Metano em Marte
Ao chegar ao Planetário hoje pela manhã, vi um comunicado da Agência espacial norte-americana (NASA) sobre a quantidade de metano encontrada na atmosfera do planeta Marte. Para as pessoas que chegam ao Rio de janeiro é fácil identificar este gás ao atravessar a Linha Vermelha, uma linha expressa da cidade, na área próxima à ilha do Fundão, onde sentirá o odor nauseabundo emanado daquela região da Baía da Guanabara.
Alguns tipos de micro-organismos produzem metano em seu metabolismo. Sendo assim, este gás pode ser utilizado como marcador da presença de vida em atmosferas planetárias, embora possa ser produzido independentemente.
A quantidade de metano encontrada pelo laboratório Curiosity no planeta Marte, utilizando o espectrômetro a laser, foi seis vezes inferior às medições anteriores feitas por satélites e observações terrestres.
Segundo o principal autor da pesquisa, Chris Webster, do laboratório de Propulsão a Jato da NASA, as medições de metano na atmosfera de Marte foram realizadas a partir da primavera marciana até o final do verão, sem resultados relevantes. Segundo o pesquisador, a descoberta teria sido emocionante, mas existe muita confiança nos valores obtidos e o mais importante é a expansão do conhecimento científico obtido.
Segundo Michael Meyer, cientista-chefe para a exploração de Marte, este resultado irá ajudar a direcionar os esforços pela busca de vida no planeta Marte, pois reduz a probabilidade de possíveis micro-organismos produtores de metano. Como existem diferentes tipos de metabolismos microbianos conhecidos, que não produzem metano, os pesquisadores buscarão outros marcadores de vida.
Para as pessoas que posteriormente irão questionar os gastos com uma pesquisa com resultado negativo, devo lembrá-los o que disse Thomas Edison, inventor do gramofone, da lâmpada incandescente, entre outros aparelhos: “Se eu encontrar 10.000 maneiras que algo não vai funcionar, eu não falhei. Eu não estou desanimado, porque cada tentativa errada descartada é outro passo à frente.”