O Dia do Astrônomo
Dezembro é mês de histórias. Assim… Era uma vez o filho de um imperador, nascido em uma cidade maravilhosa. Aos dois anos de idade, tornou-se órfão de mãe, e, aos cinco, seu pai abdicou do título de imperador. O jovem filho deveria sucedê-lo, mas, dada a sua pouca idade, os políticos da época organizaram um governo provisório, enquanto o futuro imperador não atingisse a maioridade. Essa maioridade foi declarada antecipadamente, e, aos 15 anos de idade, recebia uma coroa e a missão de comandar um povo. O novo imperador cresceu, assim como a nação que ele administrava. Era grande amante de ciência e de tecnologia, e fez questão de levar educação à população e de fomentar a pesquisa científica.
Talvez o leitor já esteja conhecendo essa história, e já tenha identificado o prematuro imperador como Dom Pedro II. Segundo imperador do Brasil, ele colocou em sua administração a marca de seu amor pela ciência. Criou escolas e faculdades. Em seu reinado, correu a primeira locomotiva em nossas terras. Foi instalado um cabo submarino ligando o Brasil à Europa, para comunicações telegráficas (isso mesmo, um cabo de comunicação que cruzava o oceano – e que funcionou até 1973). Foi instituído o selo postal, tornando o Brasil o terceiro país no mundo a adotar esse mecanismo que aumentava a agilidade dos serviços dos correios.
Seu espírito entusiasta o levou a uma exposição nos Estados Unidos, onde ele experimentou uma nova invenção que estava sendo exibida, algo cuja patente tinha o nome de um tal de Graham Bell. Muito provavelmente, Dom Pedro II foi o primeiro brasileiro a utilizar aquele revolucionário aparato que mudaria a história do mundo. Trouxe aquela invenção para nosso país, e inaugurou a telefonia brasileira.
Mas nesse coração que amava a ciência, havia lugar especial para a Astronomia. Era amigo pessoal do astrônomo francês Camille Flamarion. O Imperial Observatório – posteriormente Imperial Observatório do Rio de Janeiro, e atualmente Observatório Nacional, havia sido criado por seu pai, mas foi sob o reinado de Dom Pedro II que a instituição começou a ser de fato produtiva. Doou até instrumentos de seu observatório pessoal para que o observatório do país crescesse. E além de abrigar esse observatório, a cidade do Rio de Janeiro receberia no século seguinte o único curso de graduação em Astronomia do Brasil.
Por seu amor pela ciência e seu gosto em especial pela Astronomia, Dom Pedro II, além de ser chamado Magnânimo, recebeu o título de Patrono da Astronomia Brasileira. Foi escolhido o dia do seu aniversário, 2 de dezembro, para ser o dia da Astronomia, ou dia do Astrônomo. Homenagem bastante merecida.
Esse é o dia dos que contemplam o céu e se intrigam com os mistérios da Astronomia. Dia dos que acreditam que a tecnologia deve ser utilizada em serviço da vida. É o dia dos que se fazem perguntas sobre os mecanismos mais básicos da natureza. Dia dos que querem saber e não têm medo de perguntar. É o dia dos que têm ambição intelectual.
Dia dos que gostam de ler sobre curiosidades astronômicas. Assim sendo, querido leitor, parabéns pelo seu dia!
(Esse texto foi anteriormente publicado em http://astronomia.blog.br/o-dia-do-astronomo/)