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Coluna do Astrônomo

O Sol como nunca visto!

 

O observatório solar IRIS, lançado em 7 de junho de 2013, nos revelou esta semana imagens surpreendentes do Sol. Ele está estudando um dos lugares mais violentos daquele astro, entre a sua superfície e a sua atmosfera (a coroa). A temperatura naquela região supera facilmente os 10.000ºC e chega aos absurdos dois milhões de graus. Sabe-se que essa região de interface aquece a parte mais externa do Sol, a coroa solar. Este estudo também pode ajudar na compreensão da aceleração do vento solar e, como consequência, no aquecimento das camadas mais externas do Sol, e nos informar sobre a direção das erupções solares.

 

Na região de interface ocorrem “laços” gigantes de material solar subindo a partir da superfície. Esses laços, quando se rompem levam a tempestades solares que podem atingir a Terra e danificar os satélites, interferindo nas comunicações, interromper o fornecimento de energia, dentre outras coisas. Outro evento registrado são as espículas, fontes gigantes de gás a velocidades de mais de 200.000km/h, distribuindo calor e energia para a coroa solar.

 

O IRIS foi projetado com base no que se conhecia da região, com a ajuda de simulações feitas em computadores. Porém, o resultado está mostrando diferenças dos modelos com a realidade. E isso é bom para compreendermos melhor essa região e seus fenômenos e, assim, ajustar nossos modelos. Poderemos saber, por exemplo, em quanto tempo uma tempestade solar será percebida na Terra.

 

Se você quer ver as imagens do IRIS, dê uma olhada o seguinte endereço:

http://www.nasa.gov/content/goddard/iris-provides-unprecedented-images-of-sun/

 
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Coluna do Astrônomo

Temporada de auroras

 

No último domingo, ocorreu uma ejeção de massa coronal a partir de nossa estrela, o Sol. Apesar do nome um pouco assustador, o fenômeno não causará grandes problemas na Terra, mas com certeza causará belas auroras.

 

Dia após dia, o Sol aparenta uma tranquilidade, que não corresponde à realidade. Às vezes, acontecem enormes explosões em sua superfície, motivadas, principalmente, por variações locais em seu campo magnético. Eventualmente, a intensidade da explosão é tal, que uma grande quantidade de matéria do Sol é despejada para o espaço – fenômeno chamado de Ejeção de Massa Coronal (EMC). A matéria ejetada, que contém elétrons e núcleos de diversos átomos, pode atingir velocidades altíssimas (até 1.000km/s), que podem alcançar a Terra em menos de 2 dias. As consequências no nosso planeta podem ser desagradáveis como por exemplo “apagões”, interferência nas linhas de transmissão de dados, dentre outras. Até mesmo astronautas que porventura estejam no espaço, trabalhando na Estação Espacial Internacional, tomam atitudes preventivas, visando se proteger de uma exposição a essa radiação.

 

Mas nem só más notícias chegam do Sol. Essas mesmas partículas despejadas no espaço, podem provocar belos fenômenos em nosso planeta: as auroras. Parte das partículas ejetadas pelo Sol colide com as partículas localizadas na atmosfera da Terra, e desse choque resulta uma bela aurora. Esse fenômeno ocorre nas regiões próximas aos polos da Terra, na vizinhança dos polos magnéticos. Se ocorrer no hemisfério norte, chama-se aurora boreal, e, se ocorrer no hemisfério sul, aurora austral. Diversos moradores dessas regiões obtiveram belas fotos de auroras. Vale a pena conferir no site http://spaceweather.com/gallery/index.php?title=aurora&title2=lights.

 

 
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Coluna do Astrônomo

Reversão Magnética Solar

 

A cada 11 anos, aproximadamente, o Sol passa por um fenômeno incrível: a mudança de seus polos magnéticos. Apesar de quase imperceptível no nosso dia a dia, o comportamento de reversão dos polos magnéticos, a presença de manchas solares e de protuberâncias são resultados do comportamento variável do campo magnético de nossa estrela central.

 

O Sol, devido à sua alta temperatura, tem sua matéria no estado de gás e plasma. Esta característica faz com que as linhas de campo magnéticas fiquem “congeladas”, ou seja, são arrastadas juntamente com o material que o cerca. Este arraste é responsável pelo enrolamento das linhas, uma vez que o Sol apresenta uma rotação diferencial. A parte equatorial dá uma volta a cada 25 dias aproximadamente, e as regiões polares demoram cerca de 30 dias, gerando as estruturas acima mencionadas e uma reorganização interna que irá implicar na reversão dos polos magnéticos a cada 11 anos.

 

De acordo com o pesquisador Todd Hoeksema, do Observatório Solar Wilcox, da Universidade de Stanford, a reversão se dará em até quatro meses e poderá ser sentido em todo o Sistema Solar, marcando o meio do ciclo de número 24.

 

Esperem notícias para breve e continuem visitando as páginas da Fundação Planetário, pois, assim que acontecer a reversão magnética solar, você será informado. Enquanto isso, vejam a animação (em inglês, mas lembrem-se das legendas em português) deste fenômeno solar.

 

 

 

 

 

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Coluna do Astrônomo

Buraco no Sol

 

Recentemente o satélite SOHO, colocado no espaço para monitorar o Sol, registrou um buraco coronal em nossa estrela.

 

Não se trata de um buraco real, onde, numa caminhada hipotética no Sol, cairíamos como se fosse uma armadilha. Os buracos coronais são regiões da atmosfera solar (coroa solar), onde a temperatura é menor do que a média. Por essa razão, quando observadas em raios-X, essas regiões aparecem escuras, como se fosse um buraco. Nelas, uma das propriedades mais marcantes do campo magnético solar desaparece: suas linhas de campo se dispersam para o espaço, ao invés de formarem estruturas em forma de arco, que se mantêm presas ao Sol. Essas linhas de campo “dispersas” são verdadeiros portais por onde as partículas solares (núcleos de átomos e elétrons) podem escapar velozmente para o espaço, gerando a chamada tempestade solar, que pode produzir muitos problemas na Terra (falhas em sistemas de comunicação e geração de energia e, eventualmente, risco para os astronautas no espaço).

 

Tempestades solares podem acontecer com ou sem os buracos coronais. A diferença é que os buracos podem durar meses, e, como dissemos antes, as partículas ejetadas atingem velocidades altíssimas.

 

Não sabemos ainda a origem dos buracos coronais, mas sabemos que são bem comuns, e estão relacionados com o ciclo solar. A cada 11 anos, em média, o Sol atinge um máximo de sua atividade, e após, quando sua atividade lentamente diminui, surgem os buracos coronais.

 

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Coluna do Astrônomo

Pra onde tenha Sol, é pra lá que eu vou!

 

Sim, o título do blog de hoje é uma frase da famosa música “o Sol”, interpretada pelo grupo Jota Quest. Ainda que a letra não se refira à escuridão pelo desaparecimento de nossa estrela, está bem adequada ao nosso tema. Nosso Sol não existirá para sempre.

 

Nossa estrela, assim como todas as outras, produz sua própria luminosidade, sendo por isso denominada em alguns livros de “corpo luminoso”. A Lua, ao contrário, é percebida majestosamente nas noites límpidas (e dias também), por refletir a luz do Sol.

 

O Sol realiza em seu interior, bem lá nas profundezas, uma série de processos, chamados de reações termonucleares. A principal delas consiste em “juntar” quatro núcleos de hidrogênio, gerando um núcleo de hélio. Desse casamento, uma enorme quantidade de energia é liberada, na forma de luz e, claro, calor.

 

Mas se a quantidade de energia liberada é imensa, a quantidade de “combustível” gasto é igualmente grande. No interior do Sol, algo como 600 milhões toneladas de hidrogênio, por segundo, são transformadas em hélio! Isso significa que enquanto tivermos hidrogênio no Sol, estamos bem.

 

Por sorte, nosso Sol é bem grande (cabem 1.400.000 terras em seu interior) e, portanto, temos bastante combustível ainda. Este processo é extremamente eficiente e duradouro. Estima-se que o Sol tenha 4,5 bilhões de anos, e que tenhamos pela frente mais uns 5 bilhões, ao menos. Mas uma hora, teremos sim problemas, o Sol ficará instável, aumentará em volume, e num último suspiro, ejetará boa parte de sua superfície para o espaço, aniquilando os planetas mais próximos (Mercúrio, Vênus e talvez a Terra). Nossa estrela terá uma classificação pomposa (“nebulosa planetária”), mas será então uma vaga lembrança distante do outrora vigor energético que sustentou a vida na Terra por 10 bilhões de anos. A vida, por sinal, deixará de existir, com certeza.

 

Nós, humanos, temos um desafio. Na verdade, dois. O primeiro, de conseguir manter este planeta habitável nos próximos cinco bilhões de anos, antes de a escuridão chegar. O segundo, encontrar um lugar para onde possamos correr, ou seja, “pra onde tenha Sol”.

 

 

 

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Coluna do Astrônomo Curiosidades

Qual é a cor do Sol?

Acho que 99% da população dirão, sem hesitar, que o Sol é amarelo. Será?

Como qualquer estrela, o Sol emite radiação em diferentes comprimentos de onda. No nosso dia a dia, isso pode ser traduzido como “várias cores”. Cada comprimento de onda equivale a uma cor diferente; inclusive as cores que não vemos.

Raios gama, os comprimentos mais curtos (e mais energéticos), por exemplo, são emanações do Sol que não vemos. Ondas de rádio (comprimentos longos, pouco energéticos) também.

O pico das emissões solares se situa na zona espectral que chamamos de “visível”. Na verdade, nossos olhos evoluíram desta maneira, privilegiando esta determinada faixa eletromagnética justamente porque é ela a principal emitida pelo Sol!

cor do sol

E, dentro da faixa espectral visível, onde está o pico de emissão? Na cor amarela, certamente… Errado! O pico de emissão solar varia muito pouco, e se situa entre 475 e 500 nanômetros (o que é um nanômetro? Pegue um metro e divida em um bilhão de pedacinhos; cada pedacinho desses tem um nanômetro de comprimento!). Essas medidas de comprimento de onda equivalem, respectivamente, ao azul e ao verde.

Nosso cérebro “mistura” essas informações e acabamos interpretando a cor do Sol como sendo amarela. Mas, na verdade, o Sol é verde-azulado, se fôssemos realmente definir uma cor para a sua superfície. Quem diria, hein?

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Coluna do Astrônomo

Amostra do Sol?

Quando venho de carro para o Planetário costumo receber em um dos sinais de trânsito jornais distribuídos gratuitamente. Em tempos de crise dos jornais de papel, quando a maioria de nós lê jornais pela internet, essa é uma maneira interessante de manter o velho hábito de folhear notícias. E eu gosto muito desses jornais porque costumam ter boa qualidade editorial e trazem o resumo das principais notícias do dia anterior, de forma bastante sucinta.

Uma das matérias de ontem me chamou a atenção. Falava sobre a sonda Hayabusa, da Agência Espacial Japonesa, que trouxe material coletado de asteroides. Erros acontecem aos montes em qualquer jornal, e sempre que leio notícias de ciências fico atento para possíveis falhas que possam comunicar ideia errada ao público. A matéria dizia que essa era a quarta vez que material do espaço era trazido para a Terra, sendo as outras três, amostras do solo lunar, amostras de cometa e amostras do Sol. Amostras do Sol?

Se alguém tiver ideia do que seja uma amostra do Sol, por favor me conte.

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Coluna do Astrônomo Dicas Humor

SOL A PINO?

Domingo passado, vendo um famoso programa de televisão noturno, minha atenção se prende em uma reportagem sobre o clima seco que se abateu sobre o Brasil. Especialistas discorrem sobre as consequências que a baixa umidade traz para o nosso organismo, gráficos mostram há quanto tempo não chove em determinadas regiões…

E eis que a bela repórter aparece, caminhando por uma rua movimentada de Brasília, e diz: “Uma e meia da tarde, sol a pino…” Pronto! Parei de escutar! Este erro foi a primeira vez que ouvi! Já estou acostumado a ouvir a expressão “sol a pino” atrelada ao meio-dia. Mas nunca antes de uma hora qualquer (uma e meia da tarde?!?).

sol a pino

De qualquer maneira, a expressão está errada em ambos os casos. Sol a pino é uma expressão popular que descreve uma situação astronômica bastante peculiar: o Sol no zênite. Zênite?!? Sim, o zênite. Esta palavra esquisita vem do árabe e descreve o ponto mais alto do céu, exatamente em cima das nossas cabeças. É o popular “a pino”. Ou seja, o Sol só está a pino quando ocupa este ponto específico do céu: o zênite.

E o Sol só fica a pino nas zonas tropicais (como é o caso de Brasília), em dois dias do ano. Um jeito bom de se perceber se o Sol está realmente a pino é olhar para a sombra das coisas. No fenômeno do Sol a pino, simplesmente não há sombras! (Quer dizer, as sombras estarão exatamente embaixo dos objetos que as produzem…).

No dia a dia, há uma tendência em se propagar um erro e as pessoas costumam usar a expressão “sol a pino” como sinônimo de “sol alto no céu” ou, pior (como a reportagem citada), “hora de muito calor”. Não é.

Sol a pino é um termo muito específico e deve ser usado com correção.

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