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Quem tem medo de buracos negros?

Quando leio uma notícia relacionada a buracos negros, sempre me pergunto: o que o cidadão médio imagina quando ouve (ou lê) este termo, “buraco negro”?

Minha preocupação se sustenta porque buracos negros não são buracos. E, pasmem, não são negros também! O termo “buraco negro” foi cunhado pelo físico americano John Wheeler, que achava um verdadeiro trava-língua o nome de batismo destes corpos celestes: objetos totalmente colapsados gravitacionalmente.

A ideia de algo que viria a ser chamado de buraco negro remonta ao século XVIII. Naquela época, prevalecia a ideia newtoniana de que a luz era feita de corpúsculos materiais e, portanto, estava sujeita à força da gravidade. Se a luz sofre a influência da gravidade, haveria no Universo um corpo com gravidade tão forte a ponto de não deixar a luz escapar? Este corpo, por definição, não seria visível, pois toda e qualquer emissão luminosa que ele produzisse (ou refletisse) acabaria prisioneira deste campo gravitacional intenso. E como este objeto jamais seria visto, nunca ninguém se preocupou em encontrá-lo!

Em meados do século XIX, Maxwell mostrou que a luz não possuía massa; ela era na verdade uma onda eletromagnética. Isso jogava por terra a hipótese do “buraco negro”. Mas já no século XX, Einstein mostrou que mesmo algo sem massa sofre o efeito da gravidade. A gravidade, segundo a Relatividade Geral, não é uma força, mas sim uma deformação no espaço. A luz, singrando o espaço, acaba desviando de seu caminho original porque este espaço está curvado devido à gravidade. E logo ressurgiu a ideia de um objeto celeste que curvasse o espaço de tal maneira que a luz ficasse aprisionada em uma certa região. Era o ressurgimento do conceito de “buraco negro”.

A Teoria de Evolução Estelar, criada, aperfeiçoada e refinada ao longo do século XX, trouxe à tona a possibilidade de estrelas de grande massa morrerem de forma cataclísmica e, neste processo, terem seus núcleos originais contraídos de tal forma que o espaço em volta deles se fecharia em si mesmo. Isso é exatamente a ideia por trás de um “buraco negro”.

Ou seja, um buraco negro é um objeto astrofísico que se origina através do fim violento de uma estrela de grande massa. Como o Sol e as demais estrelas, ele deve ter formato esférico e certamente não é um buraco. Wheeler cunhou este termo querendo dizer que uma vez que você caísse em um objeto desses, não mais voltaria. Ou seja, seria uma espécie de “buraco sem fundo”.

O “negro” do termo faz alusão ao fato de que a luz não consegue escapar desta atração gravitacional. Ou seja, ele não brilha. Mas Stephen Hawking mostrou que algo pode escapar de um buraco negro, através de complicados processos quânticos. Este fenômeno, conhecido como evaporação de Hawking, faz o buraco negro definhar com o tempo e, eventualmente, desaparecer.

Nas imediações de um buraco negro, coisas interessantes acontecem. Emissões de raios gama e radiação de frenagem são as mais conhecidas. E é assim, observando as imediações, que nós, astrônomos procuramos buracos negros. Que, lembrem-se, não são buracos. Nem tampouco são negros!

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