Os eclipses sempre mexeram com a imaginação humana. O primeiro eclipse solar total que eu vi em 1994, em Santa Catarina, me impressionou bastante.
Recentemente, surgiu alguma euforia em torno de uma expressão “poética” referente ao aspecto da Lua. A coloração avermelhada da Lua, típica de todo eclipse lunar, acabou virando a tal “lua sangrenta” (falamos da efeméride aqui). Curioso que se você ver a Lua nascendo ou se pondo a cor também vai ser a mesma. Tudo isso é efeito da luz espalhada pela nossa atmosfera. Provavelmente, o que gerou algum ruído foram algumas “teorias” malucas que aparecem por aí (ver http://en.wikipedia.org/wiki/Blood_Moon_Prophecy).
Os eclipses são fenômenos relativamente comuns. Temos uma média de quatro eclipses por ano. A maior parte são eclipses solares. Apesar de tão comuns, os eclipses solares só podem ser vistos em regiões bem pequenas da superfície terrestre. Já os eclipses lunares podem ser vistos por todo um hemisfério terrestre. Os eclipses solares anulares são um pouco mais raros, contudo durante a vida humana poderíamos ver vários deles se viajássemos quando quisessemos.
O último eclipse anular visível no Brasil foi em 29 de abril de 1995. A faixa de visibilidade passou pelo Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Maranhão. O próximo eclipse deste tipo visível em nosso país será em 14 de outubro de 2023, percorrendo uma faixa que vai do Amazonas até o Rio Grande do Norte, passando por vários estados das regiões Norte e Nordeste.
Agora, no próximo dia 29 de abril, teremos um “anel de fogo” no céu da fria Antártida. Não se trata de nenhum pressagio do fim do mundo. Apenas um eclipse solar particular onde a Lua, por estar no ponto mais distante da sua órbita, se apresenta menor e não cobre a totalidade do Sol. Assim, no momento máximo do eclipse, o disco escuro da Lua terá um anel brilhante do disco solar ao seu redor. Pena que não vai dar pra ver daqui do Brasil nem a parte parcial do fenômeno. Vamos esperar até 2023.
Saiba mais: http://eclipse.gsfc.nasa.gov/eclipse.html