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Vênus, Aldebaran e as sete irmãs

Nesta época do ano podemos ver, logo no início da noite, um aglomerado de estrelas conhecido como Plêiades. Este grupo de estrelas nasceu de uma mesma nuvem de gás e poeira, chamada nebulosa, aproximadamente há 100 milhões de anos. A olho nu, nas cidades, onde tem muita iluminação, vemos com certa dificuldade algumas poucas estrelas. Elas estão perto da estrela Aldebaran, o olho da constelação do Touro. Aldebaran é uma estrela avermelhada e a mais brilhante do Touro, facilmente observada.

Mas voltando às Plêiades, sete estrelas se destacam. São elas: Merope, Maia, Alcione, Asterope, Electra, Taigete e Celeno. Elas receberam o nome das sete filhas de Atlas e Pleione, segundo a mitologia grega. Com um binóculo, ou um pequeno telescópio, este grupo é muito bonito de se ver.

Plêiades

Por: NASA, ESA, AURA/Caltech, Palomar ObservatoryThe science team consists of: D. Soderblom and E. Nelan (STScI), F. Benedict and B. Arthur (U. Texas), and B. Jones (Lick Obs.) – http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2004/20/image/a/ (image link), Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7805481

Mas o que Vênus tem a ver com elas? A princípio, nada, a não ser que ele está bem próximo das Plêiades. Vênus vai cada dia se aproximando deste grupo até, finalmente, ficar na frente dele, no dia 3 de abril de 2020, e depois vai se afastando. Como o planeta é muito brilhante, ele ofuscará o aglomerado. Como será no início da noite, vale a pena tentar observar essa aproximação. Mas, claro, tomando todas as medidas de segurança neste tempo de COVID-19. Portanto, não se exponha!

Com a carta celeste a seguir, para o dia 3/4/2020, na cidade do Rio de Janeiro, você poderá encontrar Vênus, Aldebaran (a estrela laranja grande à esquerda de Vênus, na cabeça do Touro, lembrando a letra V) e as Plêiades (o grupo azul junto com Vênus). Você terá que ter o horizonte voltado para lado do pôr do sol. O horário da carta é 22h UTC, que no horário de Brasília corresponde a 19h. Se você se encontra em outra cidade, vá no nosso site e acesse a carta celeste para a sua localização.

Se tiver oportunidade, tire uma foto e mande para a nossa exposição virtual: Projeto cultural: Olhe para o céu

Boa observação!

https://planeta.rio/cartas-celestes/

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Vênus Misterioso

No dia 24, terça-feira, o planeta Vênus estava em sua elongação máxima. O que isso significa? Como Vênus está em uma órbita interior à órbita terrestre ele sempre está muito próximo ao Sol: ou à tarde ou pela manhã. Dia 28 Vênus fica bem do lado do crescente lunar. É fácil identificar Vênus no céu: é o astro mais brilhante do céu depois do Sol e da Lua.

O planeta é acompanhado pela humanidade desde que alguém começou a notar a diferença do movimento de cinco dos astros mais brilhantes do céu. As estrelas pareciam estar fixas, umas em relação às outras, permitindo formar desenhos imaginários: as constelações. Já os planetas se moviam de forma complicada através da faixa do zodíaco. Pela proximidade de Vênus com o Sol muitos povos pensaram ser dois planetas diferentes: um vespertino e outro matutino. Os gregos chamavam de Fosforus e Hesperus; os romanos de Lúcifer e Vésper; já os egípcios chamavam de Tioumoutiri e Ouaiti . Os maias acompanharam e registraram os movimentos venusianos e os usaram em seus calendários.

Com a invenção do telescópio, Vênus se mostrou ainda mais misterioso. Galileu identificou suas fases em 1610. Em 1761, durante um trânsito (quando o planeta cruza o disco solar visto da Terra), Mikhail Lomonosov descobriu evidências da existência de atmosfera.

Mais de 40 sondas foram enviadas a este planeta desde a década de 1960. Algumas sobrevoaram, outras colidiram, outras lançaram sondas atmosféricas e poucas pousaram em sua superfície. Algumas falharam, mas as que nos enviaram dados nos ajudaram muito a compreender mais sobre este misterioso vizinho. A sonda Magellan, por exemplo, mapeou a sua superfície usando radar pois as nuvens de Vênus encobrem tudo.

Vênus tem quase a mesma massa e o mesmo tamanho da Terra, o que faz com que sua gravidade seja praticamente a igual a nosso planeta. Por outro lado, a pressão da atmosfera marciana é enorme, capaz de nos esmagar se estivéssemos em sua superfície. Isso acontece devido à composição química da atmosfera venusiana. O principal componente é o dióxido de carbono (CO2); quase 97% da atmosfera. Isto torna a atmosfera mais densa e mais opaca à radiação infravermelha. A luz solar penetra nas camadas gasosas, aquece a superfície, se torna infravermelha (forma de propagar calor por radiação) e esta radiação fica presa no planeta através do que se usou chamar de efeito estufa. Em decorrência disso, Vênus é o planeta mais quente do Sistema Solar, mesmo estando mais longe do Sol que Mercúrio (que não tem atmosfera).

Mas a atmosfera venusiana não é só densa e quente. Ela gira muito mais rápido que o planeta em seu movimento de rotação. Vênus, este estranho, gira ao contrário dos demais planetas e faz isso muito lentamente: mais de 200 dias terrestre pra dar uma volta. Mas a atmosfera gira no sentido oposto, em torno de quatro dias terrestres. Isto gera ventos que podem atingir 300km/h ou mais, compatíveis com os furacões da Terra. Este fenômeno, chamado de super-rotação, tem intrigado pesquisadores que hoje geram modelos de computador para simular o que está acontecendo no planeta. Este modelos levam em consideração não só a densidade e a temperatura dos gases, mas sua viscosidade e o transporte de calor nas diversas latitudes venusianas.

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Lua e Vênus no céu

 

Fotografia tirada pelo Astrônomo Fernando Vieira. Dá para ver crateras na Lua.

 

No domingo, dia 8 de setembro de 2013, foi possível observar uma configuração bem interessante no céu. E não foi apenas aqui no Rio, mas no Brasil inteiro. A Lua, no seu rápido movimento ao redor da Terra – completando uma volta em aproximadamente 27 dias -, move-se entre as estrelas e os planetas de forma visível. E isso pode ser visto neste dia 8. Quem observou o céu, no início da noite pode ver a Lua se aproximando de Vênus e, depois, quase se “tocarem”. Nas imagens a seguir, feitas pelos astrônomos do Planetário, com câmeras caseiras, mostram dois momentos.

 

Fotografia tirada pelo Astrônomo Luís Guilherme Haun de um celular.

 

No dia seguinte, 9 de setembro, a Lua já havia se deslocado bastante, se afastando de Vênus e se aproximando de Saturno. Como o celular não tinha resolução suficiente, não foi possível capturar o planeta Saturno, pois seu brilho não é tão intenso, mas foram feitas algumas imagens em que aparecem a Lua e Vênus bem mais distantes, como esta a seguir.

 

Fotografia tirada pelo Astrônomo Luís Guilherme Haun de um celular.

 

No fim deste mês, em 28 de setembro, teremos outra configuração interessante. A Lua ficará próxima ao planeta Júpiter, desta vez de madrugada – a partir das 2h. Neste dia deve-se olhar para o lado do nascer do Sol. Veja uma simulação de como estará o céu às 3h, com os dois astros citados e, acima deles, a constelação de Órion com as Três Marias. Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno, está à direita desta imagem (seguindo as Três Marias) na constelação do Cão Maior, e a estrela avermelhada à esquerda (neste mesmo alinhamento) é Aldebaran, na constelação do Touro.

 

Crédito: The Sky