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Coluna do Astrônomo

Uma paisagem de formação estelar – NGC 3603 e NGC 3576

Novamente o ESO publica uma imagem espetacular do espaço. Todas essas imagens geradas pelos equipamentos do observatório mostram que, apesar de estarmos na era dos telescópios espaciais, muita coisa boa em termos de técnicas para se obter imagens astronômicas pode continuar sendo feita aqui do chão.

Nessa imagem, publicada hoje, aparece uma região de HII, sendo a parte da esquerda onde localiza-se o aglomerado estelar aberto NGC 3603, distante cerca de 20 mil anos-luz de nós, e a parte da direita onde está a nebulosa NGC 3576, distante de nós cerca de 9 mil anos-luz. Apesar da imagem, aparentemente, mostrar algo como uma estrutura única, existem duas regiões bastante distantes entre si.

O NGC 3603 tem em seu centro um sistema estelar Wolf-Rayet, conhecido como HD 97950, e é nesse aglomerado que está a maior concentração de estrelas massivas conhecidas na Via Láctea. Esse aglomerado está numa região de formação estelar muito ativa.

No entorno de NGC 3576 podemos ver alguns filamentos que são gás e poeira ejetados pelo vento estelar de estrelas jovens na região central da nebulosa. Esses filamentos estendem-se a centenas de anos-luz de distância.

Tanto o aglomerado NGC 3603 e como NGC 3576 foram descobertos por John Herschel, em 1834, durante sua expedição de três anos para mapear o céu do hemisfério sul. Você pode imaginar a satisfação que teria esse astrônomo do século dezenove de ver sua descoberta fotografada dessa maneira?

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Novas Imagens da Galáxia do Triângulo (M33 ou NGC598)

O Observatório do Paranal, localizado no Chile e pertencente ao ESO (do inglês European Southern Observatory) , obteve a imagem mais detalhada até o momento da galáxia espiral M33, também catalogada como NGC598. Localizada na constelação do Triângulo, está a cerca de três milhões de anos-luz da Terra e é a segunda galáxia espiral mais próxima da Via Láctea (a mais próxima é a galáxia de Andrômeda, M31).

 

Galáxia M33 ou NGC598, em sua melhor foto até o momento. (Crédito: VLT/ESO)

 

Essa galáxia foi observada pelo astrônomo italiano Giovanni Battista Hodierna, 100 anos antes de ter sido catalogada por Charles Messier, em 1764. Apesar da constelação do Triângulo estar no hemisfério norte do céu, a galáxia M33 pode ser visualizada no hemisfério sul da Terra, próximo ao horizonte, durante algumas noites no ano. Essa imagem final foi feita a partir da combinação de diversas imagens individuais que incluíam algumas obtidas com um filtro que só permitia a passagem da luz emitida pelo hidrogênio, o que fez sobressair as nuvens vermelhas de gás que aparecem na foto.

 

Nessa galáxia encontra-se a nebulosa NGC604, descoberta por William Herschel em 1784. Trata-se de uma região de formação estelar com diâmetro de pouco menos que 1.500 anos-luz. Essa é uma das maiores nebulosas de emissão conhecidas, e se estende por uma área equivalente a 40 vezes a parte visível da Nebulosa de Órion, localizada aqui na Via Láctea, e facilmente visível nas proximidades das Três Marias (ou Cinturão de Órion).

 

A M33 é membro do Grupo Local, um conjunto com 57 galáxias que inclui a Via Láctea. Ela está se aproximando de nós a uma velocidade de 100.000 quilômetros por hora, o que vai melhorar ainda mais as fotos com o passar do tempo, muito tempo!

 

NGC604, nebulosa e berçário de estrelas em M33, uma das maiores nebulosas desse tipo conhecidas. (Crédito HST/NASA)

 

 

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Bebês astronômicos em NGC 3293

Belas imagens captadas recentemente pelo observatório de La Silla, pertencente ao Observatório Europeu do Sul, ESO (do inglês European Southern Observatory), localizado no Chile, mostram as estrelas do aglomerado aberto  NGC 3293 com uma definição nunca antes obtida. Esse aglomerado está na constelação de Carina a uma distância de 8.000 anos-luz da Terra.

As estrelas desse aglomerado começaram a se formar a cerca de dez milhões de anos atrás, a partir do gás e poeira cujo restante ainda se vê na foto. O NGC 3293 é formado por um conjunto de mais de 50 estrelas e foi descoberto com um pequeno telescópio pelo astrônomo francês  Abbé Nicolas Louis de La Caille entre 1751 e 1752 na África do Sul.

Estrelas de um aglomerado nascem de uma mesma nuvem de gás e poeira, ou seja, têm todas a mesma composição química inicial. Por isso, aglomerados como esse são excelentes laboratórios para estudarmos a evolução estelar. É possível ver como estrelas de diferentes massas, mas mesma composição química inicial, evoluíram com o passar do tempo.

Para você ter uma ideia de como esse aglomerado, com menos de dez milhões de anos é um bebê, compare esse tempo com a idade do sol: 4,6 bilhões de anos.

Aglomerados abertos não possuem muitas estrelas e sua gravidade não é suficiente para manter todo o conjunto coeso na medida em que este interage com outros aglomerados e nebulosas. Por isso, aglomerados abertos como o NGC 3293 duram apenas algumas centenas de milhões de anos, enquanto os aglomerados globulares, com muito mais estrelas, duram milhares de milhões de anos.

Bom, de qualquer forma, ainda temos um bom tempo para observarmos o NGC 3293. Ele é fácil de ser visto no céu sem telescópio, e abaixo está uma carta celeste da região de Carina, ou Quilha, com a localização do aglomerado indicada. Não precisa se apressar.

 

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Medida a duração do dia em um Exoplaneta

Um dos poucos exoplanetas dos quais temos uma imagem direta é Beta Pictoris b, que está a 63,4 anos-luz de nós, girando ao redor da estrela Beta Pictoris, na constelação de Pictor, ou Pintor. Essa estrela é visível a olho nu e fácil de se localizar partindo-se das Três Marias. E além de termos uma imagem de seu planeta, Beta Pictoria b, ele também é o primeiro exoplaneta cuja velocidade de rotação foi medida.

O trabalho foi feito por uma equipe de astrônomos holandeses com dados obtidos no VLT (Very Large Telescope) que faz parte do Observatório Europeu do Sul, ou ESO (European Southern Observatory), localizado no Chile. A técnica que eles utilizaram foi observar o efeito Doppler, que faz com que a luz de objetos que estejam se afastando fique mais avermelhada, e a luz de objetos que estejam se aproximando fique mais azulada.

Imagine que você esteja no parque de diversões olhando para o carrossel. Todos os cavalinhos estão presos numa plataforma que executa uma rotação ao redor de um eixo central, e você percebe que metade do carrossel tende a se aproximar de você, e a outra metade tende a se afastar. Não podemos perceber isso no carrossel, mas podemos perceber num planeta ou numa estrela: a metade que se move no sentido de se aproximar tem sua luz mais azulada e a metade que se move no sentido de se afastar tem sua luz mais avermelhada. Parques de diversões são um excelente lugar para pensar em Física e Astronomia.

Efeito Doppler utilizado para medir rotação
Os astrônomos perceberam que a velocidade de rotação do planeta em seu equador é de 100.000 quilômetros por hora. A Terra tem velocidade de rotação no equador de apenas 1.700 quilômetros por hora. Apesar de Beta Pictoris b ser cerca de 16 vezes maior que a Terra, seu dia dura apenas 8 horas.
Imagem do planeta Beta Pictoris b. Compare sua distância à estrela Beta Pictoris com a distância de Saturno ao Sol, representada pelo desenho de sua órbita em escala. A distância de Beta Pictoris b à sua estrela é cerca de oito vezes a distância da Terra ao Sol. (Crédito: NASA)
Além de ser grandão (o que facilitou muito seu estudo), Beta Pictoris b é pesadão, tem cerca de 3.000 vezes mais massa que a Terra. E é também um garotão com cerca de apenas 20 milhões de anos, em comparação com nosso planeta, que tem cerca de 4,5 bilhões de anos de idade.

Esse resultado confirma a tendência que já observamos aqui no Sistema Solar dos planetas de maior massa terem rotação mais rápida. Júpiter, o maior planeta do sistema solar, tem velocidade de cerca de 47.000 quilômetros por hora. Um dos autores do trabalho, Remco de Kok disse:

“Não sabemos porque é que alguns planetas giram mais depressa que outros, mas esta primeira medição da rotação de um exoplaneta mostra que a tendência observada no Sistema Solar, de que os planetas de maior massa giram mais depressa, pode aplicar-se de igual modo aos exoplanetas, o que nos leva a pensar que este efeito deve ser alguma consequência universal do modo como os planetas se formam”.

Esse foi mais um passo em nosso conhecimento sobre exoplanetas. Com o refinamento da técnica utilizada por esses astrônomos holandeses, poderemos ter medidas da rotação de outros planetas e compreender mais sobre a natureza e formação.

Da próxima vez que for a um parque de diversões, pense em astronomia (Credito: http://www.stpmo.com/olde_time_picnic.htm)