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Coluna do Astrônomo Curiosidades

Cometas, asteroides, meteoros, os irmãos menores do Sistema Solar

Embora os cometas, asteroides e meteoros sejam alguns dos menores objetos do Sistema Solar, guardam várias surpresas. São inúmeros pedaços de gelo, metal e rocha que sobraram da formação do Sistema Solar, que ocorreu há 4,5 bilhões de anos.

No início nosso sistema planetário era uma enorme nuvem de gás e poeira. As partículas colidem entre si formando pedaços cada vez maiores. Esse acúmulo gradual de material ocorreu em diversas regiões da nuvem, ao longo de centenas de milhões de anos, até que finalmente surgiram o Sol e os planetas.

Acontece que nem todo o material disponível foi utilizado no processo: são bilhões de pequenas rochas espaciais que estão vagando ainda hoje pelo espaço e, por incrível que possa parecer, sofreram pouca mudança ao longo dos 4,5 bilhões de anos.

Por serem praticamente intocados desde a sua origem, cometas, asteroides e meteoros são portadores de informações valiosas sobre as condições do sistema solar primitivo. Podem, por exemplo, nos ajudar a compreender a nossa origem, dando dicas de como se deram os eventos que levaram ao surgimento de nossa casa, o planeta Terra, ou até mesmo sobre como surgiu a água.

Cometas

Os cometas são blocos congelados, compostos de poeira, rocha e muito gelo. Suas dimensões podem atingir dezenas de quilômetros, embora diminuam de tamanho quando se aproximam do Sol, uma vez que se aquecem e ejetam parte de seu material para o espaço, formando enormes caudas que se estendem por milhões de quilômetros. Embora sejam conhecidos quase 4 mil cometas, provavelmente existem bilhões orbitando o Sol no Cinturão de Kuiper (uma faixa repleta de blocos gelados que se estende a partir da órbita de Netuno para fora do Sistema Solar), ou ainda mais distante, na Nuvem de Oort, uma espécie de “concha” esférica gigante que rodeia o Sistema Solar na sua parte mais externa.

Cometa C/2014 Q2. Crédito: John Vermett

Asteroides

Algumas vezes chamados de planetas menores, os asteroides são restos rochosos e metálicos da formação do Sistema Solar. A maior parte é encontrada no cinturão de asteroides, que está localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Suas dimensões variam de alguns metros até incríveis 530 km de diâmetro, como no caso de Vesta, o maior de todos. Costumam ter forma irregular, e alguns possuem uma pequena lua. São conhecidos mais de um milhão de asteroides.

Meteoroides, meteoros e meteoritos

Esse é um tema que costuma gerar alguma confusão. Afinal, qual a diferença entre meteoroide, meteoro e meteorito?

Vamos começar pelo que eles têm em comum: todos estão relacionados com os flashes de luz chamados “estrelas cadentes” que algumas vezes vemos correndo pelo céu. É o mesmo objeto, porém com nomes diferentes, dependendo de onde ele está.

Os meteoroides são objetos localizados no espaço, variando em tamanhos desde de grãos de poeira a até alguns metros. Eles só têm esse nome enquanto estão no espaço. Podem ser originários de outros corpos maiores, como cometas, asteroides, da Lua, ou até mesmo de outros planetas. Alguns são rochosos, enquanto outros são metálicos, ou combinação de rocha e metal.

Um meteoroide pode entrar em alta velocidade na atmosfera da Terra, pegando fogo, produzindo o belo fenômeno popularmente conhecido como “estrela cadente”. É o chamado meteoro.

Quando o meteoroide sobrevive a viagem pela atmosfera e atinge o solo de nosso planeta, é chamado meteorito. Como já dito, os meteoritos são de suma importância para os cientistas que investigam os estágios iniciais de formação de nosso planeta.

Meteorito em exposição no Planetário do Rio. Crédito: Paulo Pereira

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Coluna do Astrônomo

Cometa com Composição Semelhante a do Halley é Destruído em Anã Branca

A anã branca WD 1425+540 faz parte de um sistema duplo, e está a cerca de 170 anos-luz da Terra, na constelação de Boötes, ou Boieiro. Um grupo de astrônomos observou rastros de um cometa que foi destruído por ela, sendo essa a primeira observação de um desses objetos em órbita de uma anã branca.

O cometa tinha composição química semelhante a do famoso cometa Halley, que é observado facilmente da Terra a cada 76 anos, aproximadamente. Apesar da semelhança química, o cometa destruído era 100 mil vezes mais massivo que o Halley e tinha duas vezes sua proporção de água, em relação ao material rochoso.

O Halley pertence ao Sistema Solar, gira em torno do Sol, e não tem nada a ver com a WD 1425+540. Mas observar a química semelhante confirma a ideia de que as condições que deram origem à vida por aqui devem se repetir abundantemente pelo Universo: análise espectral revelou que o cometa era rico em elementos essenciais à vida, como carbono, oxigênio, enxofre e nitrogênio. Também foram observados cálcio, magnésio e hidrogênio.

Essa foi também a primeira vez que se observou nitrogênio em material caindo em uma anã branca. Um dos autores do trabalho, Siyi Xu, do European Southern Observatory, disse:

“Nitrogênio é um elemento muito importante para vida como a conhecemos. Esse objeto em particular é bastante rico em nitrogênio, mais que qualquer outro objeto observado em nosso Sistema Solar.”

Me chamou a atenção nessa declaração de Siyi Xu o fato dele mencionar delicadamente que só podemos falar sobre a química necessária para vida como a conhecemos. Entendo isso como o reconhecimento, muito correto, da possibilidade de existência de vida cuja natureza química desconheçamos.

A observação nos traz também questões sobre a mecânica e a estrutura do sistema como um todo. Esse foi o primeiro cometa observado em uma anã branca, mas não o primeiro objeto. Existem várias observações de corpos rochosos, do tipo de asteroides – sem gelo -, orbitando anãs brancas, o que sugere a existência de uma estrutura semelhante ao Cinturão de Kuiper no Sistema Solar: em regiões distantes do centro, um cinturão de objetos sólidos, pequenos e gelados. Esses objetos gelados aparentemente sobreviveram à evolução da estrela, originalmente semelhante ao Sol, que depois virou uma gigante vermelha e colapsou em uma pequena e densa anã branca.

E o grupo de astrônomos especula ainda sobre o quê poderia ter tirado o cometa de sua órbita original, distante, e levá-lo até a colisão. Isso pode ter acontecido devido à influência gravitacional de planetas ainda não observados que estariam ali orbitando a anã branca; ou à influência causada pela companheira da anã branca nesse cinturão, fazendo com que o cometa viajasse em direção à região central do sistema. O mais provável é que tenha havido uma combinação desses dois fatores.

Essa observação nos lembra também que estudar coisas aqui perto nos leva a compreender coisas distantes. Já que a química de outros sistemas é semelhante à química daqui, compreendendo a química do Sistema Solar, estaremos aptos a especular algumas coisas sobre planetas que se formaram lá e detectar sistemas mais prováveis de abrigar vida. Como conhecemos, claro.

 

Concepção artística representando um cometa massivo caindo em uma anã branca e a estrutura de planetas e um cinturão de pequenos objetos que se supõe existir em WD 1425+540 (Imagem: HST)
Concepção artística representando um cometa massivo caindo em uma anã branca e a estrutura de planetas e um cinturão de pequenos objetos que se supõe existir em WD 1425+540 (Imagem: HST)

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Comunicado do HST (em inglês): http://www.spacetelescope.org/news/heic1703/