No século XIX, muito se falava sobre a possibilidade de existir vida em Marte. Estas ideias baseavam-se nas observações visuais de dois astrônomos: o italiano Giovanni Schiaparelli (1835-1910) e o norte-americano Percival Lowell (1855-1916). Eles julgaram ver o que chamaram de canais na superfície marciana. Deduziu-se que eram canais artificiais construídos por uma pujante civilização extraterrestre para irrigar o planeta árido. A água do degelo das calotas polares deveria correr através destes canais.
Entretanto, com a melhoria dos telescópios e o uso da fotografia, ficou provado que os riscos e as linhas, desenhados por aqueles astrônomos, não passavam de ilusão de ótica. Com a chegada das primeiras sondas ao planeta vermelho, fotos de alta resolução revelaram o que parecem ser leitos secos de rios e vales. Novamente a hipótese da ação da água ganhou força. Água corrente teria marcado o relevo marciano no passado?
Recentemente, uma análise de fotos tiradas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) oferece outra explicação para o relevo acidentado. Vales e canais marcianos em diversas áreas, principalmente no Vale Marineris, parecem ser de origem vulcânica e não produzidas por erosão pela água. Os “canais” seriam antigos túneis de lava que teriam desabado e formado os cânions e depressões no terreno primitivo de Marte.
A hipótese da erosão hídrica do Vale Marineris pode não corresponder à realidade. Contudo, isso não exclui a existência de água no passado. Outras evidências químicas do solo marciano sugerem a presença de um raso oceano há milhões de anos.
Links de interesse:
http://theconversation.com/lava-not-water-formed-canyons-on-mars-27350
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida_em_Marte