Buraco negro na Via Láctea
Como observar um buraco negro? Bem, se levarmos ao pé da letra, não tem jeito. Por definição, um buraco negro não pode ser visto, já que a luz não sai dele. Mas podemos detectar a matéria que está ao seu redor sendo “devorada” por ele, a energia que se desprende para o espaço, calcular a sua massa e, finalmente, dizermos que ali deve ter um buraco negro.
Recentemente, um grupo de astrônomos japoneses, utilizando o radiotelescópio Nobeyama de 45 metros de diâmetro, detectaram sinais de um buraco negro com cerca de 100.000 massas solares ao redor do centro da Via Láctea, se considerado sua massa, ele é classificado como intermediário. Um grande buraco negro, com cerca de 4 milhões de massas solares, deve habitar o centro de nossa galáxia. Esse sim é grande. Os pequenos são formados quando uma grande estrela (supernova) explode no fim de sua vida e devem existir em maior quantidade.
O objeto identificado como CO-0.40-0.22 apresenta uma dispersão da matéria em duas diferentes direções e não está associada a nenhum objeto compacto, como poderia se pensar. Fazendo então os cálculos, se chegou à conclusão de que ali deve existir um buraco negro com 0,3 ano-luz de raio e massa de 100.000 vezes a massa do Sol. Se for confirmado, este seria o segundo maior buraco negro da Via Láctea.
Buracos negros intermediários como o CO-0.40-0.22 não são detectados ‒ esta foi a primeira vez e o seu aparecimento é um mistério. Vamos aguardar mais informações.