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Coluna do Astrônomo

Ondas gravitacionais

LIGO quer dizer Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory, que em livre tradução seria Observatório de ondas gravitacionais por interferometria a laser. Sua missão: detectar distorções no próprio espaço-tempo que o contém (e contém a todos!). Essas distorções são chamadas de “ondas gravitacionais” e, após mais de uma década de buscas, elas finalmente foram encontradas!

Gerido por um consórcio de universidades e centros de pesquisa dos EUA, encabeçado pela CalTech e pelo MIT, o LIGO são na verdade dois observatórios: um no estado de Washington, costa oeste norte-americana, e outro no estado da Louisiana, no Golfo do México. Ambos consistem em grandes construções em forma de “L”, cada braço, com cerca de 4km, abrigando um delicado feixe de laser que se mantém em contínuo vaivém graças a espelhos nas extremidades. A esperança – comprovada- era de que uma onda gravitacional mudasse, ainda que por frações de segundo, a posição desses espelhos, causando uma interferência nos feixes luminosos.

Não custa lembrar: ondas gravitacionais são distorções no espaço. A passagem de tais ondas por nossa vizinhança causaria distorções em tudo: no planeta, nas cidades, nas pessoas. Mas como essas distorções são infinitamente sutis, e quando acontecem, acontecem em uníssono ao nosso redor, nós não as percebemos. De fato, para que o LIGO pudesse detectar estas ondas, e foi isso que ele fez em setembro passado (e que foi anunciado hoje), foi necessário um choque colossal entre dois buracos negros, que aconteceu há cerca de um bilhão de anos, muito, mas muito longe daqui!

As ondas gravitacionais foram previstas por Einstein em 1915, mas só agora foram finalmente detectadas pelo LIGO. Estamos abrindo uma nova janela de observação do Universo! Nas palavras dos cientistas do LIGO, é como se Galileu estivesse usando seu telescópio para ver os céus pela primeira vez novamente!

É a história da Ciência sendo construída bem em frente de nós…

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Coluna do Astrônomo

De novo?!

 

Quando vejo este tipo de notícia, “Einstein certo de novo…” sempre me vem um certo estranhamento. Como assim, de novo? Quando falou sobre a curvatura da luz, sobre a natureza da gravidade e a relação entre tempo, espaço, matéria e energia (e fez isso no começo do século passado), Einstein acertou. E acertou lá atrás. Não há novidades sobre isso. Há cem anos sabemos isso. Teste após teste…

 

A experiência chinesa é bacana e não é desprovida de méritos. A notícia é essa: a experiência. Se ela tivesse provado que Einstein tinha errado, aí seria uma GRANDE notícia. Já imaginou: “Einstein estava errado!” Isso seria notícia. É como se ensina nas faculdades de jornalismo. “Cachorro morde menino” não é notícia. É cotidiano. “Menino morde cachorro”… isso sim é notícia!

 

Mas a experiência chinesa comprovou o que Einstein disse há quase cem anos, e o que já sabíamos teste após teste após teste. “Cachorro morde menino”. Cotidiano…

 

E, afinal, o que fez a experiência? Criaram em laboratório um efeito que já é bem conhecido (e comprovado desde 1919, graças à observação de um eclipse em Sobral, no Ceará): a lente gravitacional. A luz faz uma curva na presença de um campo gravitacional intenso. Isso Einstein previu em 1915 e foi observado em 1919. Agora foi feito em um laboratório chinês. (E, certamente, não foi a primeira vez que isso foi feito em laboratório. Talvez tenha sido a primeira vez com este método, com um chip.)

 

Einstein acerta de novo. Muito bom. E vai continuar acertando enquanto os cientistas continuarem construindo experimentos para comprovar a curvatura dos raios de luz.

 
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Coluna do Astrônomo

A Curvatura do Espaço-Tempo e uma Exposição na Alemanha

 

Quando Albert Einstein formulou a Teoria da Relatividade Geral, em 1915, que diz, entre outras coisas, que a luz sofre um desvio na presença de um campo gravitacional, ele talvez nunca tenha imaginado que este novo conceito cosmológico seria um dia usado como modelo para uma exposição! Se bem que nós estamos falando de Einstein.

Bem, mesmo não duvidando que um dos maiores cientistas do mundo teria imaginado esta exposição, o fato é que ela foi idealizada pelo argentino Tomás Saraceno para o museu de Düsseldorf, na Alemanha, e cria representações da estrutura do Universo e simula como os campos gravitacionais deformam o espaço-tempo.

Chamada de “In Orbit”, a exposição foi colocada a 20 metros de altura, cobrindo uma área de 2.500 m2, em três andares de redes interligadas! O visitante pode caminhar sobre as redes e com isso observar uma deformação causada pelo seu peso. A intenção do idealizador da exposição é justamente essa, fazer com que o visitante crie uma analogia da deformação na rede com a de um astro no espaço-tempo. Esferas gigantes de PVC transparentes também ajudam a visualizar a deformação.

O que é sensacional na exposição é a capacidade de promover expectativa e fascínio. Como as redes estão suspensas a sensação de estar flutuando deve ser bem incrível. Quem não gostaria?

Outra coisa que a exposição mostra é a tendência em museus de arte de criar exposições que envolvam mais o visitante em seus acervos, explorando conceitos e fenômenos científicos, tornado o ambiente mais ativo para o aprendizado.

Podemos dizer que único problema desta exposição é que ela fica na Alemanha! Mas quem sabe um dia algum dos nossos museus brasileiros não aproveita esta ideia ou cria uma melhor ainda?

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Coluna do Astrônomo

A Relatividade à beira da Piscina

Quando Einstein concluiu sua Teoria da Relatividade, em 1915, ficou comprovado que o tempo (assim como o espaço) é relativo. Einstein costumava brincar dizendo que um minuto ao lado de uma bela mulher passa muito mais rápido do que um minuto segurando uma panela quente.

Certamente, era uma brincadeira (um tanto machista, diga-se de passagem). O que Einstein descreve nesse exemplo é o tempo subjetivo, e não o tempo relativo. A percepção do tempo não tem nada a ver com a Teoria da Relatividade, que nos diz justamente o contrário: há métodos seguros e precisos para medirmos o tempo, que é relativo, e que não dependem de nossas percepções.

Mas é o tempo subjetivo que mais nos afeta e é a ele que estamos atrelados. Pois bem: Ísis (minha filha, com quase três anos de idade) fez ontem sua primeira aula de natação sem fralda. Foram trinta minutos tensos, comigo aflito, por perto, esperando por um “acidente” a qualquer momento.

No final, deu tudo certo. Mas como demoraram para passar aqueles trinta minutos!

Tempo subjetivo…

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Coluna do Astrônomo

Qual é a sua frase preferida de Einstein?

Hoje terminei um curso na ENAP, Escola Nacional de Administração Pública. Estava alimentando meu lado não-astrônomo, que muitas vezes fica abandonado, esquecido, relegado ao segundo plano. O curso em si não cabe aqui para ser comentado. Mas fiquei impressionado com as citações de Einstein que o professor (um administrador) usou! Talvez Einstein seja a pessoa mais citada da face da Terra! (Provavelmente Shakespeare ganha, mas sendo autor teatral, ele quase seria um caso à parte, ou “café-com-leite”, como se diz por aí…)

A citação surgiu em meio a um estudo de caso, ligado diretamente à administração. Cito, de memória, o professor citando Einstein. Posso estar errando algo… Disse Einstein: “Há duas coisas realmente infinitas. Uma é o Universo. A outra é a estupidez humana. E não estou tão certo assim sobre a primeira…”

Confesso que não me recordo o contexto no qual Einstein disse essa frase. Seca e incisiva, ela destoa da figura doce e brincalhona que todos guardamos do grande cientista. Certamente algo o havia irritado. E muito!

Há outras frases famosas de Einstein. Gosto muito de “Deus não joga dados com o Universo” e de “A imaginação é mais importante do que o conhecimento”.

E você? Qual é a sua frase preferida de Einstein?