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O “Décimo” Planeta e a Importância das Aspas

Recentemente, foi noticiada a descoberta de um corpo maior que Plutão e que seria o “décimo” planeta do Sistema Solar. Esse corpo recebeu, temporariamente, o nome 2003 UB313. É interessante analisarmos com cuidado essa notícia e repararmos em um detalhe sutil no que diz respeito à sua divulgação.

Antes de mais nada: não existe um décimo planeta! Temos ainda no Sistema Solar nove planetas, e devemos nos dar por satisfeitos, porque se Plutão fosse descoberto hoje também não seria considerado um planeta. Quem decide o que é planeta ou não é uma entidade chamada União Astronômica Internacional1.

Em 1951, o astrônomo Gerard Kuiper sugeriu que pequenos corpos deveriam ser encontrados em órbitas maiores que a órbita de Netuno, em uma região que mais tarde seria batizada de Cinturão de Kuiper. Sua teoria baseava-se na idéia de que o disco de matéria que formou os planetas do Sistema Solar não deveria ter um limite muito bem definido, mas sua densidade provavelmente ia diminuindo gradativamente do centro para as regiões externas.

O Cinturão de Kuiper foi teoria até o ano de 1992, quando se teve a primeira evidência observacional. Plutão foi descoberto em 1930, quando não havia ainda a idéia de Kuiper; por isso o consideramos planeta. Se Plutão fosse descoberto hoje, não seria classificado como planeta, mas como um objeto do cinturão de Kuiper, assim como Sedna, Quaoar, o recém-descoberto 2003 UB313, e muitos outros.

Os corpos do Cinturão de Kuiper formam um grupo muito característico de objetos que merece uma classificação à parte. Rochosos, pequenos e gelados, esses corpos formaram-se em condições diferentes das condições em que se formaram os planetas do Sistema Solar.

O site da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) divulgou a notícia sob o título: Descoberto “10o Planeta”. A revista ‘Sky&Telescope’ utilizou: Astrônomos Descobrem “10o Planeta”. Aqui no Brasil, a notícia circulou sob títulos semelhantes, mas em alguns veículos de comunicação, com grande circulação nacional, não houve o cuidado de se colocar a expressão “10º Planeta” entre as imprescindíveis aspas. Não foi um descuido apenas nosso, muitos sites americanos e europeus também cometeram essa sutil e grave falha.

Com o tempo, melhoram as tecnologias para aquisição de imagens astronômicas e podemos enxergar objetos cada vez menores e cada vez mais distantes. Sem dúvida ainda teremos muitas outras descobertas de objetos do Cinturão de Kuiper, que poderemos chamar, com o devido cuidado, de “planetas”. Sempre entre aspas.

1- Esse texto foi escrito na época da descoberta de 2003 UB313, em 2005 (quando foi confirmada a existência desse objeto em fotografias obtidas em 2003). O texto já deixa claro que existem diferenças marcantes entre planetas e objetos do cinturão de Kuiper, e adverte o leitor de que Plutão não seria considerado planeta se sua descoberta tivesse sido recente. Um ano depois, em 24 de agosto de 2006, a União Astronômica Internacional criou a nova categoria planetas-anões, na qual foram classificados Plutão, 2003 UB 313 e outros corpos. Leia sobre essa nova classificação no Sistema Solar no artigo “Plutão e Sua Nova Família”. Poucos dias depois, 2003 UB313 foi batizado oficialmente de Éris.

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