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Coluna do Astrônomo

Dê Nome a um Planeta

Você já pensou em nomear uma estrela e seu respectivo planeta? A União Astronômica Internacional (IAU) anunciou hoje um concurso internacional para nomear exoplanetas, ou seja, planetas que orbitam outras estrelas fora do nosso Sistema Solar. O Brasil será o responsável por batizar o planeta que orbita a estrela HD 23079, assim como a própria estrela. Todos os brasileiros podem participar do concurso, sugerindo nomes que serão submetidos a votação popular. Segundo as regras, os pares de nomes devem estar ligados à cultura indígena no território nacional, à cultura afrobrasileira ou à literatura brasileira, de forma a garantir que o resultado final represente aspectos da cultura.

Veja aqui como participar do concurso: https://nocbrasil2018.wixsite.com/nomeieexomundos

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Coluna do Astrônomo

Cometa com Composição Semelhante a do Halley é Destruído em Anã Branca

A anã branca WD 1425+540 faz parte de um sistema duplo, e está a cerca de 170 anos-luz da Terra, na constelação de Boötes, ou Boieiro. Um grupo de astrônomos observou rastros de um cometa que foi destruído por ela, sendo essa a primeira observação de um desses objetos em órbita de uma anã branca.

O cometa tinha composição química semelhante a do famoso cometa Halley, que é observado facilmente da Terra a cada 76 anos, aproximadamente. Apesar da semelhança química, o cometa destruído era 100 mil vezes mais massivo que o Halley e tinha duas vezes sua proporção de água, em relação ao material rochoso.

O Halley pertence ao Sistema Solar, gira em torno do Sol, e não tem nada a ver com a WD 1425+540. Mas observar a química semelhante confirma a ideia de que as condições que deram origem à vida por aqui devem se repetir abundantemente pelo Universo: análise espectral revelou que o cometa era rico em elementos essenciais à vida, como carbono, oxigênio, enxofre e nitrogênio. Também foram observados cálcio, magnésio e hidrogênio.

Essa foi também a primeira vez que se observou nitrogênio em material caindo em uma anã branca. Um dos autores do trabalho, Siyi Xu, do European Southern Observatory, disse:

“Nitrogênio é um elemento muito importante para vida como a conhecemos. Esse objeto em particular é bastante rico em nitrogênio, mais que qualquer outro objeto observado em nosso Sistema Solar.”

Me chamou a atenção nessa declaração de Siyi Xu o fato dele mencionar delicadamente que só podemos falar sobre a química necessária para vida como a conhecemos. Entendo isso como o reconhecimento, muito correto, da possibilidade de existência de vida cuja natureza química desconheçamos.

A observação nos traz também questões sobre a mecânica e a estrutura do sistema como um todo. Esse foi o primeiro cometa observado em uma anã branca, mas não o primeiro objeto. Existem várias observações de corpos rochosos, do tipo de asteroides – sem gelo -, orbitando anãs brancas, o que sugere a existência de uma estrutura semelhante ao Cinturão de Kuiper no Sistema Solar: em regiões distantes do centro, um cinturão de objetos sólidos, pequenos e gelados. Esses objetos gelados aparentemente sobreviveram à evolução da estrela, originalmente semelhante ao Sol, que depois virou uma gigante vermelha e colapsou em uma pequena e densa anã branca.

E o grupo de astrônomos especula ainda sobre o quê poderia ter tirado o cometa de sua órbita original, distante, e levá-lo até a colisão. Isso pode ter acontecido devido à influência gravitacional de planetas ainda não observados que estariam ali orbitando a anã branca; ou à influência causada pela companheira da anã branca nesse cinturão, fazendo com que o cometa viajasse em direção à região central do sistema. O mais provável é que tenha havido uma combinação desses dois fatores.

Essa observação nos lembra também que estudar coisas aqui perto nos leva a compreender coisas distantes. Já que a química de outros sistemas é semelhante à química daqui, compreendendo a química do Sistema Solar, estaremos aptos a especular algumas coisas sobre planetas que se formaram lá e detectar sistemas mais prováveis de abrigar vida. Como conhecemos, claro.

 

Concepção artística representando um cometa massivo caindo em uma anã branca e a estrutura de planetas e um cinturão de pequenos objetos que se supõe existir em WD 1425+540 (Imagem: HST)
Concepção artística representando um cometa massivo caindo em uma anã branca e a estrutura de planetas e um cinturão de pequenos objetos que se supõe existir em WD 1425+540 (Imagem: HST)

Leia Mais:

Comunicado do HST (em inglês): http://www.spacetelescope.org/news/heic1703/