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Phobos-Grunt, uma pequena queda

No domingo, 14 de janeiro, caíram no oceano Pacífico fragmentos da sonda russa Phobos-Grunt, desenhada para ir à lua marciana Fobos e retornar com amostras do solo. A sonda ficou presa em órbita da Terra por uma falha em seus motores durante o lançamento. Essa seria a primeira missão russa interplanetária nos últimos 15 anos.

Sempre que um objeto em órbita da Terra entra nas camadas mais densas da atmosfera, sem os parâmetros de reentrada corretos, ele é destruído. Isso aconteceu com o ônibus espacial americano Columbia, em 2003, que perdeu uma parte de seu revestimento externo, alterando sua forma, e acontece propositalmente diversas vezes para destruir satélites que terminaram sua vida útil. Assim, quando a Phobos-Grunt reentrou na atmosfera, foi destruída e apenas fragmentos chegaram à superfície.

Algo muito parecido ocorreu com o satélite americano UARS, que ficou sem comunicação com a base na Terra, e se destruiu na atmosfera terrestre no fim de 2011.

O programa espacial russo vem tentando se reerguer e a falha do Phobos-Grut foi um lamentável evento. Em geral, as notícias que nos chegam sobre astronáutica falam de conquistas americanas, mas é fundamental lembrar dos inúmeros sucessos obtidos pela União Soviética e, mais tarde, a Rússia. Antes do primeiro homem (um americano) pisar na Lua, os soviéticos já tinham enviado o primeiro animal para o espaço, colocado o primeiro homem em órbita, enviado a primeira sonda para a Lua e a primeira sonda para Vênus.

Os caras não fizeram poucas coisas e não são nada fracos. Além da Rússia temos também outros países atualmente, como China e Índia, mostrando seus rostos na conquista do espaço. Apesar de muitas vezes (ou sempre?) a tecnologia espacial ter estado ligada às atividades militares, o conhecimento e o alcance humanos pegam uma boa carona.

Esse aparente insucesso da Phobos-Grunt, que certamente, não servirá para desestimular os russos, também me lembra a explosão de um foguete na base de lançamento de Alcântara, ocorrido no mesmo ano do acidente com o ônibus espacial Columbia. O acidente matou cerca de 20 pessoas e muitas críticas foram levantadas sobre a competência dos engenheiros e técnicos brasileiros, e sobre os investimentos para nossa própria auto-suficiência em lançamentos espaciais.

Bom, os programas espaciais russos e americanos não pararam nem caíram no descrédito de seus cidadãos com nenhum dos acidentes ocorridos.

Leia mais sobre a missão Phobos-Grunt e seu fim nesses links, em inglês:
http://en.rian.ru/world/20120115/170769403.html
http://en.rian.ru/infographics/20111115/168723275.html

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