Uma nova estrela no céu… ou não!
Você já deve ter ouvido falar que as estrelas nascem, vivem e morrem. Assim como os humanos, que passam por uma gestação de nove meses (e só aí botam a boca no mundo), depois vivem e morrem, as estrelas também passam por períodos semelhantes. Seu nascimento demora bastante para os nossos padrões – mas não para elas –, até uns milhões de anos. Elas, então, começam a brilhar e ficam assim por até bilhões de anos. Após o esgotamento de seu “combustível” elas morrem. Mas durante este processo tem a vida das estrelas que pode ser de forma turbulenta.
Neste fim de ano fomos brindados com o “aparecimento” de uma estrela. Ela surgiu no céu, visível a olho nu, na constelação do Centauro: a Nova Centauri 2013. O nome “Nova” dá a falsa ideia de que é uma estrela recém-nascida. Esse nome é antigo – vem de antes da invenção dos telescópios, quando ainda não se conhecia muita sobre a natureza das estrelas – e remete ao aparecimento repentino de uma nova estrela visível a olho nu. Estamos falando de um sistema binário (duas estrelas girando ao redor de um centro comum) sendo uma gigante e sua companheira uma anã branca (o resto de uma estrela que já morreu). Essas duas estrelas estão interagindo gravitacionalmente, trocando matéria. A anã branca rouba matéria da gigante, que, ao atingir a superfície dela desencadeia uma reação termonuclear, provocando um aumento estupendo de brilho. Nesses casos as estrelas não são destruídas e podem vir novas explosões de brilho com novas trocas de matéria.
Na foto a seguir, obtida no deserto do Atacama, no Chile, no dia 5 de dezembro, podemos identificar a Nova Centauri 2013 próxima de uma estrela bastante conhecida de nós do hemisfério sul: a Beta Centauri. Onde vemos a Nova Centauri 2013 não podíamos ver nenhuma estrela a olho nu até então.