por Naelton Mendes de Araujo
“Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.”
O físico Isaac Newton (1643-1727) escreveu esta frase em uma carta a Robert Hooke (1635-1703), em 5 de fevereiro de 1676. Newton pode ser considerado o maior de todos os cientistas da era moderna. Apesar disso, a frase sugere que a ciência é uma construção coletiva. Descobertas científicas não são obras de um gênio solitário. Cada geração de cientistas se apoia no trabalho de seus predecessores.
Certamente entre os “gigantes” a que Newton se referia, dois tinham lugar de destaque: Copérnico e Galileu. Ambos nasceram em fevereiro.
Galileo Galilei, o Mensageiro Celeste.
Galileu Galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564 (Pisa, Itália), e foi o cientista, matemático e filósofo italiano considerado o pai da Astronomia moderna e um dos mais importantes cientistas da história. Devemos a ele os primeiros desenvolvimentos do método científico.
“Mede o que é mensurável e torna mensurável o que não o é.”
Sua maior contribuição para a Astronomia foi o uso do telescópio para observar o céu. Em 1609, Galileu construiu seu próprio telescópio e fez várias descobertas que revolucionaram a visão do Universo da época.
Entre essas descobertas de Galileu destacamos: a observação de quatro luas de Júpiter, crateras na Lua, anéis em volta de Saturno, fases de Vênus, manchas solares e a constituição estelar da Via Láctea. Tudo isso foi registrado no famoso livro: “Sidereus Nuncius” (Mensageiro Sideral), publicado em Março de 1610 na cidade de Veneza.
Essas observações deram sólidas bases à ideia de que o Universo não gira ao redor da Terra. A teoria heliocêntrica já existia anos antes. Um dos seus melhores pensadores foi outro gigante: Copérnico.
Copérnico, colocando a Terra no seu devido lugar
Nicolau Copérnico foi um astrônomo polonês nascido em 19 de setembro de 1473. Este ano comemoramos seus 550 anos. A obra mais famosa de Copérnico é “De Revolutionibus Orbium Coelestium” (Sobre as Revoluções das Órbitas Celestiais), publicada em 1543. Este livro foi o primeiro a apresentar uma teoria sistemática e bem fundamentada sobre a estrutura do Universo: a teoria heliocêntrica.
Os sistemas que descreviam os movimentos planetários anteriores a Copérnico usava complicados ciclos para manter o centro do movimento na Terra. Estes recursos geométricos intrincados (chamados de epiciclos) eram baseados na ideia do astrônomo egípcio do primeiro século da era cristã: Ptolomeu.
“Não estou tão encantado com minhas próprias opiniões para ignorar o que os outros possam pensar delas.”
Por outro lado, o modelo copernicano, ao deslocar o centro do sistema solar da Terra para o Sol, levou à compreensão do movimento dos planetas tornando mais fácil o seu cálculo. Mais tarde, Galileu fez descobertas reveladoras sobre a natureza dos planetas. Outro gigante contemporâneo de Galileu foi o alemão Joahnnes Kepler (1571-1630), que conseguiu matematizar o cálculo das órbitas dos planetas. As leis do movimento de Kepler auxiliaram, mais tarde, Newton lançar a base da gravitação e assim ver mais longe.