A próxima revolução
Nos livros de história a palavra revolução costuma vir associada aos movimentos de transformação social e política, ocorridos, em geral, por via violenta. Agora, em julho, os franceses celebram o aniversário da “Queda da Bastilha”, marco da Revolução Francesa. A ciência, por vezes, nos oferece visões inesperadas do mundo em que vivemos, verdadeiras “revoluções científicas”, por permitirem transformações igualmente profundas. Um dos casos mais famosos é o da contribuição da luneta astronômica, em 1609, no embate Geocentrismo versus Heliocentrismo. Pois bem, esta semana o European Southern Observatory (Observatório Europeu do Sul), a principal organização europeia de astronomia, aprovou no dia 11 de junho, um megaprojeto que promete produzir uma nova revolução científica.
Trata-se do European Extremely Large Telescope (Telescópio Europeu Extremamente Grande), que terá um espelho principal com incríveis 39,3 metros de diâmetro. Este será o maior telescópio ótico e infravermelho já construído, permitindo uma nitidez de imagem que nenhum telescópio, seja no solo, seja no espaço, é capaz de obter atualmente.
Planeja-se o início das operações do telescópio gigante em meados da próxima década, certamente procurando respostas para algumas das principais indagações, não só dos astrônomos, mas do ser humano em geral. Uma delas diz respeito à existência ou não de vida fora da Terra. O “grandão” estudará planetas parecidos com a Terra, localizados na chamada “zona de habitabilidade”, região onde a vida poderia ter mais chances de surgir. Espera-se também que obtenhamos importantes resultados para a cosmologia, por meio do estudo das primeiras estrelas e galáxias que surgiram no Universo, e quem sabe, obter respostas sobre outra questão perturbadora: qual a origem do Universo?