Buracos negros são astros que atraem muito a nossa curiosidade por seu aspecto desconhecido. Estudar o interior de um buraco negro leva os astrônomos a se depararem com o que chamamos de singularidade, uma situação em que a matemática não funciona mais. É o que acontece, por exemplo, quando uma conta nos leva a uma divisão por zero.
A característica mais marcante de um buraco negro é que nada escapa dele, nem mesmo a luz. Logo, buracos negros são inobserváveis… mas podemos observar coisas girando ao seu redor.
Observações anteriores de estrelas se deslocando velozmente na região central da Via Láctea e as observação de atividades com emissão de radiações de altas energias nos centros de outras galáxias já indicavam que a presença de buracos negros nos centros de galáxias espirais deve ser algo normal.
O que essas observações trazem de novidade é aumentar as evidências da existência do pesado morador do centro de nossa galáxia e o fato de, pela primeira vez, se observar material orbitando tão próximo do horizonte de eventos, que pode ser entendido como a região de fronteira entre o buraco negro e o exterior.
A animação abaixo fornece uma ideia melhor do que deve ser a movimentação do gás observado ao redor do buraco negro.
As melhores estimativas de massa em Astronomia são obtidas quando observamos movimentos. Isso permite relacionar as massas envolvidas com os movimentos observados e fazer boas estimativas. Através das observações já feitas de estrelas e, agora, do gás deslocando-se, a estimativa de massa para esse buraco negro é de cerca de quatro milhões de massas solares.
Apesar da grande massa e das expressões sempre associadas aos buracos negros como “altas energias”, “nada escapa”, “singularidade”, etc., sempre vale a pena desanimar os que adoram gerar material sensacionalista: não existe a mais remota chance desse buraco negro, ou qualquer outro, oferecer qualquer perigo à Terra ou ao Sistema Solar.
Leia mais sobre isso (em inglês): https://www.eso.org/public/news/eso1835/