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Dragon, a volta ao espaço

Por Naelton Mendes de Araujo – Astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

Hoje, 27 de maio de 2020, está previsto o lançamento da nave Dragon pela SpaceX em torno das 17h30min (horário de Brasília). A nave parte dos Estados Unidos da mesma plataforma 39A, de onde foram lançadas as missões Apollo para a Lua e os ônibus espaciais. Este lançamento tem uma importância muito grande, pois desde que os ônibus espaciais foram aposentados, em 2011, não se lança uma nave tripulada a partir dos Estados Unidos.

Este momento é parecido com o que aconteceu em 1981 com o lançamento do primeiro ônibus espacial Columbia. Com o fim do programa Apollo, em 1975, os EUA ficaram cerca de seis anos sem que um astronauta pudesse sair do território norte-americano para o espaço. Até o momento os norte-americanos, para alcançar a ISS, precisam partir de bases do Cazaquistão (Rússia) através das cápsulas Soyuz, um modelo de nave espacial criado na década de 70.

Depois da aposentadoria dos ônibus espaciais houve uma certa para paralisação do avanço espacial. Não desenvolveram um sucessor para o ônibus espacial: um veículo reutilizável de pouso aerodinâmico, um avião foguete ou algo semelhante. De certa maneira voltamos no tempo com o uso de cápsulas espaciais. Era de se esperar que houvesse ônibus espaciais mais modernos, capazes inclusive de levantar voo de solo sem ajuda de foguetes decolando de aviões de pistas comuns. Os acidentes com os ônibus espaciais Challenger e Columbia, somados à complexidade e custo dos lançamentos, desencorajaram o desenvolvimento de novos veículos deste tipo.

A cápsula Dragon.

A diferença agora é que a Dragon é recuperável (tanto a parte do foguete, como a cápsula). Se a missão denominada Demo 2 for um sucesso, estaremos presenciando mais um marco na história da conquista espacial: o retorno do voos norte-americanos em órbita da Terra. A empresa americana SpaceX é uma empresa particular, do bilionário Elon Musk, que já fez grandes avanços no uso comercial do espaço.

A missão Demo-2 tem como objetivo que a Dragon se acople à estação ISS. Uma cápsula Dragon já fez isso automaticamente na missão Demo-1, em março de 2019.

A missão Demo 2 na fase inicial: a ida.
A volta.

A Janela de lançamento — período em que se pode lançar a missão com a configuração atual — vai até domingo, 31/05/2020. Se algo não estiver 100% o lançamento pode ser adiado até esta data.

O Foguete Falcon 9.
Os astronautas Bob Behnken and Doug Hurley.

O foguete usado será um Falcon 9. Na primeira etapa o estágio inicial volta automaticamente. Os astronautas deste voo histórico chamam-se Bob Behnken and Doug Hurley e são da NASA. Vamos torcer para que dê certo! Está previsto para ser lançado hoje, dia 27 às 17h30min.


Link para assistir ao vivo no site da SpaceX: https://www.spacex.com/launches/

ao vivo do site da Spacex
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Gemini – altas aventuras no espaço

1965 – O programa Gemini, de naves para dois astronautas, é sucessor das cápsulas Mercury (para um só tripulante). A primeira Gemini a levar astronautas ao espaço foi a de número 3, lançada em março de 1965. Por insistência do comandante Virgil Grissom, foi a única nave Gemini a ser batizada: Molly Brown. A referência foi a cápsula Mercury “Liberty Bell” 7 (todas Mercury eram numeradas de 7) que pilotou e que afundou ao amerissar no Pacífico. Molly Brown, chamada de insubmersível, teria sido uma das poucas sobreviventes do naufrágio do Titanic. O copiloto da Gemini 3 foi John Young.

As Gemini, ao contrário das Mercury, tinham capacidade de realizar manobras complicadas em órbita. Seriam as naves que realmente poderiam colocar os norte-americanos em pé de igualdade dos cosmonautas soviéticos. Até aquele momento a URSS estava realizando várias proezas espaciais. A bordo da nave Voskhod o cosmonauta Alexei Leonov foi o primeiro homem a passear no espaço em março de 1965. O primeiro passeio espacial norte-americano só viria acontecer em junho do mesmo ano com Edward H. White na Gemini 4. Neste período, enquanto os soviéticos lutavam com o desenvolvimento das suas naves Soyuz, as Gemini se destacaram em missões orbitais.

Março de 1966 – A nave Gemini 8 tinha uma missão ousada: interceptar e se acoplar a um veículo não tripulado intitulado Agena. Neil Armstrong (ainda novato naquela época) foi o piloto e o copiloto foi David Scott (ambos tripularam naves Apollo que iriam à Lua mais tarde). No momento em que as duas naves se acoplaram, começaram a rodopiar vigorosamente no espaço sem controle. Foi preciso desconectar a Gemini da Agena, mas esta continuava a girar loucamente. A solução encontrada foi acionar os retrofoguetes e tirar a nave de órbita antes do tempo previsto e realizar um pouso de emergência. Estas cenas são reproduzidas de forma vertiginosa no filme O Primeiro Homem (Damien Chazelle, 2018). Recomendo para quem curte espaço, mas não para quem tem vertigens.

Gemini foi o projeto que realmente alavancou os EUA para superar a URSS durante a Corrida Espacial.

Estas e outras histórias você poderá conhecer no Curso de Astronáutica do Planetário do Rio.

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Naves mais rápidas que a luz

Quem é fã, como eu, da série televisiva Jornada nas Estrelas (Star Trek, 1966) conhece o termo dobra espacial (space warp). É esse o meio de propulsão mais rápido que a luz das naves futurísticas da franquia Star Trek em todas as séries e longas-metragens. A ilustração acima é uma representação artística de uma nave hipotética denominada IXS Enterprise pela NASA. O nome e a semelhança têm um bom motivo. A IXS seria baseada em teorias físicas tão ousadas quanto da ficção. É possível que naves como esta podem se tornar reais num futuro indeterminado.

Em 1994, o físico mexicano Miguel Alcubierre publicou na reconhecida revista Classical and Quantum Gravity um artigo onde desenvolve uma teoria baseada em formulações relativísticas. A tal teoria sugere algo que se assemelha muito com a ideia de dobra espacial. Em termos simplificados, se produzíssemos uma “bolha de dobra” ao redor de uma nave poderíamos movê-la mais rápido que a luz através de contração do espaço à sua frente e da expansão do espaço atrás. A hipótese foi discutida seriamente por físicos nos últimos dez anos por apresentar algumas dificuldades sérias. Muitos físicos afirmam que a dita propulsão Alcubierre viola alguns conceitos aceitos em física contemporânea e exige a existência e a manipulação de algum tipo de matéria exótica. Mesmo que a teoria seja factível, torná-la prática esbarra em limitações quase intransponíveis.

A proposta seria usar um ou dois anéis ao redor da espaçonave para gerar a tal bolha de dobra. Esta disposição é muito parecida com o design de algumas naves do universo de Jornada nas Estrelas. A XCV330 Enterprise (ver figura acima) é uma das naves criadas pelos designers para representar uma das primeiras naves mais rápidas que a luz feita pelos terrestres do universo ficcional de Star Trek.
Outro exemplo deste design anelado se vê na série Enterprise (2001) nas naves vulcanas (ver figura abaixo). É bem provável que os artistas se inspiraram em ideias semelhantes ao de Alcubierre, que, por sua vez, também se inspirou na ficção científica.
 
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