O Dia do Asteroide
O Sistema Solar é composto do Sol (que concentra cerca de 90% da massa) e uma quantidade enorme de astros menores sem luz própria: planetas, planetas-anões, asteroides e cometas. Geralmente, astros menores que planetas (definidos em 2006) foram tratados, genericamente, por planetas menores, planetoides ou asteroides.
Conhecemos a órbita de quase um milhão de corpos menores (incluindo asteroides e cometas). Existem corpos intermediários, corpos que se assemelham a asteroides, com muitos traços de gases em sua composição, lembrando núcleos secos de cometas, sugerindo que alguns asteroides podem ter se originado de cometas. Foi o caso do astro Chiron, primariamente classificado como asteroide, mas, posteriormente, cogitou-se que seria um cometa, pela presença de material volátil e até pela formação de uma cauda. Outros astros da mesma família, chamados de Centauros, partilham características de cometas.
A diferença entre cometa e asteroide é basicamente de composição. Os cometas são um amontoado de gases (vapor de água, gás carbônico, entre outros) e poeira, cuja densidade é baixa e natureza volátil. Ao se aproximarem do Sol, os gases sublimam e se forma uma cauda típica. Já os asteroides são corpos mais compactos e secos, compostos de silicatos e metais. Se um corpo destes é atraído para atmosfera terrestre e se aquece devido a interação com o ar, o efeito luminoso é chamado de meteoro. Se o corpo não se consumir todo na atmosfera e chegar a atingir o solo, é chamado de meteorito. Se o brilho do meteoro for muito grande usamos o termo bólido (fireball, em inglês).
A maior parte dos asteroides está entre as órbitas de Marte e Júpiter. Esta região é chamada de cinturão principal e comporta dezenas de milhares de corpos que variam de tamanho, desde alguns metros a centenas de quilômetros.
O primeiro asteroide foi descoberto em 1801 pelo astrônomo italiano Guiseppe Piazzi (1746-1826). Recebeu o nome de Ceres e mede um pouco menos de mil quilômetros de diâmetro (o maior de todos). No início, foi considerado o planeta novo que faltava entre Marte e Júpiter. Havia um afastamento entre estes planetas que sempre sugeriu a presença de um planeta entre eles. Nos anos de 1802 e 1804, dois outros asteroides foram encontrados: Pallas (aproximadamente 545 km de diâmetro) e Juno (234 km). As descobertas sucessivas de mais corpos celestes nesta região acabaram por tirar o status de planeta de Ceres.
Um grupo de asteroides que traz interesse especial para nós terráqueos são os chamados asteroides rasantes, que recebem a sigla inglesa NEOs (Near-Earth Objects). Estes corpos cruzam com certa frequência a órbita terrestre e têm o potencial de atingir o nosso planeta. Temos evidências de que isto já aconteceu no passado e não é impossível que torne a acontecer. Acredita-se, inclusive, que foi um impacto destes que no passado extinguiu os dinossauros.
Um exemplo disto aconteceu em fevereiro de 2013, na cidade de Chelyabinsk (Rússia), sacudida pelo rugido de um corpo de aproximadamente 20 metros que penetrou a atmosfera terrestre a mais de 60.000 km/h. O meteoro explodiu a dezenas de quilômetros de altura e não atingiu nenhuma região habitada. Entretanto, o deslocamento do ar foi forte o bastante para gerar uma onda de choque. Esta onda sonora estilhaçou centenas de janelas de vidro, o que causou ferimentos em mais de 1.200 pessoas. Este foi o maior impacto registrado desde o evento em Tunguska (Rússia) no ano de 1908. Imagine se o impacto fosse direto?
Existem vários grupos que dedicam estudos sobre como reagir numa situação destas. Exemplos destas instituições:
A sonda Dawn, atualmente, nos tem trazido muitas revelações sobre Vesta e Ceres. Pontos claros encontrados no interior de uma cratera (foto abaixo) tem intrigado os cientistas. Muitos segredos dos asteroides já começam a ser desvendados.
No próximo dia 30 de junho é comemorado o Dia do Asteroide. Este evento foi criado em 2015 por um grupo encabeçado pelo astrofísico Brian May (guitarrista da banda de rock Queen), Danica Remy (da Fundação B612), Grigorij Richters (diretor de cinema) e Rusty Schweickart (ex-astronauta da NASA). A ideia era implementar o interesse público e científico nos asteroides com o propósito de criar defesas contra a possibilidade de uma colisão com a Terra. Desde então, várias atividades de divulgação científica têm sido realizadas anualmente em todo mundo. Nós, da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, vamos conversar sobre asteroides no dia anterior, 29/6, a partir das 20h, em uma live através do Facebook do Planetário.
Links interessantes:
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