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Coluna do Astrônomo

O fim de um grande telescópio!

Por Luís Guilherme Haun – Astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

 

William Herschel foi um grande astrônomo inglês, nascido no século XVIII, que, em 1781, descobriu Urano. Teve um papel importante no conhecimento da constituição da Via Láctea, a nossa galáxia. Além disso, descobriu a radiação infravermelha na luz solar, abrindo uma nova fonte de pesquisa para a Astronomia.

Em sua homenagem, foi lançado em 14 de maio de 2009, o telescópio espacial Herschel, com um espelho de 3,5 metros de diâmetro, o maior espelho único já construído para um telescópio espacial (para título de comparação, o Hubble tem um espelho de 2,4 metros de diâmetro).

Durante esses anos no espaço o Herschel teve a função de observar a radiação emitida pelas estruturas mais distantes e frias do Universo. Estudou a formação de galáxias e sua evolução; examinou o nascimento de estrelas e sua interação com o meio interestelar; observou a composição química de cometas, planetas e satélites; e pesquisou a química molecular do Universo.

Uma de suas grandes descobertas foi a existência de moléculas de oxigênio na Nebulosa de Órion em uma quantidade dez vezes superior a outros registros já feitos. Depois do hidrogênio e do hélio, o oxigênio é o elemento mais abundante no Universo. Ele é um dos elementos fundamentais para a existência da vida na Terra e por isso os cientistas se dedicam na sua busca.

Para que o telescópio Herschel observe o universo em infravermelhofrio, seus detectores devem estar a uma temperatura muito baixa: 271 graus negativos, próximo do zero absoluto (-273o). Porém, o hélio líquido usado no resfriamento está se esgotando, pois com o tempo ele se evapora.

Depois de quase quatro anos de bons serviços prestados à Astronomia o telescópio Herschel continuará se comunicando com a Terra para testes e posteriormente será levado para uma órbita estável ao redor do Sol. Aguardamos ansiosos por um substituto!

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Coluna do Astrônomo

RETROSPECTIVA 2012 – Os Cinco Eventos Mais Relevantes na Astronomia

RETROSPECTIVA 2012 – Os Cinco Eventos Mais Relevantes na Astronomia.

Acionados pela nossa Assessoria de Comunicação Social, fomos instados a produzir uma lista, um “Top 5”, de eventos astronômicos do ano que passou. A Diretoria de Astronomia e Cultura, através de sua Gerência de Astronomia, elaborou uma lista que foi à votação, entre os astrônomos e demais funcionários da DAC. Ao longo desta semana, nossos leitores acompanharão aqui o resultado.

Vejam o que o astrônomo Luís Guilherme Haun tem a dizer sobre o nosso quinto colocado…


À espera do próximo “fim do mundo”!

Por Luís Guilherme Haun – Astrônomo da Fundação Planetário
21/1/2013

E o “fim do mundo” não aconteceu! UFA! Brincadeira à parte, já sabíamos que isso não iria acontecer. Apesar do grande estardalhaço sobre o tema (provocado por alarmistas de plantão), não existia nenhuma base científica que pudesse confirmar tal evento.

Vários foram os presságios divulgados tentando aterrorizar os menos esclarecidos, mas todos foram cientificamente refutados.

 

Um ciclo do calendário maia terminou em 21 de dezembro de 2012, mas o mundo para eles acabou bem antes, tendo a sua decadência se iniciado no século IX. O que se sabe é que seu calendário falava do fim de uma era, como os nossos anos terminam sempre em 31 de dezembro e um novo ano começa.

 

Outros falavam que o mundo acabaria com uma “trombada” cósmica. Um asteroide poderia se chocar com a Terra. Mas onde estava este astro? Seria o Apophis ou o Nibiru? Nenhum astro conhecido com poder de destruição, parcial ou global, se chocará com a Terra nas próximas décadas, pelo menos.

 

As tempestades solares também foram cogitadas para a destruição do mundo. O Sol passa por um ciclo de atividades com um máximo a cada 11 anos, aproximadamente. Isso ocorre a bilhões de anos e vai continuar por outros tantos. Satélites e transmissões de energia em solo podem ser afetados, mas só isso. Nossa atmosfera nos protege bem deste fenômeno.

 

Outros eventos como tsunamis, terremotos e o aquecimento global, por exemplo, seriam outras explicações para a nossa destruição. É claro que estes fenômenos ocorrem e continuarão a ocorrer extinguindo muitas vidas, infelizmente. Mas isso não é o fim do mundo, principalmente quando nos referimos ao fim da Terra.

 

O fim do mundo virá, é fato, mas não antes de milhões ou bilhões de anos. Vamos ouvir muito, ainda, sobre novas profecias e previsões catastróficas. Mas não se preocupem. A Terra continuará sua jornada pelo espaço e, nós, humanos, vamos juntos com ela. Procurem viver a vida da melhor maneira possível. E feliz ano de 2013, 2014…!

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Módulos infláveis para os astronautas

Por Luis Guilherme Haun – Astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro

 

A agência espacial norte-americana, NASA, assinou um contrato de mais de R$35.000.000,00 com uma empresa para testar um novo módulo que será utilizado pelos astronautas na Estação Espacial Internacional, a ISS.

O módulo, conhecido como BEAM (sigla para Módulo de Atividades Expansível Bigelow, numa tradução livre), será levado para a ISS em 2015 e ficará em teste até o ano de 2017. Os astronautas, durante este período não ficarão o tempo todo dentro do módulo. Eles terão períodos para fazer os testes programados e retornarão à parte principal da estação espacial.

Os testes que serão realizados são necessários para comparar a sua eficácia em relação aos tradicionais módulos de alumínio utilizados. Assim, serão verificadas, dentre outras coisas, a durabilidade e a resistência à radiação e às mudanças de temperatura.

A grande vantagem deste módulo “inflável” é a economia de combustível para levá-lo ao espaço, pois seu peso é bem menor. Esse é um dos grandes problemas do programa espacial. Além disso, ele é compacto, liberando espaço na bagagem.

Esta tecnologia permitirá missões mais seguras e confortáveis e que exigem a permanência de astronautas no espaço, ou em solo de algum astro, por longos períodos. Vamos aguardar os resultados.

Veja uma simulação de um módulo inflável sendo acoplado à ISS, feita pela NASA.

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Rio em Marte?

 

Por Luís Guilherme Haun – Astrônomo da Fundação Planetário

Temos escrito muito sobre Marte neste blog. E isso vai continuar por muito tempo ainda. E o motivo para isso é a curiosidade, quero dizer, o Curiosity.

O Curiosity é um robô que está vasculhando o solo marciano com equipamentos muito precisos, na busca de sinais de vida no planeta vermelho. Com frequência o robô “curioso” tem trazido novidades bem interessantes de lá. A última foi a descoberta, na Cratera Gale, de um leito de rio. As semelhanças com um leito de rio aqui da Terra são enormes.

Que existia água na superfície de Marte, há milhões ou bilhões de anos, ninguém duvidava. Mas agora são muitos os indícios. As pedras encontradas têm a dimensão e a aparência semelhantes às pedras terrestres, indicando a mesma formação quando transportadas pela água.

O que nos resta agora? Encontrar água no subsolo? E junto com ela a vida? Com curiosidade (ou seria melhor dizer com o Curiosity) vamos longe.

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O mistério da massa em nossa Galáxia

 

Por Luís Guilherme Haun – Astrônomo da Fundação Planetário

Em órbita desde 1999, o telescópio espacial de raios X, Chandra tem feito importantes revelações sobre o Universo. Seu nome é em homenagem ao astrônomo indiano Subramanyan Chandrasekhar, ganhador do prêmio Nobel em 1983 por seus estudos sobre a estrutura e evolução das estrelas.

Ao observar nossa galáxia, a Via Láctea, ele parece ter detectado um halo de gás quente envolvendo ela, até então desconhecido. Este gás se estende por centenas de milhares de anos-luz e pode ter massa de centenas de bilhões de estrelas, a mesma quantidade de massa das estrelas de nossa galáxia.

Se os dados forem confirmados, uma grande descoberta acaba de ser feita e poderá resolver, pelo menos em parte, um problema que instiga os astrônomos: a matéria escura. Só conseguimos observar 4% de toda a matéria existente no Universo (matéria luminosa). O restante deve estar na forma do que chamamos de “matéria escura”. Grande parte dessa matéria estaria na forma de bárions (prótons e neutros são os mais conhecidos). Eles podem ser observados com detectores de raios X, ou através de seus efeitos sobre a matéria luminosa.

Estamos próximos da descoberta dos “bárions desaparecidos”. E ao descobri-los damos um grande passo para compreender melhor os mistérios do Universo.

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Apagão no espaço

 

Por Luís Guilherme Haun – Astrônomo da Fundação Planetário

Todos nós já sentimos como é ruim ter que racionar energia ou enfrentar um apagão. Houve uma época que isso foi frequente na cidade do Rio de Janeiro. Tempos que queremos esquecer.

Pois bem, não é que os astronautas da ISS (Estação Espacial Internacional) estão passando por uma dificuldade semelhante?

A principal fonte de energia da estação é o Sol e alguns equipamentos que distribuem essa energia não estão funcionando. Dois astronautas tentaram substituí-los, mas não foram bem sucedidos. Nova tentativa será feita e, dessa vez, torcemos para que tenha um final feliz. Assim, eles estão racionando a energia, principalmente dos experimentos que gastam cerca de 40% do total armazenado, para que possam permanecer em segurança no espaço.

Os apagões e racionamentos são péssimos aqui na Terra. Imagine em órbita, a cerca de 400 quilômetros de altura.

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Galáxia e supernovas

Nesta semana o ESO (Observatório Europeu do Hemisfério Sul) publicou uma imagem em altíssima definição da galáxia NGC 1187, na constelação do Eridano.

Nesta imagem podem ser vistos seis braços espirais (azulados), compostos de novas estrelas e nuvens de gás e poeira interestelar, e um bojo central, com estrelas mais velhas e avermelhadas.

Outro fato interessante é que nesta galáxia ocorreram duas supernovas num período de 30 anos (a última em 2007 e visível na foto acima). Supernovas são registros da morte de estrelas supermassivas, que, ao final de sua vida, explodem de forma violenta, liberando mais energia do que a produzida em toda a sua vida. Por serem muito brilhantes podem ser observadas em galáxias distantes (como a NGC 1187, a 60 milhões de anos-luz) durante um longo tempo.

Veja um vídeo interessante sobre esta galáxia

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Galáxias escuras e o início do Universo

Esta semana foi divulgada uma notícia que permitiu aos cientistas dar um grande passo para conhecermos como o Universo se formou. Até agora acreditava-se que as primeiras galáxias se formaram de objetos que possuíam, principalmente gás, e bem pequenos: as galáxias escuras. Mas nunca se observou uma sequer para provar esta teoria.

Quero dizer, até agora não havia uma prova. O Very Large Telescope do ESO (Observatório Europeu do Hemisfério Sul), um dos mais modernos telescópios da aualidade, observou 12 galáxias escuras próximas ao quasar HE 0109-3518. (Quasares são os objetos mais distantes, e portanto os mais antigos, do Universo. São muito brilhantes e possuem um buraco negro gigantesco no seu interior.)

Essas galáxias escuras têm pouca massa – cerca de um bilhão de massas do Sol – e são pequenas. Por possuirem apenas gás e não estrelas, brilham muito pouco. Mas como observá-las se estão estão tão distantes e quase não brilham?

A solução encontrada foi iluminá-las com radiação ultravioleta. Quando, em uma festa ou em uma boate, existe iluminação por uma luz ultravioleta a roupa branca se destaca. Os astrônomos fizeram uma técnica semelhante a esta. Utilizaram a luz ultravioleta do quasar para ilumiar as possíveis galáxias escuras que por ventura estivessem próximas dele. E eis que elas surgiram (ver foto em http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1119406-astronomos-detectam-galaxias-escuras.shtml).

Segundo os estudos as galáxias escuras forneceram matéria para que as galáxias atuais pudessem dar origem às estrelas. Elas se misturaram a galáxias maiores e forneceram o gás necessário para posteriores formações de estrelas.

Mais uma peça foi colocada neste quebra-cabeça que é o nosso maravilhoso e enigmático Universo!

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Viver na Terra ou em Marte?

 

Marte sempre foi objeto de desejo dos Astrônomos. Os “homenzinhos verdes”, alardeados após a invenção dos telescópios, povoam o imaginário humano, sendo tema de radionovelas, filmes e livros de ficção. É um sonho de muitos que vivem no “mundo da Lua”, ou seria melhor dizer, no “mundo de Marte”.

 

Mas viver em Marte não é uma tarefa fácil de se realizar. Uma matéria feita pela revista Superinteressante, no ano passado, traça um caminho evolutivo para o planeta e para nós “humanos” se tivéssemos colonizado aquele planeta. Como era de se esperar, seríamos bem diferentes.

 

O processo de “terraformação” (nome dado ao processo de criar condições habitáveis em um planeta) leva um tempo verdadeiramente astronômico! Será que teremos tempo para isso?

 

Mesmo que isso não ocorra, as novas gerações podem sonhar com umas férias no planeta vermelho. Projetos já existem. No futuro, talvez nós seremos os verdadeiros “homenzinhos verdes”!

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A nova era espacial

 

 

A NASA (Agência Espacial Norte-Americana) aposentou seus ônibus espaciais em meados do ano passado. Foram cinco naves que, durante 30 anos de bons serviços à ciência (ver “Curiosidade do mês” na Agenda eletrônica de agosto de 2011), se mostraram muito caras, em uma época de crise global.

 

Agora estamos presenciando uma nova etapa nos lançamentos espaciais. A NASA procurou empresas interessadas em investir em novas naves e foguetes para dar continuidade à construção e manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS). Ela está financiando, numa parceria inédita, alguns projetos.

 

E o primeiro deles foi lançado ontem pela empresa SpaceX. A bordo do foguete Falcon 9, a cápsula Dragon se acoplará à ISS em breve. Será um marco na história da Astronáutica. E será, também, a abertura de um mercado dominado pelos setores estratégicos de poucos governos que dominam este tipo de tecnologia.

 

Na história da humanidade temos vários exemplos dos benefícios que este tipo de transferência de tecnologia para o mercado global traz para o nosso bem-estar. O mais emblemático talvez seja a internet. Que venham novas empresas e que logo possamos fazer viagens espaciais!