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Coluna do Astrônomo Entretenimento Humor

O número 42 e o Dia da Toalha

Por Naelton Mendes de Araujo – Astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

Dia 25 de maio é dia da toalha. O que significa isso? Não é nenhuma campanha de confecção de algodão ou de roupas ou coisas do tipo. A relação que há entre uma toalha e a ficção científica parte de um autor especialmente criativo e original Douglas Adams (1952-2001) e a sua obra “O Guia do Mochileiro das Galáxias” ( The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy, 1978). A obra começou com radio novela, depois peça de teatro, o primeiro de cinco livros veio em em 1979, em 1981 veio a primeira série de TV e finalmente em 2005 o longa metragem.

Neste livro, um viajante extraterrestre, que pega carona através da Galáxia encontra-se com um terrestre e o leva para aventuras espaciais depois que a Terra é destruída. Falando assim parece uma coisa muito dramática mas o livro é na verdade uma grande de paródia em cima de toda ficção científica. O guia é um enorme deboche de Adams que é conhecido pelo seu humor britânico extremamente irônico e non-sense. Adams foi roteirista do grupo de comédia Monty Python. Adams também participou da série de ficção científica mais longeva da história onde foi roteirista: Doctor Who.

No Guia dos Mochileiros importância da toalha é colocada como um item de primeira necessidade incluindo utilizações bem curiosas do tipo enfrentar monstros. A primeira vez que se comemorou a data a referência era (mais ou menos) a data de falecimento de Adams. Mais tarde se associou a estreia do primeiro filme da saga Star Wars. Assim a data 25 de Maio tornou-se uma referência para a cultura pop e desde então tem sido considerado o dia do orgulho nerd.
O que que é um nerd? É difícil definir mas está muito ligado a pessoas que curtem séries de fantasia e sci fi. Se interessam por assuntos científicos e temas ligados a tecnologia. Esse grupo de pessoas é representada de forma jocosa pela série The Big Bang Theory. A série conta a história de um grupo de quatro nerds, todos eles pesquisadores, suas dificuldades com relações sociais e suas aventuras com muitas referências ao mundo dos comics, fantasia e ficção científica.

Em 2005 foi lançado o longa metragem baseado no livro Guia dos Mochileiros. Foi gratificante para os fãs ver os personagens icônicos como Ford Prefect (interpretado por Yasiin Bey), Arthur Dent (Martin Freeman conhecido por The Hobbit e Sherlock) e Zaphod Beeblebrox (Sam Rockwell de Moon) e o robô deprimido Marvin (Warwick Davis de Willow). O elenco inclui Zooey Deschanel (como Trillian), Stephen Fry (Narrador, na versão brasileira a voz foi de José Wilker), o premiado veterano John Malkovich (Humma Kavula) entre outros. Os seres, os apetrechos tecnológicos, as discussões filosófico-científicas e os vários memes criados nesta obra ocupam nichos de destaque até hoje na cultura pop.

A esquerda Zaphod em uma repreesentação teatral, centro os personagens no filme de 2005 e a direita Trillian por Zooey Deschanel
  • Os livros de Adams sobre a saga do mochileiro foram cinco apesar do autor se referir a obra ironicamente como uma trilogia:
  • The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy – 1979 (no Brasil, O Guia do Mochileiro das Galáxias).
  • The Restaurant at the End of the Universe – 1980 (no Brasil, “O Restaurante no Fim do Universo”).
  • Life, the Universe and Everything – 1982 (no Brasil, “A Vida, o Universo e Tudo Mais”).
  • So Long, and Thanks For All the Fish – 1984 (no Brasil, “Até mais, e Obrigado pelos Peixes!”).
  • Mostly Harmless – 1992(no Brasil, “Praticamente inofensiva”).

Quanto ao número 42? Ah, leia o livro ou veja o filme. Você vai saber que 42 é resposta para sobre a vida, o universo e tudo mais pelo menos segundo o Pensador Profundo. Seja como for: Não entre em pânico!

Links:
Livro (1979): https://www.skoob.com.br/livro/225ED344547
Série de TV (1981): https://www.imdb.com/title/tt0081874/
Longa metragem (2005): https://www.imdb.com/title/tt0371724/
O dia da toalha (a data): https://super.abril.com.br/cultura/o-que-e-dia-da-toalha-e-por-que-ele-e-comemorado-na-data-errada/

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50 Anos – 2001: Uma Odisseia no Espaço

Lançado em 2 de abril de 1968, o filme de Stanley Kubrick  (1928-1999) “2001, Space Odyssey” foi um marco no cinema mas, logo de cara, foi bem pouco compreendido. A quantidade de influências culturais deste filme é enorme. Podemos dizer que a ficção espacial nunca mais foi a mesma depois desta obra.

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O Eterno Hawking e Sua Mensagem Para o Mundo: “Não precisa ser assim”

Stephen Hawking no final da década de 1990

O mundo perdeu hoje um homem que viveu 54 anos depois de receber do médico a notícia que viveria apenas alguns meses ou poucos anos, no máximo.

Mais que isso. Esse homem venceu suas limitações e expandiu o conhecimento da humanidade sobre o Universo,  big-bang,  buracos negros, relatividade e mecânica quântica.

Ainda mais que isso… Foi uma pessoa cativante e, com seu senso de humor e presença de espírito, tornou-se um brilhante popularizador da Ciência, sendo exemplo de como é possível explicar conceitos de ponta da Cosmologia para crianças ou adultos sem nenhum treinamento científico.

Brilhante pesquisador e brilhante divulgador, foi personagem do desenho animado Os Simpsons e fez participação no seriado The Big Bang Theory. Sua característica voz computadorizada foi utilizada em uma música do Pink Floyd. Era um cara da academia e também um cara pop!

 

Representação de Stephen Hawking em episódio do desenho animado The Simpson (Fox)

Stephen Hawking com elenco do seriado The Big Bang Theory (CBS)

 

Hawking dedicou grande parte da sua vida ao estudo dos buracos negros. A análise matemática desses objetos nos leva a uma situação limite que chamamos de singularidade, quando a matemática não funciona mais. Juntamente com Roger Penrose, Hawking disse que o Universo em seu início era uma singularidade, chacoalhando nosso entendimento sobre o big-bang, a ideia que, apesar de todas suas modernas variações, explica o início de tudo o que conhecemos.

Filme biográfico de 2014 (dirigido por James Marsh)

Temos hoje na Física teorias que funcionam muito bem em domínios muito bem definidos. A física clássica, ou física newtoniana, é a que usamos para lidar com as coisas do dia a dia, as velocidades e as massas de nossa rotina. Podemos construir prédios e calcular a velocidade de trens e carros com ela. No mundo muito pequeno, dos átomos e partículas subatômicas, as coisas não funcionam como no nosso mundo clássico, e precisamos de outra teoria, a física quântica. Já no mundo muito grande, das grandes massas como as das estrelas e galáxias, e velocidades grandes como as das partículas que se deslocam com velocidades próximas à da luz, usamos a teoria da relatividade geral.

Mas será que a natureza é assim mesmo? Será que ela tem formas diferentes de funcionar em diferentes escalas? Ou será que estamos perdendo alguma coisa?

Um dos maiores desafios da física atual é prover uma teoria que englobe todas essas outras teorias. Stephen Hawking trabalhou muito na união entre a relatividade geral e a mecânica quântica e, por causa desse seu interesse, o filme que conta sua biografia chama-se “A Teoria de Tudo”.

Para quem gosta de coincidência, Hawking nasceu em 8 de janeiro de 1942, cerca de 300 anos depois de Isaac Newton, que nasceu em 25 de dezembro de 1642. E faleceu em 14 de março de 2018, dia de aniversário de Einstein.

Eu aprendi uma lição muito importante com ele, além de tudo o que todos os astrônomos do mundo aprenderam com seu legado. Numa entrevista, Hawking disse que, com o avançar da doença, ficou cada vez mais difícil realizar tarefas simples como pegar um livro na estante. Por isso, sempre que ele lia algo, procurava fazer com toda a atenção para absorver o máximo possível, pois poderia ser bem difícil pegar novamente aquele livro para reler. Vi essa entrevista quando estava na faculdade de Astronomia. Isso me ensinou a aproveitar melhor meu tempo de estudo, uma lição que trago comigo até hoje.

Apesar de toda sua contribuição científica, Stephen Hawking deve ser lembrado primeiramente por seu exemplo de superação humana. E, algo que considero bem simbólico, é sua mensagem na música “Keep Talking” do Pink Floyd, onde o cientista, que perdeu os movimentos do corpo, deixa uma mensagem de força para todos os que acreditam num mundo melhor, e lhes estimula a lutarem com o que lhes resta, seja o que for. Com a voz emitida por um dispositivo eletrônico, Hawking diz:”Não precisa ser assim. Tudo o que precisamos fazer é ter a certeza que continuar falando.1

Keep Talking, do Pynk Floyd, com participação do Stephen Hawking

 

1 –(original em inglês: It doesn’t have to be like this / All we need to do is make sure we keep talking)