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Coluna do Astrônomo

Crescente e Estrela

 

Como astrônomo que lida com divulgação já vi muitas notícias sobre astronomia cheias de confusões de conceitos. Às vezes a noticia é mal traduzida. Mas a notícia abaixo me incomodou particularmente:

Eclipse raro mostra Vênus e Lua crescente no Japão… Trânsito de Vênus durou cerca de 40 minutos.

Trânsito acontece quando um astro passa na frente do outro. Para isso ocorrer o astro que transita tem que ser menor que o astro ao fundo. Vênus é quase três vezes e meia maior que a Lua. Além disso, Vênus está muito mais longe de nós do que a Lua, algo em torno de 280 vezes na aproximação máxima. Isso torna impossível Vênus transitar sobre a imagem da Lua à semelhança do que Mercúrio fez com o Sol em 6 de junho passado.

Na verdade o que houve no dia 13 de agosto foi uma OCULTAÇÃO de Vênus pela Lua. A Lua, no seu movimento aparente, mais rápido, moveu-se e passou na frente do planeta ocultando-o por alguns minutos. Faz sentido dizer que a Lua “eclipsa” Vênus, mas a notícia me sugere outra coisa. Não se usa o termo eclipse neste caso. Ocultação acontece quando a astro que passa na frente é aparentemente muito maior que a imagem do astro que passar por trás. Quase o inverso do trânsito.

Ocultações de planetas e estrelas pela Lua acontecem com tanta frequência que a imagem do crescente junto com estrela aparece muito na cultura humana. Alguns historiadores associam esta imagem com uma ocultação de Vênus ocorrida durante uma batalha memorável do império otomano por volta do ano 1793. Por isso é comum encontrar o símbolo em bandeiras de países que outrora fizeram parte daquele antigo império como a Turquia, a Líbia, a Tunísia e a Argélia (ver figura abaixo).

Outros países muçulmanos passaram a usar o símbolo mais tarde como representação do Islã em suas bandeiras também.

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Coluna do Astrônomo

Avalanches numa lua distante

“Cientistas observam deslizamentos gigantes em lua de Saturno”. Comportamento do terreno em “Iapetus” ajuda no estudo de movimentos semelhantes na Terra.

Ao ver a notícia acima muitos podem associar aos deslizamentos de terra na região serrana do Rio de Janeiro comuns em época de chuvas intensas. Quando falamos em deslizamentos de terreno numa lua de Saturno não é nada semelhante aos equivalentes aqui na Terra.

Jápeto é uma lua bem curiosa: tem um lado brilhante e outro escuro. Esta lua é bem menor que a Terra: seu raio mal chega a um décimo do raio terrestre e sua massa não chega um milésimo da massa da Terra.  Jápeto não tem atmosfera e sua distância extrema ao Sol faz com que sua temperatura seja muito baixa: média de -163 graus Celsius. Isto torna a superfície de Jápeto coberta de gelo de água misturado a metano e amônia.

Assim sendo, os deslizamentos são mais parecidos com as avalanches de neve do que um desabamento de encosta. Lembrando que isso acontece numa gravidade muito menor: lá você pesaria apenas 2% do que pesa na Terra. Além do mais não há resistência atmosférica. Por isso não é de se estranhar que esses deslizamentos fossem tão diferentes do que os que acontecem em nosso planeta. Mesmo levando em conta todos estes fatores os deslizamentos de Jápeto são maiores e mais abundantes do que o esperado em teste de laboratório. Parece que algo diminui o atrito entre o gelo e as rochas. O relevo particular e uma temperatura maior do que a prevista pode ter participação no fenômeno.

A exploração do Sistema Solar ainda guarda, com certeza, muitas questões desafiantes. Outros mundos, outros fenômenos e muito para aprender.

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Coluna do Astrônomo

Física Nuclear e a Mente Humana


  • Li que um estudo indica que nêutrons viajam entre universos paralelos!

    Quando se ouve falar de partículas menores que um átomo fazendo coisas incríveis em experiências físicas muitos de nós deixam a imaginação viajar. Quando somamos a isso possibilidade da existência de “universos paralelos” a coisas fica ainda mais instigante. Esses mundos parecem ser realidades alternativas ao nosso redor como o mundo além do espelho de Alice nas histórias de Lewis Carroll (1832-98).

    Um dos meus personagens preferidos dos X Men (1992) é o Noturno. Ele era um mutante com aparência assustadora: pele escura, três dedos nos pés e mãos, olhos amarelos e uma cauda. Seu principal poder era o de se tele transportar: desaparecer de um lugar e aparecer no outro. Na versão animada esse teletransporte se dava através de outra dimensão meio infernal, cheia de enxofre e seres nada angelicais. Outro personagem com aparência nada angelical que me vem à mente é o Hellboy (2004). Ele teria sido trazido ao nosso universo através de uma espécie de acelerador de partículas ou coisa que o valha.

    Se começar a enumerar referências fictícias a aceleradores de partículas e universos paralelos vão aparecer muitas histórias mais ou menos assustadoras.

    Ghostbusters (1984), Os Caça-Fantasmas – Quem não sonhou em ter uma daquelas mochilas de prótons? Se eu tivesse uma quando garoto poria um monte de seres imaginários para fora do meu quarto. Também tinha universo paralelo de onde vinham monstros. Mas o filme era uma comédia e os sustos eram leves.

    Horizontes de Eventos (1997) – Uma nave que devia viajar por um universo paralelo para andar mais rápido que a luz. Para isso usaria um gerador que combinava gravidade e eletromagnetismo. Claro que no enredo também se abriu um portal para um lugar sombrio e diabólico e a coisa não deu certo.

    O autor de ficção científica e horror H.P. Lovecraft (1890-1937), que também usou (talvez o primeiro) aceleradores de partículas e mundos paralelos em sua história a The Shunned House (1924), escreveu uma vez: “A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido”. Pode ser que o receio das pessoas por física nuclear esteja ligado ao grande desconhecimento sobre o assunto. A polêmica recente sobre o LHC e uma possível (mas não provavel) destruição do planeta foi um exemplo disto.

    Links interessantes:

  • Alice do Outro Lado do Espelho
  • X-Men: Animated Series
  • Hellboy
  • Event Horizon
  • LHC – Grande Colisor de Hádrons
  • The Shunned House
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Coluna do Astrônomo

Voyagers, nossas viajantes do espaço

 

 

O programa Voyager, iniciado em 1977, foi um dos mais bem sucedidos programas de exploração planetária da NASA. Duas sondas gêmeas foram lançadas para explorar o sistema solar exterior (além da órbita de Marte). A Voyager I foi lançada em 05/09/1977 curiosamente depois da Voyager II lançada no dia 20 do mês anterior. Voyager I visitou Júpiter cinco anos depois da primeira sonda aos planetas exteriores, a Pioneer 10 passar por lá. Em 1980 foi a vez de Saturno. Agora ela começa a se aproximar do limite exterior do nosso Sistema Solar muito além de Netuno. Recentemente a NASA divulgou que seus equipamentos ainda em funcionamento detectaram os primeiros sinais da radiação interestelar que envolve a chamada heliopausa. Esta superfície seria onde o vento solar e o vento estelar se equilibram. Para muitos esta seria a fronteira final do nosso sistema planetário, a região mais distante onde o Sol exerceria uma influencia.

 

Se você gosta de ficção científica deve lembrar-se do primeiro filme para o cinema da série Star Trek. Ele foi lançado em 1979, ano em que a sonda explorava Júpiter. Neste longa-metragem uma sonda fictícia inspirada nas Voyagers tem um papel vital na trama.

 

Os discos folheados a ouro com mensagens para possíveis civilizações extraterrestres que as Voyagers levam também inspiraram muitas histórias e a imaginação popular.

 

Pensando que no futuro a Voyager I poderia ser o primeiro objeto humano a alcançar as estrelas lembrei-me de uma canção:

 

 

 

“Terra! Terra!

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria?…”.

 

 

 

O compositor Caetano Veloso lançou um disco com esta canção (Terra) um ano após o lançamento das Voyagers. Não pude deixar de associar o navegante da letra com as sondas Voyager. Provavelmente Caetano não estava pensando nestas sondas, mas sem dúvida elas são os navegantes mais distantes que a Terra já teve. E ainda agora elas mandam notícias para a Terra distante.

 

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Coluna do Astrônomo

A Terra e a ameaça dos asteroides

 

 

Diariamente corpos celestes de alguns centímetros a alguns metros caem na Terra. A maior parte se consome totalmente com o atrito atmosférico, outros caem no mar sem produzir grandes efeitos. Sabemos que, no passado, corpos bem maiores abriram crateras enormes que chamam a atenção até hoje. Exemplos destas crateras podem ser vistas no Arizona (EUA) e na serra da Cangalha, no estado brasileiro do Maranhão.

 

Alguns impactos foram tão intensos que afetaram o equilíbrio ecológico global extinguindo várias espécies de animais, como os dinossauros (a aproximadamente 65 milhões de anos atrás). Hoje já existem sistemas de patrulhamento do céu em funcionamento a partir de observatórios em terra. Contudo, é preciso observações mais poderosas, principalmente para objetos mais escuros, visíveis somente do espaço e em comprimentos de ondas além da luz visível. A sonda da NASA denominada WISE (sigla em inglês para Explorador Infravermelho de Campo Amplo) trabalha no infravermelho e isso tem sido de grande valia nesta busca.

 

Em 1999, criou-se a Escala de Turim, um esquema teórico que permite estimar estatisticamente a intensidade e frequência de impactos de asteroides com a Terra. Esta estimativa de probabilidade foi composta a partir do conhecimento que se tinha na época sobre a distribuição de asteroides nos arredores da órbita terrestre. Até pouco tempo, faltavam dados observacionais que balizassem estas estimativas.

 

Recentemente, a WISE obteve dados detalhados de 107 asteroides. Estes dados permitiram extrapolar com mais precisão qual a quantidade destes pequenos corpos celestes que podem oferecer perigo ao nosso planeta. Chegou-se a um valor de quase cinco mil deles. Parece muito, mas temos que lembrar que estamos falando de períodos de tempo muito longos e volumes de espaço gigantescos. Localizando estes corpos e suas órbitas no tempo e no espaço sobra a possibilidade de um impacto a cada século ou milênio. Isto não chega a ser alarmante, contudo não é algo para se ignorar totalmente.

 

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Coluna do Astrônomo Curiosidades

Superlua

É um pássaro? É um avião? É o Super-Homem? Não! É a Superlua! Mas o que é a Superlua, afinal de contas?

A Lua, nosso satélite natural, não tem luz própria. Ela brilha porque reflete a luz do Sol. E como ela está sempre girando ao redor da Terra, nós a vemos de diferentes formas, que chamamos de fases. Não custa lembrar que a mudança é apenas aparente…

Talvez a fase da lua mais famosa seja a “cheia”. Quem não se impressiona com uma bela e brilhante Lua Cheia? É a Lua dos poetas, dos namorados e, segundo a lenda, dos lobisomens! (Ironicamente, a Lua Cheia não é boa para os astrônomos, pois sua claridade atrapalha a observação das estrelas.)

Outra informação importante para entendermos a Superlua é sobre a forma da órbita lunar. Como a órbita da Terra ao redor do Sol, a órbita da Lua ao redor da Terra é uma elipse. Uma elipse muito pouco achatada, quase um círculo, mas ainda assim uma elipse.

Ao longo de um mês, a Lua se aproxima e se afasta da Terra. Não se assustem! A diferença é muito pequena, cerca de 5%; isso quer dizer que, ao longo do mês, o diâmetro angular da Lua (o tamanho aparente, que vemos) muda em cerca de 5%. Quando a Lua está em sua máxima aproximação (isso acontece uma vez a cada órbita, ou aproximadamente uma vez por mês), ela nos parecerá um pouco maior (5%).

Este ponto de máxima aproximação é chamado de Perigeu.

A Lua Cheia já chama a nossa atenção. Quando ela acontece no Perigeu, ela nos aparecerá cerca de 5% maior do que o normal. Eis, então a Superlua!

(Para os amigos da precisão, o Perigeu Lunar acontece a 0h33min do dia 6 de maio; o instante exato da Lua Cheia é 0h35min do mesmo dia!).

Leia mais sobre o assunto nos artigos abaixo:

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Observação de Asteroides por Astrônomos Amadores

Fazer astronomia observacional não é privilégio dos astrônomos profissionais e dos grandes observatórios. Hoje em dia já é possível contribuir para o conhecimento do espaço sem possuir caríssimos instrumentos profissionais. 

Os amadores podem contribuir bastante por serem muitos e de vários lugares.  Somando as contribuições individuais somam muitos dados úteis aos observatórios profissionais.

A NASA e Universidade do Arizona estão projetando uma sonda espacial, a OSIRIS-REx, que visitará um asteroide próximo a Terra. A ideia é estudar detalhadamente e trazer amostras. A equipe do projeto lançou recentemente um chamado aos astrônomos amadores para colaborar com dados observacionais a partir de uma lista de asteroides interessantes ao projeto.

Um amador mais dedicado pode usar um instrumento comercial. Um telescópio refletor com no mínimo 20 cm de abertura, dotado de sistema de acompanhamento elétrico é recomendável. Mas não se faz este tipo de observação visualmente, é preciso uma câmera eletrônica, do tipo CCD, especifica para astronomia. Os dados registrados pela CCD podem ser processados em um computador pessoal com programas de aquisição de dados (alguns deles são gratuitos ou bem baratos). De posse destes recursos e contando com tempo disponível, é possível fazer um trabalho muito bom de detecção e acompanhamento de asteroides. A observação metódica e algum conhecimento do processamento de dados são fundamentais.

Para nós brasileiros câmeras CCD e telescópios de grande abertura ainda não são fáceis de conseguir: sai caro importá-los. Mas existem hobbies bem mais caros, não é?  Apesar disso, já há alguns amadores em nosso país bem equipados e ativos nesta área fascinante.

Mais detalhes visite o site: http://osiris-rex.lpl.arizona.edu/targetasteroids.html

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O Brasil volta a sonhar com um foguete lançador de satélites

 

Depois de muito tempo em marcha lenta, o programa brasileiro de foguetes lançadores de satélites volta a dar sinais de vida.  O maior motivo deste grande atraso certamente foi o trágico acidente de agosto de 2003. Um incêndio causado pela ignição inesperada de um dos estágios iniciais destruiu o terceiro protótipo do VLS (Veículo Lançador de Satélites), a torre de lançamento e ceifou 21 vidas preciosas de técnicos do CTA (Centro Técnico Aeroespacial).

Em dezembro de 2010, subiu aos céus maranhenses um foguete de sondagem brasileiro.  Aquele foi o quinto lançamento bem sucedido desde 2004 do VBS-30 que tem vários sistemas em comum com o VLS. O equivalente ao VBS-30 no mercado de foguetes de sondagem é o inglês Skylark. Este foguete britânico foi criado em 1955 e foi construído até 1979. Seu último lançamento foi em 2005. O VBS-30 tem bastante potencial de vir a substituí-lo em breve.

Agora a equipe do CLA, Centro de Lançamento de Alcântara (Maranhão), se prepara para um teste simulado do VLS na nova torre de lançamento reconstruída com maiores cuidados de segurança. O teste será feito sem combustível com um foguete em escala real. A ideia é simular as diversas etapas do lançamento criando oportunidade para aprimorar os procedimentos.

Ainda não desisti de ver um satélite posto em órbita por um foguete brasileiro. Vamos aguardar em contagem regressiva.

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Exposição sobre o Futuro das Viagens Espaciais

Se você já assistiu ao filme “Uma Noite no Museu” (2006), com o humorista Bem Stiller, já viu as salas do Museu de História Natural de Nova York. Pois este museu lançou recentemente uma tremenda exposição sobre viagens espaciais: “Além do Planeta Terra: o Futuro da Prospecção Espacial”. Como o nome diz, o objetivo é mostrar o que nos reserva a exploração espacial daqui pra frente.

A exploração e uma possível colonização de Marte tem lugar destacado incluindo uma replica de um robô motorizado chamado Curiosity. Ele estará a bordo de uma missão para Marte que está prevista partir ainda esta semana.

O museu expõe a possibilidade de que o turismo espacial se torne algo acessível ao público. Empresas particulares como a Virgin Galactic já começaram a projetar veículos espaciais reutilizáveis como o SpaceShipTwo.

Além disso, a exposição aborda a história da corrida espacial, a volta do Homem à Lua, a possibilidade de vida em Europa (um satélite de Júpiter) e a exploração de asteroides próximos à órbita terrestre.

Usando recursos de Realidade Aumentada (imagens animadas em 3D) o museu aposta num aplicativo para computação portátil (Iphone, Ipod e Ipad) para tornar a visita ainda mais interessante.

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Uma Empresa do Espaço

A implementação recente da Alcântara Cyclone Space, uma bi-nacional Brasil-Ucrânia, para fabricar foguetes criada (no papel) em 2006 envolve questões complexas. Esta complexidade econômica e política passa longe dos aspectos científicos e tecnológicos. Do ponto de vista técnico a colaboração na área espacial sempre será uma boa pedida. O mercado de lançamento de satélites está crescendo muito e termos uma empresa brasileira seria muito bom para o país.

Entretanto há todo um histórico que envolve agências brasileiras militares e civis que por anos batalham pelo desenvolvimento de um programa espacial genuinamente brasileiro. Algumas destas instituições consideram a bi-nacional mais um concorrente para o limitado orçamento espacial brasileiro.

Curiosamente, esta história começa pouco antes do acidente trágico com o VLS (Veiculo Lançador de Satélites), protótipo de foguete nacional. Em 22 de agosto de 2003, uma explosão destruiu o foguete e sua plataforma de lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara, Maranhão. No mesmo dia havia uma equipe de ucranianos visitando o Brasil visando o lançamento da família de foguetes Cyclone a partir do Brasil.

A Base de Alcântara é o melhor lugar do mundo para este fim devido a sua localização próxima ao Equador e com mar ao leste. Havia a ideia de substituir um dos estágios do VLS por um modelo Cyclone. Agora já se fala em um foguete maior e inteiramente novo: o Cyclone 4. A realização da ideia de colaboração espacial com a Ucrânia foi menos afetada pelo acidente de Alcântara do que pela crise econômica mundial.

Esperemos que uma parceria deste tipo traga a experiência espacial que falta ao Brasil e que a Ucrânia herdou da antiga URSS.  Tomara que isto não inviabilize projetos como o do VLS, tão importante para o desenvolvimento da astronáutica nacional.