Leio hoje na coluna de ciências do jornal O Globo sobre uma estranha fonte de emissões de ondas de rádio descoberta pelo telescópio espacial Chandra. Sobre a notícia em si, não vou comentar. Gostaria, isso sim, de falar sobre o equipamento que fez a descoberta: o Chandra.
Em dias atuais, o paradigma de telescópio espacial é o Hubble, assim batizado em homenagem ao astrônomo americano Edwin Hubble (1889 – 1953), que, entre outras coisas, deduziu que o Universo estava em expansão. O Hubble (o telescópio) está há 20 anos em órbita da Terra e revolucionou a maneira como vemos o Universo.
Mas há outros telescópios espaciais menos famosos. O Chandra, por exemplo. O Chandra observa em uma faixa de comprimentos de onda que nossos olhos não captam: os raios X. Raios X são muito energéticos e são gerados, via de regra, por processos violentos que acontecem com certos objetos celestes.
O Chandra ganhou esse nome em uma homenagem ao astrônomo indiano Subrahmanyan Chandrasekhar (e eu confesso que tive que usar uma “cola” para escrever seu nome corretamente).
Chandrasekhar (1910 – 1995) foi um dos pioneiros da Astrofísica e, entre outras contribuições à ciência, calculou o limite máximo de massa que uma estrela anã branca pode ter. Segundo seus cálculos, ajudado pelo físico brasileiro Mário Schenberg, uma estrela cujas camadas internas tenham mais do que 1,44 massas solares entrará em colapso violento e não formará uma anã branca, podendo dar origem a uma estrela de nêutrons ou a um buraco negro.
Chandra, o físico, ganhou o prêmio Nobel em 1983. Chandra, o telescópio, entrou em órbita em 1999.