A Terra e a ameaça dos asteroides
Diariamente corpos celestes de alguns centímetros a alguns metros caem na Terra. A maior parte se consome totalmente com o atrito atmosférico, outros caem no mar sem produzir grandes efeitos. Sabemos que, no passado, corpos bem maiores abriram crateras enormes que chamam a atenção até hoje. Exemplos destas crateras podem ser vistas no Arizona (EUA) e na serra da Cangalha, no estado brasileiro do Maranhão.
Alguns impactos foram tão intensos que afetaram o equilíbrio ecológico global extinguindo várias espécies de animais, como os dinossauros (a aproximadamente 65 milhões de anos atrás). Hoje já existem sistemas de patrulhamento do céu em funcionamento a partir de observatórios em terra. Contudo, é preciso observações mais poderosas, principalmente para objetos mais escuros, visíveis somente do espaço e em comprimentos de ondas além da luz visível. A sonda da NASA denominada WISE (sigla em inglês para Explorador Infravermelho de Campo Amplo) trabalha no infravermelho e isso tem sido de grande valia nesta busca.
Em 1999, criou-se a Escala de Turim, um esquema teórico que permite estimar estatisticamente a intensidade e frequência de impactos de asteroides com a Terra. Esta estimativa de probabilidade foi composta a partir do conhecimento que se tinha na época sobre a distribuição de asteroides nos arredores da órbita terrestre. Até pouco tempo, faltavam dados observacionais que balizassem estas estimativas.
Recentemente, a WISE obteve dados detalhados de 107 asteroides. Estes dados permitiram extrapolar com mais precisão qual a quantidade destes pequenos corpos celestes que podem oferecer perigo ao nosso planeta. Chegou-se a um valor de quase cinco mil deles. Parece muito, mas temos que lembrar que estamos falando de períodos de tempo muito longos e volumes de espaço gigantescos. Localizando estes corpos e suas órbitas no tempo e no espaço sobra a possibilidade de um impacto a cada século ou milênio. Isto não chega a ser alarmante, contudo não é algo para se ignorar totalmente.