Estive muito recentemente em Alexandria, no Egito, participando de um congresso da International Planetarium Society. Tirando todas as peculiaridades urbanísticas da cidade (dá pra acreditar que na cidade não existem sinais de trânsito?!?) e o fato de eu me chamar Alexandre (eu sempre ouvia piadinhas sobre ser um Alexandre em Alexandria…), o que eu sempre vou guardar na memória é a Biblioteca.
A Biblioteca de Alexandria original, em seu auge, ocupou três sítios distintos, independentes e simultâneos. Nada sobreviveu aos dias de hoje. Mas em um dos sítios originais, o governo egípcio, há sete anos, patrocinou a construção de um complexo majestoso que reúne uma suntuosa biblioteca, um planetário e um centro de convenções. O conjunto todo atende pelo nome de Bibliotheca Alexandrina, ou simplesmente, a Nova Biblioteca de Alexandria.
Falar sobre a Biblioteca não faz jus à sua beleza ou imponência. Mas conto aqui duas anedotas pescadas do discurso de abertura feito pelo Diretor-Geral, Ismael Serageldin…
Primeiro momento. “Gostaria de dar boas-vindas a todos aqui em nossa biblioteca, mundialmente famosa, e apresentar minhas mais sinceras desculpas pelo hiato em nosso atendimento… algo em torno de 1.600 anos…” Risos gerais na plateia.
Segundo momento. “Como meu antecessor, Eratóstenes, planejou…” Risos menos gerais, mas um sentimento de inveja palpável! Eratóstenes, para quem não ligou o nome à pessoa, foi quem mediu a circunferência da Terra usando sombras, no século II AEC. Não é qualquer um que pode se referir a Eratóstenes como “meu antecessor”.
Pano rápido!