O Planetário pausará as suas atividades no dia 16 de Dezembro para manutenção de equipamentos e retornará a partir do dia 03 de Janeiro de 2023.
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Observar o Sol é possível, desde que você tome medidas de segurança. A luz do Sol é tão forte que pode cegar em poucos instantes. Portanto, sempre procure uma orientação de um especialista para fazer isso. Nunca olhe diretamente.
Existem algumas maneiras de se observar o Sol, mas a mais segura é fazer uma projeção dele através de uma câmara escura, utilizando um espelho e um papel grosso, como na figura a seguir, por exemplo. Faça um pequeno furo no papel grosso para que a luz do Sol passe por ele e seja projetado em uma parede. Procure projetar para um local mais escuro para ter mais nitidez da imagem. Esta experiência deve ser feita somente por adultos e nunca olhem diretamente para o raio de luz que venha do espelho!
Conseguindo observar o Sol você terá condições de ver as manchas solares, caso elas estejam no momento. As manchas variam tanto de tamanho quanto de quantidade. É interessante acompanhar o movimento dessas manchas ao longo de alguns dias para verificar a rotação do Sol.
Ficou na dúvida? Então procure uma astrônomo mais perto de você e boa observação!
A fascinação da humanidade para com a Lua, o satélite natural da Terra, é um fenômeno de longa data. Para civilizações antigas, a Lua representava uma forma de compreender a passagem do tempo que os permitia cuidar melhor de suas plantações e, por essa e outras razões, há registros de calendários lunares datados de milhares de anos antes de Cristo. Apesar disso, foi apenas na segunda metade do último século que pudemos entender como a Lua surgiu e ocupou seu lugar de destaque em nosso céu noturno.
O responsável por essa descoberta foi o Programa Apollo de exploração espacial, que, além de promover o pouso do homem na Lua, permitiu o retorno à Terra de 382 quilogramas de amostras de solo e rochas lunares. Essas preciosas amostras foram e continuam sendo minuciosamente analisadas em laboratórios. À luz das evidências trazidas por elas, os cientistas puderam propor a ideia de que a Terra, ainda em seus estágios iniciais, teria colidido com um outro planeta em formação. Esse impacto teria desintegrado o outro planeta e ejetado uma grande quantidade de matéria rochosa que teria dado origem à Lua.
Também descobrimos que, pouco a pouco, a Lua está se afastando de nós. Na superfície lunar, os astronautas do programa Apollo deixaram espelhos nos quais pudemos, aqui da Terra, incidir lasers. A partir do tempo que esses lasers levam para serem refletidos de volta para a Terra, é possível calcular a distância entre os dois astros. Repetições dessa medição revelaram que, desde 1970, a Lua tem se afastado 3,82 centímetros a cada ano ‒ que é mais ou menos a mesma velocidade com que nossas unhas crescem.
Quando reconstruímos a história da Terra e da Lua, a partir das novas evidências, descobrimos uma série de fatos interessantes. Por exemplo, que a Lua se formou a uma distância 16 vezes mais próxima da Terra do que ela está hoje; e que nosso planeta rotacionava ao redor do próprio eixo com uma velocidade bem maior, de forma que um dia terrestre durava apenas cerca de cinco horas. Nesse contexto, em um ano, ou seja, ao longo de uma revolução ao redor do Sol, passavam-se 1.750 dias curtos. Mas como foi que tudo veio a ser como é hoje? Como foi que a Lua se afastou tanto e o dia terrestre passou a ter 24 horas?
Acontece que todo corpo, ou sistema de corpos, em movimento circular possui uma propriedade chamada “momento angular”. Essa propriedade está associada à velocidade de deslocamento e à distância ao centro do movimento. Então, quanto à rotação da Terra, quanto mais momento angular o planeta possui, mais rápido ele gira em torno do próprio eixo. Com relação à revolução da Lua ao redor da Terra, o momento angular aumenta com a distância entre os dois corpos e também com a velocidade do deslocamento da Lua em sua órbita ao redor de nosso planeta. Assim, há bilhões de anos, Terra e Lua travam uma disputa de cabo de guerra, com um astro exercendo influência gravitacional sobre o outro num processo intimamente associado às marés observadas na Terra. Essa interação transfere momento angular da Terra para a Lua, diminuindo a velocidade de rotação de nosso planeta, tornando os dias cada vez mais longos. A Lua, por sua vez, se afasta de nós nesse processo.
Portanto, essa dinâmica vem gradualmente diminuindo a velocidade de rotação da Terra, causando o afastamento da Lua e dando forma ao sistema Terra-Lua como conhecemos hoje. Mas uma mudança dessa magnitude não ocorre sem deixar marcas em nosso planeta. Na verdade, existem seres vivos que carregam em si registros desse passado tão diferente. Eles são os corais: animais que possuem um esqueleto externo composto por carbonato de cálcio, responsáveis por formar os maravilhosos e coloridos recifes no fundo dos oceanos.
Conforme um coral cresce, ele forma, a cada dia, um novo anel de carbonato de cálcio. Quando comparamos corais vivos atualmente com fósseis de corais antigos, percebemos uma diferença muito marcante: os corais atuais formam 365 anéis por ano, enquanto corais fósseis apresentam um número bem maior de anéis anuais. E quanto mais antigo o fóssil, mais anéis anuais ele apresenta, evidenciando que a duração do dia vem aumentando ao longo da história da Terra.
Os corais habitam a Terra há pelo menos 400 milhões de anos e a evolução do sistema Terra-Lua foi uma dentre várias outras mudanças a nível global à qual eles sobreviveram. E não só sobreviveram como também preservaram registros desse acontecimento, servindo como uma janela para o passado de nosso planeta. E não para por aí: corais, além de tudo, podem nos ajudar a prever o futuro da Terra. Seus esqueletos de carbonato de cálcio são muito sensíveis a alterações na temperatura, luz e disponibilidade de nutrientes. Ao analisar corais de diferentes épocas, podemos compreender como essas condições mudaram ao longo do tempo e como elas podem vir a mudar no futuro. Hoje, existem diversas iniciativas, incluindo algumas lideradas pela NASA, para monitorar recifes de corais no mundo todo. Afinal, já passou da hora de ouvirmos o que esses animais que vivem em nosso planeta há centenas de milhões de anos têm a dizer.
Referências:
Hazen, Robert M. 2013. The Story of Earth: The First 4.5 Billion Years, from Stardust to Living Planet. New York, Penguin Books, 2013.
Runcorn, S. K. 1966. Corals as Paleontological Clocks. Scientific American, 215(4), 26–33. http://www.jstor.org/stable/24931079
As chuvas de meteoros são um fenômeno celeste que causa grande interesse e uma de suas características mais marcantes é a imprevisibilidade quanto à taxa de meteoros que será observada. Em especial a Tau-Herculídeas que terá pico na madrugada de 30 para 31 de maio está causando alvoroço
Dada sua imprevisibilidade característica, a regra de ouro para as chuvas de meteoros é: vai ser boa? Não sabemos, mas, se possível, assista.
Chuvas de Meteoros acontecem quando a Terra cruza o rastro de poeira deixado por um cometa ou asteroide. A grande maioria das chuvas está associada a algum cometa mas há algumas associadas a um asteroide. Na medida em que o objeto segue sua órbita ele deixa poeira por onde passa e, a Terra, ao cruzar essa órbita, recebe em sua atmosfera parte da poeira deixada para trás. Estamos falando de fragmentos bem pequeninos, portanto, nenhuma chuva de meteoros representa qualquer risco.
Para cada chuva há uma taxa de meteoros esperada, e essa taxa é calculada por uma série histórica. Ou seja, em cada chuva observa-se a quantidade de meteoros por hora e anota-se. Esse número anotado ano após ano indica uma tendência que nos faz esperar chuvas mais intensas ou menos intensas.
Compreendendo o mecanismo de formação das chuvas de meteoros, podemos verificar uma informação importante: chuvas de meteoros acontecem todo ano, e são várias, de modo que não estamos falando de um fenômeno exatamente raro.
Agora, vejamos o nome das chuvas. Elas são batizadas utilizando-se o nome da constelação onde está o radiante (ponto no céu de onde parecem estar saindo os meteoros) e a letra grega que indica a estrela mais próxima naquela constelação. Portanto, o radiante da chuva Tau-Herculídeas está(ria) posicionado próximo à estrela Tau da constelação de Hércules. Entretanto, especialmente esta chuva, que foi originalmente prevista para ser observada em Hércules, acontece na constelação do Boieiro.
No Rio de Janeiro, a constelação do Boieiro pode ser vista desde o início da noite de 30 de maio para quem tem o horizonte nordeste livre. Estará em sua melhor condição de observação por volta das 22h. É uma constelação do hemisfério Norte, portanto, estará baixa no horizonte carioca. A região norte do Brasil é a melhor para assistir à Tau-Herculídeas. O radiante da chuva está posicionado próximo à estrela Arcturus, a mais brilhante da constelação do Boieiro.
Constelação de Boieiro bem ao norte no céu do Rio de Janeiro. Carta Celeste do Rio de Janeiro às 22h00 de 31 de maio de 2022.
Boieiro em melhor condição de observação no Norte do Brasil. Carta Celeste de Manaus ás 23h30 de 30 de maio de 2022.
E por que estão chamando essa chuva de tempestade? Acontece que o cometa 73/P Schwassman-Wachmann 3, ou SW 3, passou por um processo de fragmentação em 1995. E os fragmentos dessa fragmentação também se fragmentaram posteriormente e o cometa “pai” deixou em seu caminho até agora 69 fragmentos conhecidos. Fragmentação de cometas também não é algo raro de acontecer, principalmente com os de curto período, como o é o caso de SW3.
Assim, se os detritos resultantes da fragmentação de 1995 tiverem sido ejetados com uma velocidade acima do normal, cerca de duas vezes e meia, é possível sim que tenhamos sim, uma chuva mais intensa porque teríamos uma quantidade maior de fragmentos atingindo a Terra. Apenas essa a razão.
Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble em 2006, mostrando fragmentos do SW3 se fragmentando em pedaços ainda menores. NASA / ESA / H. Weaver (JHU / AP) / M. Jäger / G. Rhemann.
Mas, como em todas as chuvas de meteoros, a palavra de ordem é imprevisibilidade. Não temos nenhuma razão para supor que os detritos da fragmentação do SW3 em 1995 estejam viajando acima da velocidade normal. Mas, quem sabe?
De qualquer forma, tome um cuidado importante. As “chuvas” de meteoros não são exatamente chuvas… são uma oportunidade de observar mais meteoros que em outras noites, mas, em geral, observa-se alguns meteoros por hora. Diferente de uma chuva propriamente dita em que temos milhares de pingos de água por hora.
Outro detalhe importante é que serão observados aqueles meteoros que puderem ser vistos com a luminosidade do seu céu. Em um centro urbano, tipicamente muito iluminado, só serão observados os mais brilhantes, enquanto numa região afastada da iluminação serão observados os mais brilhantes e os menos brilhantes. Portanto, seu local de observação também vai influenciar em quantos meteoros você observará.
Então, mesmo não tendo certeza se teremos uma chuva ou uma tempestade, eu não apostaria na tempestade. Aposto numa chuva, bonita, como todas as outras.
Para observar a Tau-Herculídeas:
Melhor localização: Onde se tenha o horizonte norte e nordeste livres de prédios, montanhas ou árvores, e afastado da iluminação urbana. As cidades mais ao norte do país têm melhores condições de observação para essa chuva de meteoros.
Para onde olhar no céu: Utilize as cartas celestes acima colocando-as sobre sua cabeça, coincidindo os pontos cardeais da Carta com os pontos cardeais do seu local de observação e procure a estrela mais brilhante da constelação do Boieiro. O radiante de Tau-Heruclídeas estará ali perto.
Equipamento para observação: Toalha para deitar no chão, cadeira, esteira e travesseiro (esqueça telescópio ou binóculo).
A Missão Cassini explorou o planeta Saturno, seus anéis, e suas luas de 2004 até 2017. A nave Cassini levou a sonda Huygens, construída pela Agência Espacial Europeia, para descer na lua Titã.
A palestra vai mostrar os resultados principais da missão, como o vulcanismo de gelo em Enceladus, a geologia de Titã, os anéis de Saturno, e as enormes tempestades na atmosfera do planeta.
A Dra. Rosaly Lopes é brasileira, natural do Rio de Janeiro. Ela saiu do Brasil aos 18 anos para estudar Astronomia em Londres e desde 1991 trabalha para a NASA – a Agência Espacial Norte-Americana –, e hoje analisa dados da Missão Cassini, que explorou o planeta Saturno e suas luas.
Dra. Rosaly é especialista em geologia e vulcanologia dos planetas e das luas, e entrou para o Guinness Book of World Records por ter descoberto mais vulcões ativos (71 em Io) do que qualquer outra pessoa.
Recentemente tornou-se Editora Chefe da revista
científica Icarus, aonde são publicados trabalhos sobre ciências
planetárias. Já ganhou muitos prêmios, incluindo a medalha Carl
Sagan da American Astronomical Society e o prêmio Ambassador da
American Geophysical Union. É autora de mais de 120 trabalhos
científicos e oito livros.
“Anjo Azul – Acerca de Tudo” conta a saga dos autistas e seus familiares na sua relação com o mundo e a sociedade, que fecham as portas, segregam, discriminam, dificultam ou não permitem o acesso aos espaços coletivos, com o devido respeito às suas peculiaridades.
Partindo do olhar do autista, o autor tenta, de forma sucinta, representar em linguagem teatral e lúdica, os entraves causados pelo o desconhecimento da maioria das pessoas, o que dificulta ou impedem o acesso ou a convivência do TEA em ambientes urbanos coletivos, visto que, em geral a pessoa com o Autismo não apresenta características físicas que tornem visíveis no primeiro olhar as suas diferenças.
“Anjo Azul – Acerca de Tudo” coloca em pauta de discussão, o comportamento, a forma de pensar, ver e estar no mundo, pelos os olhos da pessoa com o Transtorno do Espectro Autista, na voz e nos gestos dos personagens. A peça mostra as dificuldades encontradas por eles na comunicação social, interação social e padrões de comportamento e, o melhor, como podem ser rompidas as barreira da sociedade a partir do conhecimento, da convivência, e o respeito às diferenças.
No dia 19 de maio de 2019, no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro – RJ, às 14h30min, os Autistas pedem passagem e ocupam a instituição para falar de si mesmos, num espetáculo teatral de autoria de Joel Vieira, pai Azul que decide contar com arte teatral um pouco da vida de autista num mundo dos ditos neurotípicos. A Direção é de Joel Vieira e conta com um elenco de oito atores, dentre eles Monica Ferreira, atriz, coautora e mãe Azul, que dá vida a uma personagem que, por várias vezes, ela e sua filha Autista encontram pelo mundo afora as portas fechadas para os anjos Azuis.
Elenco: Bia Ferreira, Fausye Gama, Gil Miranda, Logan Moura, Monica Ferreira, Thaila Freitas e Vitor Brandão Participação especial: Laura Helena de Souza e Vanessa Ferreira Música: Gil Miranda Produção: Cia Artismo
ENTRADA FRANCA – Distribuição de senhas às 14h, na bilheteria do Planetário