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Coluna do Astrônomo Conteúdo científico

James Webb, vendo mais longe e melhor

Naelton Mendes de Araujo

Demorou mas chegou…

Esq.: JW dobrado na coifa do foguete. Acima: Logo da missão. Ao fundo: lançamento do JW. DIr: Espelho do JW durante a montagem.

O mais esperado telescópio espacial, o James Webb (JW), é considerado o sucessor do Hubble Space Telescope (HST). Seu projeto começou em 1996 mas seu lançamento só ocorreu em dezembro de 2021. O lançamento correu bem, mas a equipe só relaxou após um período de mais de 15 dias, depois de complicadas manobras. Estas manobras levaram o veículo espacial até quase um milhão e meio de distância da Terra. O veículo foi todo dobrado dentro da coifa do foguete como se fosse um origami que se abriu no espaço. Este processo incluiu o desdobramento de painéis solares, para-sois e o próprio espelho do telescópio composto de várias células hexagonais.

Esq.: Aspecto do JW depois de desdobrado. Dir.: Comparação dos espelhos do HST com o JW.

Que comecem os trabalhos…

Na última terça feita (12 de julho de 2022) em uma conferência de imprensa global foram anunciadas as primeiras imagens que se mostraram mais nítidas do que qualquer outra já feita. Uma comparação do JW e o HST é um tanto forçada. O JW “enxerga” no infravermelho e HST cobre uma faixa mais ampla do espectro eletromagnético centrada no visível. Além disso o espelho do JW é quase o triplo do espelho do HST. Quanto maior espelho mais luz é captada e mais nitida é a imagem.

Infravermelho?

O infravermelho nos permite ver melhor através da poeira e o gás que envolve vários astros. Outra vantagem: devido ao desvio para o vermelho (efeito Doppler) objetos mais distantes tem sua cor deslocada para o infravermelho. Assim o JW pode ver mais longe e com melhor definição vários objetos de interesse: galáxias distantes, o centro da nossa galáxia e estrelas imersas em nebulosas.

Primeiras imagens

Os objetos escolhidos para inaugurar os trabalhos do JW representam o que há de mais interessante na astrofísica moderna. As imagens obtidas são coloridas artificialmente. As cores são obrigatóriamente falsas pois nossos olhos não enxergam no infravermelho. Assim foi preciso fazer uma adaptação da imagem ao que seria compreensível em uma foto no visível.

james webb
Esq.: SMACS 0723. Dir.: Quinteto de Stephan.

Grupo de galáxia SMACS 0723 – Esta foi a primeira imagem obtida pelo JW onde se pode ver diversas galáxias e imagens distorcidas por lentes gravitacionais. A resolução da imagem é surpreendente para objetos muito distantes: mais de 5 bilhões de anos-luz.

Quinteto de Stephan – Um grupo compacto de quatro galaxias, distantes de nós mais de 200 milhões de anos-luz. Uma quinta galaxia aparece no campo, esta está mais perto de nós (39 milhões de anos-luz) e sua proximidade ao quarteto é só aparente: uma coincidência de alinhamento. As fotos anteriores deste grupo foram realizada por outro telescópio infravermelho o Spitzer fora de ação desde janeiro de 2020.

james webb
Nebulosa Carina

Nebulosa Carina – É uma das maiores nebulosas da Via Láctea. Esta complexa e extensa nebulosa abriga diversos aglomerados de estrelas e umas das estrelas mais luminosas da nossa galáxia: Eta Carinae. Se encontra a mais de 6000 anos-luz de distância.

Esq.: Nebulosa do Anel Sul vista pelo JW. Dir.: mesmo objeto visto pelo Spitzer.

Nebulosa Anel do Sul – A aproximadamente 2000 anos-luz da Terra este tipo de nuvem de gás envolve estrelas mais antigas e chamamos de nebulosa planetária. Provavelmente o final da vida do nosso Sol será criar uma nebulosa deste tipo daqui a 5 bilhões de anos.

Nem só imagens …

james webb
Espectro da atmosfera de WASP-96 b

Espectro do Exoplaneta WASP-96 b – A maior parte dos dados realmente relevantes do ponto de vista científico nem sempre são imagens. Aqui vemos um espectro de um planeta gigante (pouco menor que metade do tamanho de Jupiter) a 1120 anos-luz da Terra. O espectro indica a presença de água na atmosfera do planeta. Apesar disso a atmosfera deste exoplaneta não se parece nada com a nossa. WASP-96 b se encontra muito perto da estrela principal e por isso é extremamente quente.

Vamos aguardar os dados que virão e que certamente vão redefinir nossa visão do cosmos.

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Coluna do Astrônomo Dicas

Seu primeiro telescópio

atualizado em junho de 2022

Sempre que alguém se inicia na observação do céu e pede sugestão de instrumento, nós astrônomos (amadores e profissionais) sugerimos começar com um binóculo de pequeno aumento e um mapa celeste. Uma boa especificação de binóculo inicial seria 7×50, onde o primeiro número indica o aumento (7x) e o segundo número o tamanho da objetiva (50mm de diâmetro).

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O Deus dos Deuses Chegando

Talvez você já tenha reparado um astro bem brilhante aparecendo ao Leste no início das noites. Mostra um brilho bem mais intenso que todas as estrelas naquela região. trata-se do planeta Júpiter, um dos objetos mais interessantes de se observar com um telescópio.

A carta Celeste mostra o céu do Rio de Janeiro para essa quarta, 12 de junho de 2019, às 19h no horário local.

Carta Celeste do Rio de Janeiro, 12 de Junho de 2019, às 19h, hora local.

Júpiter está na constelação do Ofiúco, ou Serpentário. Com um telescópio de médio porte é possível observar seus quatro maiores satélites: Io, Calisto, Ganimedes e Europa, conhecidos como satélites galileanos.

Essa é uma observação que possui um especial interesse histórico, pois foi observando esses satélites que Galileu viu, pela primeira vez, objetos girando não em torno da Terra, mas em torno de outro planeta. Isso foi um capítulo importante em nossa saga para obter o conhecimento sobre a Terra não ser o centro do Universo.

Nessa semana, teremos a Lua bastante brilhante e próxima a Júpiter no céu, o que atrapalha um pouco sua observação. Céu enluarado é bom para ser visto sem instrumentos, pois a própria Lua não fica bem no telescópio quando está muito iluminada.

Algumas pessoas também conseguem ver em Júpiter nuances que indicam as faixas coloridas de sua atmosfera. Note que ao telescópio, observando-se diretamente com os olhos, sem tirar uma fotografia, nenhum objeto aparece muito colorido. Mas ainda assim é possível ver as faixas coloridas e até a grande mancha vermelha se estiver voltada para a Terra no momento da observação.

Bons Céus!

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Aposentadoria do Telescópio Espacial Kepler

Esta semana marcou o fim de uma das missões mais bem sucedidas da NASA. Após quase 10 anos de operação, o combustível do Telescópio Espacial Kepler chegou ao fim. Os 692 milhões de dólares investidos na construção e lançamento do telescópio viabilizaram a descoberta de 2.681 planetas extrassolares e outros 2.899 candidatos. 

Construção do Telescópio Kepler. Crédito: NASA/Troy Cryder

Antes do telescópio Kepler, simplesmente não sabíamos se os planetas eram comuns ou raros em nossa Galáxia. Nesse sentido, os resultados obtidos pelo telescópio Kepler são impressionantes, pois permitem estimar que, em nossa Galáxia, os planetas são mais comuns do que as estrelas. São bilhões de planetas rochosos como a Terra, e que estão orbitando suas estrelas na chamada zona de habitabilidade (onde água poderia existir na forma líquida).

Ilustração do Telescópio Espacial Kepler em órbita. Crédito: NASA.

Graças ao Kepler, temos uma visão muito mais completa sobre a estatística de planetas em nossa Galáxia e, por que não, bem mais otimista sobre a possibilidade de existência de vida extraterrestre. Valeu Kepler!

 

 

 
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Telescópio Espacial Hubble em apuros

São quase três décadas de operação do telescópio espacial Hubble da NASA (Hubble Space Telescope – HST). Neste período, o maior telescópio em órbita tem revelado imagens surpreendentes do Universo. Ele passou por alguns problemas desde que foi lançado em 1990. Defeitos no espelho obrigaram os técnicos a colocar uma espécie de óculos corretor, em 1993. Mais quatro missões foram enviadas ao HST para trocar painéis solares, sensores, câmeras e computadores de bordo. No último fim de semana, o Hubble entrou em modo de segurança, isto é, parou de funcionar normalmente. Seus giroscópios pararam de funcionar.