Elas na Ciência
Cientistas
Ficha Técnica 🇧🇷
Acknowledgments 🇺🇸
Marie Curie 🇧🇷
“Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de compreender mais para temer menos.”
Conhecida como Marie Curie, Manya Sklodowska nasceu em Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, região que estava sob o controle da Rússia, um domínio que impunha restrições ao ingresso das mulheres nas universidades. Por esse motivo, Marie frequentou a chamada universidade itinerante, que funcionava clandestinamente no período noturno e mudava de localidade com frequência, para fugir da vigilância russa.
Em 1895, após se mudar para a França, Marie se casou com Pierre Curie, chefe do laboratório da Escola Municipal de Física e Química Industrial de Paris. Foi neste laboratório que Marie iniciou suas pesquisas, visando à obtenção do doutorado, cujo feito ainda era inédito para as mulheres na França. A partir de suas pesquisas e com a colaboração de seu marido Pierre, ela descobriu novos elementos radioativos – o polônio e o rádio. Além disso, analisou minerais de tório e constatou que todos eles emitiam radiação ionizante. Em 1898, o fenômeno da radioatividade foi percebido como algo totalmente novo, graças às pesquisas de Marie Curie e seu marido. Por causa de seus trabalhos, o casal foi laureado com o Prêmio Nobel de Física em 1903. Marie se tornou a primeira mulher a ganhar este prêmio.
Neste mesmo ano, a tese de doutorado de Marie foi considerada pelos examinadores como a mais importante contribuição científica registrada até então, cujo título foi: Pesquisas sobre substâncias radioativas. Então, em 1911, Marie Curie ganhou o Prêmio Nobel de Química devido aos avanços da química através da descoberta dos elementos rádio e polônio, pelo isolamento do rádio e pelo estudo da natureza e dos compostos desse elemento. O recebimento de dois Prêmios Nobel era um fato inédito. O nome de Marie Curie cresceu internacionalmente. Na pesquisa feita pela revista New Scientist, Marie Curie foi eleita a mulher mais influente da ciência, de todos os tempos. Marie Curie morreu na França, em 1934, de leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho.
Marie Curie (en) 🇺🇸
“Nothing in life should be feared, only understood. Now is the time to understand more so that we may fear less.”
Known as Marie Curie, Manya Sklodowska was born in Warsaw on November 7, 1867, a region that was under the control of Russia, a domain that imposed restrictions on women’s access to universities. For this reason, Marie attended the so-called itinerant university, which operated clandestinely at night and frequently changed locations to evade Russian surveillance.
In 1895, after moving to France, Marie married Pierre Curie, head of the laboratory at the Municipal School of Physics and Industrial Chemistry in Paris. It was in this laboratory that Marie began her research, aiming to obtain her doctorate, a feat still unprecedented for women in France. From her research and with the collaboration of her husband Pierre, she discovered new radioactive elements – polonium and radium. Furthermore, she analyzed thorium minerals and found that they all emitted ionizing radiation. In 1898, the phenomenon of radioactivity was perceived as something completely new, thanks to the research of Marie Curie and her husband. Because of their work, the couple was awarded the Nobel Prize in Physics in 1903. Marie became the first woman to win this prize.
In the same year, Marie’s doctoral thesis was considered by examiners as the most important scientific contribution recorded up to that time, titled: “Research on Radioactive Substances.” Then, in 1911, Marie Curie won the Nobel Prize in Chemistry due to advances in chemistry through the discovery of the elements radium and polonium, the isolation of radium, and the study of the nature and compounds of this element. Receiving two Nobel Prizes was unprecedented. Marie Curie’s name grew internationally. In a survey conducted by the New Scientist magazine, Marie Curie was elected the most influential woman in science of all time. Marie Curie died in France in 1934 from leukemia, surely due to massive exposure to radiation during her work.
Mary W. Jackson 🇧🇷
“Às vezes eles não estão cientes do número de cientistas negros e nem sequer sabem das oportunidades de carreira até que seja tarde demais.”
Mary Winston Jackson nasceu em Hampton, Virgínia, em 1921. Ela se formou no Hampton Institute em 1942 com dupla graduação em matemática e ciências físicas. Ao longo de sua jornada foi professora de matemática, recepcionista, contadora e secretária, até chegar, em 1951, ao Langley Memorial, seção segregada de Computação da Área Oeste do Laboratório Aeronáutico da NASA.
Mary trabalhou para o engenheiro Kazimierz Czarnecki no Túnel de Pressão Supersônica onde, além da experiência prática conduzindo experimentos na instalação, ele sugeriu que ela entrasse em um programa de treinamento que lhe permitisse ganhar uma promoção de matemática para engenheira.
Neste programa as aulas eram realizadas na então segregada Hampton High School. No entanto, Mary precisava de permissão especial da cidade de Hampton para se juntar a seus colegas brancos na sala de aula. De forma brilhante, Mary completou os cursos, ganhou a promoção, e em 1958 tornou-se a primeira engenheira negra da NASA em uma época em que as engenheiras de qualquer origem eram uma raridade. Sua carreira como engenheira aeroespacial durou cerca de 20 anos. Seu trabalho, em sua maioria, foi centrado no fluxo de ar em torno de aeronaves.
Com o decorrer dos anos, Mary percebeu que havia um teto de vidro para as profissionais femininas do centro, o que impedia a possibilidade de assumirem cargos de nível gerencial. Em 1979, ela deixou a engenharia e se tornou gerente do programa feminino na NASA, onde procurou melhorar as oportunidades para todas as mulheres na organização. Aposentou-se em 1985. Mary recebeu o Prêmio de Realização do Grupo Apollo, e foi nomeada Voluntária do Ano de Langley em 1976. Ela, assim como Dorothy Vaughan e Katherine Johnson, foram a inspiração para o aclamado filme Estrelas Além do Tempo, uma adaptação do livro de Margot Lee Shetterly.
Mary W. Jackson (en) 🇺🇸
“Sometimes they are not aware of the number of Black scientists and don’t even know about career opportunities until it’s too late.”
Mary Winston Jackson was born in Hampton, Virginia, in 1921. She graduated from the Hampton Institute in 1942 with dual degrees in mathematics and physical sciences. Throughout her journey, she worked as a math teacher, receptionist, accountant, and secretary, until she arrived at the Langley Memorial in 1951, the segregated Computing Section of the West Area of NASA’s Aeronautical Laboratory.
Mary worked for engineer Kazimierz Czarnecki in the Supersonic Pressure Tunnel where, in addition to practical experience conducting experiments at the facility, he suggested she enter a training program that would allow her to be promoted from mathematician to engineer.
In this program, classes were held at the then-segregated Hampton High School. However, Mary needed special permission from the city of Hampton to join her white colleagues in the classroom. Brilliantly, Mary completed the courses, earned the promotion, and in 1958 became NASA’s first Black female engineer at a time when female engineers of any background were rare. Her aerospace engineering career lasted about 20 years. Her work mostly focused on airflow around aircraft.
Over the years, Mary realized that there was a glass ceiling for female professionals at the center, preventing the possibility of assuming managerial-level positions. In 1979, she left engineering and became the program manager for women at NASA, where she sought to improve opportunities for all women in the organization. She retired in 1985. Mary received the Apollo Group Achievement Award and was named Langley Volunteer of the Year in 1976. She, along with Dorothy Vaughan and Katherine Johnson, were the inspiration for the acclaimed movie “Hidden Figures,” an adaptation of Margot Lee Shetterly’s book.
Henrietta S. Leavitt 🇧🇷
“Uma notável relação entre o brilho dessas variáveis e a duração de seus períodos será percebida. Como as variáveis encontram-se, provavelmente, a distâncias aproximadamente similares à Terra, seus períodos estão aparentemente associados à emissão real de luz “
Henrietta Swan Leavitt nasceu em 4 de julho de 1868 em Lancaster, Pensilvânia, Estados Unidos. Em 1887, iniciou seus estudos na Society for Collegiate Instruction of Women, em Cambridge, uma das primeiras instituições de ensino superior para mulheres. Em 1895, passou a trabalhar no Observatório da Universidade de Harvard sob direção de Edward Pickering, para atuar como calculadora, catalogando e classificando estrelas, principalmente estrelas variáveis. Ela procurou por estrelas variáveis através de placas fotográficas, comparando o tamanho da estrela com outras fixas próximas a ela.
Leavitt também analisou as galáxias satélites Grande e Pequena Nuvens de Magalhães, e encontrou, já nos primeiros meses, mais de 900 novas estrelas variáveis. Em seu trabalho, intitulado “Período de 25 variáveis na Pequena Nuvem de Magalhães”, em 1912, ela analisou a fundo os períodos de variações de brilho das estrelas, e produziu gráficos de período vs. magnitude, constatando que, quanto maior o brilho de uma estrela variável, maior é o seu período de variação. Leavitt descobriu a relação entre período e magnitude aparente (medida da luminosidade percebida de um objeto celeste quando visto da Terra), e isso deu à comunidade uma nova ferramenta de medição.
Ao apresentar um novo conceito, Leavitt passa da posição de calculadora para astrônoma. No entanto, a sua posição enquanto mulher não lhe possibilitava a continuidade de um estudo específico, e o diretor Pickering a mantinha em outros projetos. Contudo, sua constatação foi posteriormente utilizada como “régua cósmica” pelo astrônomo Edwin Powell Hubble, que descobriu os primeiros sistemas estelares fora da nossa Via Láctea e calculou as distâncias de outras galáxias. Além disso, seu trabalho foi essencial para que o astrônomo americano Harlow Shapley pudesse medir distâncias até aglomerados globulares e com isso estimar o tamanho da nossa Galáxia.
Henrietta trabalhou durante anos em Harvard e em 1921 foi nomeada chefe de fotometria estelar. A astrônoma deixou um grande legado e seu método das variáveis cefeidas continua sendo uma ferramenta moderna de medida de distâncias cósmicas.
Henrietta S. Leavitt (en) 🇺🇸
A remarkable relationship between the brightness of these variables and the duration of their periods will be perceived. Since the variables are probably at distances approximately similar to Earth, their periods are apparently associated with the actual emission of light.”
Henrietta Swan Leavitt was born on July 4, 1868, in Lancaster, Pennsylvania, United States. In 1887, she began her studies at the Society for Collegiate Instruction of Women in Cambridge, one of the first institutions of higher education for women. In 1895, she started working at the Harvard Observatory under the direction of Edward Pickering, to act as a computer, cataloging and classifying stars, mainly variable stars. She searched for variable stars through photographic plates, comparing the size of the star with other fixed ones nearby.
Leavitt also analyzed the satellite galaxies Large and Small Magellanic Clouds, and found, in the first months, over 900 new variable stars. In her work, entitled “Periods of 25 Variable Stars in the Small Magellanic Cloud,” in 1912, she thoroughly analyzed the periods of brightness variations of the stars and produced period vs. magnitude graphs, noting that the brighter a variable star, the longer its period of variation. Leavitt discovered the relationship between period and apparent magnitude (measured perceived brightness of a celestial object when viewed from Earth), and this gave the community a new measurement tool.
By presenting a new concept, Leavitt moved from the position of computer to astronomer. However, her position as a woman did not allow her to continue a specific study, and director Pickering kept her on other projects. However, her finding was later used as a “cosmic ruler” by astronomer Edwin Powell Hubble, who discovered the first stellar systems outside our Milky Way and calculated the distances to other galaxies. In addition, her work was essential for American astronomer Harlow Shapley to measure distances to globular clusters and thereby estimate the size of our Galaxy.
Henrietta worked for years at Harvard and in 1921 was appointed head of stellar photometry. The astronomer left a great legacy, and her method of Cepheid variables continues to be a modern tool for measuring cosmic distances.
Jocelyn Bell Burnell 🇧🇷
“Uma das coisas que as mulheres trazem para um projeto de pesquisa, ou mesmo qualquer projeto, é que elas vêm de um lugar diferente, elas têm um passado diferente.”
Jocelyn nasceu em Belfast, Irlanda do Norte, em 15 de julho de 1943. Seu pai era arquiteto e trabalhou no projeto do Planetário de Armagh, o que despertou seu interesse por Astronomia durante a infância. Mas, nas escolas não permitiam que as meninas estudassem ciências e sua família teve que brigar pra que ela pudesse fazer o que mais gostava: aprender Astronomia.
Em 1965, formou-se em física e seguiu para a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde obteve o doutorado em radioastronomia em 1969. Nesta instituição, ela ajudou na construção de um grande radiotelescópio e, em 1967, ao revisar os resultados do monitoramento de quasares, descobriu uma série de pulsos de rádio extremamente regulares. Intrigada, ela e sua equipe passaram os meses seguintes eliminando possíveis fontes dos pulsos, que eles apelidaram de brincadeira de LGM (para Little Green Men – Homenzinhos Verdes), pois eles pareciam uma tentativa de comunicação vinda de inteligência extraterrestre .
Eles monitoraram os pulsos usando equipamentos mais sensíveis, e acabaram descobrindo vários padrões mais regulares de ondas de rádio, o que determinou que os pulsos de rádio emanavam de fato de estrelas de nêutrons com rotação rápida, que mais tarde foram chamadas de pulsares pela imprensa. Entretanto, o Prêmio Nobel de Física de 1974 por esta descoberta foi concedido a Hewish e Martin Ryle. Vários cientistas proeminentes protestaram contra a omissão das contribuições de Jocelyn nesta premiação.
Jocelyn Bell lecionou na Universidade de Southampton, foi professora na University College London, Oxford e Open University, e trabalhou no Royal Observatory. Em 2001, assumiu a posição de reitora de ciências da Universidade de Bath. Em 2003 tornou-se membro da Royal Society e atuou como presidente da Royal Astronomical Society. Em 2021 recebeu a Medalha Copley. Ela continua sendo uma voz importante nas conquistas das mulheres, sempre defendendo mais espaço para elas no meio científico, principalmente em cargos relevantes.
Jocelyn Bell Burnell (en) 🇺🇸
“One of the things that women bring to a research project, or even any project, is that they come from a different place, they have a different past.”
Jocelyn was born in Belfast, Northern Ireland, on July 15, 1943. Her father was an architect and worked on the design of the Armagh Planetarium, which sparked her interest in Astronomy during her childhood. However, schools did not allow girls to study sciences, and her family had to fight for her to pursue what she loved most: learning Astronomy.
In 1965, she graduated in physics and went to the University of Cambridge, England, where she obtained her Ph.D. in radio astronomy in 1969. At this institution, she helped build a large radio telescope and, in 1967, while reviewing the results of quasar monitoring, discovered a series of extremely regular radio pulses. Intrigued, she and her team spent the following months ruling out possible sources of the pulses, which they jokingly nicknamed LGM (for Little Green Men), as they seemed like an attempt at communication from extraterrestrial intelligence.
They monitored the pulses using more sensitive equipment and eventually discovered several more regular patterns of radio waves, determining that the radio pulses indeed emanated from rapidly rotating neutron stars, later dubbed pulsars by the press. However, the 1974 Nobel Prize in Physics for this discovery was awarded to Hewish and Martin Ryle. Several prominent scientists protested against the omission of Jocelyn’s contributions in this award.
Jocelyn Bell taught at the University of Southampton, was a professor at University College London, Oxford, and the Open University, and worked at the Royal Observatory. In 2001, she assumed the position of Dean of Science at the University of Bath. In 2003, she became a Fellow of the Royal Society and served as president of the Royal Astronomical Society. In 2021, she received the Copley Medal. She continues to be an important voice in women’s achievements, always advocating for more space for them in the scientific community, especially in relevant positions.
Vera C. Rubin 🇧🇷
“A ciência progride melhor quando as observações nos forçam a alterar os nossos preconceitos.”
Vera Cooper Rubin nasceu na Filadélfia, Estados Unidos, em 23 de julho de 1928. Seu interesse pela astronomia começou em uma idade jovem. Seu pai a ajudou a construir um telescópio de papelão que ela usou para observar as estrelas. Ela possuía muita paixão pelos livros da biblioteca sobre astronomia e o céu noturno. Ela afirmou: “Não havia nada tão interessante na minha vida como observar as estrelas todas as noites”.
Graduou-se em astronomia pela Vassar College em 1948, e durante seu mestrado na Cornell University publicou resultados argumentando que as galáxias no Universo estariam não apenas se distanciando de um ponto central, mas também estão orbitando-o. Em 1954 obteve PhD na Georgetown University e, em sua tese, argumentou que as galáxias se agrupavam, formando aglomerados. Hoje, essas ideias não são apenas aceitas, mas comprovadas em diversos estudos.
Rubin foi a primeira mulher a receber permissão de uso para os equipamentos do Observatório Palomar, pertencente ao California Institute of Technology (Caltech). Antes disso, as mulheres não podiam acessar o prédio. Ela também garantiu uma posição como pesquisadora no Departamento de Magnetismo Terrestre do Carnegie Institute, onde estudou as curvas de rotação da Galáxia de Andrômeda, vizinha da nossa própria galáxia, a Via Láctea.
Ao lado de seu amigo Kent Ford, ela notou que as estrelas mais distantes do centro da galáxia se moviam a velocidades semelhantes às estrelas mais próximas do centro. Assim, em 1970, eles teorizaram a existência de uma grande quantidade de massa invisível que estaria exercendo uma força gravitacional intensa sobre as galáxias. Essa massa, porém, não emite ou interage com radiações eletromagnéticas, como a luz, e portanto recebe o nome de Matéria Escura.
Rubin revolucionou nossa compreensão do universo através de suas observações. Ela foi homenageada com o Prêmio Vera Rubin Early Career Prize. Além disso, há uma região em Marte chamada Vera Rubin Ridge, um asteroide com nome 5726 Rubin e um observatório em construção no Chile, nomeado de Vera C. Rubin Observatory. Além de tudo, Rubin advogou pela igualdade de gênero na carreira científica, até hoje inspirando muitas mulheres.
Vera C. Rubin (en) 🇺🇸
“Science progresses best when observations force us to alter our prejudices.”
Vera Cooper Rubin was born in Philadelphia, United States, on July 23, 1928. Her interest in astronomy began at a young age. Her father helped her build a cardboard telescope that she used to observe the stars. She had a great passion for library books on astronomy and the night sky. She stated: “There was nothing as interesting in my life as observing the stars every night.”
She graduated in astronomy from Vassar College in 1948, and during her master’s degree at Cornell University, she published results arguing that galaxies in the Universe were not only moving away from a central point but also orbiting it. In 1954, she obtained her Ph.D. at Georgetown University, and in her thesis, she argued that galaxies clustered together, forming clusters. Today, these ideas are not only accepted but also supported by various studies.
Rubin was the first woman to receive permission to use the equipment at the Palomar Observatory, owned by the California Institute of Technology (Caltech). Before that, women were not allowed access to the building. She also secured a position as a researcher at the Department of Terrestrial Magnetism at the Carnegie Institute, where she studied the rotation curves of the Andromeda Galaxy, our own galaxy’s neighbor, the Milky Way.
Alongside her friend Kent Ford, she noticed that the stars farther from the center of the galaxy moved at speeds similar to those closer to the center. Thus, in 1970, they theorized the existence of a large amount of invisible mass exerting intense gravitational force on galaxies. This mass, however, does not emit or interact with electromagnetic radiation, such as light, and therefore is named Dark Matter.
Rubin revolutionized our understanding of the universe through her observations. She was honored with the Vera Rubin Early Career Prize. Additionally, there is a region on Mars called Vera Rubin Ridge, an asteroid named 5726 Rubin, and an observatory under construction in Chile named the Vera C. Rubin Observatory. Furthermore, Rubin advocated for gender equality in scientific careers, inspiring many women to this day.
Cecilia Payne-Gaposchkin 🇧🇷
“Eu fui culpada por não ter pressionado meu ponto. Eu cedi à autoridade quando eu acreditava que eu estava certa. Se você tem certeza dos seus fatos, você deve defender a sua posição.”
Cecilia Helena Payne nasceu em 1900, em Wendover, na Inglaterra. Em 1919, recebeu uma bolsa para estudar Ciências Naturais na Universidade de Cambridge, onde teve que escolher três áreas do currículo básico. Suas escolhas foram: botânica, química e física. Teve que insistir para ter acesso a esta última, e foi aluna de Rutherford, em uma turma onde ela era a única mulher. Neste período teve de lidar com piadas e desconfianças, tanto de seus colegas quanto do próprio professor.
Nesse período, ela também reativou um observatório que estava parado no Newnham College. Contudo, mesmo diante de seus esforços, ela ouviu do diretor do Observatório que jamais seria uma astrônoma, que não passaria de uma amadora. Graduou-se em química e física sem receber o seu diploma, por ser mulher. Da mesma forma, ela poderia acessar algum curso de doutorado em Cambridge, porém não receberia o título, somente a formação.
Assim, ela se muda para os Estados Unidos em 1923 e passa a trabalhar no Harvard College Observatory com as chamadas “Computadores de Harvard”. Apesar da complexidade desse trabalho, ele era considerado de menor dificuldade e, consequentemente, de remuneração inferior, sendo atribuído como de “caráter feminino”. Seu trabalho era analisar os espectros de estrelas e classificá-los conforme a classe espectral (O, B, A, F, G, K, M). Mas naquela época ainda não se sabia explicar o que gerava as faixas de absorção e emissão, e nem de que elementos químicos as estrelas eram feitas.
Payne notou que os espectros das estrelas possuíam tais faixas nas mesmas regiões que os espectros de Hidrogênio e Hélio quando queimados, e então concluiu que as estrelas eram feitas desses elementos. Essa descoberta foi muito impactante para a sociedade científica da época, pois se acreditava que as estrelas eram feitas de materiais pesados assim como os planetas. Porém, cientistas como Henry Norris Russell, por acreditar que uma mulher não chegaria a uma conclusão plausível, negaram a teoria de Payne. Isso levou ela a excluir o hidrogênio e o hélio da tabela comparativa de resultados de sua tese.
Apenas quatro anos depois, Russel comprovou estar enganado, dando o crédito à pesquisadora que finalmente recebeu seu título de doutora. Payne foi a primeira pessoa a receber o título de doutora pelo laboratório, e a primeira professora e chefe do departamento de astronomia de Harvard. Ainda em vida recebeu diferentes homenagens, incluindo o Henry Norris Russell Prize, principal premiação concedida pela American Astronomical Society, em 1976, tornando-se a primeira mulher a recebê-la.
Cecilia Payne-Gaposchkin (en) 🇺🇸
“I was guilty of not pressing my point. I yielded to authority when I believed I was right. If you are certain of your facts, you must defend your position.”
Cecilia Helena Payne was born in 1900 in Wendover, England. In 1919, she received a scholarship to study Natural Sciences at the University of Cambridge, where she had to choose three areas of the basic curriculum. Her choices were: botany, chemistry, and physics. She had to insist on having access to the latter and was a student of Rutherford, in a class where she was the only woman. During this time, she had to deal with jokes and suspicions, both from her peers and from the professor himself.
During this period, she also reactivated an observatory that had been inactive at Newnham College. However, despite her efforts, she was told by the Observatory’s director that she would never be an astronomer, that she would only be an amateur. She graduated in chemistry and physics without receiving her diploma because she was a woman. Similarly, she could access a doctoral program at Cambridge, but would not receive the title, only the education.
Thus, she moved to the United States in 1923 and began working at the Harvard College Observatory with the so-called “Harvard Computers.” Despite the complexity of this work, it was considered less difficult and therefore lower-paying, being attributed as “feminine in character.” Her job was to analyze the spectra of stars and classify them according to spectral class (O, B, A, F, G, K, M). But at that time, it was still unknown what generated the absorption and emission bands, and which chemical elements the stars were made of.
Payne noticed that the spectra of stars had these bands in the same regions as the spectra of burned Hydrogen and Helium, and then concluded that the stars were made of these elements. This discovery was very impactful for the scientific society of the time, as it was believed that stars were made of heavy materials just like planets. However, scientists like Henry Norris Russell, believing that a woman would not reach a plausible conclusion, denied Payne’s theory. This led her to exclude hydrogen and helium from the comparative results table of her thesis.
Only four years later, Russell proved to be mistaken, giving credit to the researcher who finally received her doctoral degree. Payne was the first person to receive a doctoral degree from the laboratory, and the first professor and head of the astronomy department at Harvard. Still in her lifetime, she received various honors, including the Henry Norris Russell Prize, the main award given by the American Astronomical Society, in 1976, becoming the first woman to receive it.
Mileva Maric 🇧🇷
“Li nas entrelinhas um certo tom malicioso quando você escreveu que devo ter ciúme da ciência. Mas o que podemos fazer? Um pega a pérola, o outro, a caixa.”
Mileva Maric nasceu em 19 de dezembro de 1875, em Titel, atualmente pertencente à Sérvia. Em fevereiro de 1894, Mileva adquiriu uma permissão especial para estudar física. Em 1896 ela ingressou na Escola Politécnica de Zurique com a intenção de obter o diploma para exercer o magistério de física e matemática em escolas de ensino médio. Foi neste programa que conheceu Albert Einstein.
Mileva acabou engravidando em abril de 1901, e decidiu ter o bebê mesmo que Einstein não estivesse preparado para se casar. Em cartas que Einstein enviou para ela durante esse período, ele se refere aos trabalhos que estavam realizando por meio do termo “nosso trabalho”, deixando claro que ele via seu primeiro artigo como um produto da colaboração entre ambos.
A gravidez de Mileva subjugou sua empolgação em se tornar uma física. Pelos padrões do início do século XX, essa criança era ilegítima. Além disso, a família de Einstein era contra a relação deles, principalmente por Mileva não ser nem alemã nem judia. Os dois se casaram apenas em 1903, numa pequena cerimônia civil em Berna. Em 1905, Einstein publicou o artigo no qual descreve a explicação do efeito fotoelétrico, o que, posteriormente, daria o prêmio Nobel de 1921 para ele. Muitos autores consideram que foi o estudo de Mileva que possibilitou a Einstein calcular o valor fundamental do fóton.
O sétimo artigo de Einstein foi um trabalho com respeito ao movimento de moléculas e foi, novamente, outro tema sobre o qual ele e Mileva se corresponderam. Porém não há nenhuma menção a ela no agradecimento. Em cartas de Mileva para uma amiga durante 1905, ela demonstra estar entristecida por se sentir excluída da vida acadêmica.
Einstein havia se tornado um cientista renomado e uma celebridade. Enquanto isso, Mileva ficou em Praga, ela estava deprimida por não ser parte da academia científica, como ela sonhava, e por ter que passar a maior parte dos dias sozinha com os filhos. A situação do casal foi ficando mais dramática e Mileva e Einstein se separaram em 1914. Infelizmente, Mileva nunca publicou qualquer pesquisa sob seu nome ou reivindicou publicamente crédito por qualquer um dos trabalhos de Einstein.
Mileva Maric (en) 🇺🇸
“I read between the lines a certain malicious tone when you wrote that I must be jealous of science. But what can we do? One grabs the pearl, the other, the box.”
Mileva Maric was born on December 19, 1875, in Titel, currently part of Serbia. In February 1894, Mileva acquired a special permit to study physics. In 1896, she enrolled at the Polytechnic School in Zurich with the intention of obtaining a diploma to teach physics and mathematics in high schools. It was in this program that she met Albert Einstein.
Mileva ended up becoming pregnant in April 1901 and decided to have the baby even though Einstein was not ready to marry. In letters that Einstein sent to her during this period, he refers to the work they were doing using the term “our work,” making it clear that he saw their first article as a product of collaboration between them.
Mileva’s pregnancy subdued her excitement about becoming a physicist. By the standards of the early 20th century, this child was illegitimate. Furthermore, Einstein’s family was against their relationship, mainly because Mileva was neither German nor Jewish. They married only in 1903, in a small civil ceremony in Bern. In 1905, Einstein published the paper describing the explanation of the photoelectric effect, which would later earn him the Nobel Prize in 1921. Many authors consider that it was Mileva’s study that enabled Einstein to calculate the fundamental value of the photon.
Einstein’s seventh paper was a work on the movement of molecules and was again another topic they corresponded about. However, there is no mention of her in the acknowledgment. In letters from Mileva to a friend during 1905, she shows sadness at feeling excluded from academic life.
Einstein had become a renowned scientist and a celebrity. Meanwhile, Mileva stayed in Prague, feeling depressed for not being part of the scientific community as she had dreamed, and for having to spend most days alone with the children. The couple’s situation became more dramatic, and Mileva and Einstein separated in 1914. Unfortunately, Mileva never published any research under her name or publicly claimed credit for any of Einstein’s work.
Margareth Dalcolmo 🇧🇷
“ Nós lidamos o tempo inteiro com pessoas, cada uma tem a sua singularidade, cada uma tem a sua história e mesmo quando trabalhamos não na área clínica, mas de pesquisa, por exemplo, temos que pensar que aquilo que estamos nos empenhando a descobrir é para servir a pessoa. ”
Dalcolmo nasceu em 21 de junho de 1954, no interior do Espírito Santo. Aos dois anos de idade, sua família, que era descendente de imigrantes italianos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ela cresceu. Em 1978, formou-se em medicina pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). Realizou sua residência médica em pneumologia na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em 2000, recebeu seu título de doutora pela Escola Paulista de Medicina, vinculada à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Ela foi eleita Personalidade do Ano pelo Prêmio Faz Diferença 2020, em reconhecimento pelo trabalho no combate à Covid-19, sendo considerada porta-voz da ciência na mídia. Dalcolmo teve um papel essencial na conscientização da população sobre a doença e o combate à disseminação de notícias falsas. Além de acompanhar de perto os casos de Covid-19, contribuiu para definir protocolos de tratamento, coordenando um estudo para avaliar a influência da vacina BCG na imunização contra a Covid-19.
Dalcolmo é a nona mulher a se tornar membro da Academia Nacional de Medicina. Ela possui mais de 120 artigos científicos publicados, sobretudo na área de doenças infectocontagiosas. Também é considerada defensora da ciência, das vacinas e do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi eleita presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o biênio 2022-2024.
Além disso, ela integra o Expert Group for Essential Medicines List da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Regional Advisory Committee do Banco Mundial para projetos de saúde na África Subsaariana em tuberculose e doenças respiratórias. Em 2021 recebeu o prêmio Nise da Silveira, oferecido pela Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher (SPM-Rio). Atualmente é professora da pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Também atua como médica pneumologista e pesquisadora na Fiocruz, onde leciona e atende casos graves de tuberculose.
Margareth Dalcolmo (en)🇺🇸
“We deal all the time with people, each one has their uniqueness, each one has their story, and even when we work not in the clinical area, but in research, for example, we have to think that what we are striving to discover is to serve the person.”
Dalcolmo was born on June 21, 1954, in the interior of Espírito Santo. At the age of two, her family, which was of Italian immigrant descent, moved to Rio de Janeiro, where she grew up. In 1978, she graduated in medicine from the Higher School of Sciences of Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). She completed her medical residency in pneumology at the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz). In 2000, she received her doctorate degree from the Paulista School of Medicine, linked to the Federal University of São Paulo (UNIFESP).
She was elected Personality of the Year by the Faz Diferença 2020 Award, in recognition of her work in combating Covid-19, being considered a spokesperson for science in the media. Dalcolmo played an essential role in raising awareness among the population about the disease and combating the spread of false news. In addition to closely monitoring cases of Covid-19, she contributed to defining treatment protocols, coordinating a study to evaluate the influence of the BCG vaccine on immunization against Covid-19.
Dalcolmo is the ninth woman to become a member of the National Academy of Medicine. She has published over 120 scientific articles, mainly in the area of infectious diseases. She is also considered an advocate for science, vaccines, and the Unified Health System (SUS). She was elected president of the Brazilian Society of Pneumology and Tisiology for the 2022-2024 biennium.
In addition, she is part of the Expert Group for the Essential Medicines List of the World Health Organization (WHO) and the Regional Advisory Committee of the World Bank for health projects in Sub-Saharan Africa on tuberculosis and respiratory diseases. In 2021, she received the Nise da Silveira Award, offered by the Rio de Janeiro City Hall, through the Special Secretariat for Women’s Policies and Promotion (SPM-Rio). She is currently a professor in the postgraduate program at the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-Rio). She also works as a pneumologist and researcher at Fiocruz, where she teaches and treats severe cases of tuberculosis.
Elisa Frota Pessôa 🇧🇷
“E todos me diziam assim: “Isso não é profissão para mulher. Você vai ter o trabalho de fazer o exame e ser reprovada.” E eu disse: “Então eu quero ser reprovada”.
Elisa Frota Pessôa nasceu dia 17 de janeiro de 1921, no Rio de Janeiro. Filha de um advogado e uma dona de casa, ela tinha interesse em se tornar engenheira. Porém, enquanto estava no ensino médio, essa profissão era considerada exclusivamente masculina, o que a levou a mudar de ideia devido à resistência do seu pai, que acreditava que o casamento era a melhor carreira para as mulheres. Apesar do desencorajamento da família e da sociedade da época, em 1940, Elisa ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia que depois veio a integrar a Universidade do Brasil.
Em 1942, se formou em Física, sendo a segunda mulher a se formar na área no Brasil. Teve uma carreira marcada por forte preconceito masculino, pois, nessa época, se divorciou de seu primeiro marido e passou a morar com outro homem, algo que não era bem visto pela sociedade na época. Ao longo de sua carreira, fez pesquisas na USP, no University College em Londres, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e na Universidade de Trieste (Itália). Em 1949, ajudou na fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e, em 1950, Elisa juntamente com Neusa Margem, foi autora do primeiro trabalho científico do CBPF.
Foi chefe da Divisão de Emulsões Nucleares do CBPF de 1949 a 1964. Dedicou sua carreira acadêmica ao estudo das partículas elementares (mésons, prótons, nêutrons etc.) e radioatividade. Em 1969, foi aposentada compulsoriamente, juntamente com outros cientistas brasileiros, pelo Ato Institucional número 5, decretado no ano anterior pelo regime militar. Ela foi impedida até mesmo de continuar trabalhando no CBPF, organização então privada. Contudo, em 1992 ela se tornou pesquisadora emérita da instituição.
Elisa contribuiu significativamente na institucionalização da Física no país. Seu trabalho contribuiu na introdução da técnica de emulsões nucleares no Brasil e suas pesquisas auxiliaram na publicação de diversos trabalhos experimentais no Brasil, Europa e Estados Unidos. Foi crucial na luta para a mulher ter mais espaço na ciência no Brasil e hoje é uma grande influência para as meninas que desejam ter a ciência como carreira.
Elisa Frota Pessôa (en) 🇺🇸
“And everyone would tell me: ‘That’s not a profession for a woman. You’re going to go through the trouble of taking the exam and failing.’ And I said: ‘Then I want to fail’.”
Elisa Frota Pessôa was born on January 17, 1921, in Rio de Janeiro. The daughter of a lawyer and a housewife, she was interested in becoming an engineer. However, while she was in high school, this profession was considered exclusively male, which led her to change her mind due to the resistance of her father, who believed that marriage was the best career for women. Despite discouragement from her family and the society of the time, in 1940, Elisa enrolled at the National Faculty of Philosophy, which later became part of the University of Brazil.
In 1942, she graduated in Physics, becoming the second woman to graduate in the field in Brazil. She had a career marked by strong male prejudice because, at that time, she divorced her first husband and began living with another man, which was not well regarded by society at the time. Throughout her career, she conducted research at USP, University College London, Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro, and the University of Trieste (Italy). In 1949, she helped found the Brazilian Center for Physics Research (CBPF), and in 1950, Elisa, along with Neusa Margem, authored the first scientific paper from CBPF.
She was head of the Nuclear Emulsions Division of CBPF from 1949 to 1964. She dedicated her academic career to the study of elementary particles (mesons, protons, neutrons, etc.) and radioactivity. In 1969, she was compulsorily retired, along with other Brazilian scientists, by Institutional Act number 5, decreed the previous year by the military regime. She was even prevented from continuing to work at CBPF, an organization then private. However, in 1992, she became an emeritus researcher at the institution.
Elisa significantly contributed to the institutionalization of Physics in the country. Her work contributed to the introduction of the technique of nuclear emulsions in Brazil, and her research assisted in the publication of several experimental papers in Brazil, Europe, and the United States. She was crucial in the struggle for women to have more space in science in Brazil and today is a major influence for girls who aspire to have science as a career.
Bertha Lutz 🇧🇷
“ Recusar à mulher igualdade de direitos em virtude do sexo é denegar justiça à metade da população. “
Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em 2 de agosto de 1894, em São Paulo. Bertha foi educada na Europa, licenciou-se em Ciências Naturais na Sorbonne de Paris e tomou contato com a campanha sufragista inglesa. Ao voltar para o Brasil, em 1918, ingressou por concurso público como bióloga no Museu Nacional, sendo a segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Em 1933, formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro.
Ela representou as brasileiras, em 1922, ao participar da Assembleia-Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Somente dez anos depois do ingresso das brasileiras na Liga das Mulheres Eleitoras, em 1932, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, foi estabelecido o direito de voto feminino.
Em 1933, na primeira eleição em que as mulheres puderam ser votadas para cargos federais, Bertha concorreu a uma vaga na Câmara Federal, mas tornou-se suplente do deputado Cândido Pessoa, assumindo a vaga após sua morte em 1936. Ela lutou pelo direito das mulheres ao trabalho, direito à licença maternidade, equiparação de salários e direitos e medidas contra o trabalho infantil. Também defendeu o conhecimento científico brasileiro, a formação científica, o combate a doenças e a conservação da fauna e da flora brasileira.
No Ano Internacional da Mulher (1975), estabelecido pela ONU, ela foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional da Mulher, no México. Sua articulação política resultou nas leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos nos anos 20 e 30. Ela é considerada uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX.
Bertha Lutz (en) 🇺🇸
“To refuse women equality of rights because of sex is to deny justice to half the population.”
Bertha Maria Júlia Lutz was born on August 2, 1894, in São Paulo. Bertha was educated in Europe, earned a degree in Natural Sciences from the Sorbonne in Paris, and became acquainted with the English suffrage campaign. Upon returning to Brazil in 1918, she entered the public service as a biologist at the National Museum through a public competition, becoming the second woman to join the Brazilian civil service. In 1933, she graduated in Law from the Faculty of Rio de Janeiro.
She represented Brazilian women in 1922 by participating in the General Assembly of the League of Women Voters in the United States, and was elected vice president of the Pan-American Society. Only ten years after Brazilian women joined the League of Women Voters, in 1932, by decree-law of President Getúlio Vargas, the right to vote for women was established.
In 1933, in the first election in which women could run for federal offices, Bertha ran for a seat in the Federal Chamber, but became the alternate of Congressman Cândido Pessoa, assuming the seat after his death in 1936. She fought for women’s right to work, maternity leave, equal pay, and rights, as well as measures against child labor. She also advocated for Brazilian scientific knowledge, scientific education, the fight against diseases, and the conservation of Brazilian fauna and flora.
In the International Women’s Year (1975), established by the UN, she was invited by the Brazilian government to join the country’s delegation to the first International Women’s Congress in Mexico. Her political activism resulted in laws granting women the right to vote and political equality in the 1920s and 1930s. She is considered one of the most significant figures in feminism and education in 20th-century Brazil.
Sônia Guimarães 🇧🇷
“Eu sou cientista, sou inventora e não sou branca. Quer dizer, o futuro está nas suas mãos, vá atrás daquilo que você quer”
Sônia Guimarães nasceu em São Paulo, em 20 de junho de 1956. Sua trajetória escolar sempre foi marcada por estar entre os melhores alunos. Sônia cursou Licenciatura em Ciências pela Universidade Federal de São Carlos e se formou em 1979, engatando em uma pesquisa sobre camadas antirrefletoras de células solares, um dispositivo semicondutor, no mestrado em Física Aplicada pelo Instituto de Física e Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), em 1983.
Durante seus estudos, Sônia ingressou no doutorado em dispositivos microeletrônicos na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Ela, então, por meio de uma bolsa sanduíche do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi para Bolonha fazer a parte experimental de sua tese. Entretanto, recebeu uma proposta e bolsa para fazer um doutorado na Inglaterra, partindo, então, para Manchester e completando o doutorado sobre junções rasas em microeletrônica.
Em 1989, Sônia obteve o título de Ph.D. em materiais eletrônicos pela University of Manchester Institute of Science and Technology. Retornou para o Brasil e passou a trabalhar na parte de microeletrônica no Centro Técnico de Informática em Campinas, interior de São Paulo. Em 1993, fez concurso para ser professora de Física no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), onde foi aprovada, mas neste período o instituto ainda não permitia o ingresso de mulheres, o que se tornou possível somente em 1996. Além disso, ela também é inventora, tendo uma patente de detectores que desenvolveu e que são utilizados em mísseis para identificar aviões em movimento.
Sônia foi a primeira doutora negra em Física no Brasil e a primeira mulher negra professora do ITA. Hoje, grande parte do seu tempo profissional é dedicado a palestras e mentorias para aumentar a inclusão de meninas nas ciências, não só as incentivando a escolher essas carreiras, mas a permanecer nelas. De acordo com Sônia, fazer com que as meninas persistam frente a essas dificuldades envolve muito trabalho para desenvolver resiliência.
Sônia Guimarães (en) 🇺🇸
“I am a scientist, an inventor, and I am not white. This means the future is in your hands, go after what you want.”
Sônia Guimarães was born in São Paulo on June 20, 1956. Her school career was always marked by being among the top students. Sônia earned a Bachelor’s degree in Science from the Federal University of São Carlos and graduated in 1979, embarking on research on anti-reflective coatings for solar cells, a semiconductor device, for her Master’s in Applied Physics at the Institute of Physics and Chemistry of São Carlos, University of São Paulo (USP), in 1983.
During her studies, Sônia pursued a Ph.D. in microelectronic devices at the Polytechnic School of the University of São Paulo. She then received a sandwich scholarship from the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq) to conduct the experimental part of her thesis in Bologna. However, she received an offer and scholarship to pursue a Ph.D. in England, moving to Manchester and completing her doctorate on shallow junctions in microelectronics.
In 1989, Sônia obtained her Ph.D. in electronic materials from the University of Manchester Institute of Science and Technology. She returned to Brazil and started working in the microelectronics field at the Technical Center for Informatics in Campinas, São Paulo. In 1993, she took an exam to become a Physics professor at the Aeronautics Institute of Technology (ITA), where she was approved, but at that time, the institute still did not allow the admission of women, which only became possible in 1996. Additionally, she is an inventor, holding a patent for detectors she developed that are used in missiles to identify moving airplanes.
Sônia was the first Black woman in Brazil to earn a Ph.D. in Physics and the first Black woman to become a professor at ITA. Today, much of her professional time is dedicated to lectures and mentoring to increase the inclusion of girls in science, not only encouraging them to choose these careers but to remain in them. According to Sônia, making girls persist in the face of these difficulties involves a lot of work to develop resilience.
Katemari Diogo da Rosa 🇧🇷
“É preciso que se desenvolvam construções que mostram as trajetórias das mulheres, que se estudem essas mulheres e suas contribuições, não só na física, em todas as áreas.”
Katemari Diogo Rosa nasceu dia 16 de Outubro de 1979, em Porto Alegre. Começou a trabalhar aos 15 anos, na biblioteca da Faculdade de Administração e Economia da UFRGS, e permaneceu durante os três anos do ensino médio. Passou a se dividir entre os estudos e um trabalho na prefeitura de Porto Alegre, na biblioteca. Sempre demonstrou afetividade pela área da física. A sua escola estava localizada no campus central da UFRGS e ao lado do observatório astronômico, onde assistia a sessões de planetário.
Katemari cursou Licenciatura em Física na UFRGS, onde trabalhou em um Programa de Educação Fundamental para Jovens e Adultos Trabalhadores (PEFJAT), local onde ministrou a sua primeira aula. Também trabalhou em uma Organização não Governamental (ONG) que ajudava estudantes a se prepararem para o ingresso na universidade, fundando em 2000, junto a outros/as colegas, a Organização não Governamental para Educação Popular (ONGEP).
Ela participou de um intercâmbio do Departamento de Física Atmosférica do Imperial College, em Londres. E partiu para o mestrado em um programa de Pós-Graduação em Ensino de História e Filosofia da Ciência, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também foi professora visitante na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e orientou estudantes sobre a temática “Mulheres Negras na ciência”.
Katemari fez seu doutorado pleno na Columbia University, em Nova York. Em 2013, voltou para o Brasil e trabalhou como professora na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), assim como na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2017. Atualmente, é integrante da Sociedade Brasileira de Física, atuando como membro do Grupo de Trabalho de Minorias na Física e representante da região Nordeste, na Comissão de Ensino de Física. É sócia da American Physical Society e da American Association of Physics Teachers. Além disso, a pesquisadora é membro da National Organizationof Gay and Lesbian Scientists and Technical Professionals (NOGLSTP) e da Associação Brasileira de Pesquisadoras/es Negras/os (ABPN).
Katemari Diogo da Rosa (en) 🇺🇸
“It is necessary to develop narratives that highlight women’s trajectories, to study these women and their contributions, not only in physics, but in all fields.”
Katemari Diogo Rosa was born on October 16, 1979, in Porto Alegre. She started working at the age of 15 in the library of the Faculty of Administration and Economics at UFRGS, and remained there throughout her three years of high school. She then split her time between her studies and a job at the Porto Alegre city hall library. She always showed an affinity for the field of physics. Her school was located on the main campus of UFRGS, next to the astronomical observatory, where she attended planetarium sessions.
Katemari pursued a degree in Physics Education at UFRGS, where she worked in a Basic Education Program for Young and Adult Workers (PEFJAT), where she taught her first class. She also worked at a Non-Governmental Organization (NGO) that helped students prepare for university entrance exams, and in 2000, along with other colleagues, she founded the Non-Governmental Organization for Popular Education (ONGEP).
She participated in an exchange program with the Atmospheric Physics Department at Imperial College, London. She then pursued a master’s degree in a Graduate Program in Teaching History and Philosophy of Science at the Federal University of Bahia (UFBA). She also served as a visiting professor at the State University of Feira de Santana (UEFS) and guided students on the topic “Black Women in Science.”
Katemari completed her Ph.D. at Columbia University in New York. In 2013, she returned to Brazil and worked as a professor at the Federal University of Campina Grande (UFCG), as well as at the Federal University of Bahia (UFBA) in 2017. Currently, she is a member of the Brazilian Physical Society, serving as a member of the Working Group on Minorities in Physics and as the representative for the Northeast region in the Physics Education Commission. She is a member of the American Physical Society and the American Association of Physics Teachers. Additionally, she is a member of the National Organization of Gay and Lesbian Scientists and Technical Professionals (NOGLSTP) and the Brazilian Association of Black Researchers (ABPN).
Duília de Mello 🇧🇷
“Estou meio cansada dessa história da mulher nunca chegar lá no topo. Então falei: ‘Quer saber de uma coisa? Tá na hora.”
Duília Fernandes de Mello nasceu em 27 de novembro de 1963 em Jundiaí, São Paulo e cresceu no Rio de Janeiro. Desde pequena era conhecida na escola por falar sobre o Universo, e decidiu sua profissão aos 14 anos de idade. Após concluir o ensino médio, cursou bacharelado em Astronomia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde começou a se dedicar à astrofísica extragaláctica. Em seguida, fez seu mestrado no INPE, na mesma área que sua graduação, onde se especializou em radioastronomia.
Duília fez o seu doutorado na USP, cuja tese foi sobre a descoberta de populações estelares jovens em galáxias do tipo elíptica que estão acompanhadas de galáxias espirais. Fez também um pós-doutorado no Instituto do Telescópio Espacial Hubble, Space Telescope Science Institute, nos EUA, onde era contratada pela NASA. Apesar de ter sido bem recebida na agência espacial norte-americana, Duília percebeu o machismo mais descaradamente quando saiu do Brasil, uma vez que encontrou bem menos pesquisadoras. Após este período, cursou um segundo pós-doutorado no Cerro Tololo Interamerican Observatory no Chile.
A pesquisadora estava no Chile em 1997, quando no dia 14 de janeiro resolveu ir em um observatório observar as galáxias. Enquanto conferia os mapas, percebeu que havia uma estrela a mais, então concluiu que havia encontrado uma supernova, que foi chamada 1997D. Além disso, participou da descoberta das Bolhas azuis (descoberta feita com o telescópio espacial Hubble, que permitiu observar um berçário de estrelas, nascidas entre galáxias em colisão). Em 2013, participou também da descoberta da maior galáxia espiral do universo, a galáxia do Côndor.
Duília publicou centenas de artigos. Foi professora assistente na Universidade Chalmers e cientista visitante na Universidade de Johns Hopkins, além de colaboradora de pesquisas na Goddard Space Flight Center da NASA. É professora titular da Universidade Católica da América em Washington DC e Vice-Reitora de Estratégias Globais. Ela teve seu nome na lista das dez mulheres que estavam mudando o Brasil pela Barnard College em 2013. Já foi selecionada pela revista Época como uma das cem pessoas mais influentes do Brasil e em 2014 ganhou o prêmio de Profissional do Ano da Diáspora do Brasil. Também coordena o projeto “A Mulher das Estrelas” que busca incentivar mulheres e meninas a seguirem carreiras científicas.
Duília de Mello (en) 🇺🇸
“I’m a bit tired of this story about women never making it to the top. So I said, ‘You know what? It’s time.'”
Duília Fernandes de Mello was born on November 27, 1963, in Jundiaí, São Paulo, and grew up in Rio de Janeiro. Since she was a child, she was known at school for talking about the Universe and decided on her profession at the age of 14. After finishing high school, she pursued a bachelor’s degree in Astronomy at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), where she began to focus on extragalactic astrophysics. She then completed her master’s degree at INPE in the same area as her undergraduate studies, specializing in radio astronomy.
Duília completed her Ph.D. at USP, with a thesis on the discovery of young stellar populations in elliptical galaxies that are accompanied by spiral galaxies. She also did a post-doctorate at the Space Telescope Science Institute, where she was hired by NASA. Despite being well received at the North American space agency, Duília noticed sexism more blatantly when she left Brazil, as she encountered far fewer female researchers. After this period, she pursued a second post-doctorate at the Cerro Tololo Inter-American Observatory in Chile.
The researcher was in Chile in 1997 when, on January 14, she decided to go to an observatory to observe galaxies. While checking the maps, she noticed there was one extra star and concluded that she had found a supernova, which was named 1997D. Additionally, she participated in the discovery of Blue Bubbles (a discovery made with the Hubble Space Telescope that allowed the observation of a star nursery born between colliding galaxies). In 2013, she also participated in the discovery of the largest spiral galaxy in the universe, the Condor Galaxy.
Duília has published hundreds of articles. She was an assistant professor at Chalmers University and a visiting scientist at Johns Hopkins University, as well as a research collaborator at NASA’s Goddard Space Flight Center. She is a tenured professor at the Catholic University of America in Washington, DC, and Vice President for Global Strategies. She was listed as one of the ten women changing Brazil by Barnard College in 2013. She was selected by Época magazine as one of the hundred most influential people in Brazil and in 2014 won the Professional of the Year award from the Brazilian Diaspora. She also coordinates the project “A Mulher das Estrelas” (“The Woman of the Stars”), which aims to encourage women and girls to pursue scientific careers.
Jaqueline Goes de Jesus 🇧🇷
“Encontrei resistência em alguns momentos da carreira por ser mulher e também a única negra naquele ambiente. Por isso, resolvi aceitar o que a vida tem me trazido e virar dona da minha trajetória de mulher, negra e nordestina.”
Jaqueline Goes de Jesus nasceu em 19 de outubro de 1989, na Bahia. Cursou a sua graduação em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, e obteve o mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz – Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ). Ela se tornou doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia. Realizou estágio de pós-doutoramento no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo – Universidade de São Paulo (IMT-USP) e no Department of Infectious Disease Epidemiology no Imperial College London.
Em 2016, durante o doutorado, percorreu várias capitais do Nordeste junto a uma equipe liderada por pesquisadores ingleses que sequenciou os genomas do Zika vírus. Seus estudos a levaram à Universidade de Birmingham, na Inglaterra, em 2018, onde desenvolveu e aprimorou protocolos de sequenciamento de genomas completos pela tecnologia de nanoporos do vírus Zika, além de protocolos para sequenciamento direto do RNA. Em 2020, essas técnicas a auxiliaram nas pesquisas com a Covid-19. Ela fez parte da equipe responsável pelo sequenciamento do primeiro genoma do vírus SARS-CoV-2 apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil.
Jaqueline é professora adjunta do curso de Biomedicina e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas e Inovação da EBMSP. Coordena a Rede Colaborativa de Sequenciamento Genético no Brasil – Rede SEQV Br. Atua como guia da Equipe Halo, projeto da Iniciativa Verificado da ONU de divulgação científica e combate à desinformação sobre a COVID-19, vacinas e doenças de modo geral, nas redes sociais, escolas e comunidades.
A pesquisadora recebeu vários prêmios pelo trabalho desenvolvido na luta contra o coronavírus. Foi honrada como uma Barbie Role Model pela Mattel, na categoria Cientistas Heroínas, um símbolo de representatividade para crianças, sobretudo crianças negras. Recebeu diversas homenagens devido à sua defesa da saúde e do Sistema Único de Saúde no Brasil, com a Comenda Maria Quitéria pela Câmara dos Vereadores de Salvador e a Comenda Zilda Arns pelo Conselho Nacional de Saúde. Foi nomeada uma das 20 mulheres de sucesso de 2022 no Brasil pela revista Forbes, contemplada com o Prêmio Maria Império Hamburger pela Câmara dos Deputados, além de ganhar o Prêmio Inspiradoras do Universo UOL/ AVON, na categoria Ciência, e o Prêmio Para Mulheres na Ciência da L’oréal/ABC/UNESCO.
Jaqueline Goes de Jesus (en) 🇺🇸
“I encountered resistance at various points in my career for being a woman and also the only Black person in that environment. That’s why I decided to embrace what life has brought me and take control of my journey as a woman, Black, and from the Northeast.”
Jaqueline Goes de Jesus was born on October 19, 1989, in Bahia. She completed her undergraduate degree in Biomedical Science at the Bahian School of Medicine and Public Health and obtained her master’s degree in Biotechnology in Health and Investigative Medicine (PgBSMI) from the Gonçalo Moniz Research Institute – Oswaldo Cruz Foundation (IGM-FIOCRUZ). She earned her Ph.D. in Human and Experimental Pathology from the Federal University of Bahia. She completed a postdoctoral fellowship at the Institute of Tropical Medicine of São Paulo – University of São Paulo (IMT-USP) and the Department of Infectious Disease Epidemiology at Imperial College London.
In 2016, during her Ph.D., she traveled to several capitals in the Northeast with a team led by British researchers to sequence the genomes of the Zika virus. Her studies took her to the University of Birmingham, England, in 2018, where she developed and refined protocols for full genome sequencing using nanopore technology for the Zika virus, as well as protocols for direct RNA sequencing. In 2020, these techniques aided her research on COVID-19. She was part of the team responsible for sequencing the first genome of the SARS-CoV-2 virus just 48 hours after the first COVID-19 case was confirmed in Brazil.
Jaqueline is an assistant professor in the Biomedical Science course and a researcher at the Research and Innovation Center at EBMSP. She coordinates the Collaborative Genetic Sequencing Network in Brazil – SEQV Br Network. She acts as a guide for Team Halo, a project of the UN’s Verified Initiative for scientific dissemination and combating misinformation about COVID-19, vaccines, and diseases in general, on social media, schools, and communities.
The researcher has received several awards for her work in fighting the coronavirus. She was honored as a Barbie Role Model by Mattel in the Hero Scientists category, a symbol of representation for children, especially Black children. She received various accolades for her advocacy of health and the Unified Health System in Brazil, including the Maria Quitéria Commendation from the Salvador City Council and the Zilda Arns Commendation from the National Health Council. She was named one of the 20 successful women of 2022 in Brazil by Forbes magazine, received the Maria Império Hamburger Award from the Chamber of Deputies, and won the Inspiradoras Award from Universo UOL/AVON in the Science category, as well as the For Women in Science Award from L’Oréal/ABC/UNESCO.
Ficha Técnica 🇧🇷
A exposição tem curadoria da estagiária de Astronomia Ana Clara Rocha, estudante do Observatório do Valongo (UFRJ), com supervisão do corpo técnico de Astrônomos do Planetário.
Acknowledgments 🇺🇸
The exhibition is curated by Astronomy intern Ana Clara Rocha, a student at the Valongo Observatory (UFRJ), under the supervision of the Planetarium’s team of astronomers.