no Espaço” (1968). Se não assistiu, procure e assista. No filme, os astronautas conversam com um possante computador chamado HAL9000. Essa máquina fictícia, além de operar a nave, tinha o papel de fazer companhia aos astronautas. Uma inteligência artificial poderia ajudar muito no longo voo para afastar a solidão e o tédio.

 

Recentemente, um pequeno mascote robô foi enviado a Estação Espacial (ISS) com o mesmo propósito. Claro que o pequeno Kirobo não é tão bom de papo como o HA9000. Você tem que falar devagar para ele entender e seu vocabulario ainda é bem limitado. Kirobo não foi o primeiro robô a ir ao espaço. Em 2011, um robô maior, o R2 Robonaut, foi enviado a ISS. Apesar de se parecer mais com um humano (tinha braços e cabeça parecidos com um astronauta em traje espacial), ele não era bom de conversa limitando-se a tarefas braçais.

 

No futuro, com missões mais longas como uma viagem a Marte, interagir com maquinas falantes pode ajudar psicologicamente os astronautas.

 

Veja os links abaixo:

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/12/astronauta-japones-conversa-com-robo-na-estacao-espacial-internacional.html

http://robonaut.jsc.nasa.gov

 
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Coluna do Astrônomo

Mini Retrospectiva Espacial de 2013

 

Quando a Terra, no seu movimento de translação ao redor do Sol, completa uma volta nosso calendário solar marca que mais um ano se passou. Parece algo meio arbitrário escolher um dia para o início do ano. Realmente é. É uma convenção, uma tradição da nossa sociedade. Outro hábito social que temos nesta época é fazer uma espécie de retrospectiva do ano que passou. Trazer a memória fatos marcantes do ano passado faz sentido para nós. Este ano muita coisa interessante aconteceu no céu mas eu gostaria de citar somente alguns eventos.

 

Em fevereiro, um grande meteorito, um bólido, cruzou o céu da cidade russa Chelyabinski. O estrondo sônico causou muitos estragos. Foi a primeira vez que se documentou tão bem um fenômeno destes com vídeos e fotos.

 

Dois acidentes espaciais fizeram dez anos: a desintegração da Columbia (fevereiro) e a explosão do foguete brasileiro – VLS (agosto).

 

 

Foguete Brasileiro VLS

 

A corrida espacial ganhou novas dimensões com o lançamento de naves civis como Dragon (março). Os indianos enviaram uma sonda a Marte (novembro) e os chineses, um rover à Lua (dezembro).

 

 

 

Novos planetas extrassolares continuaram sendo descobertos por telescópios em terra e no espaço, semana após semana.

 

 

Em julho, fizeram 50 anos do lançamento do Syncom, o primeiro satélite geoestacionário.

 

Outro hábito de fim de ano é tentar fazer planos e previsões para o ano que começa. O que nos reserva o ano 2014? Projetos espacias ousados? Fenômenos imprevisíveis? Grandes descobertas? Espero que sim. Aconteça o que acontecer espero que você acompanhe conosco aqui, no Blog Mundo da Lua.

 

Feliz Nova Volta ao redor do Sol!

 

O link abaixo mostra muitos eventos espaciais do ano passado:

http://www2.jpl.nasa.gov/calendar/2013.html

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Feliz Astro App Novo

 

As férias estão chegando e os amantes da Astronomia que vivem nas grandes cidades podem ir para um lugar sem poluição luminosa e ver um céu de verdade. Mas duvido que aqueles que possuem um tablet ou smartphone vão deixar de levá-lo, mesmo que vá para a praia ou para o campo.

 

Uma das coisas que se firmam a cada dia para os amantes da Astronomia é a profusão cada vez maior de aplicativos para pequenos computadores móveis.

 

Se seu aparelho depende de uma rede wi-fi, ele não vai te ajudar muito. Num lugar distante aonde você vai passar suas férias, se quiser, por exemplo, identificar constelações utilize o  https://play.google.com/store/apps/details?id=com.domobile.constellations. Para que seu smartphone ou tablet possa te ajudar bastante nas observações, ele precisará ter: GPS, bússola magnética e acesso a dados (3G). Muitos mapas celestes baixam dados atualizados das posições dos planetas também como o Star Chart – https://play.google.com/store/apps/details?id=com.escapistgames.starchart.

 

Aonde o Sol vai ser pôr? E a Lua, como vai estar esta noite? Há programas específicos que permitem você ver a trajetória do Sol projetada direto na imagem do seu horizonte como este app: Sun Surveyor Lite – https://play.google.com/store/apps/details?id=com.ratana.sunsurveyorlite). Veja também mapas lunares (LunarMap HD _ https://play.google.com/store/apps/details?id=mobi.omegacentauri.LunarMap.HD).

 

Se você tem um telescópio e quer usá-lo nas suas férias, uma bússola digital vai ser uma mão na roda na hora de alinhá-lo (Bússola – Smart Compass – https://play.google.com/store/apps/details?id=kr.sira.compass). Além disso, a maior parte dos aparelhos têm níveis de bolha que ajudam a acertar o horizonte e a latitude do eixo do seu telescópio.

 

Eu tenho um Samsung Galaxy Note 10.1 movido a Android 4, mas se você tem um Iphone ou Windows Mobile vai encontrar muitos aplicativos interessantes também.

 

Céus claros e redes disponíveis para todos!

 

Mais apps de vários sistemas. Dê um olhada nestes links:

 

http://www.area42.com.br/ciencia-tecnologia/geek-survival-apps-de-astronomia

http://astrotips.com/operating-system/android

http://astrotips.com/operating-system/ios-iphone-ipad

http://astrotips.com/operating-system/windows-mobile

http://www.businessinsider.com/11-best-astronomy-apps-for-amateurs-2013-10?op=1

 
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Coluna do Astrônomo

Más notícias no espaço

 

Acabou de sair a notícia: o satélite CBERS 3 (sigla em inglês de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) não conseguiu atingir sua órbita planejada e caiu. Apesar do número, este é o quarto satélite de uma série. O Instituto Nacional de Pesquisar Espaciais (INPE), em parceria com a China Academy of Space Technology (CAST), tem construído estes satélites para observação do solo. Este é um dos serviços realizados por satélites de maior valor econômico equiparando-se com telecomunicações e observação meteorológica. O Brasil contribui com a confecção de boa parte do satélite e a China usa seus poderosos foguetes Longa Marcha para colocá-los em órbita. Com três potentes câmeras, estes satélites podem analisar extensas regiões com uma riqueza de detalhes espantosa. As imagens geradas têm sido usadas no Brasil e no exterior por empresas e instituições ligadas ao meio ambiente, gerenciamento de solo, mineração e geração de energia.

 

O CBERS 1 foi lançado em 1999, o CBERS 2 em 2009 e o CBERS 2B em 2007. O CBERS 3 seria o primeiro de uma nova geração na qual o Brasil teria uma participação maior no projeto e confecção dos sistemas embarcados.

 

Um satélite pode ser perdido no momento do lançamento e este tipo de problema não é nada incomum. Muitos fatores complexos estão envolvidos em todo o processo de colocar satélites em órbita. Mesmo para as agências mais experientes do ramo, como a NASA, a ESA e a Roskosmos, esta tecnologia envolve certo risco imprevisível. Entretanto, isso não pode desanimar quem se propõe a desbravar a fronteira espacial. Por isso, aguardemos o lançamento do CBERS 4 previsto para 2016.

 

Veja a notícia no site abaixo:

 

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/12/inpe-confirma-fracasso-no-lancamento-de-satelite-na-china.html

 
 
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Coluna do Astrônomo

Da Índia para Marte

 

A história recente da pesquisa espacial tem tomado direções que muitos não previam.

 

As primeiras sondas enviadas a Marte datam da década 1970 e foram soviéticas e norte-americanas. Imagine naquela época pensar em uma sonda indiana. Até hoje somente três agências espaciais atingiram Marte: NASA (norte-americana), Roscosmos (russa) e ESA (europeia).

 

A agência espacial indiana ISRO (Indian Space Research Organization) foi fundada há 44 anos. O primeiro satélite indiano foi posto em órbita por um foguete soviético em 1975 e chamava-se Aryabhata. Cinco anos depois os indianos colocaram o satélite Rohini em órbita com seu próprio foguete: o SLV-3. Em 1993, a ISRO já contava com o possante foguete PSLV capaz de por satélites em órbitas geoestacionárias. Estas órbitas são as mais altas e rentáveis usadas por grandes satélites de comunicação e meteorológicos. Em 2008, a sonda Chandrayaan 1 foi posta em órbita da Lua; um grande marco do programa espacial indiano.

 

Agora, é a vez de Marte. Uma sonda foi lançada hoje (5/10/2013) pela ISRO a bordo do foguete PSLV XL C-25. A missão chama-se Mars Orbiter Mission (MOM) e a sonda recebeu o apelido de Mangalyaan (nave marciana em hindi). A sonda leva 15kg em instrumentos para estudar a atmosfera marciana, medir partículas e fotografar a superfície. A Mangalyaan deve chegar a Marte juntamente com a nave MAVEN da NASA em setembro do ano que vem.

 

Ao longo da exploração de Marte várias sondas automáticas se perderam. Torço, sinceramente, que a Mangalyaan não tenha o mesmo destino de tantas outras sondas enviadas ao planeta, e que em breve recebamos dados dela.

 

 

 

Links de interesse:

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Mangalyaan

http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Indiana_de_Pesquisa_Espacial

http://www.isro.gov.in/

 

 

 

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Um planeta igual, mas diferente

 

Durante a semana passada, eu ouvi no rádio um radialista falar da nova descoberta feita pelo telescópio espacial Kepler: um planeta fora do sistema solar parecido com a Terra. O comentarista aproveitou o mote para viajar na imaginação e pensar numa viagem de férias até um planeta como este. Felizmente, ele fez bem o dever de casa e leu o resto da notícia. O tal planeta é rochoso e tem uma massa entre uma e duas massas terrestres. Pronto, acabou a semelhança. Ele se move muito, mas muito perto mesmo do seu sol. A consequência disto: a temperatura fica entre 1.500 e 3.000 graus centígrados. Ou seja, o tal planeta “parecido com a Terra” é mais parecido sim com um inferno onde chumbo derrete e escorre. Rios de metal derretido e nada água líquida em lugar algum.

 

Além disso Kepler-78b fica muito longe: 700 anos-luz. Lembrando que um ano-luz é a distância coberta por um raio de luz se movendo durante um ano. Isto dá mais de nove trilhões de quilômetros. A velocidade da luz é estupidamente grande: mais de um bilhão de quilômetros por hora. Até onde se sabe da física atual, é o limite de velocidade do nosso universo. Nada pode se mover tão rápido. Mesmo assim nenhum veículo humano já chegou nem perto disso. Resumindo: não dará pra visitar Kepler-78b tão cedo. Ainda bem; é um lugar nada aprazível.

 

É chato ter que ser “pé no chão” e desfazer os sonhos de muitos. Entretanto, ainda não existe tecnologia para observar diretamente, com toda certeza, um planeta igualzinho à Terra. Mas quem sabe, em breve, surjam equipamentos e técnicas que possam realizar tal proeza.

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Mais sete exoplanetas

 

Quatro anos de observação levaram pesquisadores europeus a identificar sete candidatos a planetas extrassolares ao redor da estrela KIC 11442793. Estas medidas foram feitas pelo satélite Kepler. Os planetas não foram observados individualmente. Eles são muito próximos da estrela principal e ficam ofuscados por sua luz. O que se tem de concreto é a curva de luz e o espectro da estrela.

 

O que é curva de luz? Uma equipe usou medidas da intensidade luminosa através de um sensível sensor chamado de fotômetro, que permite estudar como a luz se comporta ao longo do tempo. Os pesquisadores buscaram identificar momentos em que planetas passam diante da estrela e diminuem sua luminosidade. Chamamos isso de trânsito e o gráfico da intensidade luminosa versus o tempo é a curva de luz. Alguns destes trânsitos foram detectados.

 

O que é o espectro? Como ele ajuda a identificar planetas?  Um aparelho denominado espectrômetro decompõe a luz da estrela em suas cores originais. Como não há maneira de separar a imagem dos planetas da imagem da estrela, o espectro obtido é uma mistura destes. O movimento planetário faz com que os espectros dos planetas e da estrela principal tenham comportamentos diferentes. Este fenômeno é chamado efeito Doppler e afeta a cor da luz de objetos em movimento, tornando se mais azulados ao se aproximar e mais avermelhados ao se afastarem. Analisando estas variações com poderosos métodos matemáticos, os pesquisadores chegaram à conclusão de que pelo menos sete planetas estão compondo o espectro observado.

 

Combinando estes dados indiretos, duas equipes separadas identificaram a possível combinação de planetas que produziria estas variações luminosas. Este sistema é bem mais compacto que o nosso. O planeta mais afastado dos sete está a uma distância da estrela principal da mesma ordem que a Terra está do Sol.

Link para saber mais: http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/astronomos-descobrem-sistema-com-sete-exoplanetas,8312d5d888be1410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

 
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Eu assisti Gravity, e você?

Decidi que iria ver o filme assim que vi o primeiro trailer meses atrás. Estou falando do novo filme de Alfonso Cuarón, intitulado “Gravity” (Gravidade), com Sandra Bullock e George Clooney. Filmes sobre espaço são irresistíveis pra mim. Interessante que este filme foi considerado um filme de ficção científica só porque se passa no espaço. Podia classificá-lo como filme catástrofe ou thriller de suspense. A meu ver, uma obra para ser considerada ficção científica deve tratar de algo que ainda não existe. Sem estragar a história pra você que ainda não viu, quero comentar alguns pontos. A sinopse do filme é a seguinte: uma série de acidentes (bem exagerados, diga-se de passagem) deixa uma dupla de astronautas à deriva no espaço. Isso pode acontecer a qualquer momento, não na dimensão catastrófica descrita no filme, porém é uma possibilidade real. De certa maneira alguma coisa descrita neste filma já aconteceu. Alguns acidentes já causaram perdas consideráveis no espaço.

Astronauta mulher não já não é novidade há bastante tempo. A primeira mulher foi ao espaço há 50 anos, em 16 de junho de 1963, seu nome era Valentina Vladimirovna Tereshkova. A primeira americana a ir ao espaço a bordo de um ônibus espacial foi há 20 anos. Logo, a personagem interpretada por Sandra Bullock não tem nada de tão novo. Logo o filme é ficção, mas não científica.

Atenção! Perigo de Spoiler: Talvez a partir daqui, se você não viu o filme ainda, é melhor parar, pois vou comentar o desenrolar do filme no próximo parágrafo.

No filme, o perigo do lixo espacial é exagerado demais. A destruição de um satélite não poderia causar a tal reação em cadeia descrita no filme. Há espaço demais para enchê-lo todo com destroços. As distâncias entre satélites e estações espaciais são bem maiores do que o filme sugere.

Outra coisa que me incomodou muito é a facilidade de usar naves sem treinamento específico. A astronauta sai apertando botões e fazendo procedimentos totalmente não convencionais e pasmem, funciona. Mas aquilo é Hollywood, não é mundo real.

A reentrada aos trancos e barrancos da nave Shenzou no final do filme foi forçar a barra demais. Ainda cair em um continente e não no meio do mar foi demais.

Pode não parecer, mas, no geral, eu gostei muito do filme. Gostei, pois tratou de um assunto que eu gostaria que fizesse parte do cotidiano das pessoas. Profissionais trabalhando e se arriscando no espaço deveria se tornar algo cada dia mais comum. Sonho que a profissão de astronauta seja considerada algo do mesmo nível de normalidade que caminhoneiros em estradas remotas, pilotos de aviões comerciais e tripulantes de navios.

Trailer Oficial: https://www.youtube.com/watch?v=H4coTNta-YA

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Desvendando fenômenos lunares

 

A ideia mais comum é que a Lua é apenas uma bola de rocha inerte e sem graça. No entanto, desde muito tempo, a observação da Lua tem trazido alguns desafios aos astrônomos. Em 1787, o astrônomo inglês William Hershel (1738-1822) documentou três manchas vermelhas e brilhantes em meio à parte escura do disco lunar. Hoje, sabemos que existe uma finíssima camada de gases recobrindo a superfície lunar. Esta camada é tão rarefeita que nem é considerada atmosfera. Estes gases podem ser provenientes do vento solar ou ter origem radioativa. Mas esses gases não são suficientes para explicar aqueles clarões.

 

Apesar de não dispor do dinamismo de um astro dotado de uma atmosfera, a Lua está longe de ser uma superfície totalmente imutável e monótona. Desde a observação de Hershel, um longo histórico de brilhos e mudanças de cor foi se formando ao longo dos anos de observação lunar. Os relatos mais interessantes e recentes datam das missões Apollo. Os astronautas americanos também perceberam luminescências na Lua. Alguns destes fenômenos podem ser explicados por impacto de meteoritos, outros sugerem algum tipo de emanação gasosa ou poeira refletindo a luz solar. Estes eventos foram chamados de fenômenos transientes lunares e identificados pela sigla TLP (do inglês transiente lunar phenomenon).

 

Dentro do seu programa de exploração robótica lunar, a NASA lançou semana passada a sonda LADEE (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer) a bordo de um foguete Minotaur V. A missão tem o objetivo de estudar a rarefeita camada de gases que recobre a Lua e verificar a possibilidade da presença de poeira em suspensão eletrostática. A gravidade lunar é tão pequena que a poeira carregada eletricamente (pelo vento solar, por exemplo) pode flutuar acima do solo e refletir a luz do Sol. Isto explicaria muitos relatos de TLP.

 

Após 30 dias de viagem, a sonda deve atingir sua órbita bem próximo à superfície lunar, onde deve passar uns 100 dias mapeando partículas de poeira e traços de gases rarefeitos. Talvez séculos de mistério lunar possam ser desvendados nos próximos meses.

 

Links pra saber mais:

http://nssdc.gsfc.nasa.gov/nmc/spacecraftDisplay.do?id=LADEE

http://pt.wikipedia.org/wiki/LADEE