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Planeta Extrassolar no Sistema Estelar Mais Próximo do Sol – Alfa Centauri

Por Leandro Guedes – Astrônomo da Fundação Planetário

Astrônomos Europeus descobriram um planeta de massa semelhante à da Terra girando ao redor da estrela Alfa Centauri B, uma das componentes do sistema Alpha Centauri. Um sistema estelar é composto por algumas estrelas ligadas gravitacionalmente. Em Alpha Centauri temos três estrelas: Alpha Centauri A, Alpha Centauri B e Próxima Centauri. Essa última é a mais próxima do Sistema Solar, e também a menos brilhante.

Concepção artística de um planeta orbitando Alpha Centauri B, com Alpha Centauri A ao fundo (Fonte: ESO).
Concepção artística de um planeta orbitando Alpha Centauri B, com Alpha Centauri A ao fundo (Fonte: ESO).

As estrelas de Alpha Centauri são as mais próximas de nós depois do Sol. As estrelas deste sistema estão próximas o suficiente para que não possamos observá-las separadamente sem um equipamento. A pouco brilhante Proxima Centauri é a mais difícil de ser observada, mas com um telescópio simples, ou um bom binóculo, é possível observar as Alpha Centauri A e Alpha Centauri B.

No céu, o sistema pode ser observado nas proximidades do Cruzeiro do Sul. Podemos encontrar duas estrelas bem brilhantes formando uma linha reta quase apontando para a cabeça da cruz. A mais afastada do cruzeiro é Alpha Centauri. Não tente apertar os olhos ou usar a imaginação para ver separadamente Alpha Centauri A, Alpha Centauri B ou mesmo a Próxima Centauri sem telescópio! Não dá. Sem telescópio o sistema parece uma estrela única. Por isso, muitas vezes falamos na estrela Alpha Centauri, mas sem esquecer que se trata, na verdade de um sistema triplo de estrelas.

O Cruzeiro do Sul, à direita, com as estrelas Alpha Centauri e Beta Centauri. Alpha Centauri é a mais afastada do Cruzeiro.
O Cruzeiro do Sul, à direita, com as estrelas Alpha Centauri e Beta Centauri. Alpha Centauri é a mais afastada do Cruzeiro.

Bom, esse planeta, apesar de ter massa apenas um pouco maior que a da Terra, não está na zona de habitabilidade. Ele está a uma distância de 0,04 unidade astronômica de Alpha Centauri B. Isso é mais próximo do que Mercúrio está do Sol. Seu período de revolução ao redor da estrela, o ano desse planeta, é de apenas 3,2 dias, enquanto mercúrio completa uma volta ao redor do Sol em cerca de 88 dias.

Existem várias técnicas de detecção de planetas extrassolares.  A técnica utilizada para descobrir o pequeno e próximo planeta em Alpha Centauri B, foi a de observar o balanço da estrela provocado pela presença do planeta. O mais importante dessa descoberta não é exatamente o planeta, que não está nem na zona de habitabilidade, mas o grau de precisão com que essa técnica foi utilizada. A velocidade do deslocamento provocado em Alpha Centauri B por esse planetinha é de 1,8km/hora. Uma pessoa caminhando tem uma velocidade de cerca de 5km/h.

Com esse método de observação do deslocamento da estrela, é possível apenas se estimar a massa mínima do planeta. Para saber sua massa com mais exatidão, seria preciso conhecer a inclinação da órbita, o que não é possível apenas se observado o balanço da estrela ao longo da linha de visada (ou seja, o afastamento e aproximação ao longo de uma linha reta ligando a Terra à estrela). Entretanto, estatisticamente, essa massa mínima normalmente é próxima da massa real do planeta.

A descoberta foi feita com o equipamento HARPS, localizado no observatório de La Silla, pertencente ao Observatório Europeu do Sul, ESO (da sigla em inglês de European Southern Observatory). Esse observatório completou em 2012 cinquenta anos de funcionamento e coleta de dados revolucionários para a Astronomia.

Pois é, apesar de não estar na zona de habitabilidade esse planeta marca um grau de refinamento sem precedentes em nossa capacidade de detectar planetas extrassolares. Passo a passo, chegamos cada vez mais perto de encontrarmos planetas semelhantes à Terra e na zona de habitabilidade para podermos, então, tentar encontrar civilizações parecidas com a nossa. É só uma questão de tempo!

Links de interesse:

 

ESO (em português): http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1241/
ESO (em inglês): http://www.eso.org/public/news/eso1241/
Artigo a Nature (em inglês): http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature11572.html
Informações complementares ao artigo na Nature (em inglês): http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/extref/nature11572-s1.pdf

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