O trânsito de um planeta ocorre quando ele passa na frente do disco estelar e cobre uma parte da estrela. Desta forma, o brilho da estrela diminui e o planeta pode ser identificado. É como se estivesse ocorrendo um eclipse, mas em pequenas proporções, pois o planeta escurece uma parte muito pequena da estrela, mas, em alguns casos, o suficiente para ser detectado.
Esquema do trânsito de exoplaneta em frente da estrela (em cima). Curva de luz do exoplaneta XO-5b (em baixo). Crédito: João Gregório.
O grau de obscurecimento permite estimar o raio e a massa do corpo celeste. Mas são necessárias outras observações de trânsitos para se confirmar a existência de um exoplaneta. Isso pode ser demorado, dependendo da órbita do planeta. Se ele estiver distante da estrela pode-se levar anos para voltar a passar novamente na frente do disco estelar. Outra dificuldade encontrada é que a órbita planetária pode não estar em nossa linha de visão, impossibilitando a observação do trânsito.
Esta técnica sozinha não faz milagres. Ela é eficiente para encontrar candidatos a planetas. Mas precisa da ajuda de outras técnicas para a sua confirmação. Podemos ter uma noção desta dificuldade tomando como parâmetro um estudo feito pelo Observatório Europeu do Hemisfério Sul – ESO, localizado no Chile, com quatro mil estrelas. Destas, 40 tinham diminuição do brilho, mas apenas um planeta foi confirmado com a ajuda de outros métodos.