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1957 Sputnik

Por Naelton Mendes de Araujo – Astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

O ano era 1957: a televisão norte-americana lançava a comédia situação (sitcom) “Leave It to Beaver”; o rádio tocava o hit de Elvis Presley “Jailhouse Rock” e Jack Kerouac publica seu livro “On The Road”. Mas outro som desperta a América, um som vindo do espaço.

Fazia 12 anos que a Segunda Guerra Mundial tinha acabado com a detonação de duas bombas atômicas no Japão. Depois disso começou um novo tipo de conflito velado: a Guerra Fria. Antigos aliados, União Soviética e Estados Unidos, agora se debruçavam sobre os despojos tecnológicos da Alemanha nazista derrotada. Fazia oito anos desde que a União Soviética já tinha desenvolvido sua primeira bomba atômica de fissão e menos de dois anos da explosão da sua primeira bomba de hidrogênio (muito mais potente).

As primeiras bombas eram projetadas para serem lançadas de aviões. Para tornar a ameaça nuclear mais assustadora faltava um veículo de transporte mais eficiente. Era preciso colocar a arma de destruição mais poderosa já feita pelo humanidade bem na cara do inimigo. A Alemanha nazista já desenvolvera o veículo ideal: os foguetes V2. Dos descendentes destes foguetes e das bombas iniciais surgiu a arma mais temida da humanidade: o míssil balístico intercontinental. 

O que distingue um míssel destes de um foguete lançador de satélite é, essencialmente, o que cada um leva na sua na sua ponta (na sua extremidade) e sua trajetória. A carga útil que pode ser uma ogiva explosiva (nuclear ou convencional) ou um veículo espacial: um satélite artificial.

No ano de 1957 a ONU lançou o Ano Internacional Geofísico e um dos desafios científicos era o colocar o primeiro satélite artificial. Previsto pela teoria gravitacional de Isaac Newton, e antecipado pelas obras de Júlio Verne, o satélite artificial ainda não havia saído do papel. A tecnologia básica já existia mas faltava pelo menos mais um estágio e a orientação correta para colocar um objeto se movimentando redor da Terra. Ficar em órbita, falando de forma simplificada, é lançar um projétil de tal forma que ao cair não atinge mais a superfície da Terra. Isso se consegue fazendo um disparo horizontal a uma altura acima de 100km (onde o ar não oferece resistência) a uma velocidade igual ou superior a 8km por segundo. 

Isso foi feito primeiro pela União Soviética no dia 4 de outubro de 1957. A esfera metálica de 60cm e um pouco mais de 80kg dava uma volta na Terra a cada 96 minutos emitindo um bip bip insistente e fácil de captar por qualquer radioamador. 

Sputnik significa pequeno companheiro. Foi lançado por um foguete denominado Semiorka R7. Mais tarde este R7 daria origem a toda uma nova dinastia de foguetes. A família decorrente até hoje coloca naves espaciais em órbita, como as Soyuz que levam os astronautas da atualidade para a ISS.  

Mais do que uma conquista científica, o Sputnik abalou a supremacia norte-americana e se tornou um desafio para os políticos. As forças armadas norte-americanas estavam tentando individualmente a colocação do primeiro satélite sem sucesso. Esse momento especial foi um impacto tão grande ficou conhecida como Crise Sputnik, o que levou à criação da Nasa, Agência Espacial norte-americana, responsável por centralizar a pesquisa espacial. 

A dianteira soviética na corrida espacial marcou mais um recorde no mês seguinte quando foi para o espaço o primeiro ser vivo em órbita, a cadelinha Laika, no Sputnik 2. Mas essa é outra história.

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Gemini – altas aventuras no espaço

1965 – O programa Gemini, de naves para dois astronautas, é sucessor das cápsulas Mercury (para um só tripulante). A primeira Gemini a levar astronautas ao espaço foi a de número 3, lançada em março de 1965. Por insistência do comandante Virgil Grissom, foi a única nave Gemini a ser batizada: Molly Brown. A referência foi a cápsula Mercury “Liberty Bell” 7 (todas Mercury eram numeradas de 7) que pilotou e que afundou ao amerissar no Pacífico. Molly Brown, chamada de insubmersível, teria sido uma das poucas sobreviventes do naufrágio do Titanic. O copiloto da Gemini 3 foi John Young.

As Gemini, ao contrário das Mercury, tinham capacidade de realizar manobras complicadas em órbita. Seriam as naves que realmente poderiam colocar os norte-americanos em pé de igualdade dos cosmonautas soviéticos. Até aquele momento a URSS estava realizando várias proezas espaciais. A bordo da nave Voskhod o cosmonauta Alexei Leonov foi o primeiro homem a passear no espaço em março de 1965. O primeiro passeio espacial norte-americano só viria acontecer em junho do mesmo ano com Edward H. White na Gemini 4. Neste período, enquanto os soviéticos lutavam com o desenvolvimento das suas naves Soyuz, as Gemini se destacaram em missões orbitais.

Março de 1966 – A nave Gemini 8 tinha uma missão ousada: interceptar e se acoplar a um veículo não tripulado intitulado Agena. Neil Armstrong (ainda novato naquela época) foi o piloto e o copiloto foi David Scott (ambos tripularam naves Apollo que iriam à Lua mais tarde). No momento em que as duas naves se acoplaram, começaram a rodopiar vigorosamente no espaço sem controle. Foi preciso desconectar a Gemini da Agena, mas esta continuava a girar loucamente. A solução encontrada foi acionar os retrofoguetes e tirar a nave de órbita antes do tempo previsto e realizar um pouso de emergência. Estas cenas são reproduzidas de forma vertiginosa no filme O Primeiro Homem (Damien Chazelle, 2018). Recomendo para quem curte espaço, mas não para quem tem vertigens.

Gemini foi o projeto que realmente alavancou os EUA para superar a URSS durante a Corrida Espacial.

Estas e outras histórias você poderá conhecer no Curso de Astronáutica do Planetário do Rio.

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Dia do Cosmonauta:

Em 12 de abril de 1961 Yuri Alekseievitch Gagarin (1934-68) na nave Vostok 1 foi o primeiro homem a viajar no espaço. Naquela época, os viajantes do espaço provindos da URSS e do EUA recebiam denominações diferentes. O termo cosmonauta era usado para os soviéticos e astronauta para os americanos. Esta distinção é um resquício da guerra fria.

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Sputnik, Filho da Guerra Fria

O produto pacífico da guerra fria foi sua contrapartida espacial: satélites, naves tripuladas e sondas interplanetárias. Na disputa entre EUA e URSS, chamada de Guerra Fria, o importante era fazer mísseis para despejar “horrores” nucleares sobre os inimigos. Felizmente, esta guerra nunca esquentou e, como resultado daquela corrida, temos os satélites artificiais. Faz 60 anos do lançamento do Sputnik.

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A corrida espacial está de volta?

 

Dentro de alguns dias a China lançará mais uma sonda, a Chang’e 3, em direção à Lua. Eu falei “dentro de alguns dias” porque a CNSA (Administração Espacial Nacional da China), a NASA chinesa, mantém em segredo a data certa do lançamento. Só se sabe que a sonda irá partir no começo de dezembro. Toda essa discrição talvez esteja escondendo a volta da corrida espacial à Lua.

 

Sabemos que a primeira corrida terminou com os norte-americanos pisando na Lua, em julho de 1969, e os russos desistindo de mandar alguém para lá depois do “passinho” do Neil Armstrong. Ao que parece, e o que me impressiona, é que a graça toda estava na disputa. Ser o segundo não mais interessava à antiga União Soviética, e os norte-americanos, após a sexta missão a pousar na Lua, não voltaram mais lá. A opinião pública contrária a mais uma missão e os elevados gastos falaram mais alto.

 

Essa corrida parece voltar agora, depois que os Chineses divulgaram que irão pisar na Lua até 2025. As missões Chang’e (deusa chinesa da Lua), estão preparando o terreno para que isso aconteça. Esse próximo lançamento levará junto mais um dos “jipezinhos espaciais”, conhecido como Yu Tu (coelho de jade, animal de estimação da deusa Chang’e que vive na Lua). Ele investigará o solo lunar e foi desenvolvido para suportar as temperaturas extremas que fazem na Lua: de dia pode chegar a 115ºC e à noite ou nas sombras a -170ºC!

 

O curioso desta missão é o tamanho do módulo de pouso da Chang’e 3, como bem reparou o jornalista Salvador Nogueira, em seu blog Mensageiro Sideral, na página da Folha de São Paulo na Internet. Ele é muito maior que o jipe Yu Tu, e parece que já estão se preparando para colocar um chinês lá dentro.

 

Mas contra que os chineses vão concorrer?

 

Os norte-americanos parecem que caíram fora desta corrida. Pelo pronunciamento do presidente Barack Obama, em 2010, eles estariam desistindo do projeto de ir à Lua e investiriam em chegar à Marte. Duvido muito, pois a Lua pode ser um ponto estratégico para seguir rumo a outros planetas. Os japoneses querem levar humanóides. Eles gostam mesmo de robôs! Os russos voltaram a querer. Resta saber se eles desistirão se os chineses chegarem primeiro.

 

Blog Mensageiro Sideral:

Chineses se preparam para pouso na Lua