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Juno chega a Júpiter

Chegou a Júpiter a sonda Juno, lançada em 5 de Agosto de 2011 pela agência espacial norte americana NASA (do inglês National Aeronautic and Space Administration). Essa é a segunda sonda do programa New Frontiers (inglês para Novas Fronteiras), do qual fez parte a primeira sonda enviada a Plutão, a New Horizons (inglês para Novos Horizontes), que chegou ao planeta-anão em 2015 (leia mais sobre New Horizons – Mesma Rota Mas Outro Destino e Sonda New Horizons Chegando em Plutão). O sinal de confirmação da chegada de Juno a Júpiter foi recebido à 00h53min do dia 5 de Julho de 2016, no horário de Brasília.

A missão Juno foi planejada para aumentar nosso conhecimento sobre o maior planeta que gira ao redor do Sol. Júpiter teve importante participação no arranjo dinâmico do Sistema Solar, com sua gravidade atuando de forma decisiva para distribuir planetas, cometas, asteroides, objetos do cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort em suas órbitas atuais.

Dentre os objetivos principais da Juno estão:

  • Determinar quanta água há na atmosfera de Júpiter, o que ajudará a refinar nossa compreensão sobre a formação planetária;
  • A região próxima ao Sol é muito quente para se formar água. A distância apartir da qual a formação de moléculas de água é possível variou com o tempo, na medida em que o Sistema Solar se desenvolvia. Após a formação planetária, e até hoje, essa distância é de cerca de 5UA., aproximadamente a distância média de Júpiter ao Sol. A quantidade de água encontrada no planeta vai verificar se o Sistema Solar se desenvolveu como é previsto pelas teorias mais aceitas.
  • Medir a composição, temperatura, movimentos e outras propriedades das nuvens da atmosfera do planeta;
  • As cores características de Júpiter evidenciam as diferentes composições químicas de suas nuvens. Nunca chegamos tão perto delas antes! Os movimentos da atmosfera de qualquer planeta são bastante complexos, e isso se acentua quando se trata de planetas gasosos. Compreender essa dinâmica atmosférica em Júpiter vai contribuir para compreendermos nossa própria atmosfera, incluindo formação de ciclones e furacões.
  • Mapear os campos magnético e gravitacional de Júpiter, permitindo que conheçamos melhor sua estrutura interna. Estudando o campo gravitacional de Júpiter poderemos entender sua distribuição interna de matéria. Através do campo magnético podemos supor sua estrutura interna, pois ela é a origem da parte mais importante desse campo. A combinação disso pode, finalmente, resolver a dúvida sobre Júpiter ter ou não um núcleo sólido.
  • Explorar e estudar a magnetosfera próxima aos polos do planeta, especialmente as auroras, permitindo compreender como o campo magnético de Júpiter afeta sua atmosfera.

Magnetosfera é a região em torno de um astro onde partículas carregadas são capturadas por seu campo magnético. A aceleração dessas partículas para os polos magnéticos do astro produzem as auroras. Altas camadas da atmosfera em geral interagem com essas partículas, e compreender essa interação é fundamental para compreender a estrutura da atmosfera em altas regiões.

Se tudo der certo, teremos nos próximos dias imagens obtidas pela Juno, que nos permitirá ver Júpiter como nunca foi visto antes. Segundo a mitologia romana, Júpiter era o deus dos deuses, e protegeu-se sob um véu de nuvens para esconder suas imperfeições morais. Foi sua esposa, Juno, quem conseguiu olhar por debaixo dessas nuvens e ver a verdadeira natureza de Júpiter.

Leia Mais:
Site da NASA (em inglês): https://www.nasa.gov/mission_pages/juno/overview/index.html
Site da Missão Juno (em inglês): https://www.missionjuno.swri.edu/#/mission

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