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Oposição de Saturno 2018

O segundo maior planeta do Sistema Solar é Saturno, um gigante gasoso. Sua densidade é menor que a da água, mas o que realmente o distingue dos demais é seu vasto sistema de anéis. Os anéis de Saturno são compostos por uma miríade de partículas de gelo e rocha que circundam seu equador em diversos anéis concêntricos. Existem, além de anéis, 62 satélites conhecidos até o momento. Entre estas luas saturnianas encontramos Titã, uma vez e meia maior que a nossa Lua. Várias sondas espaciais já visitaram Saturno e a maior parte das imagens deslumbrantes deste astro vieram destes encontros.

Saturno é considerado o planeta mais bonito visto ao telescópio. Depois da Lua Crescente, é o que há de melhor para começar a observar o céu ao telescópio. Nos dias de Lua Cheia, esta atrapalha um pouco. Se você nunca observou o céu ao telescópio, uma noite ideal é aquela que tenha uma lua crescente e Saturno no céu. As próximas noites de observação aqui no Planetário com estas duas joias no céu são: 18/07, 18/08 e 15/09. No próximo dia 27, uma quarta-feira, Saturno estará em oposição, a melhor época para observar planetas externos à órbita terrestre. Se não conseguir observar no dia não tem problema. Nos próximos dias ainda vai dar para ver bem. Saturno estará praticamente tão brilhante no próximo mês como no dia da oposição. É só torcer para o tempo ajudar e não nublar.

mapa do céu durante a oposição de Saturno 2018
27/6/2018 – O céu no dia da oposição de Saturno (marcado com uma cruz vermelha). Saturno estará bem perto da Lua, na constelação do Sagitário e visível no início da noite na direção do nascente. Bem mais acima, na constelação da Libra (de frente ao Escorpião) estará, ainda bem brilhante, o planeta Júpiter.

Como falei acima, quando ocorre a oposição é a melhor época para ver um planeta externo à órbita da Terra (Marte, Saturno e Júpiter, só pra citar os mais brilhantes). Nesta época a distância do planeta à Terra é menor e, por consequência, o brilho e o tamanho da sua imagem são maiores. Além disso, o planeta fica mais tempo acima do horizonte: praticamente a noite toda. É o início do período bom para observar estes planetas na nossa atividade de observação do céu (às quartas 18h30min e sábados às 19h). Veja em http://www.planetariodorio.com.br/observacao-do-ceu/. Em julho será a vez de Marte, no dia 27. Por enquanto ele aparece como um astro brilhante e dourado durante as madrugadas mais limpas. Vamos aguardar.

Oposição de Saturno
Representação, fora de escala, das posições do Sol, da Terra e de Saturno durante a oposição.
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Apollo 11: o homem foi à Lua

47  anos homem à lua

Neste mês faz 47 anos que o primeiro homem pousou na Lua e, ainda hoje, tem gente que acredita em teorias de conspiração de que isso é uma fraude. Vejamos como podemos desfazer estas teorias com alguns argumentos simples.

Os soviéticos nunca negaram
Os norte-americanos só foram à Lua porque havia uma forte disputa com os soviéticos, denominada Corrida Espacial. Os soviéticos também queriam descer astronautas na superfície lunar, mas seus protótipos Nositol 1, foguetes equivalentes ao Saturno V, explodiram antes de se tornarem operacionais. Os soviéticos já haviam pousado sondas e colocado satélites ao redor da Lua diversas vezes antes de julho de 1969. Enquanto os astronautas da Apollo 11 pisavam na Lua, havia uma sonda soviética em órbita: a Lunik 15. Esta espaçonave colidiu com a Lua poucas horas antes do módulo lunar decolar. Anos depois os soviéticos continuaram pousando e orbitando a Lua sem nunca levantar dúvidas quanto à veracidade do pouso. Imagine o prazer que teriam em revelar uma farsa destas.

Capturar01
Foguete Nositol 1 comparado ao Saturno V

As fotos dos lugares de pouso
Os Módulos Lunares (LEM) eram constituídos de dois estágios. Ao decolar deixaram um módulo de descida na superfície lunar. Estes módulos têm sido fotografados pelas sondas espaciais mais modernas diversas vezes confirmando os locais de pouso. Em algumas fotos podemos ver os rastros de pegadas dos astronautas e até os Rovers Lunares (LRV).

Locais de pouso fotografados pelas sondas.
Locais de pouso fotografados pelas sondas.

O espelho laser deixado na superfície lunar
As missões Apollo 11 e 14 (esta última em fevereiro de 1971) deixaram na superfície lunar refletores que permitiram medir a distâncias da Terra à Lua através de flashes de laser enviados da Terra. Os resultados foram totalmente compatíveis com os obtidos pelos refletores a bordo do rovers soviéticos Lunokhod 1 (novembro de 1970) e Lunokhod 2 (janeiro de 1973).

Esquerda: Espelho refletor de Laser deixado na Lua. Direita: Astronauta Alan Bean examinando a Sonda Surveyor 3 com o módulo lunar Intrepid ao fundo.
Esquerda: Espelho refletor de Laser deixado na Lua. Direita: Astronauta Alan Bean examinando a Sonda Surveyor 3 com o módulo lunar Intrepid ao fundo.

As rochas trazidas da Lua
Mais de 600kg de rochas lunares foram trazidas à Terra pelas missões Apollo (EUA) e Luna (URSS), que batem muito bem com os meteoritos atribuídos à origem lunar. Inclusive um mineral inédito na Terra foi encontrado nestas rochas ‒ a armalcolita (nome homenageando os três astronautas da missão: Armstrong, Aldrin, e Collins).
Mas as pessoas gostam de teorias mirabolantes. Bons exemplos disso estão nestes filmes: Capricórnio One e Apollo 18.

Diversas rochas lunares trazidas pelas missões Apollo. A da direita e acima é chamada de Rocha Gênesis e foi trazida pela Apollo 15.
Diversas rochas lunares trazidas pelas missões Apollo. A da direita e acima é chamada de Rocha Gênesis e foi trazida pela Apollo 15.

Para mais imagens e vídeos visite este link.

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Uma lua para um planeta-anão

Plutão, o principal e mais conhecido dos planetas-anões possui cinco satélites naturais: Caronte, Nix, Hidra, Cérbero e Estige. Ter companheiros, assim como os planetas, parece normal também quando se trata de planetas-anões. O Telescópio Espacial Hubble, responsável pela descoberta de quatro satélites de Plutão, acaba de descobrir um novo, agora de Makemake, um dos cinco planetas-anões conhecidos até o momento.

Denominado S/2015 (136472) e apelidado de MK 2, o satélite pode ter sido capturado (se a órbita for elíptica), ou ter sido o resto de uma colisão de Makemake com outro corpo do Cinturão de Kuiper (se a órbita for circular), isso ainda está sendo investigado. A presença de um satélite permite que os astrônomos conheçam melhor a massa dos objetos do sistema (o que pode nos levar à sua composição), além de traçar um caminho evolutivo para eles.

O diâmetro do MK 2 é de apenas 160km (cerca de 1/9 do planeta-anão) e está a uma distância de aproximadamente 20.000km de Makemake (para comparação, a Lua está a uma distância média de 384.000km da Terra). E MK2 completa uma órbita ao redor de Makemake em apenas 12 dias.

Até o momento sabe-se que Plutão e Makemake são cobertos de metano congelado na sua superfície e a presença de satélites parece ser comum na evolução dos planetas-anões.

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O eixo da Lua

Há três bilhões de anos o eixo da Lua (em torno do qual ela gira ao seu redor) mudou de posição. Os estudos de mapeamento do hidrogênio, escondido em crateras localizadas nos polos norte e sul lunares, revelaram este fato. Os dados foram obtidos pelas sondas Lunar Prospector da NASA (LP), Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) e Recuperação de Gravidade e Laboratório Interior (GRAIL).

O eixo da Lua ‒ uma linha imaginária que passa pelo centro dela e vai do polo sul ao polo norte ‒ sofreu um desvio de aproximadamente cinco graus há uns três bilhões de anos. E quem nos informa isso é a distribuição de gelo em sua superfície.

O gelo existe na Lua em áreas de sombra permanente. Se esse gelo é exposto à luz direta do Sol ele evapora. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que uma mudança do eixo lunar há bilhões de anos permitiu que a luz solar atingisse áreas que continham gelo e não sofriam a ação do calor. O gelo que sobreviveu a esta mudança (evaporação) de forma eficaz dá as pistas do caminho ao longo do qual o eixo da Lua se moveu. Eles testaram esse caminho em modelos que podem prever onde o gelo poderia permanecer estável e chegaram à conclusão de que o eixo da Lua se deslocou por cerca de cinco graus. Esta é a primeira evidência física de que a Lua sofreu uma mudança dramática na orientação e implica que a maior parte do gelo polar na Lua tem bilhões de anos de idade.

Hoje, quando olhamos para a Terra vemos sempre o mesmo lado da Lua, em um movimento chamado de síncrono. Isso acontece com os planetas e a maioria de seus satélites. Uma conclusão deste deslocamento do gelo nos permite dizer que nem sempre a mesma face da Lua estava apontada para a Terra.

Certamente uma mudança na distribuição de massa da Lua provocou o deslocamento do eixo polar. E isso foi provocado por alterações na distribuição de matéria ocorrendo do seu interior para a superfície. Algum material do manto, aquecido e derretido, veio à superfície e formou as partes escuras que hoje conhecemos como mares.

Esses achados podem abrir a porta para novas descobertas sobre a evolução do interior da Lua, bem como a origem da água na Lua e na Terra primitiva.

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Tem Astronomia em Star Wars?

Quando falamos de Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) temos que ter em mente que não é ficção científica, pelo menos não no sentido estrito do termo. Esta luta entre Jedis e Siths está mais para fantasia: uma espécie de capa e espada ambientadas no espaço. O próprio criador, George Lucas, afirma isso.

Uma história só é puramente ficção cientifica se, e somente se, o enredo dependesse de um fato ou hipótese científica para acontecer. A saga da família Skywalker poderia acontecer em qualquer época e qualquer lugar, substituindo naves espaciais por navios e armas de raios por pistolas. Somado a isso, a ênfase no poder quase mágico da Força é o centro da história, apesar de toda trama política e militar. Por tudo isso, Star Wars não precisa se prender a conceitos científicos para ser uma boa história.

Por outro lado, podemos classificar Star Wars no gênero quase inseparável da ficção científica: a Space Opera. Este gênero é uma interseção entre fantasia, ficção científica e as histórias de heróis de quadrinhos. Sob este aspecto, a saga tem como companheiros Flash Gordon, Buck Roger, Star Trek, Battlestar Galactica, e outros grandes nomes das aventuras espaciais. Para compor este cenário há várias citações astronômicas naquela “galáxia tão tão distante”. É uma pena que aquelas explosões barulhentas resultantes dos maravilhosos embates estelares é algo impossível no espaço de verdade. Se você ainda não viu a série (os seis filmes), eu pergunto: POR QUÊ?

Só prometo não dar spoiler do último episódio que eu ainda não assisti (até o momento em que escrevo este artigo).

Em dois filmes há combates entre rochedos espaciais: “O Império Contra Ataca” (1980) e “O Ataque dos Clones” (2002).

No primeiro filme, a Millennium Falcon se esconde dos destroyers imperiais no interior de um asteroide ainda por cima habitado por um monstro. As naves imperiais perdem a nave de Han Solo numa verdadeira confusão de rochedos celestes.

 https://www.youtube.com/watch?v=MLtlcSR9A6M

 No segundo filme há uma perseguição: o Jedi Obi-Wan Kenobi, em uma nave que lembra uma gaivota de papel, e o caçador de recompensas Jango Fett, numa nave que lembra um ferro de passar roupas, a Slave I. Eles vão manobrando perigosamente entre os “cascalhos espaciais” e, por pouco, não colidem.

https://www.youtube.com/watch?v=3ME5jhsgmB4

Se tomarmos como referência nosso cinturão de asteroides (que fica entre Marte e Júpiter), apesar de ter mais de 6.000 componentes, as distâncias entre eles é gigantesca. Os tais asteroides não seriam tão próximos a ponto de esconder uma nave tão grande como a Millennium Falcon. Só teríamos aquele amontoado de pedras dentro de um anel planetário, que é o que acontece no segundo filme ao redor do hipotético planeta Geonosis. Parece que rolou uma consultoria entre um filme e outro.

Os planetas que servem de ambiente para as histórias seguem o padrão usado por muitos outros space operas: planetas dominados por um tipo único de cenário. Assim temos Kamino ‒ o planeta oceano, a Lua florestal de Endor, o planeta pântano de Dagobah, Hoth ‒ o planeta gelado, Mustafar ‒ o planeta vulcânico, e vai por aí a fora. Não vejo porque planetas com atmosferas respiráveis terem somente um cenário. Planetas como a Terra com diversos tipos de paisagens naturais não devem ser tão interessantes do ponto de vista aventuresco. É como se estivéssemos vendo uma história de navegantes tipo Ilíada de Homero ou Viagens de Guliver.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_planetas_de_Star_Wars

O planeta mais visitado do universo de Star Wars é, sem dúvida, Tatooine: cinco dos seis filmes tem passagens por ele. Imagine um planeta deserto onde vivem vermes gigantescos: qualquer semelhança com o romance Duna (1965), de Frank Herbert, talvez não seja mera coincidência. Mas o que me chama mais atenção do ponto de vista astronômico são os dois sóis que aparecem em várias cenas próximos ao horizonte. A maior parte das estrelas que vemos no céu são, na verdade, formados por sistemas de dois, três ou mais sóis. Seria algo bem comum um sistema solar assim, mas é difícil saber se abrigariam mundos habitáveis.

Para finalizar, não podemos deixar de citar aquele erro clássico do primeiro filme Uma Nova Esperança (1977). Logo no início do filme Han Solo enche a bola da sua nave Millennium Falcon dizendo que completou uma corrida em menos de 12 parsecs. O problema é que parsec não é uma medida de tempo mas de distância.

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Espaço 2015: Alguns aniversários notáveis da pesquisa espacial

Uma vez uma pessoa ao telefone me veio com está pergunta insólita: Está acontecendo algo no Universo? Pego meio de surpresa, respondi sincera e instintivamente: Sempre está acontecendo algo no Universo! É claro que todo ano, todo mês, todo dia, toda hora tem algo ocorrendo no espaço cósmico. Gostaria de destacar alguns acontecimentos e datas memoráveis da exploração espacial que marcaram 2015. Entretanto não é fácil fazer uma lista de missões completa e unânime. Prefiro dar uma visão pessoal temperada com alguns aspectos culturais.

Em órbita da Terra:

Desde muitos anos temos telescópios espaciais vasculhando estrelas. O Kepler, por exemplo, já encontrou mais de 1.200 sistemas planetários girando ao redor de outras estrelas.

Neste ano, precisamente em abril, comemoramos um aniversário muito especial. O veterano Telescópio Espacial Hubble completou 25 anos em órbita. Nossa visão do cosmos mudou muitíssimo depois do trabalho deste aparelho fantástico. O Hubble forneceu dados para praticamente todos os ramos da Astronomia dentro e fora do Sistema Solar.

No mesmo mês completaram exatos 55 anos do lançamento do primeiro satélite metereológico: Tiros 1. Não precisa dizer a importância deste tipo de aplicação espacial no nosso dia a dia.

Em maio fez 70 anos que o engenheiro e escritor Arthur C. Clarke propôs o uso de órbitas geoestacionárias para telecomunicação. Estas posições orbitais são intensamente disputadas pelas empresas de comunicação via satélite.

Lua

Nosso satélite natural, a Lua, continua atraindo a atenção. Este ano comemoramos 150 anos de lançamento do livro “Da Terra à Lua” do pioneiro escritor de ficção científica Júlio Verne. Vários eventos comemoraram o aniversário desta obra durante o ano.

Em março completaram-se 175 anos da primeira foto detalhada da Lua feita pelo cientista John Draper. Fez 45 anos em abril da dramática missão Apolo 13, tão bem retratada pelo filme interpretado por Tom Hanks.

Outros aniversários interessante sobre a Lua chamam a atenção. Em novembro comemoramos 45 anos do lançamento, pela ex-URSS, do primeiro rover (veículo de exploração robótico): o Lunokhod 1. Este veículo percorreu 10km na superfície lunar durante quase um ano de atividade.

Mercúrio

Em abril a sonda Messenger foi lançada propositalmente contra a superfície mercuriana. Após 11 anos de missão revelou muitos mistérios de um dos planetas menos conhecidos do Sistema Solar.

Vênus

Logo em janeiro de 2015 a sonda Venus Express perdeu contato com a Agência Espacial Europeia encerrando quase nove anos de pesquisa ao redor do nebuloso planeta. A sonda Messenger também sobrevoou Vênus antes de ir para Mercúrio em 2007. Está planejada uma missão para 2017, a BepiColombo.

Marte

Quase que simultaneamente dois eventos chamaram a nossa atenção para o Planeta Vermelho. Em outubro a Nasa anunciou indícios seguros da presença de água corrente em Marte. No mesmo mês foi lançado o filme Perdido em Marte, baseado no livro homônimo de Andy Weir (ambos recomendadíssimos).

Júpiter

A caminho do maior planeta do Sistema Solar temos a sonda Juno, lançada em 2011, e que deve chegar ao seu destino ano que vem em meados de julho.

Saturno

A sonda Cassini passou o ano tirando fotos dos arredores interessantíssimos de Saturno compostos de vários anéis e inúmeros satélites. A missão foi lançada em 1997. A sonda entrou em órbita em 2004 e deve permanecer em atividade até 2017, nove anos a mais do que o programado inicialmente. A Cassini descobriu sete novas luas no sistema saturniano. Dos satélites de Saturno mais conhecidos, Titã se destaca. Em 2005 a sonda Huygens (que viajou acoplada à Cassini) atravessou a atmosfera titaniana e revelou um ambiente gelado e desafiador.

Planetas-anões, asteroides e cometas

Podemos dizer que este foi o ano dos corpos menores do Sistema Solar. Logo em janeiro a sonda New Horizon começou a enviar fotos do planeta-anão Plutão. Com a aproximação máxima, em julho, nos foi revelado pela primeira vez detalhes da superfície plutoniana em fotos de alta resolução. Em março a sonda Dawn chegou a outro planeta-anão, Ceres. A grande surpresa foram manchas brilhantes dentro de uma cratera: seria gelo? Algum mineral? Ainda não se sabe.

A sonda Rosetta continua mandando dados à medida que acompanha o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Nunca se acompanhou um cometa de tão de perto e por tanto tempo.

Nota triste do ano:

Um fato, não astronômico, que marcou o ano para muitos colegas que amam o espaço, foi a morte do ator Leonard Nimoy em fevereiro. Ele interpretava nada mais nada menos que o Sr. Spock, personagem da série Jornada nas Estrelas (Star Trek). Difícil não mencionar esta perda para a maior partes dos apaixonados por astros e astronaves.

 

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Próximas cinco aproximações de asteroides em relação à Terra

Existe um programa de reastreamento de asteroides e cometas que vasculha o céu à procura de objetos que se aproximam da Terra, conhecido como NEO. Na tabela acima são apresentadas as próximas aproximações de asteroides conhecidos, com seu tamanho, a comparação de tamanho com objetos terrestres e a sua distância mínima. Vale lembrar que a distância média entre a Terra e a Lua é de 385.000 quilômetros. Estes asteroides passarão pelo menos três vezes mais distantes do que a Lua se encontra de nós. Mas em termos astronômicos esses valores são muito pequenos.

Um objeto maior que 150 metros de tamanho, que se aproxime da Terra, passando a uma distância de até 20 vezes a distância da Lua, é considerado um objeto potencialmente perigoso. Mais informações sobre asteroides e cometas potencialmente perigosos e suas próximas aproximações podem ser obtidas no seguinte endereço:

http://neo.jpl.nasa.gov/ca/

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Mares Lunares, ainda há o que conhecer

Você já olhou para a Lua numa noite de Lua cheia e notou manchas escuras em meio à superfície branca? Já se perguntou o que originou estas características singulares?

Os antigos pensavam que eram áreas cobertas de água e denominaram as tais manchas de mares. Hoje, sabemos que não há água suficiente na superfície da Lua para encher nem um lago. Pode ser que haja algum gelo em crateras próximas aos polos e alguma água misturada às rochas, mas, definitivamente, não há água em estado líquido na Lua. As áreas escuras são regiões mais planas compostas de basalto, um tipo de rocha mais recente que a parte branca que é mais montanhosa. Sempre se associou estas regiões escuras a impactos de asteroides e atividade vulcânica no passado lunar. A maior parte destes mares tem formas arredondadas ou ovais que indicam impactos.

Entretanto, um desses “mares” lunares parece ter outra origem: o Mar das Tormentas. Recentemente, uma equipe formada por vários cientistas planetários, de diversas universidades americanas, chegaram a interessantes conclusões sobre este tema. Eles publicaram na revista Nature o resultado de um estudo a partir de dados de duas sondas da Nasa. As sondas gêmeas fazem parte da missão denominada Grail. Ao mapear detalhadamente os contornos do Mar das Tormentas, identificaram vários alinhamentos retos o que afasta a origem de impacto. O contorno poligonal reforça a possibilidade de algum tipo de vulcanismo interno semelhante às placas tectônicas.

 

 

 

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E se a Lua não existisse mais?

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A Máquina do Tempo (2002), Oblivion (2013) e Espaço: 1999 (1975) são três filmes de ficção científica que têm algo em comum: nas histórias, a Lua é destruída ou tirada de órbita. O que mudaria se isso acontecesse de fato? E se a Lua nunca tivesse existido? Como seriam as coisas por aqui?

O diâmetro da Terra é pouco mais que quatro vezes o diâmetro da Lua. Confrontada com um mapa terrestre, a silhueta da Lua cobre facilmente a Austrália ou a Europa. Considerando os demais planetas do Sistema Solar, que possuem satélites, a Lua é muito grande comparada com o planeta que orbita. Já foi sugerido que o conjunto Terra-Lua seria um planeta duplo, tanto pela relação de tamanhos quanto à distância entre os astros.

Esta particularidade do sistema Terra-Lua faz com que a força gravitacional entre os astros seja tremenda. A influência mais notável pode ser facilmente visualizada pelas marés. A massa lunar também influencia o eixo de rotação da Terra. Sem a Lua as marés seriam irregulares e as estações do ano variariam abruptamente. Isso tudo causaria grandes problemas para os habitantes da Terra.

Outra função que Lua exerce naturalmente é servir de escudo para nós. Muitos pequenos corpos celestes colidem com nosso satélite em vez de nos atingirem. Sem a Lua qualquer corpo que passasse suficientemente perto seguiria direto para o nosso planeta.

 Daí concluímos que, se a Lua não existisse para regular ciclos de marés e estações climáticas, talvez a vida como conhecemos nem teria se desenvolvido na Terra. Se nosso satélite de repente sumisse, haveria terremotos, ameaças de meteoritos, tsunamis e perturbações climáticas enormes. Uma coisa é certa: os observadores de estrelas gostariam de não ter aquelas noites de Lua cheia no céu ofuscando objetos menos brilhantes, como nebulosas e galáxias. Por outro lado os românticos teriam menos uma beleza no céu para cantar:

“Poetas, Poetas, seresteiros, namorados, correi

É chegada a hora de escrever e cantar

Talvez as derradeiras noites de luar” (Lunik 9 por Gilberto Gil, 1967) 

Links de interesse:

 http://www.adorocinema.com/filmes/filme-27405/

http://www.gilbertogil.com.br/sec_disco_info.php?id=3&letra

http://universogenial.wordpress.com/2014/06/27/assim-seria-a-terra-sem-a-lua/

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A Lua não é tão nova assim…

 

Antigas culturas imaginavam a Lua como um corpo que se renovava a cada fase. O aspecto mutável da Lua sugeria que ela aumentava e depois diminuía de tamanho. Para os primeiros observadores o que parecia era que após a fase Cheia a Lua minguava até sumir e renascia como fase Nova. Isso me lembra de uma música cantada pelo quarteto MPB4 (adoro grupos vocais) que dizia assim:

“A lua quando ela roda é nova

Crescente ou meia-lua… é cheia

E quando ela roda minguante e meia

Depois é lua novamente

… Mente quem diz que é lua velha”

(ver letra aqui)

 

Na verdade a mudança das fases é apenas o efeito da revolução da Lua ao redor do nosso planeta. A luz do Sol ilumina a superfície lunar de forma parcial e mutável, criando a impressão da Lua crescendo e diminuindo.

 

Lamento tirar a poesia de uma lua jovem, porém a Lua é bem mais velha do que pensavam os povos antigos e certamente é bem mais velha que canta o trovador.  Os estudos sobre a origem da Lua indicam que um corpo celeste do tamanho de Marte colidiu com a Terra e o resultado desta colisão foi a formação do nosso satélite. As estimativas de quando isso ocorreu sugerem milhões de anos no passado, após a origem do Sistema Solar. Alguns autores indicavam 30 milhões de anos e outros 100 milhões. Estudo recente, usando um método inovador, fechou com mais precisão o valor em torno de 95 milhões de anos depois da formação do Sistema Solar. Logo, é bem velhinha a nossa Lua.

 

Veja no link abaixo como foi que se calculou a idade da Lua:

 

Veja aqui como foi calculada a idade da Lua.